Você me deve - Cinquenta reais

Da série Você me deve
Um conto erótico de Regard
Categoria: Gay
Contém 2452 palavras
Data: 02/08/2025 06:47:12
Última revisão: 03/08/2025 08:09:27

Para entender melhor esse conto leia primeiro o titulo "Você me deve".

Meses se passaram. Para Renato, a vida havia encontrado um ritmo morno, quase normal. A foda bruta com Kaio se tornara uma memória distante, uma cicatriz quente sob a pele que coçava em noites solitárias, mas que era ignorada na maior parte do tempo. Ele até engatou um "rolo" casual com um cara da academia, um relacionamento de conveniência que oferecia corpos quentes em noites frias, mas carecia de qualquer faísca, de qualquer perigo. Faltava a intensidade. Faltava a pegada que o deixava dolorido e sorrindo. Faltava Kaio.

O reencontro aconteceu na banalidade de uma noite de sábado. O ar da cidade era quente, e a única opção viável era a conveniência de um posto de gasolina na saída da cidade, um ponto de encontro improvável onde o cheiro de etanol se misturava ao de espetinho de frango. Renato estava lá, em uma mesa de plástico com amigos, rindo de alguma piada sem graça, uma cerveja suando em sua mão. Ele se sentia normal. Anônimo.

Foi quando o viu.

Do outro lado do pátio iluminado por luzes fluorescentes, encostado em uma caminhonete preta, estava Kaio. O tempo não o havia mudado. Continuava com aquela postura de dono do mundo, a barriga pronunciada e os braços grossos cruzados sobre o peito. Mas ele não estava sozinho. Ao seu lado, havia um homem que era seu oposto e, ao mesmo tempo, seu complemento. Moreno, o cabelo cortado em um degradê perfeito, a barba desenhada com precisão. Vestia uma camisa de botão escura, bem passada, e seu porte era imponente, uma confiança silenciosa que se destacava na mediocridade do lugar. Ele era, Renato notou, Ruan, um barbeiro conhecido na cidade por seu talento e por sua fama de predador.

O coração de Renato deu um tropeço violento. O ar pareceu ficar mais denso. Ele tentou desviar o olhar, focar na conversa de seus amigos, mas era tarde demais. Como um ímã, seus olhos foram puxados de volta na direção de Kaio.

E Kaio já estava olhando para ele.

Não houve sorriso, não houve aceno. Houve apenas um instante de reconhecimento puro e bruto. Os olhos de Kaio o avaliaram de cima a baixo, e naquele breve segundo, toda a memória daquela noite retornou com a força de um soco no estômago: a dor da invasão, o prazer sujo, a sensação de ser usado e preenchido até o limite. A cicatriz sob sua pele começou a queimar.

Kaio deu um meio sorriso, quase imperceptível, e se virou para falar algo no ouvido de Ruan, que então olhou na direção de Renato com uma curiosidade fria e analítica. Renato sentiu seu rosto esquentar. Ele era um pedaço de carne sendo apontado em um açougue. O momento foi quebrado por um amigo que o chamou, e quando Renato olhou de novo, a caminhonete preta já não estava mais lá.

Ele tentou se convencer de que fora apenas uma coincidência. Uma troca de olhares sem significado. Mas a paz de sua noite havia sido estilhaçada.

Perto da uma da manhã, a ilusão de normalidade já havia se esvaído por completo. Renato estava em casa, deitado na cama, trocando mensagens mornas com seu rolo. A conversa era previsível, o convite para se encontrarem era desanimador. Ele estava prestes a inventar uma desculpa quando seu celular vibrou com uma chamada.

Um número que ele não tinha salvo, mas que sua memória jamais esqueceria.

Ele atendeu, a boca subitamente seca.

"Alô?"

A voz do outro lado era a mesma. Um rosnado baixo, um pouco arrastado pelo álcool, mas carregado de uma autoridade inconfundível. Era a voz de Kaio.

"Onde você tá?", ele perguntou, sem rodeios.

"Em casa", a resposta de Renato foi um sussurro.

"Tô indo pra aí." Houve uma pausa, o som de um isqueiro acendendo um cigarro. "Ajeita umas cervejas."

A chamada terminou.

Não foi um convite. Não foi uma sugestão. Foi uma intimação. Uma ordem. O corpo de Renato reagiu antes de sua mente. Um arrepio percorreu sua espinha, uma onda elétrica que era uma mistura perfeita de medo e excitação pura. Ele não perguntou o porquê. Ele não precisava. Ele sabia exatamente o que aquela visita significava. A dívida havia sido paga meses atrás, mas aparentemente, uma linha de crédito havia sido aberta.

Imediatamente, a noite mudou de propósito. Ele pegou o celular e enviou uma mensagem rápida para o rolo: "Foi mal, não vai dar hoje. Fica pra próxima." Não haveria próxima.

Renato entrou no modo de preparação. Sua mente estava a mil, mas suas ações eram metódicas, quase ritualísticas. Ele não era mais um cara relaxando em casa; ele era um anfitrião se preparando para servir. Ou melhor, uma oferenda se preparando para o sacrifício.

