O irmão do meu amigo

Um conto erótico de Regard
Categoria: Gay
Contém 3215 palavras
Data: 09/08/2025 12:36:23

Sábado à tarde tinha aquele peso preguiçoso, denso com a fumaça adocicada do narguilé de menta e o cheiro de terra molhada vindo dos vasos de plantas da mãe do Cezar. A gente estava jogado no quintal, um ritual sagrado. As garrafas de cerveja suavam sobre a mesa de plástico, marcando anéis de água que evaporavam quase instantaneamente no calor de Naviraí. Eu estava na minha terceira, sentindo aquele zumbido gostoso que amortece as arestas do mundo e deixa a língua solta.

A conversa era a trilha sonora de sempre. Lucas, com a camisa do Flamengo, gesticulava sobre a escalação pro jogo de amanhã. Felipe descrevia, com uma riqueza de detalhes que beirava o ficcional, a mina que ele tinha “passado o rodo” na balada semana passada. E Cezar, o anfitrião, ria de tudo, o corpo magro esparramado na cadeira, tragando o narguilé como se fosse a única fonte de oxigênio do planeta.

Eu participava, claro. Dava meus pitacos sobre o Brasileirão, garantia que meu time ia amassar o do Lucas, ria das histórias do Felipe. Era fácil. Era um roteiro que eu conhecia de cor. A persona do Bruno festeiro, pegador, o cara que sempre tinha uma piada pronta e uma história de bebedeira pra contar. Funcionava. Mantinha todo mundo confortável, inclusive eu, na maior parte do tempo. Mas hoje, a cerveja parecia estar me deixando mais introspectivo. Eu ouvia as palavras saindo da minha boca, mas minha mente estava em outro lugar, flutuando na fumaça, observando a cena de fora.

Eu tinha escolhido minha cadeira estrategicamente. Não conscientemente, talvez, mas meu corpo sabia o que fazia. Estava de lado para a mesa, com uma visão limpa do corredor que dava para o interior da casa. Uma desculpa perfeita para parecer distraído, olhando para o nada, quando na verdade eu estava em modo de sentinela. Esperando o quê? Eu não sabia.

Foi quando a porta do banheiro se abriu, um retângulo de luz amarelada contra a penumbra do corredor. E a figura que saiu de lá me acertou como um soco.

Pedro.

Eu já o tinha visto antes, claro. O irmão mais velho do Cezar. O cara quieto que aparecia, pegava uma cerveja, dava um “e aí” monossilábico e sumia de novo. Mas eu nunca o tinha visto de verdade. Não assim.

Ele estava só com uma toalha branca, imaculada, amarrada na cintura com uma frouxidão perigosa. O cabelo preto e curto pingava, pequenas gotas traçando um caminho lento pelo seu peitoral, descendo pelo relevo do abdômen e sumindo sob o tecido. A luz do corredor não era forte, mas era o suficiente para esculpir cada fibra do seu corpo. Não era um corpo de academia, estético, fabricado. Era um corpo de trabalho. Os ombros largos, os braços grossos com veias saltadas, o peito sólido. Cada músculo parecia ter uma função, uma história de peso carregado, de esforço bruto. Ele era como uma daquelas estátuas gregas que a gente vê nos livros, mas real, suado e respirando a poucos metros de mim.

Um calor subiu pela minha nuca. Meu pau, antes adormecido pelo álcool, deu um sinal de vida dentro da bermuda. Merda. Virei o rosto rápido, peguei a garrafa de cerveja e dei um gole longo, tentando usar o amargor gelado para apagar o incêndio que começava a se alastrar dentro de mim.

“...aí eu falei pra ela: ‘se você não acredita, problema é seu’”, a voz do Felipe chegou aos meus ouvidos, distante, abafada.

Eu não conseguia me concentrar. Minha mente era um loop daquela imagem. Pedro passando a mão no cabelo molhado, a toalha ameaçando deslizar, a expressão neutra no rosto que só o tornava mais fodidamente atraente. Era o tipo de beleza que me irritava, que me fazia sentir inadequado, mole. Uma beleza masculina, crua, que eu desejava com uma intensidade que chegava a doer.

