Não basta ser pai - 03

Um conto erótico de Xandão Sá
Categoria: Gay
Contém 2063 palavras
Data: 12/12/2023 21:26:19

A ressaca me fez dormir até mais tarde, mas como era sábado, não tinha problema, podia curtir minha cama, o ar-condicionado, o escurinho do blecaute das cortinas até a hora que me desse vontade de levantar. Meu único compromisso era arrumar a garagem para poder acomodar com folga a moto bike que Daniel iria ganhar em poucos dias de presente de aniversário.

Desde que eu e Patricia compramos essa casa, aproveitamos o espaço gigantesco da garagem para guardar tralhas. O espaço original, com vagas para até 4 carros, virou deposito de tudo quanto é tranqueira. No sótão, Patty tinha enfiado todo tipo de porcaria: eletrodomésticos pifados, com defeito mas nunca enviados para conserto, roupas e calçados usados que deferiam ser doados, malas, caixas e mais caixas. Minha esposa era acumuladora e convencê-la a doar e se livrar de algo era um esforço que eu não tinha disposição e energia pra gastar todo dia.

Então, por volta das 10h. comecei a sair do estágio cochilo e fiquei na preguiça pensando em tudo que tinha acontecido na noite anterior. Tinha bebido muito, mas me lembrava da conversa com Guga e da surpresa que me causou algumas revelações, mas lembrava também da loucura que fiz de madrugada indo ao quarto de Dan. Bateu arrependimento de ter contado o segredo de Dan para meu irmão, que surpreendeu com sua atitude. Por isso que, sem o efeito do álcool e com as ideias mais claras, veio a curiosidade: o que Guga quis dizer sobre fuder em público? Meu irmão tava caçando mulher em parques e praias? Ou ele também estava frequentando a pegação gay? Vindo de meu irmão, eu poderia esperar tudo, embora ele tenha passado os últimos anos casado com mulher e nunca tenha tido um caso gay que fosse do meu conhecimento.

Pensei também na loucura de ter ido ao quarto de Dan, me sentia culpado por ter ido lhe procurar para me dar prazer. Mesmo ele dizendo que adorava me servir, eu estava usando o garoto...E isso não era da minha índole, sempre fui correto, estável, ético, focado. Qualidades que me levaram a ser um 40tão bem sucedido, uma carreira sólida, bem posicionado no mercado, bem casado, uma linda mulher, um enteado que queria como filho... e que agora, ao saber que era gay, tava traindo minha esposa com ele... Se a gente fosse descoberto, minha vida iria ruir. Eu precisava para com isso.

Mas aí veio a memória de Dan lambendo meu cu, me apresentando a sensações nunca experimentadas. A língua dele passeando nas minhas pregas, algo meio áspero e molhado chicoteando minhas pregas. Só de lembrar meu pau ficou duro. Deu até vontade de sentir de novo, de gozar com meu filho fazendo um cunete em mim. E o lance era a língua, com a tentativa dele de colocar o dedo só senti desconforto, uma invasão dolorida e desagradável. Até tentei de novo, eu mesmo, explorar o dedo no rabo mas não deu liga nenhuma. De fato, ter o cu chupado era gostoso mas meter dedo não tinha nenhuma graça.

Fiquei curtindo minha punheta de leve mas decidi que não ir gozar na mão, tinha chances reais de gozar mais tarde com minha esposa e, agora, com meu enteado. Levantei, tomei uma ducha demorada e revigorante, botei uma roupa confortável bem ordinária, já que o trabalho da arrumação ia me deixar imundo, e desci pra tomar café. Na cozinha, encontrei a mesa posta pro café da manhã, o que me surpreendeu, Patsy era dada a pequenas vingancinhas: se eu a chateava como ontem à noite, ela, de propósito, não deixava café da manhã pra mim no outro dia, eu tinha que me virar e fazer tudo de novo. Coloquei mamão e melão num prato, fiz um misto, botei café com leite, bebi suco de acerola e comi calmamente. Finalizei com iogurte com granola, desfiz a mesa, lavei a louça e fui para a sala, onde encontrei Patricia e Daniel que estavas enchendo uma caixa com material escolar e livros usados de Dan para serem doados a alguma ONG. “Bom dia, meus amores”, arrisquei com simpatia pra sondar o estado de ânimo da casa.