O primeiro passo foi o banheiro. Ele se despiu e entrou no chuveiro, a água quente ajudando a acalmar os nervos trêmulos. Mas não era um banho para relaxar. Era uma limpeza funcional, um preparo para ser inspecionado. Ele se ensaboou com cuidado, lavando cada centímetro de pele.

Ao sair do banho, o vapor embaçava o espelho. Ele se secou e pegou o melhor hidratante que tinha, um com um cheiro suave, quase neutro. Começou a passar pelo corpo, pelas pernas, pelo peito, e com uma atenção especial, pela bunda e pelas coxas. Sua pele precisava estar macia, receptiva. Ele estava preparando seu corpo para ser tocado, para ser agarrado, para ser usado sem causar atrito.

Cada ato era um passo a mais na escada da submissão. Uma submissão que começava ali, sozinho em seu banheiro, muito antes de Kaio sequer chegar. Ao escolher o sabonete, ao se limpar por dentro, ao hidratar a pele, Renato estava consentindo. Estava dizendo "sim" sem precisar pronunciar uma única palavra.

Ele foi até o quarto, o corpo ainda úmido e cheirando a creme. O que vestir? A pergunta pairou no ar. Não podia parecer ansioso demais, mas também não podia estar desleixado. Optou por uma bermuda de moletom confortável, sem nada por baixo. Fácil acesso. Era tudo sobre facilitar.

Por fim, a última parte da ordem. "Ajeita umas cervejas." Ele foi até a geladeira, pegou quatro latas e as colocou na mesa da sala. Deixou um abridor ao lado. O palco estava montado.

Renato sentou-se no sofá, o coração martelando em uma contagem regressiva. O rolo, os amigos, a noite no posto... tudo parecia pertencer a outra vida. Agora, só existia a espera. A espera pelo som do carro, pelos passos no corredor, pela batida na porta. A espera pelo seu dono. E no silêncio, Renato admitiu para si mesmo, com uma pontada de vergonha e desejo, que ele nunca se sentira tão vivo.

A batida no portão soou menos como uma visita e mais como uma intimação. Soou como o punho de Kaio. Renato respirou fundo, o cheiro do hidratante na sua pele misturado ao seu próprio suor de antecipação, e abriu a porta.

Seu coração não só afundou. Ele despencou.

Kaio estava lá, um sorriso bêbado e predatório no rosto. Mas ele não estava sozinho. Ao seu lado, como uma sombra imponente, estava o homem do posto. Ruan. De perto, ele era ainda maior, os ombros largos preenchendo o batente da porta. O cheiro dos dois o atingiu em cheio: uma mistura de álcool, tabaco e aquele odor masculino, dominante, que prometia problemas. A casa de Renato, seu pequeno santuário preparado para um sacrifício, acabara de ser invadida por dois machos alfa que já estavam bem longe da sobriedade.

"Não vai convidar a gente pra entrar?", Kaio disse, empurrando a porta e entrando sem esperar resposta. Ruan o seguiu, seus olhos escuros varrendo o local com uma lentidão calculada, parando em Renato por um instante a mais do que o necessário.

Eles agiam como se fossem os donos do lugar. Kaio foi direto para a mesa, pegou duas cervejas, jogou uma para Ruan e abriu a sua com um estalo alto. Eles se largaram no sofá, ocupando todo o espaço, as pernas abertas, a energia deles preenchendo e sufocando o ambiente.

Renato ficou de pé no meio da sala, sentindo-se pequeno, um criado em sua própria casa. A bermuda de moletom, que antes parecia uma escolha estratégica, agora o fazia se sentir vulnerável, exposto. O que ele deveria fazer? Sentar? Oferecer um copo? O silêncio era pesado, quebrado apenas pelo som de Kaio tomando um longo gole de sua cerveja.

Foi Kaio quem o quebrou, com a delicadeza de um martelo. Ele olhou para Ruan, que observava Renato com um divertimento contido, e abriu um sorriso sacana, um sorriso que Renato conhecia bem. Era o sorriso de quem estava prestes a foder com tudo.

"Ruan", ele começou, a voz arrastada e cheia de malícia. "Esse aqui é o Renato."

Ruan acenou com a cabeça, sem tirar os olhos de Renato.

"Lembra que eu te falei daquele cara? Com um rabo que aguenta porrada?", Kaio continuou, cada palavra uma pá de terra sendo jogada sobre a dignidade de Renato. "É ele."

O sangue subiu ao rosto de Renato com a força de uma febre. A foda bruta, a noite que ele guardava como um segredo sujo e precioso, acabara de ser transformada em uma anedota de bar, uma história de caçador para impressionar o amigo. Ele se sentia nu, dissecado.

Kaio deu mais um gole na cerveja, saboreando o momento. "E a garganta também não é de se jogar fora."

Ruan soltou uma risada baixa, um som que vibrou em seu peito. "É mesmo? Parece que a noite vai ficar interessante."

A humilhação era o prato de entrada. E a putaria, o prato principal. Kaio apontou para Renato com a lata de cerveja, o mestre de cerimônias dando início ao espetáculo.