E como toda dor, como todo segredo, eu precisava compartilhar.

O álcool me deu a coragem estúpida que a sobriedade jamais permitiria. Peguei o celular da mesa, o polegar deslizando desajeitado pela tela suada. Meus amigos continuavam a tagarelice, alheios ao terremoto que acontecia dentro de mim. A única pessoa no mundo que entenderia, a única que sabia dessa minha outra faceta, era Bianca. Minha irmã. Meu porto seguro para esse tipo de surto.

Abri o Instagram. O cérebro embriagado funcionando em modo de emergência. Digitei “Pedro Almeida” na busca. O perfil dele apareceu de primeira. Privado. Filho da puta. Mas a foto de perfil era pública. Ele, na praia, sem camisa, o sol batendo no corpo molhado de mar, rindo para alguém fora da câmera. Era quase tão devastador quanto a visão de agora.

Cliquei nos três pontinhos. Copiar URL do perfil. Abri a caixa de mensagens diretas. O nome de Bianca já estava ali, no topo das minhas conversas recentes. Mas na pressa, na euforia idiota, meu dedo escorregou. A interface do Instagram, com suas sugestões de envio, é uma armadilha para os bêbados. Abaixo do nome dela, uma lista de pessoas para quem eu poderia encaminhar. E a primeira sugestão, com a foto de perfil dele me encarando, era o próprio Pedro.

Eu não vi. Não percebi. Meu cérebro só registrou o ato de colar o link e depois datilografar a mensagem com uma velocidade febril, um sorriso cúmplice no rosto, como se Bianca estivesse ali do meu lado.

“puta que pariu, bianca, esse irmao do cezar e muito gostoso”

Apertei “enviar”. O balãozinho azul com a mensagem subiu na tela. Satisfeito, bloqueei o celular e o joguei de volta na mesa com um baque surdo, o coração ainda martelando com a adrenalina da visão e da confissão. Soltei uma risadinha, e quando Cezar olhou pra mim, eu disfarcei.

“Lembrei de um meme idiota”, menti, e ele deu de ombros, voltando a atenção para o narguilé.

O mundo voltou ao normal por alguns minutos. A conversa fluiu, a cerveja desceu, e a imagem de Pedro começou a se dissipar, tornando-se uma memória quente e perigosa guardada no fundo da minha mente. Eu me senti aliviado, como se tivesse tirado um peso do peito ao digitalizar meu desejo proibido e enviá-lo para o éter.

Então, a porta do corredor se abriu novamente.

Dessa vez, a luz não criou a mesma cena dramática. Pedro já estava vestido. Uma bermuda de tactel preta e uma camiseta regata cinza que se agarrava aos seus ombros e peito. Os cabelos ainda estavam úmidos, mas agora penteados. Ele caminhou com uma calma felina até a geladeira no canto do quintal, pegou uma garrafa de cerveja e a abriu no abridor fixado na parede. O som do metal arranhando e o “pssshhht” do gás escapando pareceram anormalmente altos no ar parado.

Eu observei cada movimento, a garganta seca. Esperava que ele se sentasse perto do Cezar, ou talvez em uma das cadeiras vazias mais afastadas. Era o que ele sempre fazia.

Mas ele não fez.

Com a cerveja na mão, ele andou na minha direção. Cada passo parecia em câmera lenta. Ele não olhava pra mim, mas eu sentia sua trajetória como um míssil teleguiado. Ele parou ao lado da minha cadeira, arrastou uma das de plástico vazias pelo chão de cimento – o som arranhou meus nervos – e a posicionou exatamente ao meu lado. Tão perto que nossos joelhos quase se tocavam.

Ele se sentou. O calor do seu corpo irradiava na minha direção. O cheiro de sabonete e pele limpa invadiu minhas narinas, misturando-se com a fumaça e a cerveja, criando um coquetel sufocante.

Meu coração, que tinha se acalmado, disparou de novo, mas desta vez não era por desejo. Era pânico. Um alarme primitivo soava na minha cabeça.

“E aí, mano. Demorou no banho, hein?”, Cezar disse, quebrando o silêncio que, para mim, era ensurdecedor.

