Segredos do Coração - Superando o Passado. Final.

Um conto erótico de Ménage Literário
Categoria: Heterossexual
Contém 10406 palavras
Data: 10/08/2025 13:51:20

Parte 42: “Apenas Mais Uma De Amor”

Luciana tinha chegado cedo ao café onde sempre se encontravam, já acomodada em uma das mesas mais afastadas, o lugar que as duas chamavam de “consultório paralelo”. Quando Mari apareceu, com aquele sorriso leve e a energia tranquila, parecia que carregava boas notícias.

— Tá com cara de quem vem cheia de novidades. — Provocou Luciana, assim que Mari se sentou.

— Ah … tenho mesmo. — Mari ajeitou a bolsa na cadeira ao lado e pediu um cappuccino. — Estou decidida a reabrir o consultório. Já comecei a mexer nas coisas, ver agenda, organizar material … é hora de voltar.

Luciana sorriu, orgulhosa.

— Finalmente! Você faz falta pra muita gente, sabia?

Mari agradeceu com um olhar carinhoso, mas Luciana, curiosa, não resistiu e mudou de assunto.

— Tá, mas… e o feriado? — Ela se inclinou para frente, apoiando o cotovelo na mesa, como se fosse ouvir um segredo. — Não me venha com resposta educada. Quero detalhes. Principalmente os mais sórdidos. — Completou e não conseguiu evitar uma risada.

Mari também soltou uma risada breve, mas logo mordeu o lábio, quase constrangida.

— Foi … incrível, Lu. De verdade. Conhecer a Clara pessoalmente foi uma surpresa maravilhosa. Ela é tudo aquilo que eu imaginava e muito mais.

— Hum … tô sentindo um “porém” aí. — Brincou Luciana, arqueando uma sobrancelha.

Mari abaixou um pouco a voz, como se fosse algo íntimo demais para ser dito em tom normal.

— Eu não sabia que poderia sentir tanto prazer … numa relação bissexual. Foi … intenso. Estar com o Celo e a Clara ao mesmo tempo foi como se todos os meus sentidos tivessem acordado.

Luciana ficou em silêncio por alguns segundos, absorvendo a confissão, e depois fez uma careta de leve, mas com um sorriso no canto da boca.

— Olha … acho que tô com uma pontinha de inveja. Sempre tive curiosidade, mas não sei se teria coragem.

Mari, com aquele ar provocador, apoiou o queixo nas mãos e falou baixinho:

— Quem sabe eu e o Celo não estejamos dispostos a ajudar uma boa amiga?

Luciana arregalou os olhos, surpresa, e as duas caíram na risada, cúmplices. O comentário ficou no ar, mais como uma promessa velada do que uma simples brincadeira.

Luciana ainda sorria, com as bochechas levemente coradas pelo que Mari tinha acabado de insinuar, mas, como quem tenta escapar de um terreno perigoso, mudou o rumo da conversa.

— Tá, mas … e o “elefante na sala”?

Mari piscou, confusa.

— Como assim?

Luciana inclinou o corpo sobre a mesa, baixando a voz como se falasse de um segredo proibido.

— Anna e Paul. Não me diga que você acha que vai conseguir fugir disso.

Foi a vez de Mari ficar um instante em silêncio, mexendo na xícara de cappuccino, os olhos vagando para a janela do café. Respirou fundo antes de responder.

— O Celo foi bem claro comigo … ele quer resolver isso de uma vez.

— E você? — Luciana perguntou direto, mas com um olhar que misturava curiosidade e preocupação.

— Eu … — Mari hesitou, buscando as palavras certas. — Eu tenho medo. Foi com o Paul que tudo começou … e onde tudo deu errado. Mas, ao mesmo tempo … existe uma parte de mim que quer fazer certo dessa vez. Resolver de forma definitiva.

Ela forçou um sorriso e completou, quase como que falasse para si mesma:

— Quando a gente cai do cavalo, precisa montar de novo o mais rápido possível … ou não monta nunca mais.

Luciana arqueou a sobrancelha, fingindo indignação.

— Frase clichê de divã, amiga? É sério isso?

Mari riu, balançando a cabeça.

— É sério. Se eu for cuidadosa, se eu sempre lembrar de colocar os sentimentos do Celo em primeiro lugar … pode dar certo.

Luciana, com aquele jeito provocador, deu um gole no café e soltou:

— E ainda tem aqueles dois gostosos de brinde: o Giba e o Chris. Acho que eu devia virar liberal também … entrar para o grupo.

Mari gargalhou, inclinando-se para frente, como se dividisse uma travessura.

— Seria o melhor dos mundos ter você do meu lado, nessa.

As duas caíram na gargalhada, atraindo olhares curiosos das mesas próximas. A cumplicidade era tão natural que nem precisavam dizer em voz alta que certas conversas, naquele local, não ficariam só no campo da brincadeira.

Enquanto Mari e Luciana ainda se despediam com risadas cúmplices, em outro ponto da cidade, Celo encerrava a parte técnica de uma reunião na empresa de Paul. Ao lado dele, Giba conferia no tablet os últimos relatórios da integração digital, enquanto Paul escutava atento.

— Então é isso. — Celo concluiu. — O Diego e a equipe dele devem finalizar a migração dos sistemas até terça. Depois, é só treinar o pessoal interno e vocês estarão blindados.

Paul assentiu, satisfeito.

— Perfeito. Obrigado, Celo. Você não sabe o peso que isso tira das minhas costas.

Ele acenou para a secretária, que entrou discretamente com uma bandeja de café. As xícaras foram servidas, e o clima naturalmente relaxou.

Paul, com aquele sorriso maroto de quem está prestes a provocar, largou:

— Aliás … vi as fotos do seu feriado. Clara é linda. E, meu amigo, você é um sortudo.

Giba sorriu, divertido, mas Celo não riu.

— Acho que também está na hora da gente terminar um outro assunto que ficou inacabado. — Celo disse, direto, deixando o ar na sala mais denso.

Paul se inclinou na cadeira, fingindo não entender.

— Inacabado?

Celo manteve o olhar firme.

— Você, Mari, Anna e eu. Precisamos tentar de novo. Do jeito certo. Quero poder viver esse capítulo em paz, da forma correta.

Giba, até então silencioso, apenas observava, mas não conseguia esconder o interesse pela conversa. Paul apoiou os cotovelos na mesa, avaliando a seriedade de Celo.

— Continua.

— Na primeira vez, eu reagi de forma errada — Celo admitiu. — Culpei todo mundo, menos a mim. Demorei pra entender meu papel naquela situação … e que, apesar de tudo, Mari e você merecem um momento, juntos, sem o peso do drama estragando o que aconteceu. E, quanto a mim … mereço o prazer e o privilégio de estar com a Anna.

Um meio sorriso surgiu no canto da boca de Paul.

— O desejo que eu tenho pela Mari, é o mesmo que você tem pela Anna, afinal. E acabou não acontecendo.

— Exatamente. — Celo respondeu, sem titubear.

Paul girou a xícara lentamente, medindo as palavras.

— Olha, eu também quero. Mas agora são vocês que vão ditar o ritmo. E só tem um jeito disso funcionar: sem meio-termo, sem frescura. Respeitando o limite de cada um, claro, mas se for pra ir … é pra ir inteiro. Senão, repetimos o fiasco.

Ele fez uma pausa, os olhos estreitados.

— Eu sei o que a Anna quer. Sei o que você quer. Mas … e a Mari?

— Já conversamos. Estamos na mesma página. Inclusive … — Celo sorriu. — Já tenho tudo planejado. Quero convidar você e a Anna para o próximo fim de semana.

Paul soltou uma risada baixa.

— Vou contar pra Anna. Mas já adianto: se depender dela, o “sim” já está dado. Aquela mulher está louca para dar pra você. — Paul não se conteve, honesto.

Todos riram, juntos, cúmplices. Giba ainda brincou:

— Só espero que não esqueçam dos amigos, depois que resolverem de vez essa tensão entre vocês.

Celo respondeu:

— Fique tranquilo, meu amigo. Tenho certeza de que a brincadeira está apenas começando.

{…}

Assim que entrou em casa, no começo da noite, Celo encontrou Mari na sala, sentada com um livro no colo, mas com o olhar perdido na página. Ele sabia que aquele assunto não poderia esperar.

— Amor… — ele começou tirando o casaco e se aproximando. — Eu falei com o Paul, hoje.

Mari fechou o livro devagar, como se estivesse preparando o coração para ouvir.

— E? …

Celo percebeu a tensão no tom dela e, sem rodeios, sentou-se ao lado, segurando sua mão.

— Está tudo certo. A gente combinou que vai fazer do jeito certo desta vez. Sem pressão, sem repetir os erros do passado. É hora de pensar no futuro, deixar o que aconteceu … onde tem que ficar. Lá atrás.

Mari mordeu o lábio, tentando processar.

— Eu só … tenho medo, Celo. Não quero que a gente se perca de novo.

Ele sorriu de leve, passando o polegar sobre a mão dela.

