Parte 2
Série: Muito Libertinos.
Meu mundo desmoronou naquela hora. Eu perdi a noção. No momento da raiva, eu comecei a falar um monte:
— Você não me respeitou, sabe que eu estou brigado com ele, é cafajeste, sem-vergonha, e se tiver bebido perde a noção, aposto que deu em cima de você, só de camisolinha, e você também com bebida não estava raciocinando direito. Senão, não aceitava vir com ele.
Fui tomado de uma onda de raiva, motivada pelo ciúme, que me tirou completamente do sério. Nunca fui daquele jeito, e a Size me olhava assustada.
O que ocorreu na sequência foi umas das piores brigas que já tivemos, eu desconfiando do que ela e Malan poderiam ter feito, enquanto estavam embriagados e voltando para casa. E ela dizendo que eu estava louco. Ela disse:
— Se eu tivesse que dar para o seu amigo, não seria numa moto. E voltando para casa! Não tem nem lógica.
Irritado eu falei:
— E deu onde então? Lá na casa da sua prima?
— Até que eu podia. Mas, você não confia em mim? – Ela perguntou.
No meio da discussão, eu disse que não tinha mais tanta confiança assim nela, desde que ela mentiu uma vez. Foi a gota d´água. A Size se ofendeu e ficou calada. Notei que ela se consumia de raiva do que eu havia dito.
O pior é que a Size se manteve sempre negando, e me jurou o tempo todo que não fez nada, que não houve nenhum tipo de abuso por parte dele.
Como ela se mantinha calma e segura, fiquei invocado, não era possível que ela não estivesse mentindo, e fui para a sala. Queria tirar a prova. Liguei para o Malan. Era de noite.
Ele me atendeu normalmente, me deu um olá, e quando eu perguntei diretamente se ele havia tentado pegar a Size, na volta da festa, e ele deu uma risada e falou:
— Tá me testando? Qual é maluco? Acha que se eu tivesse feito alguma coisa ia contar para você? Tá doido? Você é que está de mal comigo, eu não. Não preciso pegar esposa de um amigo. Fui simpático trazendo a Size para casa, a pedido dela. Devia é me agradecer.
Eu vi que não ia conseguir nada ali. Talvez, por ele ainda estar bravo com a história do notebook, não deu uma brecha para meus questionamentos. Desliguei na hora.
Eu estava numa situação complicada. Ele reagindo daquele jeito e negando, até meio ofendido. A Size continuava me dizendo também que não fez nada com ele. Mas, alguma coisa no meu peito, me deixava indócil. Alguma coisa na voz, na maneira que ela me dizia as coisas, a calma de se controlar, não parecia ser sincera. Essas coisas de intuição, não se explicam. Minha cabeça estava pegando fogo. Meus pensamentos consideravam o fato de ela estar embriagada, dos dois terem bebido bastante, de eu saber que o Malan era muito safado, e de nunca ter superado a perda da primeira namorada dele, que era muito parecida com minha esposa. Eu sentia que ele sempre teve muito tesão na Size. Meus instintos me deixavam desconfiado e enraivecido com a situação.
Eu sentia que quanto mais eu ficasse em casa, com ela, mais irritado eu ficaria. Peguei uma mochila, coloquei meu uniforme de trabalho, um necessaire com coisas de higiene pessoal e disse que ia dormir fora para esfriar a cabeça.
A Size me olhava, bastante assustada, tinha perdido a cor da face, parecia bem abalada, as mãos trêmulas, mas não quis discutir mais. Ela também era dura na queda. Acho que ela nunca pensou que eu reagiria daquela forma tão forte. Apenas disse:
— Você é responsável por suas atitudes. Faz o que achar melhor.
Aquela frieza dela me assustou. Ela não estava mais na defensiva. Naquele instante, me lembrei de um detalhe e começou a cair a ficha de todas as mudanças ocorridas com o comportamento da Size, após conhecer a Louise. Estava mais evidente que ela não era mais a mesma de antes. Fui ao quarto, peguei meu notebook, coloquei na mochila e saí, dizendo que iria dormir fora.