Pedro deu um gole na cerveja, o pomo-de-adão subindo e descendo. Só então seus olhos encontraram os meus. Foi um segundo. Um flash. Mas foi o suficiente para um arrepio percorrer minha espinha como um choque elétrico. Havia algo ali. Um brilho de conhecimento. Uma diversão contida.

Ele sabe? Não. Impossível. Para com isso, Bruno. Você está bêbado e paranoico.

“Precisava. O dia foi puxado”, a voz dele era mais grave do que eu me lembrava, calma, controlada. Ele desviou o olhar de mim para o resto do grupo. “Falando do que?”

“Do jogo de domingo”, disse Lucas. “Bruno aqui acha que o time dele tem chance.”

O foco se virou para mim. Senti três pares de olhos sobre mim, mas o único que importava era o quarto par, o que estava ao meu lado, queimando a lateral do meu rosto. Tentei engolir, mas minha boca era um deserto.

“Chance? A gente vai passar o carro, isso sim”, minha voz saiu... errada. Um pouco mais alta, um pouco mais trêmula. Um esforço visível para soar normal, que acabou soando como o completo oposto. Forcei um sorriso que pareceu um esgar.

Pedro soltou um riso baixo, quase um sopro. Ele levou a garrafa à boca novamente, mas desta vez, não tirou os olhos de mim. Aquele olhar intenso, analítico, me prendia no lugar. Ele bebeu devagar, e então, baixou a garrafa, apoiando-a na coxa. Um sorrisinho de canto de boca, letal, brincava em seus lábios.

“Às vezes a gente se empolga e faz umas coisas sem pensar, né, Bruno?”

O mundo parou. As vozes dos meus amigos se tornaram um zumbido distante. O cheiro da fumaça sumiu. Tudo o que existia era a voz calma de Pedro e o significado esmagador por trás de suas palavras.

“Acontece”, ele continuou, o sorriso se alargando minimamente. “Manda uma bola fora, aperta o botão errado...”

O chão se abriu sob a minha cadeira de plástico. O álcool não evaporou; ele congelou nas minhas veias. Cada sílaba era uma pá de terra sendo jogada sobre o meu caixão. O uso do meu nome. As metáforas precisas, cirúrgicas. Aperta o botão errado.

Ele não só sabia. Ele estava se divertindo com isso.

Levantei meu olhar para o dele. O pânico era uma bola de gelo no meu estômago. O sorriso dele não vacilou. Ele ergueu a garrafa num brinde silencioso, só para mim, e piscou.

Puta que pariu. Ele sabe.

O tempo se arrastava. Cada minuto era uma película de borracha esticada ao máximo. O sorriso de Pedro tinha sumido, mas o conhecimento continuava ali, em seus olhos, uma brasa queimando em fogo baixo. Ele não disse mais nada que pudesse me incriminar na frente dos outros, mas não precisava. Suas provocações eram silenciosas, letais. Um olhar que se demorava um segundo a mais em mim quando eu falava. A maneira como seu joelho roçava o meu, um toque "acidental" que enviava uma corrente elétrica direto para a minha virilha. Ele pegou o celular algumas vezes, e cada vez que o fazia, meu estômago se contorcia, imaginando-o relendo minha mensagem estúpida.

Eu era um animal numa armadilha, fingindo que a grama ao redor era perfeitamente segura. Tentava rir das piadas do Cezar, comentar a música ambiente, mas minha consciência inteira estava sintonizada no homem ao meu lado. Eu estava hipervigilante, paranoico, e – a pior parte, a parte que me enchia de vergonha – excitado. O medo era um fio desencapado dentro de mim, e cada olhar de Pedro era um dedo roçando nesse fio, me dando um choque que era metade terror, metade prazer.

Finalmente, a social começou a morrer. Lucas e Felipe se levantaram, espreguiçando-se e bocejando. Trocaram os apertos de mão e os "falou, galera" de sempre e foram embora, seus passos se afastando na rua silenciosa.

Ficamos só nós três, cercados pelas garrafas vazias e a fumaça fria do narguilé. O silêncio que se instalou era pesado, cheio de palavras não ditas.