— Não vamos. Eu estou pronto. Você está pronta. E eu quero que seja algo bom para nós dois. Um novo começo, não uma repetição de velhas feridas.

Então, tirou o celular do bolso e abriu algumas fotos.

— Olha … foi aqui que eu pensei ...

Mari se inclinou para ver a tela, e seus olhos se arregalaram. Uma pousada hedonista, charmosa e reservada, cercada de verde e com chalés isolados, cada um com sua própria piscina aquecida.

— É linda… — ela murmurou.

— Pequena, para poucos clientes. — Completou ele. — O chalé que eu aluguei fica mais afastado, com total privacidade. É só a gente … e quem mais a gente quiser lá dentro.

Mari soltou o ar devagar, como se um peso estivesse deixando seus ombros. Ela viu, nos olhos de Celo, não só a decisão, mas a serenidade e a disposição de fazer aquilo funcionar.

— Você está mesmo preparado … — Ela disse, quase como uma constatação.

— Mais do que nunca. — Ele respondeu, puxando-a para um abraço. — E vai ser perfeito.

A semana passou rápido, quase como se os dias tivessem sido arrancados do calendário, sem aviso. Mari e Celo seguiram suas rotinas — ela cuidando dos últimos detalhes para reabrir o consultório, ele administrando compromissos na empresa, mas, no fundo, os dois só pensavam na sexta-feira.

Quando finalmente o final de semana chegou, no início da tarde de sábado, o carro avançava por uma estrada estreita cercada por um corredor de árvores altíssimas. O verde era tão vivo que parecia recém-pintado, e o ar fresco carregava o perfume doce de flores silvestres. Entre as copas das árvores, surgiam vislumbres da pousada: chalés de madeira escura com varandas amplas, distribuídos em níveis diferentes do terreno, todos estrategicamente bem afastados uns dos outros.

O chalé deles ficava no ponto mais alto, com uma ampla vista para um lago cristalino. Na área externa, um deck de madeira abrigava uma pequena piscina aquecida de borda infinita, e um caminho de pedras levava até um mirante com bancos rústicos de madeira. O som constante de uma cascata próxima criava um pano de fundo relaxante, como se o lugar inteiro fosse isolado do resto do mundo.

— Parece que estamos entrando em um filme. — Mari comentou, descendo do carro e inspirando fundo.

Celo olhou ao redor, satisfeito com a escolha.

— E dessa vez, o final vai ser exatamente como a gente quiser.

Mal tiveram tempo de acomodar as malas quando o ronco de outro carro anunciou a chegada de Paul e Anna. O veículo parou alguns metros adiante, e o casal surgiu sorrindo, carregando a energia de quem também estava pronto para abandonar qualquer tensão.

Celo não hesitou. Desceu os degraus da varanda e, sem formalidades, foi até Anna. Segurou seu rosto com as duas mãos e a beijou. Na boca, sem pressa, mas com calor suficiente para arrancar um pequeno suspiro dela.

Mari e Paul se entreolharam, surpresos. Mas a surpresa logo deu lugar a um sorriso cúmplice. Paul arqueou as sobrancelhas para Mari, que apenas deu de ombros, divertindo-se com a cena.

— Acho que o clima deste final de semana já está definido … — Anna disse, com o sorriso aberto, olhando para Mari.

— Ainda bem que está. — Mari respondeu, caminhando para abraçar a amiga de forma calorosa, antes de cumprimentar Paul com um selinho tímido nos lábios.

O ar parecia carregado de uma expectativa boa, quase elétrica, como se todos soubessem que, dali em diante, não haveria espaço para hesitação.

O quarteto subiu os poucos degraus da varanda, e Celo fez questão de abrir a porta do chalé como se estivesse apresentando uma joia rara. O interior era amplo, iluminado pela luz natural que entrava pelas janelas de vidro do chão ao teto. A sala tinha um sofá espaçoso em frente a uma lareira de pedra e uma cozinha americana elegante, com bancada de madeira maciça. No centro, uma garrafa de espumante descansava em um balde de gelo, acompanhada de quatro taças já preparadas, cortesia da pousada.

No andar de cima, o mezanino abrigava a cama king-size, cercada por cortinas brancas que balançavam suavemente com a brisa. Ao lado, portas de vidro davam acesso a uma banheira de hidromassagem externa com vista para o lago.

— Acho que vocês capricharam na escolha. — Anna comentou, explorando cada canto com o olhar.

— Foi ele. — Mari disse, apontando para Celo. — Dessa vez, eu não dei palpite nenhum.

Celo, já servindo o espumante, ergueu as taças.

— Então, vamos brindar … ao que está por vir.

Eles brindaram, e a conversa começou leve, cheia de risadas. Paul e Mari se mantinham educados, próximos, mas ainda guardando certa distância física. Celo percebeu e, sem rodeios, resolveu intervir.

— Escuta … — Ele disse, olhando para os dois com um meio sorriso — … não vamos repetir o erro do passado, certo? Estamos aqui para aproveitar. E se tem uma coisa que aprendi é que, se ficarmos com medo, o tempo passa e a gente perde a chance.

Mari olhou para o marido, um pouco sem graça.

— Eu sei … só …

— Só nada. — Celo interrompeu, caminhando até onde Paul estava e colocando a mão no ombro dele. — Ele é todo seu, Mari. E eu quero ver vocês à vontade. Sem pressão, sem essa barreira imaginária.

Paul sorriu, meio sem saber como reagir, e estendeu a mão para Mari, num gesto amistoso. Ela aceitou, ainda tímida, mas Celo, ao ver, incentivou:

— Anda … vocês já dividiram coisas muito mais intensas que um aperto de mão.

O comentário arrancou risadas de todos, e o clima, pouco a pouco, começou a se desfazer da rigidez inicial. Mari e Paul ficaram lado a lado no sofá, ainda conversando sobre amenidades, mas agora com olhares mais longos e sorrisos mais soltos. Anna, observando, trocou um olhar de cumplicidade com Celo. O primeiro sinal de que o final de semana realmente estava começando a ganhar o tom que eles esperavam.

O sol forte da tarde iluminava o deck de madeira que cercava a piscina quando Anna reapareceu do quarto, vestindo um biquíni ousado de corte assimétrico, branco, muito cavado, que contrastava com o bronzeado e realçava seus olhos verdes. O tecido, molhado pela leve borrifada de protetor que ela mesma havia passado, refletia a luz como se chamasse a atenção para cada curva.

Mari não ficou atrás. Surgiu logo depois com um biquíni verde-esmeralda, de cortes estratégicos, que valorizava sua pele clara. Era tão sugestivo quanto o de Anna, ambos de extremo bom gosto.

Anna arqueou as sobrancelhas com um sorriso malicioso.

— Uau … esse biquíni é novo?

Mari ajeitou a alça no ombro, deu uma voltinha, e respondeu com um sorriso cúmplice.

— Ganhei da Clara. Celo adorou me ver usando um parecido no último feriado.

Anna soltou uma risadinha, inclinando a cabeça.

— Clara … a famosa. Acho que vou ter que arrumar um jeito de conhecer essa mulher.

Celo, que ouvia deitado numa espreguiçadeira, ergueu a taça de espumante, como quem aprova a ideia.

— Olha, Anna … se um dia vocês se encontrarem, tenho certeza de que vão se dar muito bem.

Paul, já de bermuda e camisa aberta, se juntou ao grupo e ajudou a servir mais espumante. Em poucos minutos, os quatro estavam à beira da piscina, com vista para o lago, o som leve da água batendo contra o deck, e um clima que começava a se tornar menos cerimonioso.

Anna se deitou de bruços para pegar um pouco de sol, e Celo, como se fosse a coisa mais natural do mundo, se ofereceu para passar protetor nas costas dela. Mari, sem perder o momento, virou-se para Paul e disse:

— E você? Vai pegar sol assim, sem proteção?

Paul sorriu e se aproximou, entregando o frasco para ela. O toque começou prático, mas a proximidade fez com que a tensão inicial entre os dois se desfizesse ainda mais. O riso vinha fácil, o olhar demorava um segundo a mais, e a conversa ia se misturando com provocações sutis.

O espumante, o sol e o cenário de tirar o fôlego faziam o resto do trabalho. Ali, entre o verde da mata e o azul do lago, a água morna da piscina, a barreira imaginária que separava Mari e Paul parecia derreter, enquanto Anna e Celo trocavam olhares carregados de antecipação.

A piscina aquecida soltava pequenas ondas de vapor no ar frio da serra, criando um contraste delicioso entre o toque quente da água e o arrepio fresco na pele molhada. O aroma de madeira úmida e o canto distante de pássaros completavam aquela atmosfera quase surreal.

Celo e Anna já pareciam perfeitamente adaptados àquele cenário. Eles, sentados, lado a lado, na borda interna da piscina, pernas submersas, as mãos se encontravam o tempo todo. Ora se entrelaçando, ora deslizando preguiçosas pela pele um do outro, como se não conseguissem lembrar onde terminava um e começava o outro. Quando Celo dizia algo ao ouvido dela, Anna sorria com malícia, inclinava-se e o beijava sem nenhuma pressa, um beijo úmido que ignorava completamente qualquer ideia de contenção.