A Size nem respondeu. Ficou calada com uma expressão assustada.
Tratei de ir a um hotelzinho barato que eu conhecia, e lá, logo que entrei no quarto, liguei meu notebook. Eu me lembrei que tinha instalado e feito uma cópia espelhada do programa de mensagens do celular da Size, quando o celular dela deu defeito. Depois, eu nunca mais apaguei. Havia até esquecido disso.
Achei que se ela tinha algo no celular dela, nas conversas, elas ficaram registradas no notebook, automaticamente. E não deu outra. Foi o que me trouxe a verdade. Ali que eu vi o que realmente estava acontecendo, e já vinha de muito tempo.
Nossa, o celular dela tinha centenas de conversas, e eu nunca tinha nem pensado em abrir aquele aplicativo. A primeira coisa que encontrei, foi a Size contando para a Louise, como foi despedida do hospital. Logo que a conheceu em nossa casa. Vou colocar as mensagens dela aqui, exatamente como estavam.
Louise: “Você é safada que eu sei. O seu corno nunca desconfiou?”
Size: “Ia tudo bem. Um dia, quase que o Genaro me pegou no Flagra. Eu saí com o meu chefe do hospital e fomos a um motel. Eu já tinha saído outras vezes com ele, mas era rapidinho no horário do almoço. Adorava dar para ele. Dessa vez, era de tarde, eu queria voltar sozinha para casa, mas o Genaro insistiu em ir me buscar. Ficou me esperando um tempão, até quase 22h. Ele perguntou por mim para os rapazes da segurança do hospital e eles não me entregaram, pois sabiam que o chefe podia castigá-los. Mas um bobalhão dos seguranças, quase me entrega e ele desconfiou. Eu fui pega mentindo para o Ge. Quase que deu B.O. feio, a sorte é que consegui me justificar e ele aceitou”.
Louise: “Seu marido tem vocação para corno. É muito mansinho, acredita em tudo. Você tem que começar a dar ideia para o Ge, abrir essa relação. Ele não dá conta desse seu fogo. Tem que liberar.”
Size: “O Ge é careta, meio conservador. É liberal e sem ciúmes, mas não aceita nada fora do casamento. Tem a cabeça muito certinha. E não pode saber que eu fui demitida porque vazou no hospital que eu estava dando para o chefe.”
Louise: “Você continuou dando para o ex-chefe?”
Size: “Não, o safado achou que fui eu que dei com a língua nos dentes, e ficou puto. Queimou o filme dele também. Não falou mais comigo.”
Em outra mensagem:
Size: “Andei muito em baixo, amiga. Estava ficando maluca. Se não fosse você aparecer, eu teria entrado em crise.”
Fui lendo as conversas. Passaram muitas outras coisas sem importância até que achei outra conversa:
Louise: “Estamos vendendo conteúdo adulto. Vem aqui em casa. Você participa, e ganha um bom dinheiro.”
Size: “Tenho medo, amiga, como vou justificar isso para o meu marido?”
Louise: “Fala que você achou uma velha rica para ser acompanhante de idosos, Não é isso que você faz, às vezes?”
Size: “Amiga, na verdade, eu também faço uns programas, fiz um perfil num site de PG, fiz umas fotos, e anunciei. Às vezes consigo atender um cliente. Perco muitos atendimentos por dificuldade de horário. Mas tenho medo de ser descoberta. Publiquei umas fotos lá. O Ge é segurança, sabe de informática, se ele investigar, pode me descobrir.”
Louise: “Seu corno é muito certinho. Confia na esposa safada. Nunca vai andar atrás disso. Mas, conteúdo adulto, não precisa mostrar o rosto, pode usar máscara. Muito mais seguro.”
Size: “Eu adoro o meu marido. Eu sou safada, já era quando ele me conheceu, mas o Ge confiou em mim, sempre me tratou como princesa, e me deu tudo de bom, vivo muito feliz com ele. Ele me adora de verdade. Eu também gosto mesmo do Ge, apaixonei, e não sei nem como seria se ele descobrir que eu traio desse jeito.”