Cezar, que já estava com os olhos vidrados e o corpo mole, tentou se levantar e quase foi ao chão.

"Eita... bateu", ele riu, a voz pastosa. "Vou... vou capotar. Valeu, Bruno. Mano, fecha as coisas aí depois."

Ele cambaleou para dentro de casa, deixando um rastro de silêncio atrás de si. A porta do seu quarto se fechou com um clique suave.

E então, estávamos a sós.

O mundo encolheu. O som dos grilos no jardim parecia ensurdecedor. Fiquei cravado na cadeira de plástico, o suor gelado escorrendo pelas minhas costas. Fugir. Era o que meu cérebro gritava. Levanta e vai embora. Corre. Mas minhas pernas não obedeciam. Havia uma curiosidade mórbida, uma necessidade de saber o tamanho do estrago, de enfrentar o furacão que eu mesmo tinha invocado.

Pedro se levantou. Não com a moleza de quem bebeu a tarde inteira, mas com uma fluidez controlada. Ele começou a recolher as latas de cerveja da mesa, seus movimentos calmos e deliberados, cada um deles um golpe de martelo na minha ansiedade. Ele não olhou para mim. Ignorou-me completamente enquanto levava o lixo para a cozinha.

A ausência dele foi quase pior que a presença. O ar que ele deixou para trás ainda vibrava com sua energia. Um, dois, cinco segundos. Respirei fundo, o coração batendo na garganta, e o álcool me deu um último empurrão de coragem estúpida. Levantei e o segui.

Meus passos soaram altos no piso frio da casa. Ele estava de costas para mim, na cozinha, a luz fluorescente branca lavando a cena de qualquer calor. Ele colocou as latas na lixeira e agora lavava um copo na pia, a água correndo. Suas costas largas preenchiam a camiseta regata, os músculos se movendo sob o tecido a cada movimento do braço.

Fiquei parado na entrada da cozinha, um intruso na minha própria execução. Precisava dizer alguma coisa. Qualquer coisa para quebrar aquela tensão insuportável.

"Acho que... já vou indo também", minha voz saiu um fiapo, patética.

A água parou de correr. O silêncio voltou, mais denso do que nunca.

Lentamente, ele se virou. Estava secando as mãos num pano de prato, os olhos fixos nos meus. O sorrisinho de antes tinha desaparecido por completo. Em seu lugar, havia uma intensidade crua, predatória, que me prendeu onde eu estava.

"Já?", ele perguntou, a voz baixa e grave, ecoando na cozinha silenciosa. "Achei que a gente precisava conversar."

Meu sangue gelou. "Conversar? Sobre o quê?", menti, tentando me fazer de desentendido. Era inútil, eu sabia, mas o instinto de negação era forte demais. Meu corpo inteiro estava em alerta máximo, cada músculo tenso, pronto para lutar ou fugir.

Ele largou o pano de prato no balcão. Enfiou a mão no bolso da bermuda e tirou o celular. Com o polegar, ele deslizou pela tela algumas vezes, e então a virou para mim.

Lá estava. Minha mensagem. O link do perfil dele e, abaixo, as palavras que agora queimavam como ferro em brasa na minha alma: “puta que pariu, bianca, esse irmao do cezar e muito gostoso”. A pequena anotação "Lida" abaixo do balão era a minha sentença.

"Sobre isso", disse ele, a voz firme. "Você costuma mandar elogios assim pros caras?"

O sangue fugiu do meu rosto com tanta violência que senti uma tontura. O chão parecia se inclinar. As palavras tropeçaram para fora da minha boca. "Cara... eu... eu tava zoando. Ia mandar pra minha irmã, Bianca. Juro. Foi sem querer, eu bebi demais."

Ele não pareceu impressionado. Pelo contrário, guardou o celular no bolso e deu um passo na minha direção. Instintivamente, dei um passo para trás, sentindo o mármore frio do balcão da cozinha bater contra a minha lombar. Uma armadilha.

"Eu não perguntei se foi sem querer", ele disse, dando mais um passo, fechando o espaço entre nós. O calor do seu corpo me envolveu. "Eu perguntei se você costuma fazer isso."

