Segredos do Coração - Superando o Passado. Parte 40.

Um conto erótico de Ménage Literário
Categoria: Heterossexual
Contém 8117 palavras
Data: 01/08/2025 15:07:44

Parte 40: “A Vida Vem em Ondas Como Um Mar, Num Indo e Vindo Infinito”

Naquela manhã tranquila de segunda-feira, Celo estava em seu escritório, com duas pastas abertas sobre a mesa. Cada uma trazia o currículo e o perfil profissional de um dos candidatos ao cargo de administrador que ele queria contratar para a sua empresa. Ele estava focado, fazendo anotações sobre os pontos fortes e fracos de cada um, quando o celular vibrou sobre a mesa.

— Isabela? — Ele murmurou, surpreso ao ver o nome dela na tela.

Atendeu imediatamente, com um sorriso no rosto.

— Ei, Isa! Que surpresa boa! Como você tá?

— Celo! Tudo bem? — A voz dela soava animada. — Eu tô ótima, graças a Deus. E você?

— Trabalhando um pouco, mas bem. O que manda?

— Então … — Ela hesitou por um segundo, mas logo soltou de uma vez. — Eu tô começando a investir, de verdade, na minha carreira musical. Até arrumei uma equipe pra me ajudar com as redes sociais e resolvemos gravar um primeiro vídeo profissional, sabe? Vai ser no bar do Seu Zé, aquele mesmo onde você me deu uma força na minha primeira apresentação.

— Sério? Que notícia boa! — Celo respondeu, entusiasmado.

— Pois é … e eu queria muito, muito mesmo, te fazer um convite. — A voz dela ficou mais suave, quase tímida. — Será que você toparia tocar e cantar comigo nessa gravação? A gente pode fazer um dueto … acho que ia ser incrível ter você lá comigo, até porque aquele lugar tem história, né?

Celo ficou em silêncio por alguns segundos, surpreso com o convite.

— Isa … — Ele começou sorrindo de verdade. — Eu ficaria honrado de estar com você nesse momento. Pode contar comigo. Mas me deixa conversar com a minha esposa antes, tá? Eu faço questão de que ela esteja junto.

— Claro! — Isabela respondeu, aliviada e feliz. — Mas já fico muito feliz de saber que você topa! A gente marca direitinho depois. Vou te mandar tudo por mensagem.

— Combinado, Isa. Vai ser um prazer.

— Obrigada, de verdade, Celo. Você foi muito importante para eu ter coragem de seguir em frente. — A voz dela carregava sinceridade. — A gente se fala, então!

— Pode deixar. Boa sorte com tudo aí, e até mais.

— Até! — Disse ela, desligando.

Celo colocou o celular sobre a mesa, pensou por alguns segundos e sorriu sozinho. Pegou as pastas e fechou-as, decidido a continuar as avaliações para as entrevistas, em outro momento. Levantou-se, pegou a chave do carro e foi para casa.

Mari estava na cozinha, cortando legumes para o almoço, quando ouviu a porta se abrir.

— Chegou cedo, hein? — Ela comentou, olhando por cima do ombro.

— Vim almoçar com a minha linda esposa. — Ele foi até ela e deu um beijo demorado em sua boca. — Tenho uma novidade.

— Ah, é? — Mari ergueu uma sobrancelha, curiosa. — Manda.

— Você se lembra da Isabela? Aquela garota que eu ajudei no bar do Seu Zé, na primeira apresentação dela? Eu cheguei a te contar sobre ela.

— Lembro, sim. — Mari sorriu, mexendo na panela. — Aquela que você tocou e cantou junto?

— Essa mesma. Ela me ligou, hoje cedo. Vai gravar o primeiro vídeo profissional para o canal dela e me chamou pra fazer um dueto com, lá no bar do seu Zé.

Mari parou o que estava fazendo e olhou para ele, surpresa.

— Sério? Poxa, que legal!

— Pois é … eu fiquei feliz com o convite. Mas já falei pra ela que queria conversar com você, antes. Queria muito que você fosse comigo. Vai ser especial, sabe?

Mari sorriu, tocada pelo cuidado dele.

— Amor, é claro que eu vou! — Respondeu, sincera. — Fico feliz por você ter me incluído. Eu sei o quanto aquele lugar significa para você.

— Então tá combinado. — Celo a abraçou por trás, beijando-lhe o pescoço. — Vai ser divertido. E, sinceramente, quero muito que você veja a Isa cantando. Ela é talentosa demais.

— Agora fiquei curiosa … — Mari riu. — Mas já aviso: você vai ter que me aguentar chorando por lá, porque eu vou me emocionar.

— Tudo bem. — Ele sorriu. — Eu gosto quando você se emociona. Vai ser agora, nesse final de semana.

Ela deu um tapa, de leve, no braço dele, rindo, e voltou aos legumes.

— Vai lavar a mão e me ajuda aqui, senhor músico convidado.

— Sim, senhora. — Celo respondeu, indo até a pia.

Mari tinha planos para o próximo final de semana, que, coincidentemente, seria um feriado prolongado, mas nada que não pudesse ser adaptado à nova situação. Mesmo que ainda não tivesse contado para Celo, nada estava perdido.

O almoço em família correu leve: ela, Celo e Daniela conversaram sobre amenidades, riram de algumas lembranças e aproveitaram a companhia uns dos outros. Depois de tomar um café rápido, Celo pegou as chaves do carro.

— Vou terminar umas coisas no escritório e volto mais tarde, tá? — Ele disse, beijando Mari e depois a filha.

— Vai com calma, amor. — Mari respondeu com um sorriso. — E vê se não chega tarde demais.

— Prometo. — Celo sorriu, fazendo um carinho no cabelo de Daniela antes de sair.

Poucos segundos depois de ouvir o carro dele se afastando, Mari pegou o celular. Respirou fundo e digitou uma mensagem curta, enviando-a com decisão. Precisava fazer algumas modificações em seus planos originais para aquele final de semana. Era algo que exigia preparo, e que, certamente, pegaria Celo de surpresa.

“Mas será que ele ficará feliz?”. Pensou, sentindo um frio na barriga.

Ainda com a cabeça a mil, Mari tinha outra coisa para resolver. Subiu, arrumou-se rapidamente, pegou a bolsa e as chaves do carro. Em poucos minutos estava na rua. O trânsito, calmo naquela tarde, facilitou sua chegada à casa de Anna.

Assim que a amiga abriu a porta, Mari sorriu, um tanto envergonhada.

— Você tem mesmo certeza de que não tinha planos para o feriado? — Perguntou, hesitante. — Eu tô morrendo de medo de estar te atrapalhando.

Anna riu, afastando-se para que ela entrasse.

— Mari, eu já disse umas dez vezes: pode ficar à vontade! — respondeu, balançando a cabeça. — Eu tenho planos sim, mas que são bem diferentes dos seus.

