Oi, Anjo.
Eu sei que já escrevi muita coisa que te faria queimar se tivesse asas de verdade, mas preciso continuar.
Se eu não colocar tudo aqui, parece que o peso vai estourar dentro de mim.
Essa semana começou com o Victor batendo na minha porta no meio da noite. Ele entrou sem nem esperar eu abrir direito, jogou o boné na mesa e desabou no sofá.
— Mano, briguei com o Vinni.
Meu coração acelerou de um jeito que até doeu.
— Como assim? O que rolou?
— Sei lá… ele tá distante. Frio. Parece que tá com a cabeça em outro lugar. — Ele passou a mão no cabelo e bufou. — A gente discutiu por nada.
A “cabeça em outro lugar” era minha cama.
E o “nada” era eu.
Tentei parecer neutro.
— Vocês se gostam, isso vai passar.
Ele me olhou com aquele olhar de confiança cega que sempre me desmonta.
— Eu sei… mas às vezes eu tenho medo de perder ele, sabe?
Doía ouvir aquilo.
E, ao mesmo tempo, uma parte suja de mim se excitava.
Porque eu sabia que Vinni é dele, mas também era meio meu também.
Dois dias depois, Victor aparece com uma ideia animada:
— Bora pra praia no fim de semana? Eu, você e o Vinni. Preciso relaxar.
Eu aceitei na hora, fingindo normalidade. Na minha cabeça, só um pensamento girava: vai dar merda.
Mas a parte do meu corpo que fala mais alto queria mesmo que desse merda.
Chegou sexta-feira.
Pegamos o carro do Victor, cheio de tralhas: cooler, toalhas, caixinha de som.
A estrada era curta, mas suficiente pra me deixar nervoso.
Victor cantava desafinado, eu ria, e Vinni me olhava pelo retrovisor de vez em quando, com aquele sorriso que queimava por dentro.
A casa na praia era simples, cheirinho de madeira e maresia.
Sol forte, céu limpo.
Deixamos as coisas, abrimos cerveja e fomos direto pra areia.
Victor se jogou na cadeira, fechou os olhos pro sol.
Eu e Vinni molhamos os pés na água.
Quando a espuma tocou meus tornozelos, senti o dele roçar de leve.
Olhei pro lado.
Ele sorriu, cúmplice.
No sábado de manhã, o telefone do Victor não parava de tocar.
Ele saiu da cozinha reclamando, atendeu no quintal e voltou com a cara fechada.
— Merda.
— O que foi? — perguntei, tentando soar inocente.
— Deu problema no escritório. Tô sendo chamado pra resolver agora.
— Vai ter que ir embora? — perguntei, fingindo surpresa.
— Vou. Mas vocês ficam, né? Amanhã cedo volto pra aproveitar o dia e buscar vocês.
- Tem certeza que não quer que a gente volte contigo?
- Serio, não precisa, amanhã eu to de volta.
Olhei pra Vinni.
Ele mordeu o lábio, disfarçando um sorriso.
Eu senti o estômago gelar e o pau dar sinal de vida ao mesmo tempo.
Assim que o carro do Victor sumiu na esquina de areia, o silêncio caiu sobre a casa.
Silêncio pesado, carregado.
Eu e Vinni nos encaramos por uns segundos.
— Então… só nós dois agora — ele disse, andando devagar até mim.
Não teve conversa racional.
Ele me puxou e me beijou ali mesmo, na varanda, com o vento quente da praia passando por nós.
A língua dele entrou na minha boca e eu gemi baixinho.
As roupas caíram pelo caminho.
Entramos no quarto rindo, tropeçando, mas o riso logo virou gemido.
Eu chupei ele primeiro, deitado na cama com a luz do sol batendo na pele morena.
Passei a língua devagar, senti ele enrijecer mais e mais na minha boca.
Ele segurava meu cabelo e gemia baixo, como se alguém pudesse ouvir, mesmo longe de tudo.
Depois ele me virou de costas e lambeu meu corpo inteiro.
A barba raspando na minha lombar me fez arrepiar. Quando ele me abriu com a língua, eu perdi o fôlego.
— Porra, Vinni… — gemi, mordendo o travesseiro.
Ele colocou camisinha, passou lubrificante, e entrou devagar dentro de mim.
O calor, o aperto, a sensação de ser completamente tomado…
Eu gemi alto, sem me importar com nada.
Ele começou devagar, depois acelerou.
Cada estocada fazia a cama bater na parede. O som do mar lá fora misturado com o barulho do sexo era surreal.
Gozei primeiro, espirrando na cama e na minha barriga.
Ele gemeu meu nome e gozou dentro da camisinha logo depois, caindo por cima de mim.
E não parou por aí, Anjo.
A gente transou de novo depois do banho. E depois na cozinha.
Também fizemos no sofá, com a porta aberta e o vento da praia batendo no nosso corpo nu.
Eu já não sentia culpa.
Só tesão, só vontade de mais.
A praia virou nosso esconderijo, e cada canto da casa virou cenário.
No domingo, acordei com ele me chupando.
Gozei na boca dele enquanto o sol entrava pela janela.
Ele subiu pra me beijar, o gosto do meu gozo misturado com o dele.
Mas aí o perigo chegou.
Um barulho de carro na entrada.
Victor.
Corremos pra vestir qualquer coisa.
O quarto ainda cheirava a sexo.
O lençol úmido, a camisinha no chão, o corpo ainda suado.
Victor entrou sorrindo, trazendo pão e café.
— Dormiram bem? — perguntou, inocente.
— Bem demais — respondi, sentindo o rosto esquentar.
Ele subiu pra pegar uma toalha e entrou no quarto errado.
O quarto que ainda tinha a prova do nosso fim de semana inteiro.
Ouvi ele parar, silêncio por dois segundos… e depois fechar a porta.
Desceu como se nada tivesse acontecido.
Falou do trânsito, do pão quente, de como o dia está bonito.
Eu sei que, naquele momento, a culpa já não existia.
Só a lembrança de Vinni dentro de mim, e a vontade de ter de novo.
Esse foi o fim de semana em que eu matei o resto do meu anjo da guarda.
O fim de semana em que eu decidi que prazer vale mais que arrependimento.
E foi isso, Anjo.
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