Daniel sorriu pra mim enquanto sua mãe me olhou meio enviesado, resmungando algo parecido com bom dia. Deixei minha esposinha com seu mau humor e me sentei no sofá enquanto pegava o iPad para dar uma olhada nas notícias antes de começar a trabalhar. Foi só me sentar que Patricia perguntou: "E a moto de seu irmão? Que foi que houve que Guga a largou aqui? Espero que você não vá ter que ir buscar o bom vivant pra ele vir pegar o brinquedinho de playboy dele." Patty com raiva era a rainha do julgamento.

Peguei o tablete de volta e lhe acalmei: "Se avexe não que ele mandou msg dizendo que está vindo pegar. Arrumou uma carona." Acho que isso acalmou Patty que deu de ombros. Daqui a pouco o mau humor dela passava. Não se passaram 10 minutos e ouvi o som de um carro entrando em nosso jardim. Levantei-me e fui na direção da porta pra receber meu irmão, que estava descendo de uma SUV dessas grandonas, dirigida por um cara mais jovem, que eu nunca vi antes. Ambos estavam de cabelos molhados e falavam sorridentes enquanto se despediam.

"Como está de ressaca, meu irmão?" Guga sorriu e mesmo com a cara de cansaço evidente falou que mal conseguiu dormir, mas estava ótimo. Nos abraçamos e ele foi embora. Senti algo estranho naquele abraço. Não sei exatamente o que, só sei que deu vontade de demorar um pouco mais, segurar meu irmão mais velho por mais tempo em meus braços.

De lá fui para a garagem e passei as próximas horas arrumando tudo. Pus ordem no caos, separei muita coisa pra jogar fora. No meio da arrumação, Patrícia apareceu para me lembrar que tínhamos convidados para jantar. Não tinha com o que me preocupar, só cuidar das bebidas. Minha esposa contratou um catering de um restaurante que traria tudo pronto início da noite. Era só esquentar e servir.

Por volta das 3 horas, acabei, tomei outro banho, almoçamos e todos tiramos um cochilo. Eu e Patty no quarto, Dan na sala vendo algo na TV. Por volta das 6 começamos a nos arrumar. Patrícia recebeu o pessoal do Bufe e voltou pra terminar de se maquiar. Umas 7 e pouco e desci e organizei as bebidas, minha esposa desceu um pouco depois, Daniel continuou no quarto dele.

Ia dar 8 quando ouvimos o som de um carro chegando e logo depois a campainha tocou, era Amanda e Felipe, dois jovens próximos dos 30 anos, altos, bonitos. Ela, morena, corpo esguio, cabelos lisos, longos, parecia essas modelos de passarela. Ele, tipo mais branquelo, músculos definidos, cheio de tatuagens, um curioso híbrido de nerd com atleta. Amanda era amiga de Patrícia de sua cidade natal. Na verdade, as famílias delas eram vizinhas lá no interior, sempre foram muito amigas, mas o relacionamento mais próximo era entre as irmãs, mais velhas, de Amanda e Patty. Como filha caçula, Amandinha não conviveu muito com Pat mas tinha uma admiração muito grande porque minha esposa foi a moça que saiu da cidade pequena e conquistou o mundo, se tornando uma celebridade que até entrevista dava para a televisão.

O casal estava fazendo bodas de madeira, 5 anos de casados, e comemorando com uma viagem pelo litoral. Como nossa cidade estava no roteiro, entraram em contato e Patty logo marcou o jantar e também os convidou para ficar conosco, mas, por razões obvias, preferiram o hotel. No dia seguinte iriamos a uma badalada praia próxima da capital.

No início, a conversa foi meio sem graça, a gente não tinha convivência e intimidade para o papo fluir espontaneamente. Além disso, a gente não conhecia Felipe pessoalmente. Na época do casamento não pudemos comparecer. Um presente e um belo cartão nos representou. Mas depois de alguns minutos falando de pessoas em comum, a prosa entre as duas engatou e ficamos eu e Felipe como uns bobocas sem assunto até que Daniel finalmente desceu. A chegada dele na sala deu aquela movimentada. Amanda não o via faz tempo e ficou surpreso com o tamanho do meu enteado. Já Felipe olhou para Daniel com uma admiração acendeu minha desconfiança, senti um brilho a mais no entusiasmo com que se cumprimentaram. Tudo bem que logo que Daniel olhou para Felipe, reconheceu um personagem de anime numa das tatuagens dele e isso já rendeu uma conversa interminável entre os dois. Apesar dos mais de 10 anos de diferença, ambos era fissurados em games e gostavam dos mesmos jogos e animes. Me senti ainda mais deslocado e fiquei fazendo cara de paisagem sorridente sem conseguir acompanhar qualquer das duas conversas.