Enquanto oferecia a cadeira para que ela se sentasse, Anna disse:

— Aliás, eu acho que o que você está planejando é perfeito. E … — Anna deu um sorriso misterioso. — Eu até mandei preparar uma pequena surpresa para vocês. Tenho certeza de que você vai adorar.

Mari arregalou os olhos, desconfiada.

— Anna! O que você tá aprontando? — Perguntou, com um tom de repreensão leve, mas claramente curiosa. — Você já tá fazendo demais por mim. Não precisava se preocupar com mais nada.

Anna riu de novo, cruzando os braços.

— Se eu contar, deixa de ser surpresa, né? Relaxa! Não é nada demais. Eu só quero que vocês aproveitem ao máximo esse feriado. Quem sabe, logo não é a minha vez?

Mari riu, emocionada, e a abraçou forte.

— Eu tô nervosa, mas acho que vai dar tudo certo. O pior que pode acontecer … — Ela fez uma pausa, com um sorriso malicioso — é o Celo sumir de novo.

As duas se encararam por um instante e depois caíram na risada, cúmplices.

Como ainda era cedo, Anna preparou um chá da tarde e as duas se sentaram à mesa, conversando por quase duas horas. Mari, aos poucos, foi relaxando, sentindo-se ainda mais confiante sobre o que estava prestes a fazer.

Quando se despediram, Mari agradeceu novamente.

— Você é incrível, Anna. Obrigada por tudo.

— Vai lá, amiga. — Anna respondeu com um sorriso cúmplice. — Eu tenho certeza de que esse vai ser um fim de semana inesquecível para vocês.

Mari entrou no carro com o coração acelerado, já planejando mentalmente os próximos passos enquanto dirigia de volta para casa.

A semana passou como um borrão, cheia de compromissos e expectativas. Quando a sexta-feira finalmente chegou, a ansiedade no ar era diferente, quase palpável, mas de um jeito bom.

Celo decidiu encerrar o trabalho mais cedo naquele dia, deixando o escritório aos cuidados do filho.

— Vai lá, pai. Divirta-se. Você e mamãe merecem dar uma pausa, se reconectarem de vez. — Diego se despediu carinhoso.

Às doze e trinta, Celo já estava desligando o computador e organizando rapidamente alguns documentos para a semana seguinte. Assim que chegou em casa, encontrou Mari sorridente, com as pequenas malas já arrumadas e alinhadas perto da porta.

— Tá pronta, amor? — Ele perguntou, rindo ao ver que ela parecia mais ansiosa que ele.

— Há horas! — Mari respondeu, dando um beijo rápido nele. — Se a gente demorar mais, vou acabar surtando de ansiedade.

Celo riu e pegou as malas, colocando-as com cuidado no porta-malas.

— Então, bora! — Disse, fechando a tampa e abrindo a porta do carona para ela.

Poucos minutos depois, já estavam na estrada. O clima leve, o vento entrando pela janela entreaberta e a sensação de liberdade deixavam o momento ainda mais especial. Conversaram sobre tudo: sobre o que esperavam daquele fim de semana, sobre o vídeo com Isabela, sobre as mudanças recentes na vida deles.

Antes das dezesseis horas, o carro estacionava diante do conhecido bar do Seu Zé, naquela cidadezinha bucólica que sempre servira de refúgio para Celo. Mari olhou para a fachada e sentiu algo estranho, como se estivesse vendo aquele lugar pela primeira vez sob uma nova perspectiva.

— Engraçado ... — Ela comentou, segurando a mão dele antes de descer. — Eu só estive aqui em situações ruins, sempre correndo atrás de você. Acho que agora vai ser bom criar lembranças novas, né?

Celo apertou a mão dela com carinho.

— Exatamente por isso eu queria que você viesse. Esse lugar merece ter lembranças boas para nós dois.

O casal entrou, sendo recebido com a cortesia habitual de Seu Zé. O homem, sempre afável, parecia feliz em vê-los juntos.

— Olha só quem apareceu! — Disse ele, com aquele tom caloroso de quem já conhecia bem Celo. — Seja bem-vinda, dona Mari. Aqui o tratamento é igual: bom papo, boa comida e cerveja gelada, se quiser.

Mari riu, agradecida, sentindo-se confortável com a recepção respeitosa, sem exageros. Mas Celo logo percebeu algo diferente. O ambiente, que normalmente era simples e acolhedor, estava em plena transformação. Algumas pessoas se apressavam em pendurar enfeites, ajeitar mesas, instalar luzes e preparar equipamentos.

Ele franziu a testa, surpreso.

— Que bagunça é essa, Seu Zé?

O homem riu, fazendo um gesto como quem dizia "calma, tudo sob controle".

Antes que Celo perguntasse mais alguma coisa, ouviu passos apressados e uma voz animada chamando seu nome.

— Celo! — Exclamou Isabela, surgindo de um canto mais afastado com um sorriso enorme no rosto.

Ela veio correndo até ele, os olhos brilhando de empolgação, e parecia prestes a contar todas as novidades de uma vez só. Celo percebeu que ela estava excitada e nervosa demais e isso poderia ser ruim. Tratou de acalmá-la e apresentou Mari.

— Isa, essa é a minha esposa Mari. Ela fez questão de vir te ouvir cantar.

— Muito prazer Isa, o Celo me falou que você canta divinamente, eu não perderia isso por nada. — Disse Mari abraçando e beijando o rosto da jovem cantora.

— Ah, Dona Mari, eu tô tão nervosa ... mesmo assim, agradeço muito a senhora ter vindo me prestigiar.

— Isa, se acalme, tudo vai dar certo e o Celo estará com você ... ah, e, por favor, nada de “dona” ou “senhora”. Só Mari.

Elas se despediram e, enquanto Celo e Isabela discutiam o repertório, afinavam os instrumentos e ensaiavam as músicas em que ele ainda não se sentia totalmente confiante, Seu Zé fez questão de cuidar de Mari.

— Dona Mari, venha aqui comigo — Disse ele, puxando uma banqueta para ela no balcão do bar. — Vou preparar um café da tarde daqueles que só o interior sabe fazer.

Mari sorriu e se sentou.

— Sem esse negócio de “dona”, por favor. Apenas Mari, seu Zé ... Apenas Mari.

Logo a mesa ficou repleta de quitutes simples, mas irresistíveis: pão de queijo ainda quentinho, bolo de fubá recém-saído do forno e café passado na hora.

— Nossa, Seu Zé, isso tá com uma cara maravilhosa! — Comentou Mari, servindo-se de um pedaço de bolo. — Eu sempre quis saber ... como surgiu a ideia desse bar? O Celo adora estar aqui.

O homem se ajeitou na cadeira, apoiando os cotovelos na mesa.

— Ah, isso aqui tem história, viu. — Disse o homem, com orgulho. — Eu nasci e cresci nessa cidadezinha, mas morei em São Paulo, no Rio, na Europa ... Trabalhei rodando esse mundão ... Quando me aposentei, percebi que estava cansado da correria. Voltei pra cá e pensei: "Preciso fazer alguma coisa que me dê alegria, que seja minha cara".