Eu estava encurralado. Ele era mais alto, mais largo. Sua sombra me cobria. Eu podia sentir o cheiro dele, sabonete, cerveja e algo mais, algo puramente masculino, almiscarado.

"Você não precisa mentir pra mim, Bruno." Ele estava tão perto agora que eu podia ver as pequenas variações de cor na sua íris castanha. "Eu vi o jeito que você me olhou quando saí do banheiro."

A acusação me atingiu como um tapa. Minha respiração ficou presa no peito. "Eu não... não sei do que você tá falando." Minha voz era um sussurro, o último e desesperado bastião de negação.

Ele soltou um riso sem humor, um som baixo que vibrou em seu peito. "Sabe sim." Sua voz ficou ainda mais grave, quase um segredo compartilhado entre nós no silêncio da cozinha. Ele se inclinou um pouco, o rosto a centímetros do meu, seus olhos vasculhando os meus, procurando por algo.

Ele sussurrou, o hálito quente tocando meu rosto. "Você gostou do que viu?"

O mundo parou. A pergunta ficou suspensa no ar, nua e brutal. Não havia para onde correr. Antes que meu cérebro pudesse formular uma resposta, uma mentira, a verdade, ele agiu.

Ele acabou com a distância. Uma de suas mãos subiu e segurou minha nuca com uma firmeza chocante, os dedos se embrenhando no meu cabelo, puxando minha cabeça para trás. E sua boca esmagou a minha.

Não foi um beijo. Foi uma colisão. Bruto, raivoso, quase uma punição. Seus lábios eram duros contra os meus, exigentes, reivindicando algo que eu nem sabia que tinha para dar. Por um segundo, meu corpo tentou resistir. Minhas mãos subiram para empurrá-lo, mas no momento em que meus dedos tocaram o músculo sólido do seu peito sob a camiseta, toda a luta se esvaiu de mim.

Meu corpo me traiu completamente. Ou talvez ele apenas tenha finalmente contado a verdade.

A tensão nos meus ombros se dissolveu. Minha mão, em vez de empurrar, se agarrou ao tecido da sua regata. Sentindo minha rendição, a agressividade dele diminuiu. A pressão esmagadora de seus lábios se suavizou, e o beijo se transformou. Tornou-se lento, profundo, devorador. Sua língua, quente e molhada, deslizou pela minha boca, e eu não hesitei. Correspondi com a mesma fome, um desejo desesperado que eu mantive trancado a vida inteira.

Era um caos de sensações. O gosto dele, a textura da sua barba por fazer arranhando minha pele, o som da nossa respiração ofegante. Suas mãos desceram pelas minhas costas, os dedos fortes apertando minha cintura, me puxando com mais força contra seu corpo duro. Minhas mãos exploraram seus ombros, seus braços fortes, como um cego tentando memorizar uma escultura.

O mundo ao redor, a cozinha, a casa, a cidade, tudo desapareceu. Só existia aquilo. Aquela boca, aquele corpo, aquele calor.

Nos separamos, ofegantes, precisando de ar. Nossas testas se tocaram, e eu mantive os olhos fechados, o coração martelando descontroladamente no peito. Minha mente era um borrão de pânico e êxtase. O que acontecia agora? O que isso significava?

Então, ele riu.

Não foi uma risada de alegria. Foi um som baixo, seco, cheio de uma satisfação vitoriosa.

Abri os olhos. Ele já tinha se afastado um passo, quebrando o contato. O olhar intenso tinha sido substituído por um divertimento frio, quase cruel. Ele me olhou de cima a baixo, como se avaliasse seu trabalho.

Ele se virou e caminhou em direção à porta dos fundos, pegando as chaves no chaveiro ao lado.

"Bate o portão quando sair", ele disse, sem olhar para trás, a voz casual, como se estivesse dispensando um entregador.

E no outro dia, quando o sol nascer, como iria ser? Leia completo em: https://privacy.com.br/@Regard

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Comentários

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ATITUDE BEM IDIOTA DO PEDRO. TE TRATOU COMO UM OBJETO QUE PODE SER DESCARTADO.BABACA DEMAIS. MAS VEREMOS COMO SERÁ DAQUI PRA FRENTE.

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