A poucos metros, Mari e Paul ainda pareciam tatear o terreno. Eles estavam próximos o suficiente para sentir o calor do corpo um do outro sob a água, mas havia um certo cuidado nos gestos. Paul mantinha a mão pousada suavemente na lateral da cintura dela, os dedos apenas roçando a pele, enquanto conversavam sobre amenidades. O clima, a beleza do lugar, o sabor do espumante … tudo conspirava a favor.

De vez em quando, Celo lançava olhares rápidos para Mari, quase como quem dizia silenciosamente: relaxa, é seguro. Anna também percebia a hesitação da amiga e, entre um beijo e outro em Celo, soltava provocações leves:

— Vocês dois aí … estão parecendo que vieram pra um retiro espiritual.

Mari revirava os olhos, mas sorria. Paul ria junto, embora seu toque na cintura dela ficasse um pouco mais firme, como se a provocação tivesse dado a permissão que ele precisava para diminuir a distância.

A água quente, o clima descontraído e o contraste entre a ousadia de Anna e Celo e a sutileza de Mari e Paul criavam uma tensão deliciosa, como se todos soubessem que aquilo era apenas o começo. Um aquecimento, no sentido mais literal.

Mas com o cair da noite, veio a fome. Antes de qualquer coisa, precisavam repor as energias.

A sala de jantar, ou melhor, o espaço entre o sofá e a cozinha americana do chalé, tinha luz baixa, projetando sombras suaves sobre a mesa já posta. As janelas abertas deixavam entrar o cheiro fresco da serra misturado ao aroma das ervas do jantar. Sobre a mesa, um cardápio leve e bem-preparado: salada de folhas com figos e lascas de parmesão, um ceviche delicado servido em pequenas taças, filé de peixe grelhado ao molho de maracujá e legumes no vapor. Para beber, vinho branco gelado, servido lentamente para manter o clima, sem pressa.

Anna e Celo, lado a lado, pareciam viver em seu próprio pequeno mundo. Trocas de olhares demoradas, mãos que se tocavam por baixo da mesa, um beijo rápido roubado entre uma taça e outra. A intimidade dos dois já estava completamente escancarada, sem qualquer receio de se mostrar.

Mari e Paul, em contrapartida, continuavam a preservar um certo compasso, mas claramente estavam mais soltos do que na piscina. Paul fazia comentários que arrancavam risadas genuínas de Mari, e a mão dele já repousava naturalmente sobre a dela em alguns momentos, passeavam por suas coxas, como se aquele contato fosse inevitável.

No meio da refeição, Celo se recostou na cadeira, com um sorriso maroto:

— Sabe … na primeira vez, todo mundo deve ter pensado que eu era um frouxo.

Paul ergueu uma sobrancelha, sorrindo:

— Ninguém aqui pensou isso, cara.

Mari balançou a cabeça:

— Não fala assim, amor. Hoje a gente sabe o que se passava pela sua cabeça naquele momento.

Anna, no entanto, não perdeu a chance de provocar:

— Olha … se eu não tivesse dormido, talvez nada daquilo tivesse acontecido. Se formos analisar bem as coisas, a culpa foi minha.

A mesa explodiu em risadas, até Celo levantar as mãos em rendição.

— Tá bom, tá bom … ponto pra você.

Mas a brincadeira deixou no ar um clima mais quente. A cada vez que Anna olhava para Celo, havia algo diferente no olhar dela — um convite descarado. Ele retribuía com aquele sorriso que Mari conhecia muito bem. As pernas de Anna, cruzadas sob a mesa, roçavam discretamente nas dele, e a respiração de Celo começava a pesar um pouco mais.

Paul e Mari notavam o aumento da temperatura entre os dois, mas não havia desconforto. Pelo contrário, parecia que todos, de alguma forma, sabiam que aquilo era inevitável.

O vinho ainda repousava nas taças quando Celo se inclinou para perto de Anna, como quem ia comentar algo ao pé do ouvido. Mas, em vez de palavras, deixou um beijo demorado, que começou suave e logo ganhou mais intensidade. Anna retribuiu de imediato, a mão deslizando pelo braço dele até encontrar sua nuca, puxando-o para mais perto.

O riso anterior da mesa foi substituído por um silêncio carregado de tensão. Paul e Mari apenas observavam, cúmplices, sem interromper. Já não conseguiam manter as mãos longe um do outro também.

Já as mãos de Celo, sem cerimônia, exploravam o contorno da cintura de Anna, entrando hobby adentro, subindo devagar pelas curvas do biquíni que ela ainda usava. Anna, sem se importar com os olhares, deixou o tecido escorregar pelo ombro, revelando mais pele.

O beijo se prolongou, tornando-se mais urgente. Celo, num gesto decidido, puxou-a pela mão para se levantarem da mesa. A cadeira arrastou pelo piso de madeira, e eles ficaram ali, em pé, trocando beijos quentes, as mãos dele já ousando mais, sentindo a pele nua por baixo do tecido. Anna suspirava contra os lábios dele, enquanto o tecido leve, pouco a pouco, encontrava o chão. Subiram a escada sem demora, se deixando cair na cama.

O quarto estava quente, o ar carregado de algo que nem Celo nem Anna conseguiam mais ignorar. Ele a olhou de cima a baixo, os olhos escuros fixos nela como se quisesse devorá-la ali mesmo. Anna respondeu ao olhar com um sorriso malicioso, os lábios entreabertos, quase convidando-o a tomar o que já sabia que, pelo menos naquele momento, era dele.

— Você está pronta pra mim? — Celo perguntou, a voz já rouca, quase um sussurro que fez Anna estremecer.

— Há muito tempo … — Ela respondeu, a voz tão suave quanto o toque dos dedos dele ao deslizar pela curva do seu pescoço.

Celo não esperou mais. Agarrou-a pelos quadris e puxou-a para perto, os corpos colados de uma maneira que fazia Anna gemer baixinho. As mãos dele exploraram cada curva, cada contorno do corpo dela, enquanto os lábios se encontraram num beijo ardente, cheio de desejo reprimido.

Anna mal conseguia pensar, o corpo reagindo a cada movimento dele. Até Mari e Paul, agora sentados próximos a cama, no sofá, pararam de conversar para observá-los, completamente hipnotizados pelo espetáculo que começava a se desenrolar diante dos olhos deles.

— Deite-se. — Celo ordenou, a voz firme, deixando claro quem estava no controle.

Anna obedeceu, deitando-se na cama, os olhos nunca deixando os dele. Celo subiu sobre ela, os joelhos afastando suas pernas para se posicionar. As mãos dele desceram pelo corpo dela até encontrar a barra da calcinha do biquíni, puxando-a lentamente para baixo.

— Hoje, você é toda minha. — Ele sussurrou, os lábios encontrando o pescoço dela enquanto as mãos continuavam a explorar.

Anna arqueou as costas, os seios pressionando contra o peito de Celo, enquanto o calor do corpo dele a envolvia. Ela mal conseguia respirar, o prazer já começando a dominá-la por completo.

— Está mesmo acontecendo … como é bom … — Ela deixou o pensamento se transformar em palavras.

Celo não deixou que ela tivesse um momento de paz. Os lábios descendo até os seios dela, afastando a parte de cima do biquíni, a língua brincando com os mamilos já duros de excitação.

Anna soltou um gemido alto, as mãos agarrando os ombros dele como se tentasse se segurar em algo real.

— Celo … você sabe mesmo o que está fazendo … Ahhhh … — Anna gemeu, com o prazer inundando seu corpo.

Celo levantou a cabeça, olhando nos olhos dela com uma intensidade que fez Anna sentir-se ainda mais exposta.

— Eu ainda vou ouvir você gritar meu nome … — Ele disse, os dedos finalmente encontrando o ponto mais sensível dela.

Ele continuou a sua jornada pelo corpo de Anna, descendo com beijos, até chegar ao seu destino. Beijou toda a extensão da xoxota dela que já estava encharcada. Mas quando fez uma sucção maior no clitóris, Anna não teve escolha a não ser obedecer. O toque dele era perfeito, exatamente como ela precisava.

— CELO … que delícia … bem aí …

O corpo dela arqueou novamente, os gemidos saindo sem controle enquanto Celo continuava a explorar cada centímetro dela, agora, chupando o clitóris delicadamente, deixando a respiração dela pesada, inconstante.

Mari e Paul assistiam, completamente cativados. Mari mordeu o lábio, as mãos apertando as coxas enquanto via o que estava acontecendo. Paul resolveu ousar um pouco, acariciando os seios de Mari, mas sem desviar os olhos de Celo e Anna.

Celo saiu da posição que estava, agarrou Anna pelo cabelo, puxando-a suavemente, enquanto se acomodava na beirada da cama. Seus olhos escuros brilhavam com uma mistura de desejo e domínio, fixos nela como se fossem capazes de ver além da sua pele.