Mari ouviu atentamente, curiosa.

— E aí decidiu abrir o bar?

— Isso mesmo! — Seu Zé confirmou com um sorriso. — Peguei esse terreno, que era da minha família e reformei aos poucos. Sempre gostei de música, de um bom violão. Queria um lugar que o pessoal pudesse vir, tomar uma cerveja gelada, comer bem e ouvir música de verdade. No começo, achei que não ia dar certo, sabe? Sempre vendi bem, mas música mesmo … isso demorou. Mas aí começaram a aparecer talentos como o Celo ... agora a Isa, e o resto é história.

Mari riu, encantada com a simplicidade dele.

— Dá pra sentir o carinho que o senhor tem pelo lugar. Acho que é isso que faz dele tão especial.

— É, minha filha. Aqui é mais que um bar. É ponto de encontro, é memória, é amizade.

Enquanto conversavam, o som de risadas e acordes de violão ecoavam pelo salão. Celo e Isabela estavam empolgados, treinando detalhes das músicas.

Depois de um tempo, o ensaio terminou. Isabela agradeceu a ajuda de Celo e foi falar com a equipe de gravação, que ainda ajustava as câmeras e os equipamentos.

Seu Zé se levantou, tirando uma chave do bolso e entregando para Mari.

— Aqui, ó. Essa é da edícula lá no fundo. Tá arrumadinha, tem chuveiro quente e cama boa. Vocês podem tomar um banho, dar uma descansada antes da apresentação. Ainda vai levar um tempinho até a gente começar.

Mari segurou a chave, surpresa.

— Nossa, Seu Zé, muito obrigada! O senhor é sempre tão atencioso … obrigada por sempre cuidar do meu marido. Mesmo quando eu não pude.

— Que nada! — Ele disse, com aquele jeito simples. — Vocês merecem. Celo já é como um filho para mim. E quero todo mundo bem à vontade hoje. Vai ser especial.

Mari sorriu, olhando para Celo, que vinha na direção deles com o violão nas mãos, feliz com o resultado do ensaio. Tomaram banho, descansaram por poucas horas, mas logo alguém bateu na porta da edícula:

— Sr. Celo? Tá na hora. Me pediram para chamar o senhor.

O bar já estava cheio quando as luzes diminuíram e as câmeras começaram a gravar. A equipe de Isabela se posicionou, e ela surgiu no pequeno palco com um vestido elegante, mas simples, transmitindo confiança e alegria. Celo, sentado ao lado dela, com o violão no colo, ajeitou o microfone.

— Boa noite, gente! — Disse Isabela com um sorriso radiante. — Hoje é um dia muito especial para mim. Hoje vamos gravar o meu primeiro vídeo oficial, e eu não poderia estar mais feliz de ter aqui comigo uma pessoa incrível, que me incentivou, lá no início, no meu primeiro showzinho nesse bar: o Celo! Acho que todos aqui já o conhecem bem.

A plateia aplaudiu calorosamente, e Celo apenas sorriu, acenando de leve, até um pouco tímido com a apresentação.

— A gente preparou o repertório com muito carinho. — Continuou ela. — São músicas que marcaram a minha vida e, tenho certeza, a de muita gente aqui também.

O primeiro acorde de violão soou, e Isabela começou com “Hero”, de Mariah Carey. Sua voz potente encheu o ambiente com emoção:

"And then a hero comes along

With the strength to carry on ..."

Celo, na segunda voz, dava sustentação perfeita aos versos, sua harmonia casando-se com a potência de Isabela. A plateia estava hipnotizada, alguns até cantando junto.

Em seguida, veio “I Have Nothing”, de Whitney Houston. Isabela mostrou toda a sua técnica vocal, arrancando aplausos espontâneos nos agudos perfeitos.

"Don't make me close one more door

I don't wanna hurt anymore ..."

Mari, sentada em uma mesa próxima ao palco, observava cada detalhe com um sorriso orgulhoso. Os olhos dela brilhavam enquanto via Celo completamente entregue à música, vibrando a cada nota, sorrindo para Isabela sempre que ela o olhava pedindo apoio para algum trecho mais difícil.

A química musical entre os dois era evidente. Celo parecia adivinhar cada variação que Isabela faria, encaixando o violão com suavidade, conduzindo a música de forma impecável.

A apresentação seguiu com “All By Myself”, da Celine Dion, e depois “Vision of Love”, novamente de Mariah Carey. A cada canção, a plateia ficava mais empolgada, aplaudindo, gravando vídeos e até gritando elogios para Isabela, que sorria emocionada.

Quando chegaram na última música, Isabela anunciou:

— Agora, a última de hoje ... “I Will Always Love You”. Essa, todo mundo conhece.

O primeiro acorde soou, e um silêncio reverente tomou conta do bar. Isabela cantou com a alma, e Celo fez a segunda voz em alguns trechos-chave, criando momentos arrepiantes:

"And I ... will always love you ...

I will always love you ..."

Quando a última nota ecoou, o bar explodiu em aplausos e gritos. Isabela estava emocionada, Celo sorria, satisfeito com a performance.

Foi então que, enquanto os dois agradeciam à plateia, a porta do bar se abriu. Celo olhou rapidamente, e seu sorriso congelou por um segundo: Clara.

Ela caminhava pelo bar com passos firmes, mas tranquilos, pois conhecia bem o ambiente. Vestia algo simples, mas elegante, e parecia extremamente à vontade.

Sem olhar para o palco, Clara foi direto até Mari, que se levantou com um sorriso acolhedor e a abraçou como se fossem velhas amigas. As duas trocaram algumas palavras e riram juntas, como se já tivessem uma sintonia natural.

Do palco, Celo observava a cena estarrecido. Ele sabia que Clara chegaria ao Brasil, mas jamais imaginou que ela apareceria ali, no bar do Seu Zé, justamente naquele momento e, principalmente, vendo aquela cena diante dos seus olhos: Mari e Clara.

Celo ainda estava com o violão pendurado no ombro quando olhou novamente para Mari e Clara. As duas pareciam se conhecer há anos, rindo de algo que só elas sabiam o que era. Ele tentava prestar atenção nas pessoas que vinham cumprimentá-lo, elogiando a apresentação, mas a cada segundo seu olhar fugia para a mesa delas.

Quando finalmente conseguiu se livrar dos abraços e cumprimentos, caminhou até as duas, o coração batendo forte no peito. Mari foi a primeira a reagir, percebendo a tensão no semblante do marido. Ela se levantou e, com toda a doçura, lhe deu um beijo demorado nos lábios.

— Calma — Disse ela, baixinho, como quem lê a mente dele. — Eu explico tudo.

Clara, ainda sentada, olhou para ele com aquele sorriso leve e gentil que Celo conhecia bem.

— Boa noite, Celo. — A voz dela soou como um reencontro tranquilo. — Foi uma apresentação incrível. Eu assisti lá de fora. Você ainda toca com a mesma paixão de sempre.

