
Na real, tinha lido esse conto e ainda não tinha tido coragem de comentar…
Ele pega profundo, ele definitivamente deixa sua marca em quem sente que precisa perder tudo para ser fiel consigo mesma.
Uma decisão, fica sem família, sem os amigos com os quais cresceu, sem a religião que te ensinaram a depender, sem voz para se defender, sem um passado, por que fingem que sequer te conhece.
Para ser feliz precisa perder tudo. Para muitos, isso é impensávelmente doloroso, triste que muitas histórias acabam assim, uma vida por uma vida, um morre ou se anula, para que outro possa ser livre.

Agradeço muito por você ter feito o comentário. Esse foi um ponto que quis trazer no conto: como é cruel quando alguém precisa escolher entre viver sua verdade ou manter laços que deveriam ser incondicionais, mas são negados por preconceito. Infelizmente, muitas histórias reais terminam em dor. Mas também acredito que dar voz a essas experiências é uma forma de resistir, de mostrar que ninguém deveria ser forçado a se anular para existir. Obrigado de coração por sentir junto com a história.

para mim a coisa mais cruel é perder tudo. O ser humano é social, ter que recomeçar sem amigos e sem família…
Ter que recomeçar sem nada, no caso daqueles que desde criança sua vida inteira gira em torno da igreja, por que não se misturam com quem é do “mundo”, e agora você também é do mundo e pessoas que você considerava seu chão, não se misturam com você.

Sair da igreja mórmon não foi apenas uma mudança de crença, foi como perder uma parte de mim que existia desde a infância. Precisei lidar não só com a quebra de uma fé que me acompanhava desde pequeno, mas também com o peso social dessa decisão. Amigos de toda a vida se afastaram, familiares acreditaram que eu estava ‘desistindo de Deus’ e me entregando ao mundo. O que muitos não entenderam é que eu precisava buscar um caminho onde eu pudesse ser verdadeiro comigo mesmo. Foi doloroso, mas também libertador. A fé que hoje carrego é diferente, construída fora das paredes da instituição, mas continua sendo fé — só que agora enraizada na honestidade e na liberdade de ser quem eu sou.
Fiquei curioso com o que você escreveu. Você já passou por algo parecido? Vem de um lar evangélico ou religioso também?

Sim. Da minha família inteira só uma tia e duas primas ainda se aproximam de mim…
E mesmo assim, de vez em quando essa unica tia com quem ainda sinto ter algo, fala algo horrível.
Ou seja mesmo a única parente que me resta, não é uma companheira.
Nem irmãos, nem mãe e se meu pai não tivesse morrido na adolescência, ele já tinha prometido, (umas semanas antes de falecer), que me consertaria na pancada ou me mataria na tentativa.
Basicamente essa é a minha história. (Bem resumida)

O mais cruel, foi a minha prima…
Se recusou ao casamento arranjado ela com 16 e o cara com mais de 20, por que descobriram ela namorando escondido.
Expulsa de casa, foi morar com uma tia distante, de preferida da avó e dos tios, hoje a família finge que ela não existe.
Embora seja extremamente bem sucedida, completou superior e etc. Então acho que passo o trauma para ela foi até bom.
Mas como comigo os pais e o irmão mal olham na cara dela.

Isso é muito triste.
Eu estou escrevendo uma serie ( vao ser 5 episodios), que a personagem principal é evangelica.
https://www.casadoscontos.com.br/texto/20250988
Tem um tom leve, bem humorado. Mas vai abordar um pouco sobre preconceito evangelico e como , as vezes, as pessoas "do mundo" são mais amorosas do que as evangélicas.