— Agora, Anna … — Ele ordenou, a voz grave e firme, com o pau latejando de tão duro, bem na frente do rosto dela. — Ele está pronto para você.

Anna engoliu seco, sentindo um frio na espinha que logo se transformou em calor quando seus olhos encontraram o corpo dele. O tamanho e a forma do seu membro eram perfeitos, mas era a maneira como ele a encarava que deixava o coração dela acelerado.

— Você se especializou nesse negócio de dominar, né? — Ela provocou. — Eu sou a sua submissa … sua putinha …

Ela ajoelhou-se lentamente, as mãos tremendo de forma suave ao encontrar as coxas musculosas dele.

— Não tenha pressa … — Celo murmurou, os dedos, novamente, entrelaçando-se no cabelo dela, guiando-a com uma leve pressão. — Eu quero sentir cada segundo …

Anna inclinou a cabeça para frente, os lábios roçando a cabeça do pau, antes de abrir a boca lentamente. O sabor familiar, a sensação de tê-lo ali, pulsando contra a sua língua, era algo que ela adorava. Ela envolveu a boca em volta dele, sugando com cuidado enquanto os olhos fechados permitiam que ela se concentrasse apenas no gosto e na textura.

— Isso mesmo … — Celo gemeu baixinho, os músculos das coxas tensionando enquanto ele a observava com atenção máxima. Cada movimento da sua língua, cada sucção, era cuidadosamente monitorada. — Você é tão boa nisso, Anna … Ahhhh …

Ela aumentou o ritmo, a boca deslizando para cima e para baixo enquanto as mãos dela seguravam a base, massageando levemente. A ponta da língua explorava cada veia, cada curva, enquanto os olhos permaneciam fixos no rosto dele. A sensação de estar sendo vigiada assim era quase tão excitante quanto o ato em si.

— Mari … — Celo chamou, sem tirar os olhos de Anna. — … Você está vendo isso? Ela é perfeita. Tanto quanto você.

Mari, sentada no sofá ao lado de Paul, as mãos alisando o pau dele por cima da bermuda, soltou um gemido baixo, as pernas apertadas enquanto assistia.

— Eu estou vendo, amor … — Ela respondeu, a voz trêmula. — É ... incrível.

Paul colocou uma mão no joelho de Mari, os dedos apertando levemente, enquanto ele também não conseguia desviar o olhar.

— Ela é tudo que você que sempre imaginou que seria, não? — Ele murmurou, a voz carregada de admiração.

Anna continuou, o som dos gemidos baixos de Celo ecoando no quarto enquanto ela alternava entre sucções fortes e lambidas lentas. A mão dele no seu cabelo apertou um pouco mais, guiando o ritmo dele, que ela obedecia sem hesitar. A submissão era tão prazerosa quanto o ato em si, e ela sentia-se completamente dominada por ele.

— Quero ver você engolir tudo. — Celo ordenou, com a voz mais grave do que nunca. — Vai.

Anna apenas obedeceu, deixando o pau escorregar até o fundo da sua garganta, sentindo o toque suave da ponta enquanto ela engolia, os lábios pressionando a base. Celo gemeu alto, os músculos do abdômen tensionando enquanto ela continuava, os olhos lacrimejando levemente com o esforço.

— Caralho, Anna. — Ele rosnou, os dedos apertando com mais força no cabelo dela. — Você está me deixando louco.

Ela puxou lentamente, dando uma última lambida na ponta antes de olhar para cima, os olhos encontrando os dele com uma mistura de submissão e desafio.

— Gostou? Está satisfeito? — Ela perguntou, a voz rouca e cheia de safadeza.

Celo sorriu, uma expressão que combinava orgulho e satisfação.

— Você sabe que sim, gostosa. — Ele respondeu, puxando-a para cima até que seus lábios estivessem perto dos dela. — Mas ainda não acabamos.

Ele virou-a rapidamente, colocando-a de costas, na cama, enquanto se posicionava por cima dela. Em segundos, colocou o preservativo, suas mãos encontrando a cintura dela, segurando-a firmemente, enquanto ele alinhava o corpo no lugar certo.

— Você sabe o que vem agora … — Ele provocou, falando baixo no ouvido dela, com a voz quente e cheia de promessas.

Anna mordeu o lábio, o corpo tremendo de antecipação.

— Sim … — Os dedos já se agarravam ao lençol, enquanto Celo entrava nela de uma vez só.

O gemido que escapou de sua boca foi alto e agudo, ecoando pelo quarto, enquanto Celo começava a mover-se com força e precisão. Cada estocada era certeira, cada movimento feito para maximizar o prazer de ambos. As mãos dele nas coxas dela apertavam com força suficiente para deixar marcas, e ela amava cada segundo daquilo.

Mari e Paul assistiam, completamente cativados pela intensidade do momento. Ela mordeu o lábio novamente. Uma mão apertando as coxas, a outra já tinha tirado o pau de Paul de dentro da calça e o punhetava, enquanto assistia Anna gemer e se arquear.

Celo agarrou Anna, levantando-a com facilidade. A respiração dela estava acelerada, os olhos cheios de desejo fixados nele. Ele a puxou mais para baixo, as pernas dela envolvendo sua cintura, enquanto ele empurrava mais fundo ainda dentro dela.

— Você é minha, finalmente. — Ele gemeu, os lábios encontrando o pescoço dela em uma mordida suave que fez Anna soltar um gemido estridente.

As mãos dele se moveram para as nádegas dela, apertando com firmeza enquanto ele aumentava o ritmo. Cada movimento era intenso, calculado para tirar o máximo de reação dela. Anna segurou-se nos ombros dele, as unhas cravando na pele enquanto o corpo dela tremia com cada empurrão. Ela não conseguia pensar, não conseguia respirar direito, só sentia. Tudo dentro, todo ele.

— Mais … — Ela implorou, a voz rouca e cheia de necessidade. — Por favor, Celo, mais … Ahhhh …

Ele sorriu, malicioso, e parou de repente.

— Você quer mais? — E a olhou profundamente, com os olhos escuros brilhando com satisfação ao ver o desespero no rosto dela.

Anna gemeu, frustrada.

— Sim! Não para … por favor.

Celo a virou novamente, colocando-a de quatro na cama. Ele a puxou para trás pelos quadris, entrando nela novamente com uma força que fez todo o corpo dela estremecer. As mãos dele agarraram seu quadril com força, mantendo-a no lugar enquanto ele começava a mover-se de novo, agora ainda mais rápido e intenso.

Anna enterrou o rosto no travesseiro, os gemidos abafados, mas ainda assim altos e incontidos.

— Mete, seu puto … fode essa buceta …

Ela podia sentir cada centímetro dele dentro dela, cada movimento atiçando o fogo que já consumia seu corpo inteiro. “Ele está me dominando completamente”, ela pensou, sem conseguir se importar com nada além do prazer que ele estava lhe proporcionando.

Mari e Paul assistiam, completamente imersos na cena. Mari novamente mordeu o lábio, punhetando Paul de forma cada vez mais intensa, esfregando as próprias coxas uma na outra, enquanto observava Anna se entregar completamente ao controle de Celo.

Paul estava igualmente em transe, os olhos fixos em como Celo manobrava Anna com tanta confiança e força. Aquele Celo indeciso, confuso, receoso, não existia mais.

Celo puxou Anna para cima, apoiando as costas dela contra o peito dele. Suas mãos encontraram os seios dela, apertando e massageando enquanto ele continuava a estocar dentro dela. Ele sussurrou no ouvido dela, a voz rouca e carregada de desejo.

— Você gosta disso, não é? Ser completamente minha?

Anna só conseguiu balbuciar uma resposta entre os gemidos.

— Sim … sim, eu adoro. Esperei por isso por tempo demais … Ahhhh …

Ele riu baixinho, o som vibrante ecoando no corpo dela. Então, ele a deitou de novo na cama, virando-a de barriga para cima. As pernas dela se enrolaram em torno da cintura dele novamente, enquanto ele mergulhava nela mais uma vez. O ritmo era implacável, cada movimento mais intenso que o anterior.

Anna arqueou as costas, os dedos agarrando os lençóis com força enquanto o prazer começou a crescer dentro dela. Ela sabia que não aguentaria muito mais. “Ele vai me levar ao limite”, ela pensou, a mente girando com a ideia.

Celo percebeu a mudança no corpo dela, sabendo exatamente o que estava prestes a acontecer. Ele apertou seus quadris com mais força, movendo-se mais rápido ainda.

— Vem para mim … — Ele ordenou, a voz firme e cheia de autoridade. — Me dá tudo o que você tem.

E foi o suficiente. Anna gritou, o corpo tremendo violentamente enquanto o orgasmo a atingia com força total. Ela estava perdida no êxtase, completamente dominada pelo prazer que Celo estava causando nela.

— Ahhhh … tô gozando … não para … Ahhhh …

Ele continuou a estocar, prolongando o clímax, até que finalmente permitiu que o próprio prazer o consumisse. Com um último empurrão forte, ele ficou imóvel, o corpo tremendo enquanto se entregava ao êxtase.