Celo abriu a boca, mas nenhuma palavra saiu. Era como se sua mente estivesse tentando processar duas coisas ao mesmo tempo: o choque de ver Clara, naquele local, e a naturalidade com que Mari lidava com aquilo.

Mari, vendo o marido travado, segurou sua mão, colocou uma garrafa de cerveja gelada nela e disse:

— Respira, amor. — Ela riu. — Eu sei exatamente o que tá passando pela sua cabeça, mas relaxa. Eu vou contar tudo.

Sem esperar resposta, Mari os guiou até uma mesa mais ao fundo. Já estava tudo pronto: petiscos e bebidas, dispostos com capricho. O toque de Seu Zé era inconfundível.

Celo olhou para a mesa, depois para Mari e Clara, e teve a estranha sensação de que aquela noite ainda guardava mais surpresas do que ele podia imaginar.

Assim que os três se acomodaram, com a música ambiente retomando, suavemente, após o fim da apresentação, Mari respirou fundo. Segurou a mão de Celo sobre a mesa, os dedos entrelaçados, e falou num tom que misturava nervosismo e firmeza:

— Amor … eu serei completamente honesta com você agora.

Celo franziu a testa, mas manteve o olhar sereno, encorajando-a a continuar:

— Tá … tô te ouvindo, Mari.

Ela olhou rapidamente para Clara, que devolveu um sorriso acolhedor, como se dissesse silenciosamente: “vai dar tudo certo”. Voltou-se então para Celo:

— Desde que você me mostrou o e-mail da Clara, algo acendeu aqui, dentro de mim. — Ela tocou o peito, como quem tenta explicar um sentimento profundo. — Não foi nada planejado, mas quando você falou, lá na festa do Paul, que ainda tinha curiosidade sobre o mundo liberal, que talvez a gente tivesse entrado nele de forma errada … eu comecei a pensar.

Celo manteve o silêncio, atento a cada palavra.

— E quando você foi honesto comigo … contou o quanto a Clara foi importante no pior momento da nossa vida … tudo fez sentido. Eu reli, mentalmente, aquele e-mail várias vezes, sabia? E entendi que ela nunca foi uma rival, nem uma ameaça … Ela foi apoio, foi correção, foi … sei lá … quase uma instrutora, que te mostrou caminhos que eu, nunca em nossa vida, consegui te mostrar.

Celo desviou os olhos para Clara, que apenas sorriu com doçura, confirmando cada palavra de Mari.

Mari continuou, agora com mais confiança:

— Eu mandei mensagem para ela, e fui recebida de uma forma tão … tão generosa … E aí eu percebi: se ela agora entende de verdade o que liberdade significa, já que está vivendo coisa parecida lá na Espanha, quem melhor do que ela pra nos ajudar a dar esse passo? Um passo sem traumas, sem peso, com alguém que você, ou melhor, a gente confia.

Celo abriu a boca para falar, mas Mari ergueu a mão, pedindo que ele a deixasse terminar:

— Deixa eu concluir, amor … porque isso é importante.

Ele assentiu, com um leve sorriso nos lábios.

— Eu sinto, bem aqui dentro … que eu tô em dívida com você. — Ela pousou a mão livre sobre o peito dele. — Por tudo o que aconteceu com o Paul … e por tudo o que não aconteceu entre você e a Anna. Você sempre escolheu a gente. Sempre. Então eu acho justo … que, se for pra acontecer … que seja com alguém que você queira bem. E que, depois de eu conhecer melhor, eu também, já quero muito bem.

Mari terminou com os olhos marejados, como se tirasse um peso enorme das costas. Clara, emocionada, manteve o olhar firme em Celo, sem dizer nada, apenas deixando que ele processasse tudo aquilo.

Celo, ainda calado, apertou levemente a mão da esposa, sentindo o coração disparar — não pela situação em si, mas pela imensa sinceridade que vinha dela. Ele ainda segurava a mão de Mari, tentando assimilar tudo. O olhar dele ia da esposa para Clara, que parecia tão tranquila quanto cúmplice.

— Eu … nem sei o que dizer — Murmurou Celo, com um sorriso nervoso, quase sem graça.

Clara, então, pousou a mão sobre a mesa, inclinando-se levemente para frente.

— Então deixa eu falar um pouco. — Disse ela, com aquele tom firme e doce ao mesmo tempo. — Quando a Mari entrou em contato comigo, eu fiquei surpresa. De verdade. Mas, conforme a gente foi conversando, eu percebi que, de alguma forma, eu também queria isso.

Celo piscou, confuso, e Clara continuou:

— Eu brinquei com ela várias vezes, dizendo que tinha muita saudade de você. E é verdade. Aceitar o que a Mari estava propondo não foi só altruísmo, viu? Eu também tenho segundas intenções bem óbvias.

Mari riu baixo, balançando a cabeça em concordância.

— Mas … — Clara fez uma pausa, olhando fundo nos olhos dele. — Eu nunca quis ser uma ameaça ao que vocês têm. Nunca. Desde que a gente ficou, lá atrás, eu sabia que era temporário. Eu me apaixonei por você, Celo, mas tratei desse sentimento. Hoje, o que resta é uma amizade profunda, respeito, mas também um tesão absurdo e uma vontade enorme de estar com você de novo.

Ela riu, desconcertada com a própria honestidade.

— Eu falei tudo isso pra Mari, nessas últimas semanas. Sem filtro.

Celo olhou para Mari, ainda tentando processar a naturalidade com que tudo estava acontecendo. Mas ele tinha uma dúvida e precisava perguntar para Clara:

— Mas Clara ... tudo bem ... sei lá, isso não pode complicar a sua situação com o teu namorado na Espanha?

Clara respondeu com a naturalidade de quem está ciente da sua situação.

— Não se preocupe, não é um namoro ... vamos dizer que ele é um “amigo com benefícios” ... muitos benefícios. Benefícios bem liberais.

— Você sabia de tudo isso? — Celo perguntou à esposa.

Mari sorriu com ternura, já esperando a pergunta.

— Sabia, sim. E foi justamente por saber tudo isso que eu tive certeza da minha escolha.

Ela então abriu a bolsa calmamente, pegou um molho de chaves e colocou sobre a mesa. O tilintar metálico pareceu encher o espaço de expectativa. Celo estava visivelmente curioso, tentando entender.

— São da casa de praia da Anna e do Paul — Mari explicou, encarando o marido. — O lugar onde tudo começou a desandar pra gente. Assim como eu disse mais cedo, que queria criar novas e boas memórias desse bar que me marcou negativamente no passado … eu acho que tá na hora de fazer o mesmo lá.

Celo olhou para as chaves, sem saber como reagir. Mari, firme, continuou:

— Quero transformar aquele trauma numa lembrança boa. Junto com a Clara. Sei que, dessa vez, a gente pode apagar todas as memórias ruins daquele lugar.