Ao ler aquelas mensagens, fiquei achando que eu ia ter um ataque do coração. Como podia uma mulher dizer que me ama e me trair daquele jeito?
Minha pressão subiu muito, ouvia meu coração batendo nas orelhas, um zumbido permanente, e a boca seca. Tive que fazer um exercício de respiração e de controle da ansiedade, que apendi no curso de situações de alto risco. Aos poucos fui me controlando. A cabeça foi ficando mais assentada. Passei a analisar a situação.
Estava claro que eu era traído desde que ela trabalhava no hospital, talvez desde o princípio do casamento. Por isso, ela tomava pílula e alegava que não queria ter filhos cedo. Agora eu entendia. Depois que perdeu o emprego ficou ainda mais decidida nisso.
Eu não conseguia encaixar a imagem da minha adorada esposa, naquela imagem de safada que a Size estava revelando nas mensagens. Era como se fossem duas pessoas distintas.
No exército, e depois, no curso sobre segurança, eu aprendi a ter o máximo controle de minhas emoções, para não perder a capacidade de raciocínio. Mas aquela situação era alucinante. Vi que meu casamento era uma coisa na aparência, naquilo que a Size fazia parecer para mim, e eu me sentia feliz, sem imaginar o que ela fazia escondido. Agora, descobria que havia uma mulher dissimulada, calculista, safada e traiçoeira, por trás daquela imagem de esposa perfeita. E eu sendo traído o tempo todo. Era revoltante. Se ela estivesse ali, era capaz de eu perder a cabeça de raiva, e fazer uma grande merda.
Quando consegui respirar e me controlar novamente, voltei a ler. Encontrei a Size respondendo a Louise:
Size: “Lou, eu entendi a sua tentativa de forçar uma ruptura com o Ge, para eu poder ficar na sua casa dois dias. Mas o Ge poderia ter rompido com vocês definitivamente. Foi um erro. Acho que teríamos como conseguir esses dias sem a briga.”
Caralho. Até a cena de ciúme da Size por conta das mensagens do Karaokê, tinham sido armadas pela Louise! Ela queria mesmo que a Size fosse passar dois dias na casa dela. Certamente para muita safadeza.
A confirmação não demorou muito a aparecer.
Size: “Lou, aquelas fotos e vídeos que fizemos na sua casa não tem perigo de vazar?”
Louise: “Relaxa, só quem paga, tem acesso na plataforma. E nosso perfil é muito discreto. E o seu corninho nunca vai acessar conteúdo pago. Não é o perfil dele. E não tem como identificar você. A sua face está oculta.”
Size: “Lou, o Ge conhece o cacete do Malan, não é um cacete qualquer, é o “senhor pica”, eu chupando. Certamente ele pode identificar, e a minha boceta também. Se olhar direito pode reconhecer.”
Louise: “Não tem perigo, eu garanto, seu corno não vai ver nunca, e o Malan fodeu sua bocetinha até enjoar, que me deu até inveja. Fiquei tarada de ver o vídeo. Está fazendo muito sucesso. Vendeu muito.”
Eu sentia minha barriga doendo, meu peito apertado ao ver aquilo. Além de raiva, me sentia muito triste em descobrir aquilo. Estava ali a prova de que a sacanagem rolava solta entre eles.
Minha reação primeira foi querer ligar na mesma hora para o Malan, e marcar de tirar satisfações. Eu estava tão revoltado que era capaz de matá-lo de tanta pancada. Mas, meu instinto de defesa, me conteve. Não poderia agir impulsivamente, perderia a razão e me exporia totalmente. Precisava saber melhor como faria. Estava revoltado e com sede de vingança. E isso tirava a minha capacidade de planejar.
Parei de ler, tomei água, lavei o rosto. Fiz novo exercício de respiração. Pensei com calma o que deveria fazer. Uma ideia começava a se formar na minha cabeça. Então, retomei as leituras.