Ambos estavam ofegantes, os corpos ainda tremendo com o orgasmo. Ela olhou para Celo, os olhos um pouco fechados e cheios de admiração.

— Você foi incrível … — Ela se rendeu finalmente, mal conseguindo acreditar no que acabara de acontecer.

Celo sorriu para ela, a mão passando suavemente por seu rosto.

— Você é maravilhosa. Foi incrível para mim também. — Ele sussurrou, com a voz carregada de satisfação.

Logo depois se levantou e foi ao banheiro, para uma rápida, mas eficiente higiene. No sofá, Mari e Paul estavam igualmente sem fôlego. Mari olhou para Paul, os olhos cheios de desejo, incapaz de esperar mais:

— E quanto a nós? — Sua voz saiu suave, mas provocante.

Paul sorriu, os olhos brilhando com intenções claras.

— Eu acho que é a nossa vez agora.

Mas antes que eles pudessem se mexer, Celo já havia voltado. Ele colocou outra camisinha, o pau duro novamente, deitou-se na cama e pegou Anna, que estava deitada de bruços, pela cintura, virando-a de lado. Ele olhou para Mari e Paul, os olhos escuros brilhando com uma mistura de ordem e convite.

— Venham aqui. — Ele pediu, com a voz firme, mas carregada de intenção.

Mari e Paul trocaram um olhar, a tensão entre eles era palpável. Eles se levantaram do sofá, aproximando-se lentamente, como se estivessem sendo puxados por uma força invisível. Mari colocou uma mão no peito de Paul, sentindo o coração dele bater rapidamente enquanto se posicionavam ao lado da cama.

Celo sussurrou no ouvido de Anna, mas alto o bastante que que o outro casal também pudesse ouvir:

— Anna, você sabe o que eu vou fazer agora, não é?

— Sei, eu também quero. — Respondeu Anna olhando para trás, nos olhos de Celo.

— Então, se você quer, me peça. — Disse, Celo e completou. — Me demonstre o seu desejo.

— Celo, por favor, come o meu cuzinho. Eu estou doida de vontade.

Ele não precisou de mais inventivo. Pediu para Mari pegar o lubrificante e, quando o recebeu, untou o cuzinho de Anna, usando os dedos para espalhar por fora e por dentro, e penetrou Anna. Quando estava na metade do caminho, ele agarrou os quadris dela com força, os dedos afundando na carne macia, e sussurrou em seu ouvido:

— Você vai aguentar tudo, não vai?

Anna arqueou as costas, o prazer inundando seu corpo outra vez.

— Sim … — ela suspirou, a voz trêmula. — Eu aguento. Eu quero tudo.

Assim que Celo terminou a penetração, colocou a mão sobre o clítoris de Anna e começou a massageá-lo, lentamente.

— Celo ... assim eu não ... não vou aguentar. — Disse Anna, já sentindo os efeitos da penetração e da massagem.

Mari começou a acariciar as costas de Anna, os dedos deslizando pela pele suada. Paul beijou o pescoço de Mari, suas mãos explorando seus seios, invadindo o biquíni. O quarto estava quente, carregado com o cheiro de transpiração e desejo.

Celo encarou Mari, os olhos escuros fixos nos dela.

— Você quer sentir também? Não quer? — Ele perguntou, a voz baixa e rouca.

Mari mordeu o lábio, os olhos brilhando com excitação.

— Sim … muito …

Ele pegou a mão de Mari e a guiou até o corpo de Anna, até que seus dedos encontrassem o ponto onde, antes, ele estava massageando.

— Sinta como ela está molhada … — Celo murmurou, pressionando os dedos dela ali. — Sinta o que eu estou fazendo com ela.

Mari soltou um gemido baixo, os dedos tremendo ao sentir o calor e a umidade de Anna. Paul continuou a beijar o pescoço dela, as mãos apertando suas coxas, enquanto observava a cena com olhos ávidos.

Anna gemia ainda mais alto agora, o corpo dela tremendo sob o toque de Mari e os movimentos poderosos de Celo. Ela sentia o prazer aumentando de novo, um fogo que queimava dentro dela, incontrolável.

— Celo … — Anna ofegou, as palavras quase inaudíveis. — Por favor … mais forte.

Celo sorriu, orgulhoso de si mesmo e do poder que tinha naquele momento. Ele acelerou o ritmo, cada penetração mais forte, mais profunda.

— Geme, safada … pede mais …

Anna só conseguia concordar, os lábios, formando palavras ininteligíveis enquanto seu corpo se contorcia de prazer. Mari continuou a acariciá-la, os dedos circulando delicadamente o clitóris de Anna, enquanto Paul beijava a nuca de Mari, as mãos explorando seu corpo com crescente urgência.

— E você? — Ele perguntou, provocando, a voz firme. — Vai ficar aí só olhando?

Paul sorriu maliciosamente, as mãos arrancando o que restava do biquíni de Mari, puxando-a para cima até que ela estivesse completamente encaixada nele. O beijo foi intenso, avassalador, como se toda a saudade viesse de uma vez. Ele roçou os dedos sobre a pele macia das coxas dela, fazendo-a estremecer, antes de enfiá-los dentro da xoxota molhada, pingando de desejo.

Mari soltou um suspiro agudo, o corpo arqueando contra Paul enquanto os dedos dele começavam a seu mover dentro dela.

— Ahhhh … Paul … — Ela gemeu, com os olhos fechados em êxtase.

Celo continuou a mover-se dentro de Anna, agora num ritmo mais lento, com cada empurrão enviando ondas de prazer através do corpo dela. Ele agarrou seus seios, apertando-os com força enquanto observava Mari e Paul mergulharem em seu próprio jogo de prazer.

O quarto estava cheio de sons: os gemidos altos de Anna, os suspiros de Mari e os grunhidos baixos de Paul. O ar estava pesado, quente, carregado com o cheiro de sexo.

Celo inclinou-se para frente, os lábios quase tocando o ouvido de Anna.

— Você está perto? — Ele sussurrou, a voz rouca.

Anna só conseguia concordar, o corpo tremendo violentamente enquanto o prazer atingia o pico mais uma vez. Ela gritou quando o orgasmo a alcançou, seu corpo se contorcendo debaixo de Celo.

— Ahhhh … cacete, que delícia … homem gostoso do caralho …

Celo finalmente saiu de dentro de Anna, deixando que ela descansasse. Seus olhos já estavam vidrados em Mari, agora sob o corpo de Paul, que se entregavam ao próprio prazer.

Mari arqueou quando Paul a penetrou, num movimento mais delicado, deixando o pau entrar lentamente, curtindo cada centímetro da penetração.

Celo se deitou ao lado de Anna, observando, Mari e Paul, que começavam a embalar lentamente, o ritmo acelerando aos poucos, os gemidos de Mari ecoando pelo quarto.

— Ahhhh … bem assim … continua … tá gostoso …

Paul colocou as mãos no pescoço de Mari e fez uma leve pressão, guiando seus movimentos com uma confiança que só a experiência poderia trazer. Ele sabia exatamente como tocá-la, como fazê-la gemer, se lembrava do passado, do quanto fora intenso. Cada vez que ela subia o quadril ele fazia o movimento inverso, empurrando o quadril para baixo, fazendo com que seu pau atingisse pontos dentro dela que a faziam tremer.

— Isso mesmo, gostosa … — Ele sussurrou, sua voz rouca e cheia de desejo. — Sente esse pau. Você é tão apertada, tão molhada.

Mari estava perdida na sensação, seus olhos fechados se concentravam no prazer que percorria seu corpo. Mas havia algo mais, uma necessidade que não estava sendo totalmente satisfeita. Ela queria mais, precisava de mais. Com um gemido, ela abriu os olhos e olhou para Paul, seus lábios inchados e úmidos.

— Eu quero mais … mais forte … — Ela pediu, sua voz trêmula de desejo. — Vem com tudo.

Paul sorriu, entendendo exatamente o que ela queria. Ele adorava isso nela. E vendo Celo tranquilo, observando e admirando o momento, ele não se conteve.

— O que você quiser … — Ele aumentou o ritmo, suas mãos deslizando pelo corpo, apertando os seios dela, enquanto continuava a se mover. — Do jeito que você quiser …

Mari mordia o lábio inferior, o corpo transbordando de desejo. Sua mão, inconscientemente, buscou o marido.

— Ahhhh … Celo … ele tá me fodendo gostoso, amor … — Ela gemeu. — Vem comigo … se junte a nós. Ahhhh … eu preciso de vocês dois ... eu quero ... eu quero vocês dois ...

Paul sentiu um arrepio de excitação percorrer sua espinha, enquanto uma ideia tomou forma na mente de Celo. Atendendo ao pedido da esposa, ele se posicionou ao lado dela e de Paul, beijando sua boca e acariciando os seios.

Aquele Celo que estava ali, renovado, renascido, sentia prazer em ver sua Mari recebendo prazer. Ele já não tinha problemas em compartilhar Mari com outro homem, especialmente com um amigo. E a ideia de ver Mari sendo preenchida pelos dois ao mesmo tempo era demais para ele.