Celo sentiu o peito apertar, não de dúvida, mas de emoção. Se inclinou, segurou o rosto dela e a beijou com intensidade, murmurando entre um beijo e outro:

— Eu te amo … você não tem ideia do quanto.

Quando se afastou, ainda respirando fundo, olhou para Clara, sem jeito, mas com aquele brilho no olhar. Mari, então, deu o golpe final com um sorriso travesso:

— Vai … beija ela logo. Pelo que eu planejei para esse feriado, um beijo vai ser a menor das suas preocupações.

Clara olhou para ele com um misto de saudade e desejo. Não houve mais hesitação: Celo se aproximou, e os dois se beijaram. Não foi um beijo contido, foi quente, carregado de lembranças e de uma química que ainda estava lá, latente.

Mari assistia à cena com cumplicidade e um sorriso no canto dos lábios, sentindo que, finalmente, estavam abrindo a porta para um novo capítulo, mas dessa vez, do jeito certo.

Celo ainda segurava a mão de Mari, ao se desgrudar de Clara. Ele foi chamado por Isabela, que acenava de longe, com a equipe em volta dela. Ele suspirou, meio contrariado.

— Eu preciso ir ali rapidinho, amor. — Disse, olhando para Mari, depois para Clara. — Se estou aqui hoje é por causa dela. Seria injusto não dar um pouco mais de atenção nesse momento.

Mari sorriu, compreensiva.

— Vai tranquilo. A gente se vira aqui.

Clara também fez um gesto de apoio.

— Relaxa, Celo. Eu ainda tenho que passar na casa da minha família antes da viagem. — Contou, vendo a expressão dele mudar para uma leve decepção.

Mari percebeu o olhar dele e, rindo baixinho, completou:

— Fica tranquilo, vai. Ela volta pra viajar com a gente. Sem ela, não tem feriado.

O alívio estampou o rosto dele, e Celo inclinou-se para dar um beijo rápido na esposa antes de se levantar.

Enquanto Celo ia até Isabela, Mari e Clara continuavam a conversa na mesa, rindo baixo e trocando confidências, sempre sob o olhar atento dele, que, de tempos em tempos, se virava para observar as duas.

Depois de algum tempo, Clara se levantou.

— Vou indo, Mari. A gente se vê amanhã. — Disse ela, dando um tchauzinho sugestivo para Celo, que quase se engasgou com a sutileza do gesto.

Assim que Clara saiu pela porta dos fundos, Celo se concentrou novamente em Isabela. O empresário da garota o abordou, agradecendo imensamente pela participação e mostrando uma proposta de pagamento.

Celo ergueu as mãos, firme:

— Não, sério, não precisa. Eu não fiz isso por dinheiro nem por interesse. Foi só porque ela pediu.

— Mas pelo menos assina isso aqui. — Insistiu o empresário, mostrando um contrato padrão de cessão de imagem, garantindo que Celo não teria nenhum vínculo comercial nem participação futura nos lucros do vídeo.

Celo leu com atenção, concordou com o que estava escrito e assinou sem pestanejar.

— Pronto. Assim ninguém precisa se preocupar com nada. — Disse ele, sorrindo para Isabela. — Você merece brilhar, garota.

Isabela o abraçou, emocionada:

— Obrigada, Celo. Você é incrível. Espero que possamos repetir a parceria no futuro.

Quando tudo terminou, Celo voltou para Mari, que o recebeu com aquele sorriso que só ela sabia dar. Passaram o resto da noite bebendo e se divertindo, como um casal apaixonado e cúmplice.

No fim da noite, com o bar já fechado, seu Zé juntou-se a eles para uma boa prosa. A conversa fluiu fácil, cheia de histórias antigas, risadas e memórias do interior. Quando olharam no relógio, já eram quase duas da manhã.

— Hora de descansar, né? — Disse Mari, meio tonta pela bebida.

Os dois foram para a edícula, caíram na cama e adormeceram quase que instantaneamente.

Às onze da manhã, abriram a porta devagar, já arrumados, mas ainda meio preguiçosos. No salão do bar, que permanecia fechado, encontraram Clara tomando café com seu Zé, totalmente à vontade.

— Até que enfim! — Disse ela, sorrindo divertida. — Hora de pegar a estrada? Já faz um tempo que não vou à praia …

Celo olhou para Mari, sentindo que tudo estava no lugar certo. Ele se despediu carinhosamente do seu Zé, e ainda ouviu uma provocação:

— Tem certeza de que dá conta dessas duas? — Brincou o homem, arrancando uma risada sincera de Celo. Ele ainda completou. — Ah, a juventude …

O sol já estava alto quando Celo terminou de organizar as malas no porta-malas e abriu a porta para Mari e Clara entrarem. Mari na frente, ao lado dele, Clara atrás. A proximidade entre eles já era natural. Celo ajeitou o retrovisor, olhando de relance para Mari, depois para Clara. O sorriso cúmplice delas deixou claro que aquele feriado teria história.

Assim que pegou a estrada, Celo colocou uma playlist tranquila, MPB das antigas, em volume baixo. Logo começaram a rir quando Clara comentou:

— Só você mesmo, Celo … fazendo a gente viajar ouvindo Djavan. – Disse, rindo, enquanto batia o ritmo com os dedos na perna.

— Reclama não, Clara — Mari respondeu, com um sorriso provocador. — Você vai gostar ainda mais quando ele começar a cantar junto.

Celo sorriu.

— Já que vocês pediram … — E começou a cantar junto, sua voz ecoando dentro do carro.

Clara se inclinou para frente, o rosto perto do ombro dele.

— Quem precisa de Djavan? — Brincou.

Mari revirou os olhos, rindo.

— Ele adora um incentivo, cuidado com o que deseja.

As provocações iam e vinham. Clara, mais direta, fazia questão de jogar algumas insinuações, enquanto Mari, mesmo contida, soltava olhares cúmplices que só aumentavam a expectativa. A cada troca de olhares pelo retrovisor, Celo sentia o coração acelerar.

— Acho que vocês duas estão entrosadas demais. — Ele disse, meio rindo, meio nervoso.

— Ah, mas é justamente essa a ideia. — Clara respondeu, sem pudor. — Nada melhor do que ir criando clima, né?

Mari apenas sorriu, ansiosa, segurando a mão do marido e entrelaçando os dedos nos dele, se sentindo pronta para o que estava por vir.

O carro seguia pela estrada, o vento entrando pela janela e a música preenchendo o ambiente. O clima entre os três era leve, divertido, mas carregado daquela tensão boa, da expectativa de algo inevitável prestes a acontecer. Celo ainda não fazia ideia de que Mari e Clara já tinham um roteiro muito bem elaborado para aquele feriado.

O carro subiu a última curva antes da praia, e a casa de Paul e Anna surgiu ao longe, iluminada pela luz do meio da tarde. Celo estacionou devagar, curioso com a expressão ansiosa de Mari. Clara, mais descontraída, ajeitou o cabelo e comentou:

— Se esse lugar for tão bonito por dentro quanto parece por fora … acho que vou querer morar aqui.