O papo fluía animado entre bebidinhas e snacks. Como estava sobrando, fiquei observado a interação entre Dan e Felipe. Se fosse na semana passado, aquela conversa e animação entre eles passaria desapercebido aos meus olhos. Agora, depois das descobertas sobre meu enteado eu estava muito mais ligado, antenado sobre outras coisas que eu jamais teria pensado sobre. Toda aquela animação não era só conversa de aficionados. Havia algo ali. Algo que tinha a ver com cu e rola, com sexo entre homens. A atração era mútua e evidente. Dan estava jogando charme para um homem casado que estava no mínimo lisonjeado com o assédio, embora eu achasse que Felipe tava mesmo era a fim. Algo me dizia que aquele cara gostava da coisa... Não que ele tivesse trejeitos, assim como Daniel não os tinha. Felipe não era do tipo machão, mas dentro daquela visual moderno, ele transpirava masculinidade. Ele era bonito, esguio, tinha sex appeal, havia um magnetismo sexual nele.

Quando esse pensamento passou pela minha cabeça, me dei conta do quanto as coisas estavam mudando na minha própria cabeça. Desde quando me tornei capaz de avaliar o tesão que um homem causa em outro homens? Como me tornei esse radar de desejos homossexuais? E por que aquele flerte me atraía mas me incomodava tanto? Seria ciúmes? Meu afeto pelo meu (quase) filho, agora acrescido da intimidade sexual recém explorada, tinha levado nosso vínculo para algum tipo de paixão?

O redemoinho na minha cabeça teve uma pausa quando Patty me chamou para ajudar a servir o jantar, algo que me afastou um pouco do turbilhão de imagens e pensamentos que tinham tomado conta de mim. Quando fomos para a mesa, a prosa animada entre Daniel e Felipe continuou. A toda hora, um mostrava coisas no celular para o outro, a ponto de Patrícia “chamar” a atenção de nosso filho que estava monopolizando o convidado. Amanda riu condescendente, dizendo que já estava acostumada a ser trocada por games e nessa hora eu e Daniel trocamos olhares bem significativos, que foi acompanhado por Felipe. Entre os três firmou-se uma espécie de pacto da cumplicidade...

Quando voltamos para a sala para o cafezinho, licores etc.. Daniel convidou Felipe para subir ao seu quarto para jogarem uma partida. Minha esposa e Amanda riram daquele jeito que as mulheres têm de “desdenhar” dessas coisas de meninos... Mal sabiam elas o que estava a ponto de rolar.

Sobrando mais uma vez, aproveitei para dar uma geral na sala de jantar, retirei as coisas da mesa, limpei tudo e coloquei na máquina de lavar louças. Em 15 minutos, estava tudo arrumado e eu livre para ir atrás de ver o que estava rolando entre aqueles dois. Eu tinha ficado cismado e tinha quase certeza que alguma coisa já devia estar rolando. Voltei para a sala e as duas tagarelas estavam olhando álbuns de fotografia que Patty tirou da estante. De festas a viagens, toda uma coletânea de imagens e conversas infindáveis e por isso mesmo, me afastei e saí da sala sem que notassem minha ausência. Subi a escada sem fazer barulho, pronto pro flagrante.

E não deu outra. Ao abrir a porta sem bater antes, contrariando uma norma absoluta em nossa casa, encontrei os dois com as calças abertas, camisas levantadas, cuecas arreadas, picas de fora, uma na boca do outro. Felipe e Dan estavam engatados num 69 como se não houvesse mais nada no mundo. E estava tão entretidos na chupação, que levaram longos segundos para perceber que eu estava ali, em pé, com a porta entreaberta e a rola ficando dura de tesão...

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Foto de perfil de Xandão SáXandão SáContos: 24Seguidores: 105Seguindo: 47Mensagem Maduro ativo, eventualmente versátil, relacionamento adulto e aberto, curto relatos eróticos, Gosto das coisas boas vidas (viajar, conhecer lugares, estar em boa companhia, etc)

Comentários

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Continua que era delicioso, quero ver vc meter e dar para seu filho, já gozei lendo seus contos.

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siga lendo que tem 22 capítulos publicados e mais 12 para publicar

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Que tesão de conto... tô amando... gozei horrores aqui... continua... tá uma delícia

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