— Você confia em mim, amor? — Celo perguntou para Mari.

Perdida no prazer das estocadas de Paul, com a onda de satisfação que vinha com cada movimento profundo que recebia, ela estava pronta para qualquer pedido de Celo.

— É claro … sempre …

Celo pediu para Paul sair de dentro de Mari.

— Se deita, Paul … deixa a Mari montar em você. — Celo pediu e os dois entenderam de imediato o que ele fez estava propondo.

Paul sorriu, seus olhos brilhando com malícia.

— Isso vai ser interessante. — Ele disse, animado com o que aquilo prometia.

— Você leu os meus pensamentos, amor. Os dois, ao mesmo tempo. Eu nunca fiz, mas era o meu desejo para essa noite. — Disse Mari, feliz pelo marido ter entendido suas intenções, mesmo que ela não tenha expressado com todas as letras.

Celo sentiu uma onda de eletricidade percorrendo seu corpo, falado em voz alta, ainda mais por Mari, era o afrodisíaco supremo.

— Paul vai continuar fodendo essa buceta. — Celo declarou. — E eu quero foder esse cu … ao mesmo tempo.

Anna até se levantou para assistir melhor, se posicionando mais próxima dos três. Mari confessou, extasiada:

— Eu quero … tentar ... quero sentir vocês dois dentro de mim.

Mas havia também receio, uma certa timidez, que Celo percebeu imediatamente na esposa. Mas Paul falou antes, enquanto Mari montava sobre ele.

— Vem aqui, sua gostosa … — Ele disse, com a voz cheia de desejo. — Deixa a gente te dar o que você merece.

Paul, deitado de costas, o pau grosso e duro, devidamente protegido pelo preservativo, pronto para a ação, recebeu Mari com carinho, deixando que ela se sentasse sobre ele, o pau deslizando para dentro dela em segundos, a preenchendo completamente. Celo trocou de camisinha e se posicionou atrás dela, o pau igualmente duro e pronto. Mari arrebitou bem a bunda, olhando para trás, rebolando no pau de Paul, sentindo a cabeça do pau do marido pincelando suas pregas.

Celo espalhou um pouco de lubrificante no cuzinho e na cabeça do seu pau, iniciando lentamente a penetração, sentindo cada centímetro entrando nela … a esticando, a preenchendo.

Paul, com sua experiência, ajudou a sincronizar os três, colocando as mãos nos quadris de Mari, e conduzindo, guiando seus movimentos enquanto ela começava a se mover para cima e para baixo.

— Assim, Mari … gostosa … safada … — Ele sussurrou. — Mexe … bem assim …

Mari estava perdida na sensação, seus olhos fechados enquanto ela se concentrava no prazer que percorria seu corpo. Mas ela sabia que havia mais por vir. Ela olhou por cima do ombro para Celo, provocando:

— Agora, amor … — Ela pediu, com a voz cheia de necessidade. — Fode … fode o cu da sua esposa … Ahhhh …

Celo não precisou ser convidado duas vezes. Ele empurrou lentamente, começando a estocar. Mari gemeu, sentindo a dupla penetração, a sensação de estar sendo esticada pelos dois homens ao mesmo tempo.

— Isso mesmo, amor … — Celo sussurrou, a voz cheia de desejo. — Deixa a gente te foder bem gostoso, do jeitinho que você deseja.

Mari sentia as mãos de Paul em seus quadris, guiando seus movimentos enquanto ela se movia para cima e para baixo. Ela sentia as mãos de Celo também, em suas costas, apoiando-a enquanto ele estocava dentro do cuzinho dela.

A sincronia estava perfeita e até Anna, incapaz de apenas observar, se juntou a eles. Beijando a boca de Mari, sugando seus seios, estimulando seus clitóris. Ela trocava beijos com Celo, com Paul, voltava para a boca e os seios de Mari, e os quartos se perdiam naquele prazer intenso e transcendental.

— Eu vou gozar … Ahhhh … — Mari anunciou, incapaz de se conter. — Tá vindo… tão forte …

Paul sentiu seu próprio orgasmo se aproximando também, a tensão se acumulando dentro dele enquanto ele continuava a foder Mari. Ele podia sentir o calor apertado dela envolvendo seu pau, a sensação de estar sendo espremido enquanto Celo continuava a estocar dentro dela.

— Não se contenha … — Ele sussurrou, sua voz rouca e cheia de desejo. — Goza pra gente. Deixa vir …

Mari sentiu o orgasmo atingi-la, a onda de prazer percorrendo seu corpo enquanto ela gritava, seus músculos se contraindo ao redor dos paus dos dois homens. Ela podia sentir Paul e Celo, gozando dentro dela, enchendo as camisinhas, seu calor se espalhando.

Anna se desdobrava entre os três. Beijando um, lambendo outro, acariciando, sugando os seios de Mari, dedilhando o grelinho …

Tudo foi intenso, selvagem, avassalador … Mari desmontou sobre Paul, enquanto Celo era amparado por Anna.

Os quatro ficaram deitados na cama, os corpos suados e satisfeitos. Mari, deitada entre os dois homens, com a cabeça apoiada no peito de Paul, enquanto Celo a abraçava por trás, sendo, ele também, abraçado por Anna. Todos podiam sentir os corações batendo, a sensação de estarem satisfeitos e resolvidos.

— Isso foi absurdamente incrível … — Mari confessou, com um sorriso bobo nos lábios. — Eu nunca me senti tão completa …

Celo sorriu também, sua mão deslizando para baixo, para acariciar o cabelo de Mari.

— Eu adoro te ver feliz, meu amor. — Ele disse, acariciando carinhosamente o cabelo da esposa. — Você foi guerreira. Maravilhosa.

Anna, já devidamente recomposta, tinha algo a comentar.

— Celo, eu não consigo entender como você poderia se imaginar “insuficiente”. Eu não me lembro de ter ficado tão satisfeita com uma transa.

— Anna, acredite em mim. — Ele tentou explicar. — Da primeira vez, se tivesse acontecido, não seria nem sombra do que foi hoje. Eu tive que encarar de frente as minhas limitações, mas aprendi muito durante esse período.

Anna não se fez de rogada:

— Se é assim, ainda bem que eu peguei o “Celo 2.0”.

O comentário de Anna fez todos caírem na gargalhada.

Aquela experiência ficou marcada. Eles sabiam que nunca esqueceriam. Até mesmo Paul e Anna, mais experientes, sabiam que aquele momento teria um lugar especial na memória e no coração deles. Uma noite de prazer e paixão que deixou todos querendo mais.

Mesmo assim, aquela noite ainda teve mais sexo de qualidade, com trocas, com os dois casais se querendo e se permitindo atingir limites ainda mais intensos. O final de semana avançou rapidamente, e a tarde de domingo chegou sem que eles quisessem voltar para casa. Depois de quase dois dias de “atividades intensas” e memórias que ficariam gravadas para sempre, o chalé parecia mais silencioso — mas era um silêncio satisfeito, o tipo que só vem depois de dias tão incríveis.

Enquanto Celo fechava a última mala e acomodava tudo no porta-malas, Mari se aproximou de Anna e Paul, que conversavam perto da varanda. Com um sorriso cúmplice, disse:

— No último final de semana do mês é o aniversário do Celo … e eu espero vocês lá em casa. Vou mandar mensagem para todos, mas já se considerem convidados.

Anna arqueou a sobrancelha, trocando um olhar rápido com Paul, e sorriu como quem já imagina as possibilidades.

— Pode contar com a gente. — Disse ela, abraçando Mari com força.

Na despedida, não foram apenas palavras que falaram. Houve abraços demorados, toques que carregavam um pouco de nostalgia antecipada e beijos quentes que deixavam claro que aquele não era um ponto final, mas uma vírgula muito bem colocada.

Celo e Anna ainda se permitiram alguns minutos a sós, um último beijo longo antes de se afastarem. Mari e Paul também aproveitaram um instante só deles, com olhares que diziam mais do que qualquer frase poderia traduzir.

Quando finalmente cada casal entrou no seu carro, a estrada os aguardava, mas todos sabiam que o que havia acontecido ali teria continuidade. E, no fundo, a contagem regressiva para o próximo encontro já havia começado.

{…}

A semana que antecedeu o aniversário de Celo foi marcada, para Jonas e André, por um clima completamente oposto ao de festa. Dentro das celas frias e abafadas, os dois viviam a cada dia um novo golpe de realidade. Seus advogados, outrora confiantes em encontrar alguma brecha, agora se resumiam a transmitir más notícias — e cada ida ao presídio parecia apenas para reforçar o óbvio: não havia saída fácil.

As tentativas de habeas corpus e liminares eram sistematicamente negadas, uma após a outra, sem sequer dar margem para interpretações otimistas. O peso das provas apresentadas pela promotoria era esmagador: registros bancários detalhando transferências suspeitas, comunicações interceptadas que deixavam claro o envolvimento direto nos golpes e, o mais devastador, documentos e depoimentos colhidos em outros países, confirmando que as fraudes atravessavam fronteiras e envolviam uma rede criminosa internacional.