"Vai, Renato", ele ordenou, a voz não deixando espaço para recusa. "Mostra pro meu amigo como você é bom. Mama o Ruan."

O tempo parou. A ordem ecoou na cabeça de Renato. Era uma fantasia sombria que ele nunca ousara ter, sendo realizada na sua frente. Ser compartilhado. Ser usado como um objeto para o prazer de outros. A vergonha o paralisou, mas o tesão, aquele tesão traiçoeiro e submisso, já respondia em sua virilha. Ele olhou para Kaio, que tinha o olhar duro de uma ordem militar, e depois para Ruan, que já estava abrindo o zíper da calça com uma calma predatória.

Não havia escolha. E, no fundo, ele não queria uma.

Lentamente, Renato caminhou até o sofá e se ajoelhou no tapete em frente a Ruan. O pau de Ruan, já semi-duro, era diferente do de Kaio. Tão grosso quanto, talvez um pouco mais curto, e perfeitamente circuncidado, a cabeça escura e lisa. Ruan não disse nada, apenas observou enquanto Renato, de cabeça baixa, levava a boca até ele.

Sob o olhar atento e divertido de Kaio, Renato começou a chupar Ruan. O gosto era de pele de homem, um contraste com o cheiro de álcool em seu hálito. Renato trabalhou com a perícia que a vergonha não conseguia apagar, a língua envolvendo a cabeça, a boca deslizando para cima e para baixo. Ruan suspirou, jogando a cabeça para trás no encosto do sofá, uma mão pousando casualmente nos cabelos de Renato, mais como um gesto de posse do que de carinho.

A performance durou talvez um minuto antes de Kaio se tornar impaciente. Ele queria sua parte no show. "Chega", ele rosnou. Com um movimento brusco, ele agarrou um punhado de cabelo de Renato e o puxou para trás, forçando-o a soltar o pau de Ruan com um estalo molhado. "Agora é minha vez." Ele arrastou Renato pelo chão até que ele estivesse ajoelhado entre suas pernas. O pau de Kaio, já latejando de excitação, saltou de sua calça. Renato o abocanhou, o gosto familiar de Kaio, mais selvagem, mais almiscarado, preenchendo sua boca.

A cena agora era esta: Renato de joelhos, servindo enquanto Ruan, o convidado de honra, assistia a tudo com um sorriso satisfeito, o pau ainda duro e brilhando de saliva. Mas a satisfação de Ruan rapidamente se transformou em algo mais. Ele não queria apenas assistir. Ele queria participar.

Em um impulso que quebrou todo o roteiro de Kaio, Ruan se inclinou para frente. Com uma mão, ele agarrou a nuca de Renato e o puxou de volta para seu pau, forçando a boca do garoto a se abrir para tentar acomodar os dois. Era impossível, uma bagunça de carne e saliva. E então, Ruan fez algo que ninguém esperava.

Ele puxou Renato de volta apenas o suficiente para liberar espaço e, se ajoelhando no chão ao lado dele, começou a mamar Kaio também.

Kaio soltou um grunhido de puro choque. Seus olhos se arregalaram. Este não era o plano. O hétero, o macho alfa, sendo chupado por outro homem na frente de sua "puta" particular. A surpresa durou um segundo. O prazer avassalador que se seguiu a dominou completamente. "Puta que pariu...", ele ofegou, e deixou rolar.

A sala de Renato havia se transformado em um palco de depravação. A hierarquia cuidadosamente construída por Kaio se dissolveu em um caos de sexo oral competitivo e desesperado. Renato estava no meio, a cabeça girando, sendo puxado entre um pau e outro, a boca usada como um brinquedo comunitário. A vergonha inicial havia sido obliterada por uma sobrecarga sensorial. Ele era o centro daquela putaria, o objeto que unia aqueles dois machos em um ato de prazer bruto.

Ele estava completamente humilhado. E seu pau, dentro da bermuda, estava duro como pedra.

O caos oral diminuiu, deixando um silêncio pesado na sala, quebrado apenas pela respiração ofegante dos três homens. Renato permaneceu de joelhos no chão, o rosto melado de saliva, o queixo doendo, a mente em um nevoeiro de submissão. Kaio e Ruan se recostaram no sofá, a adrenalina do ato inesperado ainda brilhando em seus olhos.

Ruan foi o primeiro a falar. Ele olhou para o pau de Kaio, ainda semi-duro e brilhante, e depois para Renato, com uma expressão de genuíno espanto.

"Caralho, Kaio", ele disse, a voz rouca. "Seu pau é um monstro. Como que ele aguenta isso?"

Kaio estufou o peito, o orgulho de um proprietário exibindo seu bem mais valioso. Ele passou a mão pelo cabelo suado de Renato, um gesto que era menos de afeto e mais de posse. Com um sorriso de superioridade, ele proferiu a frase que selou o destino de Renato para o resto da noite.

"Na boca não é nada", disse Kaio, o tom casual, como se estivesse falando do motor de um carro. "Você precisa ver o que esse rabo aguenta. Ele aguenta muito mais." ...

Essa história continua em um lugar mais... reservado. Leia completo aqui: https://privacy.com.br/@Regard

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