Vi que a Louise disse para a Size passar lá e pagar o dinheiro, e que também tinha roupas novas para ela levar.
Louise: “Tem umas roupas muito sexy aqui. Para você ficar bem putinha. Aproveita que o seu corno sai cedo e usa essas novas. Vai ficar um tesão.”
Dali para a frente, havia muitas conversas entre elas, e a Louise até comentando:
Louise: “Amiga, que foda foi aquela? Fiquei até com inveja, o Malan estava tarado e você mais ainda! Você gozou que até jorrou! O vídeo ficou muito bom. Rendendo já uma boa soma.”
Size: “Amiga, é só por prazer mesmo e pelo dinheiro. O seu corno é muito gostoso e aquele pau dele me alucina. Quando fico dois dias sem dar para ele, já sinto saudade. Mas eu prefiro gozar gostoso fazendo amorzinho com o meu marido. Juro por deus. Pena que o Ge não anda mais comparecendo. Meu corno é muito carinhoso e me dá muito prazer. Gozar com quem a gente ama, é outra coisa. Eu gosto de sexo, mas amor é diferente.”
Louise: “Se o seu corno não fosse tão careta, com o físico que ele tem, odo malhado, e fizesse vídeos com a gente, ia render muito também. Pena que ele nem quer conversa. Já cansei de tentar.”
Era esquisito saber aquele lado devasso e sem-vergonha da minha esposa, através de mensagens que ela trocava com a amiga. Ela estava sendo sincera e sem disfarce. E por isso, eu fiquei bastante confuso. Ali aparecia o motivo da Louise sempre tentar puxar assunto de sexo. Não dava para entender a minha esposa e seu jeito safado e ao mesmo tempo dizendo que me amava. Eu tinha que reconhecer que a Size gostava mesmo de sexo e eu andava sendo insuficiente. Mas isso não justificava suas traições.
Fiquei mais de duas horas vasculhando as trocas de mensagens delas. Até que a Louise mandou para a Size, uma foto daquela madrugada da festa. Era da noite anterior.
Via-se nitidamente a Size nua, cavalgando um homem nu sentado em um sofá, as cabeças estavam fora da imagem, mas dava para ver o braço inteiro tatuado do homem que segurava na cintura dela. Percebia-se que aquele não era o Malan. Ela tinha dado para outro macho. A legenda da Louisa dizia:
“Olha só uma das fotos que tirei. Vamos distribuir hoje mesmo no canal.”
Size: “Amiga, essa hora eu já estava no automático, cavalgando só no embalo. Nunca levei tanta rola na minha vida sem parar. Esses tarados não amoleciam. Me foderam por algumas horas sem parar. Devem ter tomado um copo de Viagra.”
Pronto, achei a prova da festa. E quando ampliei a foto para ver detalhes do corpo da Size, reparei que ela tinha marcas vermelhas na bunda, de tapas que deve ter levado.
Eu olhava para quilo, revoltado, e ao mesmo tempo, admirado como ela podia ser duas pessoas em uma, a minha esposa querida e fiel, aparentemente inocente, e por trás, enganadora, traidora, dissimulada e devassa daquele jeito. De repente, olhando melhor, vi um texto escrito em letrinhas muito pequeninas e meio apagadas na base da imagem. Era bem disfarçado. Aumentei a imagem e identifiquei que era o endereço do canal. “pri**cy.com.br/profile/ma-ise”.
Pronto, eu tinha agora como acessar o material deles e precisava apenas de me registrar e pagar para obter o conteúdo.
Levei mais uma hora fazendo essa operação, e depois que paguei, tive que esperar a liberação do acesso. Mas, essas coisas, acabam sendo cada dia mais fáceis e então, consegui já alta madrugada, ver o conteúdo oferecido. As horas iam passando e eu copiando algumas provas. Até que não aguentei mais de sono, e resolvi voltar outra hora. Teria que ir trabalhar dali a pouco tempo e estava detonado. Desliguei tudo e me deitei para dormir. Estava tão exausto e drenado que apaguei quase imediatamente.
Continua na parte 3.
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