Cada nova fase da investigação parecia acrescentar mais camadas à condenação que se desenhava. O que antes Jonas e André tentavam pintar como “negócios mal interpretados” agora se configurava como uma trama bem articulada de estelionato, lavagem de dinheiro e associação criminosa. A Interpol já estava formalmente envolvida, e as autoridades estrangeiras mostravam disposição para colaborar — afinal, parte das vítimas também estava fora do Brasil.

Para piorar, algumas testemunhas-chave, antes intimidadas pela dupla, começaram a falar. E o que diziam apenas reforçava o que já estava nos autos: Jonas e André não eram meros participantes, mas peças centrais na engrenagem.

O advogado mais experiente da dupla, ao deixar o presídio após uma reunião particularmente pesada, resumiu em voz baixa para um colega:

— Não é mais questão de se eles serão condenados … é quanto tempo vão passar atrás das grades.

A esperança, que já era escassa, agora se resumia a um fio quase invisível — e mesmo esse parecia prestes a se romper.

Para Jonas e André, a prisão não era apenas grades e concreto. Era o silêncio ensurdecedor das noites, quebrado por gritos distantes, era a comida insossa servida em bandejas de alumínio, o banho gelado, o cheiro constante de mofo e desinfetante barato.

Lá dentro, eles não eram empresários, “homens de negócios” ou estrategistas. Eram apenas mais dois detentos no meio de muitos, e sem amigos, sem influência. A rede de contatos que tanto cultivaram do lado de fora, desapareceu como fumaça. Nenhum “parceiro” apareceu para visitar, nenhum telefonema trouxe alívio. O mundo que conheciam seguia girando, mas sem eles.

A convivência forçada com outros presos, muitos deles perigosos, deixou claro o quanto estavam vulneráveis. O respeito, ali, não vinha de dinheiro ou status, mas de força e reputação — coisas que eles não tinham. O olhar de alguns detentos deixava claro: lá dentro, qualquer sinal de fraqueza podia ser explorado.

As visitas, raras, vinham de advogados exaustos, que já não prometiam reviravoltas milagrosas. E a cada nova conversa, o recado era o mesmo: “Segurem firme, porque isso vai demorar. E vai ser pesado”.

Sem celulares, sem os luxos que consideravam básicos, sem sequer a certeza do amanhã, Jonas e André descobriram a realidade mais dura da prisão: o isolamento verdadeiro não é físico — é perceber que ninguém mais está disposto a colocar o pescoço por você.

O arco deles se fechava ali, não com um estrondo, mas com o som abafado de uma porta de cela se fechando … e que ficaria trancada por muito, muito tempo.

{…}

O sábado amanheceu com aquele sol preguiçoso de fim de Primavera: céu limpo, temperatura agradável. A casa de Celo e Mari estava viva desde cedo. Música baixa na cozinha, cheiro de café, e o entra e sai de gente arrumando mesas no quintal, enchendo balões e colocando bandeirinhas coloridas. Não era nada luxuoso, mas era exatamente como Celo queria: festa de verdade, brasileira, com cerveja gelada e salgadinho. Cara de festa, não evento de revista.

Por volta das sete da noite, os primeiros convidados começaram a chegar. Anna e Paul vieram juntos, ela com um vestido leve azul, ele com dois botões da camisa aberta no peito e aquele sorriso de quem já se sente em casa. Giba e Cora chegaram logo depois, trazendo uma caixa enorme que Celo nem pôde abrir na hora. Chris e Fabi vieram de mãos dadas, rindo de alguma piada interna, enquanto Luciana apareceu acompanhada de Rafael, um rapaz de fala mansa, barba bem aparada e um jeito tranquilo que conquistou simpatia logo de cara.

E não demorou para que os filhos chegassem também. Daniela apareceu radiante, de mãos dadas com Matheus, um rapaz alto, de cabelo castanho e olhar carismático, que cumprimentou todos com um sorriso aberto e parecia à vontade em qualquer conversa. Diego veio pouco depois, abraçado à nova ficante, Carolina, uma garota simpática, de cabelos cacheados e um sorriso iluminado, que conquistava todos com sua energia positiva. Para surpresa de Mari, os pares dos filhos já se conheciam e, aparentemente, faziam parte do mesmo grupo de amigos.

O quintal, decorado com simplicidade e charme, ganhou vida com as bandejas de coxinhas, quibes e bolinhas de queijo passando de mão em mão. Celo, como bom anfitrião, se recusou a ficar parado. Entre uma conversa e outra, já estava com o violão no colo, dedilhando um clássico de Djavan:

— “Sabe lá … o que é não ter e ter que ter pra dar …” — Cantou, arrancando um coro espontâneo de Anna e Paul, que riram ao perceber que sabiam a letra inteira.

Logo depois, emendou com um trecho de “Dois Rios”, do Skank:

— “Se não der, me deixe saber … que ao menos foi divertido …” — E Giba começou a batucar na mesa, mesmo fora do tempo, arrancando gargalhadas da roda.

Mari, que observava de longe, sorria vendo a cena. O marido parecia no auge — leve, cercado de amigos, tocando o que amava. Luciana, sentada ao lado de Rafael, comentou:

— Ele toca tão bem …

— E canta melhor ainda, não é? — Respondeu Mari, orgulhosa.

Para fechar a sequência, Celo puxou “Apenas Mais Uma de Amor”, de Lulu Santos, com aquele refrão que ninguém consegue ouvir sem cantar junto.

— “Se amanhã não for nada disso … Caberá só a mim esquecer … O que eu ganho, o que eu perco … Ninguém precisa saber”. — Quando Celo terminou, todos aplaudiram de pé.

— Não acredito que você ainda trabalhou no próprio aniversário. — Provocou Anna, se servindo de um copo de cerveja.

— Isso não é trabalho. — Respondeu Celo, sorrindo. — Isso aqui é só pra ver se vocês se animam a cantar comigo.

A roda foi crescendo, as vozes se misturaram, e a sensação era de que aquele dia estava sendo escrito para ficar na memória. Entre risos, histórias antigas e o cheirinho dos salgadinhos saindo da cozinha, o tempo passava sem ninguém perceber. Não havia discursos formais, mas em cada abraço, cada olhar, era possível sentir que aquele aniversário não celebrava só mais um ano de vida de Celo, celebrava também tudo o que tinha sido superado, e o que ainda estava por vir.

Quando o relógio marcou o fim da noite, todos já estavam reunidos ao redor da mesa principal. No centro, um bolo simples, mas lindo, cercado por docinhos coloridos que pareciam sorrir junto com os convidados. Paul puxou o coro:

— Vamos lá, gente! Um, dois, três …

O “Parabéns pra você” ecoou pelo quintal, misturado com palmas, risadas e o barulho dos celulares gravando. Mari estava ao lado de Celo, sorrindo, pronta para cortar o bolo ao lado do marido, até perceber que ele não pegou a faca. Em vez disso, ele respirou fundo, olhou para ela com um brilho diferente nos olhos e, sem dizer nada, se ajoelhou.

O burburinho foi imediato, aquele “oooh” coletivo que surge quando todos entendem que algo especial está prestes a acontecer. Mari levou a mão à boca, confusa e emocionada.

Celo tirou do bolso uma pequena caixa de veludo azul. Ao abri-la, um anel brilhou sob a luz suave. Não era qualquer anel. Era uma peça única, forjada por um ourives que Celo havia procurado pessoalmente. Um aro delicado, mas firme, com um desenho que lembrava o encontro de duas ondas, simbolizando os altos e baixos que eles haviam enfrentado e superado juntos. No topo, um diamante.

— Mari, meu amor … — A voz dele saiu firme, mas carregada de emoção. — A vida nos levou por caminhos que eu nunca poderia imaginar. A gente errou, acertou, caiu e se levantou, mas em todos esses momentos, uma coisa nunca mudou: você é a mulher que eu escolhi e continuo escolhendo todos os dias. Hoje, diante da nossa família e dos nossos amigos, eu quero renovar essa escolha. Casa comigo … de novo?

Mari não conteve as lágrimas. Descontroladas, elas desciam pelo rosto enquanto ela balançava a cabeça, tentando falar e rindo nervosa. Daniela a abraçou por trás, segurando-a como se pudesse conter aquela mistura de emoções.

— É claro que eu aceito! — Disse Mari, finalmente, quase sem voz.

O quintal explodiu em aplausos e gritos de alegria. Diego se juntou ao abraço, fechando um círculo perfeito ao redor dos pais. Giba assobiou alto, Anna, Fabi e Cora batiam palmas sem parar, e Luciana enxugou discretamente os próprios olhos.

Celo colocou o anel no dedo de Mari, que tremia de emoção. Eles se abraçaram forte, e o beijo que se seguiu foi longo, carregado de tudo o que viveram, um beijo de recomeço.

— Agora sim, corta esse bolo antes que eu morra de fome. — Brincou Paul, quebrando a emoção com gargalhadas gerais.