Mari apenas sorriu, misteriosa.

— Espera só pra ver.

Assim que entraram, foram recebidos por uma cena digna de hotel cinco estrelas. A sala estava impecável: uma tábua de frios cuidadosamente montada sobre a mesa central, acompanhada de duas garrafas de vinho e uma de champanhe já descansando em um balde de gelo. Pequenas velas aromáticas espalhadas pelo ambiente emanavam um perfume suave de baunilha e sândalo.

Celo olhou ao redor, impressionado.

— Mari … o que é isso tudo?

— Digamos que eu tive uma ajudinha. — Ela respondeu, piscando para ele. — A Anna quis garantir que a gente tivesse um feriado inesquecível.

Clara, com um sorriso divertido, tirou os sapatos e caminhou descalça pelo chão de madeira, olhando cada detalhe.

— Tá de brincadeira … Isso aqui parece um cenário de filme. Essa Anna deve gostar muito de vocês. Ou está investindo para o futuro. — Clara riu da própria provocação.

No corredor, sobre uma cômoda, um pequeno bilhete impresso, mas com a caligrafia de Anna:

"Aproveitem cada segundo. Vocês merecem. Anna”.

Quando Celo empurrou a porta do quarto principal, a surpresa ficou ainda mais clara: lençóis de algodão impecavelmente brancos, almofadas macias, e sobre a cômoda, uma bandeja com óleos aromáticos e velas prontas para serem acesas. Até a iluminação do quarto parecia ter sido pensada para criar o clima perfeito, com uma luz suave preenchendo o ambiente.

Mari olhou para Celo e Clara, rindo discretamente diante da reação surpresa dos dois.

— Eu disse que ela tinha preparado algo especial.

Clara pegou a garrafa de champanhe e a ergueu com um sorriso malicioso.

— Peguem suas taças …

— Então, vamos brindar? — Disse Mari, entregando uma taça para cada um.

Celo ergueu a dele, olhando para as duas com um sorriso misto de ansiedade e felicidade.

— Ao melhor feriado de todos os tempos.

— E ao que ele promete. — Completou Mari, com um brilho cúmplice no olhar.

As taças se encontraram com um leve tilintar e os três beberam o primeiro gole, o sabor fresco e adocicado preparando o clima. Em seguida, Clara pegou um pedaço de queijo da tábua e ofereceu para Mari, que riu com a cena.

— Eu já tô gostando desse feriado. — Clara provocou, olhando para os dois com malícia discreta.

— E mal começou — respondeu Mari, piscando de leve, enquanto Celo observava, completamente rendido à química deliciosa que já se formava entre eles.

Clara olhou para Mari, cheia de malícia, estava tudo combinado previamente, e ela não queria perder tempo. Celo foi presa fácil naquele jogo das duas e antes que ele pudesse dizer algo, Clara já estava a centímetros, seus lábios encontrando os dele em um beijo urgente, devorador. Celo ainda olhou para Mari, mas recebendo um sorriso cúmplice, de incentivo, não hesitou, envolvendo Clara com seus braços fortes enquanto respondia ao beijo com a mesma intensidade.

Clara puxou a camiseta dele por cima da cabeça, suas mãos explorando o torso musculoso de Celo. Ele, por sua vez, deslizou as mãos pelas costas dela, até encontrar o zíper do vestido. Em um movimento rápido, o vestido caiu no chão, revelando a lingerie preta que ela usava por baixo.

— Vocês planejaram isso? — Sussurrou Celo, com um sorriso malicioso.

—Talvez … — Clara respondeu, mordendo o lábio inferior enquanto desabotoava e abaixava as calças dele.

Celo a levantou com facilidade, apoiando-a no sofá. Clara envolveu as pernas em volta da cintura dele enquanto ele a penetrava em um movimento firme e profundo. Um gemido escapou dos lábios dela, ecoando pela casa.

— Cacete … que saudade …

Mari observava, sentindo uma mistura de calor e fascinação. Ela não podia tirar os olhos deles. A forma como os corpos se movia, juntos, como cada toque parecia acender uma chama maior entre eles. O som dos gemidos de Clara e os suspiros roucos de Celo chegavam até ela, aumentando sua própria excitação.

O ritmo acelerou. Clara apertava os dedos nas costas de Celo, suas unhas marcando a pele enquanto ela pedia mais.

— Mais forte, mais fundo … Ahhhh …

Ele atendia a cada pedido, seus quadris batendo contra os dela com uma força que fazia seus corpos tremerem.

— Celo … — Clara gemeu, seu rosto enterrado no pescoço dele.

Ele sabia o que ela queria. Agarrando-a com mais força, ele aumentou o ritmo, cada movimento mais intenso que o anterior. Clara começou a tremer, seus gemidos aumentando de volume até que ela gritou, seu orgasmo chegando como uma onda.

— Ahhhh, caralho … fode essa buceta … tô gozando … Ahhhh …

Celo não parou, continuando a estocar até explodir dentro dela, seu corpo tremendo com a intensidade da ejaculação.

Mari sentiu-se envolvida pela energia deles. Ela sabia que aquele era apenas o começo de uma viagem cheia de paixão e desejo. Sabia que os dois precisavam exorcizar aquela ansiedade, para que finalmente estivessem prontos para uma verdadeira conexão de almas.

Mari serviu mais champanhe, deixando que os dois se recuperassem, sem ainda participar. Ela sabia também que Celo precisava de um estímulo externo, já que estava disposta a levá-lo ao limite de suas forças.

Enquanto eles se dirigiram ao banheiro para uma higiene rápida, ela se levantou e buscou em sua bolsa uma cartela de comprimidos. Quando eles retornaram, ela entregou um para Celo, assim que eles se sentaram no sofá.

— O que é isso? — Celo estranhou.

— Foi a Anna que me deu. Ela disse que o Paul usa quando as atividades serão mais ... como ela disse ... mais intensas e demoradas. Pode confiar, é apenas Tadalafila.

Celo não se deu por vencido:

— Você acha que eu preciso disso?

Clara interveio:

— A questão não é essa, Celo. Mari está certa. Confia, vai ser melhor. E não só para você.

Celo sabia que Mari não daria a ele uma droga desnecessária. Confiava na esposa e tomou o comprimido de uma vez, sem pensar demais. Os efeitos apareceram em poucos minutos, assim que Mari começou a acariciar a pica, que respondeu rapidamente.

— Você não precisa ficar só olhando — Celo murmurou, sua mão deslizando pelo braço de Mari até seu rosto. Ele a puxou para um beijo, lento e profundo, sua língua encontrando a dela com uma urgência que a fez gemer.

Mari não resistiu mais, se abaixou, abocanhando a rola com desejo, o coração batendo forte. Ela sentiu o calor da intimidade deles pairando no ar, envolvente, quase opressivo.

