Parte 41: “Não Se Prenda a Sentimentos Antigos, Tudo Que Se Foi vivido, Me Preparou Pra Você”
Sentada no sofá, com uma taça de vinho branco, Anna olhava o celular e sorria discretamente ao ver uma foto postada por Mari. Na imagem, Mari, Celo e Clara brindavam na varanda da casa de praia. A legenda dizia apenas: “Que comecem os bons momentos”.
Paul chegou por trás, abraçou a esposa pelos ombros e beijou-lhe o topo da cabeça.
— Celo deve estar no paraíso agora … — Disse ele, com um sorriso travesso. — Duas mulheres maravilhosas, só para ele, numa casa de frente para o mar. Parece até enredo de filme europeu. E essa Clara … que tesão.
Anna riu, encostando a cabeça no peito dele.
— Confesso que senti uma pontinha de inveja da Clara … — Ela admitiu, com um olhar maroto. — Vi umas fotos dela hoje. A mulher é linda. E tem aquela segurança no olhar, sabe?
Paul ergueu uma sobrancelha, divertido.
— Inveja? Mas por quê? É muito provável que você e o Celo tenham um momento só de vocês em breve. E convenhamos, se alguém sabe ser linda com classe, é você, meu amor. — Ele ainda lembrou de provocar. — E a Mari, claro.
Anna sorriu, mas o sorriso não se abriu completamente. Havia um resquício de dúvida em seu olhar. Paul, mais sério, sentou-se ao lado da esposa.
— Amor … ainda sente culpa por tudo que aconteceu lá atrás? Pela forma como aconteceu?
Ela demorou um pouco para responder, mas por fim assentiu.
— Sinto. Não mais por ter acontecido, mas pela maneira. Foi tudo tão intenso, inesperado, confuso. Tenho medo de machucá-los de novo.
Paul segurou a mão dela com firmeza e carinho.
— Dessa vez, ninguém vai ser pego de surpresa. E, se for para acontecer, se for o que eles querem, deixaremos Celo e Mari no comando. Eles vão ditar o ritmo, e nós só vamos … remar a favor da maré.
Anna respirou fundo, relaxando.
— É … acho que você tem razão.
Ele se inclinou e a beijou com doçura.
— Confia no tempo, meu amor. Ele tem uma maneira de curar até as memórias mais bagunçadas.
Anna finalmente sorriu de verdade. Largou o celular, deixou o corpo afundar no sofá e se entregou ao beijo do marido, deixando que o calor daquele momento a envolvesse. E que os pensamentos sobre Celo e Mari esperassem pelo amanhã.
{…}
O sol ainda se espreguiçava no céu quando Celo despertou. Sentia o corpo relaxado, a mente leve e o coração inquieto, mas de um jeito bom. Como se, finalmente, tivesse encontrado algo precioso que julgava perdido. O dia anterior tinha sido incrível, intenso e, porque não, surreal.
Levantou-se devagar para não acordar Mari e Clara, que dormiam lado a lado, enroscadas nos lençóis amassados. Sorriu ao vê-las assim, tão em paz.
Desceu para a cozinha com a ideia de preparar um café da manhã especial, mas bastaram alguns minutos vasculhando os armários e a geladeira para perceber o óbvio: Anna, por mais que se esmerasse em deixar a casa abastecida, e, realmente, tinha feito, faltavam coisas importantes para o café da manhã que eles mereciam. Coisas como, pães e bolos, recém-saídos do forno, além de alguma surpresa que ele queria fazer para elas.
Coçou a cabeça, soltou um suspiro divertido e subiu de volta, vestiu a bermuda e a camiseta, calçou os tênis e percebeu Mari abrindo os olhos lentamente. O cabelo desgrenhado, bocejando, mais visivelmente feliz.
— Vai aonde? — Ela murmurou, a voz meio rouca de sono.
— Na padaria. Anna nos deixou bem abastecidos, mas faltam algumas coisas. — Disse ele, rindo baixinho. — Talvez eu passe no mercado, também. Mas eu volto rápido.
Mari assentiu com um bocejo e deixou a cabeça afundar de novo no travesseiro. Logo ao lado, assim que Celo deixou o quarto, Clara se remexeu, espreguiçando-se sem pressa.
— Bom dia, gostosa. Dormiu bem? — Clara perguntou, sorrindo.
— Ótimo dia … — Mari respondeu, retribuindo com um sorriso ainda maior. — Parece um sonho. Foi tudo tão … natural. Leve. Eu não esperava.
— Mas eu esperava. — Disse Clara, convicta.
Mari se surpreendeu com a confissão dela.
— Sério? Por quê?
— Porque você só se esqueceu do homem maravilhoso com quem se casou, Mari. — Clara se virou totalmente, apoiando a cabeça na mão. — Os anos juntos, os filhos, a rotina, as preocupações … tudo isso embaralha a visão da gente. Você e o Celo se acostumaram tanto, um com o outro, que deixaram de se ver de verdade. E ainda tinha toda aquela bagagem … as mágoas, os medos … os traumas.
Mari olhava para o teto, absorvendo cada palavra.
— A distância … — Continuou Clara, com voz suave — … e o tempo. Eles limpam a “lente”. Vocês se lembraram porque se amam, porque se escolheram. E agora, sem aquele peso todo, sem as amarras, tem espaço para florescer de novo.