E, entre fatias de bolo, abraços e fotos, aquele aniversário se transformou também em um marco: não só mais um ano da vida de Celo, mas o início de um novo capítulo para ele e Mari.

{…}

Alguns meses depois:

O fim de tarde tingia o céu de tons dourados e alaranjados quando Mari chegou à pequena capela. O lugar, cercado por jardins bem cuidados, tinha uma decoração simples, mas impecável: flores brancas e folhagens verdes se misturavam em arranjos delicados, velas dispostas em suportes rústicos iluminavam o corredor central, e uma passadeira de tecido cru guiava até o altar.

Mari estava deslumbrante. Seu vestido, feito sob medida, era de um branco suave, quase perolado, com mangas longas e rendadas que se estendiam até os punhos. Um decote elegante em “V” e uma saia fluida que se movia como se tivesse vida própria. Na franja, aquela mecha branca — sua marca registrada — estava perfeitamente integrada ao penteado, destacando ainda mais o brilho nos olhos.

Celo, à frente do altar, aguardava. Vestia um terno azul-marinho sob medida, camisa branca impecável e gravata em tom de prata. Seus sapatos reluziam, mas nada brilhava mais que o sorriso ao vê-la entrar.

Os amigos e familiares enchiam os bancos. Anna, Paul, Giba, Cora, Chris, Fabi, Luciana, Diego, Daniela … todos testemunhando o novo capítulo. A música suave embalava cada passo de Mari, que chegou até Celo com um sorriso que mesclava nervosismo e felicidade.

O celebrante deu início à cerimônia, tradicional e íntima, mas cheia de emoção.

E então, chegou a hora dos votos. Celo respirou fundo, tirou do bolso um papel cuidadosamente dobrado e, olhando nos olhos da esposa, começou:

— Mari … Há mais de vinte anos, diante de Deus e das pessoas que amamos, eu prometi te amar, te respeitar e estar ao seu lado em todos os momentos. Eu cumpri … nem sempre da melhor forma, mas com toda a verdade que tinha no coração. Hoje, renovo essa promessa com mais consciência, mais amor e mais gratidão. Prometo continuar escolhendo você, mesmo nos dias difíceis. Prometo proteger a nossa família, respeitar os seus sonhos e cuidar do seu sorriso, porque ele é a minha paz. E prometo nunca esquecer que fomos salvos pelo amor. Um amor que foi testado, mas que resistiu a tudo.

Mari respirou fundo. Os olhos brilhavam, mas havia algo mais. Ela pegou um pequeno envelope sobre o banco ao lado. Celo franziu a testa, confuso, até ouvir:

— Meu amor … eu também renovo os meus votos, e prometo seguir ao seu lado por todos os dias da minha vida. Prometo que continuaremos sendo parceiros, cúmplices e melhores amigos. E prometo que, a partir de hoje, vamos começar uma nova aventura.

Ela abriu o envelope, revelando a imagem de um ultrassom, entregou a ele, e sorrindo entre lágrimas, completou:

— Estamos grávidos. De novo. Gêmeos.

O impacto foi imediato. A pequena capela explodiu em aplausos, risadas e exclamações de surpresa. Anna, Fabi e Cora se abraçaram emocionadas, Paul, Chris e Giba vibraram, Luciana já estava aos prantos. Diego e Daniela foram até o altar para abraçar os pais.

Celo levou as mãos ao rosto, rindo e chorando ao mesmo tempo, completamente tomado pela notícia. Ele abraçou Mari com força, sussurrando:

— Você é incrível … e eu sou o homem mais sortudo do mundo.

O celebrante, sorrindo, esperou alguns segundos para que todos retomassem o fôlego e, com a voz firme, declarou:

— Então, que esta união renovada e essas novas vidas que chegam sejam abençoadas. Podem selar com um beijo.

E ali, no altar daquela capela simples, Mari e Celo selaram não só um novo casamento, mas um novo ciclo, com amor suficiente para todos, inclusive, para os dois pequenos seres que já estavam a caminho.

Fim!!?

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Foto de perfil de Ménage LiterárioMénage LiterárioContos: 78Seguidores: 346Seguindo: 37Mensagem Três autoras apaixonadas por literatura erótica. Duas liberais, e uma mente aberta, que adora ver o parquinho pegando fogo.

Comentários

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Parabéns a vocês.

Com certeza essa série entrou para a história do site.

Sensacional mesmo e que venham outras histórias !

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Espero que não seja o fim mesmo

Que série incrível de acompanhar

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Parabéns pelo conto meninas.

Me prendeu do início ao fim, tudo na medida exata sem exageros.

Aguardando o próximo com espectativa.

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Sen sa cio nal!!!

Excelente! Final incrível!

Para uma saga incrível!

Parabéns, meninas!

Que venham mais histórias!

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Parabéns meninas, essa história foi simplesmente maravilhosa.

alguns capítulos eu não concordei com o desenrolar, mas todos os outros sempre muito coesos e no final, tudo foi na medida certa, cada conflito, cada expectativa, cada surpresa.

Eu pouco comentei no decorrer das publicações, mas não deixei de ficar ansioso para cada postagem.

Foi épico.

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Agora que tudo começou a da certo, acaba. Queria mais, muito mais.

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Só uma constatação, senti falta da Clara.

Amei a Mari, idolatro a Anna, mas eu tentaria, de forma justa, roubar a Clara do Celo ou do espanhol lá. Kkkkkkkkk

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Só posso dizer que não me arrependo de nenhum elogio que tenha feito a este conto, até admito que em alguns momentos, passei um pouco do razoável nos meus argumentos neste fórum, não só interagindo com as situações como fosse reais, parecendo que a vida estava ali, pulsando ao vivo, mas também, como também em alguns momentos, o defendi como se fosse de minha autoria; mas isso é fácil de explicar; as palavras distribuídas neste conto, as situações criadas, têm o poder de despertar uma empatia imersiva difícil de ser alcançada, no meu caso foi num grau que nunca havia ocorrido anteriormente, foi uma identificação impar.

Então, reitero todos os elogios que fiz e até gostaria de ter um dom mais aprimorado da comunicação escrita, para assim, poder expressar melhor as minhas felicitações.

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Gostaria de parabenizar as autoras por essa excelente obra. E por diversas vezes me emocionei com a trajetória do Celo e da Mari.

Em muitos momentos vi um pouco da minha vida sendo retratada por eles, as angustias, as inseguranças, os acontecimentos do passado que deixaram cicatrizes e também a superação de tudo tendo o amor verdadeiro com antídoto para esses males.

A seleção de musicas foi outra parte muito emocionante, todas me fizeram lembra de algum momento do meu passado, de quando eu com 18 anos conheci minha esposa, da nossa separação depois de 4 anos namorando, do nosso reencontro 3 anos depois, do nosso casamento, das dificuldades que tivemos, das brigas por ciúmes e interferências de outras pessoas, do nascimento da nossa primeira e de pois da segunda filha e de muitos momentos maravilhosos e algum ruins nesse 24 anos de casados que temos.

Agradeço a vocês por disponibilizarem seus textos gratuitamente por esse site, sei que escrever uma obra dessas da muito trabalho. Se um dia resolverem compilar essa obra em um livro terei muito prazer em adquirir.

Mais uma vez parabéns a todas e um grande abraço.

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Conto maravilhoso do começo ao fim

Adorei essa serie , todos os capítulos foram fabulosos , a única coisa Ruim que teve um final rs .

Parabéns Meninas .

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Parabéns meninas!!

Final digno da obra de arte que escreveram.

É simplesmente um privilégio poder ter acompanhado está jornada junto com os personagens.

Sofremos, ficamos ansiosos, felizes, cansados, e com os olhos cheios de lágrimas junto com os personagens. É isso que um leitor que aprecia boas histórias quer, se envolver na história e se colocar junto com os personagens. O fato de ter sido por capítulos, e muitas de maneira "maldosa" demorado um pouquinho a mais nos momentos mais "quentes" apenas contribuição para esse enorme conjunto de emoções que com ctz a maioria dos leitores tiveram.

Simplesmente brilhante e esse final espetacular!!!

Que todos os papais que todos conhecam possam tenham o melhor dia dos pais possíveis. Mesmo que não estejam mais presentes fisicamente, como é o caso do meu papai.

Muito, muito obrigado!!

Vcs são uma luz no fim do túnel neste site, tão intolerante e com egos inflamados por parte de autores e seus puxa - sacos de plantão.

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Adorei esse conto que não e um conto mas sim uma linda e emocionante historia de amor parabens meninas

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Uma pena que essa obra de arte tenha chegado ao fim as como tudo que se inicia tem que ter um fim ,e que fim espetácular. Parabéns meninas vocês são feras. São as novas Clarice Lispector,Agatha Cristie.... Agora é ficar na expectativa para uma nova série de sucesso!

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Bravo!! Realmente um trabalho de altíssima qualidade. Ao menos para mim, a trama e o erotismo embarcado importa mais do que qualquer outra coisa. Parabéns e obrigado.

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Terminou com surpresa. Feliz dia dos pais para o Celo kkkkkk

Parabéns menin@s. 🌟🌟🌟

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