Clara assistia, seus dedos traçando padrões na barriga de Celo.

— Ele é incrível, não é? — Ela sussurrou para Mari, sua voz cheia de admiração e algo mais. Algo que fez Mari tremer.

Mari não respondeu. Celo puxou Mari para cima e ela sentiu suas mãos grandes e firmes deslizando por seu corpo, explorando cada curva como se fosse a primeira vez. Ele, então, a trouxe mais para perto, até que ela estivesse quase deitada sobre Clara, seus corpos se tocando, quentes e suados.

Clara riu baixo, sua mão se associando à de Celo para ajudar a despir Mari. Eles trabalharam juntos, tirando sua blusa e sutiã, deixando-a exposta aos olhares deles.

— Você é linda — Clara murmurou, seus dedos passando levemente pelos seios de Mari.

Mari sentiu um desejo novo tomando conta dela. Nunca teve uma experiência lésbica, apesar de curiosa. Ainda mais, após começar a conviver com Anna, Fabi e Cora. Não conseguia tirar a mão de Clara de seu corpo. Aquilo a fazia sentir bem.

Mari arqueou as costas involuntariamente, um gemido escapando de seus lábios. Ela sentiu as bocas deles em seu corpo simultaneamente, Celo no pescoço e Clara nos seios, cada toque enviando ondas de prazer, inundando o seu cérebro. As mãos a exploravam sem pressa, cada movimento calculado para tirar o máximo de reação dela.

Celo então se afastou um pouco, seus olhos ardendo de desejo.

— Se deita aqui. — Ele ordenou suavemente, indicando o espaço entre ele e Clara no sofá.

Mari obedeceu, deitando-se entre eles. Clara imediatamente se inclinou para beijá-la, sua língua explorando a boca de Mari com uma intensidade que a deixou sem fôlego. Era gostoso, novo, sem precedentes.

Enquanto isso, Celo se concentrava em seu corpo, seus beijos descendo pelo pescoço até os seios, parando para chupar e morder suavemente os mamilos já sensíveis de Mari.

Mari nunca havia sentido algo assim. Ela estava sendo devorada por ambos ao mesmo tempo, suas mãos e bocas em todo lugar, cada toque mais intenso que o anterior. Ela agarrou o corpo de Clara, puxando-a para mais perto enquanto Celo continuava a explorar seu corpo.

— Você gosta disso, não é? — Celo sussurrou em seu ouvido, sua voz cheia de malícia.

Sua mão desceu até sua calcinha, empurrando-a para o lado para encontrar sua umidade já transbordante. Ele inseriu dois dedos nela, seus movimentos precisos e implacáveis.

Mari gritou, seu corpo arqueando involuntariamente. Clara riu baixo contra seus lábios antes de descer para substituir os dedos de Celo com sua própria boca. Mari agarrou o cabelo dela, suas pernas tremendo enquanto Clara a chupava com uma intensidade que ela nunca havia experimentado. Aquilo estava ultrapassando um limite, e ela não queria que Clara parasse.

Celo então se levantou, seu corpo imponente pairando sobre as duas mulheres, revelando seu corpo musculoso e tonificado. Mari mal podia respirar quando ele finalmente ficou diante dela, seu membro já duro e pulsante.

— Você o quer? — Clara perguntou baixinho para Mari, sua boca ainda próxima da coxa dela.

Mari apenas assentiu, sem palavras. Ela estava além delas agora, seu corpo totalmente entregue à sensação.

Celo não precisou ser convidado duas vezes. Ele se posicionou entre as pernas de Mari, a cabeça da pica pressionando a entrada da xoxota. Com um movimento lento e deliberado, ele entrou nela, ambos gemendo com a intensidade da conexão.

Clara assistiu, seus dedos brincando com os seios de Mari enquanto Celo começava a se mover dentro dela.

— É um pau gostoso demais, não é? Seu marido é um tesão. — Clara provocou, brincando, mas Mari mal conseguia responder.

— Sim … muito … — Mari gemeu, suas mãos agarrando os ombros de Celo enquanto ele aumentava o ritmo. Cada movimento era um êxtase, seu corpo se moldando ao dele perfeitamente.

Clara então se moveu, posicionando-se atrás de Celo. Ela começou a beijar suas costas musculosas, as mãos deslizando por seu tronco até alcançar a pica pulsante, enquanto ele continuava a estocar dentro de Mari. Ela o segurou firmemente, seus dedos brincando com a base enquanto ele fazia Mari gritar de prazer.

— Celo … depois sou eu de novo … — Clara sussurrou em seu ouvido. — Eu quero sentir você novamente.

Celo aumentou o ritmo, a droga em seu sangue o levando a picos incríveis de disposição e potência, estocando cada vez mais forte dentro de Mari, arrancando um orgasmo avassalador da esposa.

— Ah, meu Deus … Celo … o que foi isso? Tô até bamba … — Mari sentia a xoxota retorcer de prazer, mastigando o pau de Celo alucinadamente.

Celo parou e saiu de dentro dela, deixando Mari se recompor, seus olhos ardendo com desejo renovado. Sem palavras, querendo mais, ele se virou para Clara, levando-a para o chão com ele. Mari ficou ofegante no sofá, assistindo enquanto eles se posicionavam rapidamente, Clara agora debaixo dele.

Ele entrou nela com a mesma intensidade que havia mostrado com Mari, seus quadris batendo contra os dela com uma força que fez Clara gemer alto. Mari assistia fascinada e excitada ao mesmo tempo, enquanto Celo levava Clara ao êxtase.

— Mari! — Clara gritou subitamente. — Quero você aqui também!

Mari hesitou por apenas um segundo antes de se juntar a eles no chão. Ela se posicionou ao lado de Clara, sua mão encontrando os seios dela enquanto Celo continuava a estocar ferozmente dentro dela. Ambos estavam suados e ofegantes, seus corpos se movendo em sincronia perfeita.

— Ahhhh, caralho … mete, seu puto … fode essa buceta …

Clara agarrou o rosto de Mari, puxando-a para um beijo profundo e inebriante. As línguas se encontraram com uma urgência que fez Mari esquecer tudo ao seu redor. Ela podia sentir o movimento rítmico de Celo contra o corpo de Clara, cada empurrão enviando ondas de prazer através dela também.

— Espera … espera … — Clara gemeu contra a boca de Mari. — Eu vou … eu tô … Ahhhh …

Mas antes que ela pudesse terminar, Celo a interrompeu, segurando firme em seus quadris enquanto aumentava o ritmo ainda mais. Clara gritou alto, seu orgasmo chegando como uma maré irreversível.

— Fode, caralho … tô gozando … Ahhhh ….

Celo, ainda ofegante, apenas mudou de parceira, puxando Mari para cima, suas mãos fortes agarrando seus quadris enquanto ela se sentava em seu colo, de costas para o marido, o pau deslizando para dentro dela. Seus corpos estavam quentes e suados, completamente conectados. A sensação dela se sentando sobre ele fez com que um gemido baixo escapasse de seus lábios, seus músculos tensos sob a pele suada.

— Mari … o que foi isso que me deu? — Ele murmurou, sua voz rouca e carregada de desejo, enquanto ele a puxava mais perto, seus quadris se movendo lentamente, quase como se quisesse sentir cada centímetro dela novamente.

Clara não demorou a se recuperar e a se juntar a eles. Ela se ajoelhou na frente de Mari, seus lábios encontrando os dela em um beijo profundo. As mãos de Clara deslizaram pelo corpo de Mari, explorando cada curva, antes de descer até o clitóris dela. Ela podia sentir as estocadas leves de Celo dentro de Mari. Suas mãos eram suaves, mas firmes, acariciando o grelo de Mari com uma mistura de ternura e urgência.

— Vocês dois são perfeitos juntos. — Clara sussurrou contra os lábios de Mari, sua voz carregada de admiração e desejo. — É uma honra, e uma delícia, fazer parte desse momento.

Mari respondeu ao beijo de Clara com igual intensidade, suas mãos agarrando os cabelos dela enquanto Celo começava a mover-se dentro dela com mais intensidade. Cada empurrão era profundo e deliberado, enviando ondas de prazer através do corpo dela que a faziam arquear-se para mais perto dele.

— Celo … não para … — Mari gemeu, sua voz quebrada pelo prazer. — Você está tão … tão insaciável … Obrigada, Anna.

Ele sorriu, seus olhos escuros brilhando com uma mistura de orgulho e desejo. Suas mãos apertaram os quadris dela enquanto ele aumentava o ritmo, cada movimento fazendo com que Mari sentisse, cada vez mais o prazer que ele estava causando nela.

Clara não ficou para trás. Ela continuou a acariciar o grelinho de Mari com movimentos lentos e deliberados, sua mão movendo-se para cima e para baixo enquanto ela observava Mari com olhos cheios de desejo.

— Tá gostoso, putinha? — Ela murmurou, sua voz suave, mas cheia de necessidade.

Mari abriu os olhos, olhando para Clara por um momento, antes de concordar com um leve aceno de cabeça. Clara não perdeu tempo, se posicionando entre as pernas de Mari, sua língua encontrando o grelo com um movimento suave e experiente. Seus lábios o envolveram, lambendo e sugando com uma intensidade que fez Mari gemer alto.

— Ah, Clara … assim é covardia … — Mari gemeu, sua voz rouca e cheia de prazer. — Você é incrível …

Celo alternava estocadas na buceta da esposa, depois dava o pau para Clara chupar, enquanto roçava a pica dura no grelinho também. A língua de Clara se dividia entre o grelo e a pica, e Celo voltava a invadir Mari, estocando com mais ritmo a cada nova saída e entrada.

— Eu não sei quanto tempo eu vou aguentar … — Mari gemeu, sua voz tremendo com o prazer acumulando dentro dela. — Tá vindo de novo … não para … Ahhhh …

— Então não segure, deixa vir. — Celo sussurrou, suas palavras provocantes, enquanto ele aumentava o ritmo novamente.

Clara não parou, continuando a chupar Mari, com movimentos lentos e deliberados, sua língua envolvendo o grelo em cada movimento. Sua língua pressionando e esfregando, em círculos rápidos que fizeram Mari gritar alto.

— Clara! Celo! Tô gozando … — Mari gritou finalmente, seu corpo tremendo com a intensidade do prazer que ambos estavam causando nela.

O som da voz de Mari foi suficiente para fazer Celo perder o controle. Ele apertou os quadris dela com força, empurrando forte dentro dela uma última vez antes de explodir junto com ela em um orgasmo intenso que o fez gemer alto.

— Puta que pariu … o que caralhos foi isso? Eu me senti um animal …

Mari estava além do limite e desmoronou sobre o tapete, com Clara acariciando seus cabelos, enquanto continuava a chupar o pau de Celo, até que ele estivesse completamente satisfeito.

Mari e Clara se afastaram ligeiramente, suas respirações ainda ofegantes, os corpos brilhando com uma leve camada de suor que refletia a luz do sol que entrava pelas janelas. Celo observou as duas mulheres, seus olhos cheios de uma mistura de satisfação e desejo. Ele se levantou, a musculatura de seu torso tensa e definida, e estendeu a mão para ambas.

— Que tal um mergulho no mar? — Ele sugeriu, sua voz rouca, mas convidativa. — Refrescar um pouco ... antes da gente continuar.

Aquele era apenas o início do feriadão. E as coisas ainda iriam escalar muito mais. Assim como o prazer a três. Era tempo de cura e aprendizado. De criar novas lembranças inesquecíveis.

Continua …

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Foto de perfil de Ménage LiterárioMénage LiterárioContos: 76Seguidores: 347Seguindo: 37Mensagem Três autoras apaixonadas por literatura erótica. Duas liberais, e uma mente aberta, que adora ver o parquinho pegando fogo.

Comentários

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Só digo uma coisa, em fim Celo conseguindo exercer uma dominância natural, e ainda com duas deusas, a primeira vez com a Clara foi tesudo, mas tinha um "quê" de didático, parecia um workshop de sexo dominante que saiu do controle, descambando para sexo real, com a Mari no hotel, parecia que ele estava seguindo um passo a passo de um tutorial de como dar prazer a mulher, ou seja praticamente não teve dedicação ao próprio prazer, mas valeu muito para o prazer da Mari e como evolução para o Celo. Agora tá rumando para ser até melhor que a noite com os profissionais do sexo no aniversário do Paul, tá orgânico, fluido, recíproco, dinâmico entre os três, que é importantíssimo num ménage, não necessariamente igualitária as interações, mas com uma dinâmica natural entre todos os participantes, é só tá começando. Desnecessário elogiar o roteiro e redação.⭐⭐⭐⭐⭐

E quem diria hein!!!! Seu Celo em evolução máxima, usando até assistência técnica em desempenho, quem viveu viu, kkkkkkkk

A Mari só tá saindo do casulo no qual ela ficou desnecessariamente aprisionada por tempo demais, já era há muito tempo uma borboleta em diapausa facultativa, kkkkkkk essa eu tirei do fundo nerd da aula de biologia kkkkkkkkk

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Boa Meninas

Mais um conto excelente.

No conto passado, no final deu a entender que iríamos ter algum embate entre o casal.

Abri o e-mail com o coração na mão rs

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Eita que Celo sortudo 🍀🍀! Se uma já é bom duas é sensacional. Acho esse trisal vai longe e talvez o Celo possa ser futuramente Papai novamente 🙆😅. Parabéns Meninas!

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Pobre Celo, espero saia com vida desse final de semana....

Parabéns meninas, ótimo capítulo.

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Caraca esse pra mim foi um dos melhores episódios desse conto, você é top demais.

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Como sempre, ESPETACULAR!

Parabéns meninas!

👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼

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Essa Mari ….

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