Mari virou o rosto na direção dela, emocionada.
— Você sempre fala bonito assim de manhã?
— Só quando durmo abraçada com gente bonita e gostosa. — Provocou Clara, arrancando um riso baixo de Mari.
As duas riram, cúmplices, e ficaram em silêncio por alguns segundos, ouvindo apenas o som do mar ao longe e o canto preguiçoso de um bem-te-vi.
— Mas o Celo … — Clara franziu a testa, notando sua ausência. — Ué … cadê ele?
— Foi até a padaria, garantir o nosso café da manhã. Não trouxemos nada de comida e depois de tudo o que aconteceu ontem, nem lembramos disso. — Respondeu Mari com um sorriso sereno. — Aquele homem tá levando a sério essa coisa de nos mimar.
— Hummm … gosto assim. — Disse Clara, se jogando de novo nos lençóis. — Que traga pão quentinho, frutas e, quem sabe, mais alguma surpresa?
Mari riu e fechou os olhos por um instante, sentindo que o amor e o desejo estavam no ar.
Ainda preguiçosas, Mari e Clara se levantaram e fizeram a higiene matinal.
— Já pensou o susto que ele vai levar se a gente estiver bem predadora quando ele voltar? — Ela provocou, olhando Mari com um sorrisinho travesso.
— Predadora? Como assim? — Mari perguntou, mordendo o lábio, fingindo inocência.
— De biquíni, mas um bem cavado. Descalças, provocantes ... Com fome, mas não só de comida. — Respondeu Clara, rindo, jogando um travesseiro na amiga.
Mari, ainda sorrindo, foi até a mala.
— Eu não tenho nada nesse estilo. Até tenho alguns bem bonitos, mas nada tão … chamativo.
Clara se aproximou e começou a revirar a própria bagagem com ela.
— Esse vermelho aqui ... — Disse, tirando um biquíni minúsculo da mala — … vai fazê-lo derrubar as sacolas na porta.
— Ou esse preto ... — Mari contrapôs, mostrando outro ainda mais ousado.
Ambas se olharam e caíram na risada. Mari balançou a cabeça, divertida.
— A gente vai matar esse homem do coração.
— Ou continuar dando a ele o melhor feriado da vida. — Completou Clara, piscando.
Minutos depois, entre gargalhadas, trocas de roupas e olhares cúmplices, as duas já estavam prontas. Biquínis ajustados, corpos iluminados pelo sol, cabelos soltos e aquele ar leve de quem planeja uma travessura deliciosa.
— Vai por mim, Mari ... ele nunca mais vai querer fugir. — Disse Clara, piscando, enquanto passava um gloss nos lábios.
Mari entendeu a referência.
— Ele não vai mais é querer sair da cama … não que isso seja um problema, lógico. — Respondeu Mari, sorrindo com malícia.
Elas caminharam até a varanda, sentaram-se nos sofás e esperaram, como duas deusas à beira-mar, pela chegada do homem que desejavam.
Celo voltou da padaria e do mercado com as sacolas nos braços e um sorriso satisfeito no rosto. O cheiro do mar misturado com o sol da manhã deixava tudo mais vivo. Assim que empurrou o portão e entrou, foi recepcionado por uma cena que quase o fez largar tudo no chão: Mari e Clara já estavam de pé, usando biquínis pequenos demais para serem casuais. E perfeitos demais para serem ignorados.
Mari, com um modelo vinho, elegante e provocante, exibia suas curvas com naturalidade. Clara, com “aquele vermelho”, parecia saída de um editorial de revista. Os cabelos soltos, levemente bagunçados. As duas estavam rindo de algo que ele não ouviu, mas bastou sua entrada para que os olhares se voltassem, carregados de intenção.
— Achei que iam estar dormindo ainda. — Disse ele, entrando na casa, seguido pelas duas, largando as sacolas sobre o balcão.
— A gente acordou sentindo fome … de várias coisas. — Provocou Clara, mordendo levemente o lábio inferior.
Mari se aproximou e pegou uma sacola, seus dedos roçando nos dele de propósito.
— Que bom que você voltou. A gente estava preste a te buscar na rua.
Celo sorriu, sentindo aquele calor bom no peito e no corpo. E aquela comichão inconfundível nas partes íntimas.
— Então vamos matar essa fome direitinho, começando pela mais urgente: o café.
Os três se organizaram em um balé intuitivo pela cozinha. Enquanto Celo batia um suco natural de laranja com cenoura e gengibre, Mari separava as frutas: manga, morango, uvas e mamão em fatias delicadas. Clara cortava o pão de fermentação natural, como ela queria, recém-saído do forno, e montava as torradas com queijo Brie e mel. Ele também trouxe um bolo de aipim e croissant de manteiga com queijo de qualho.
Entre um preparo e outro, beijos suaves iam e vinham. Uma mão que passava na cintura, dedos que roçavam o pescoço, sorrisos que diziam tudo sem precisar de palavras. Não estavam apressados, estavam presentes. Conectados.
Sentaram-se juntos na varanda dos fundos, em uma mesa de madeira rústica, sob a sombra de um toldo, de frente para o mar. O som das ondas era a trilha perfeita para aquele momento.
— Essa torrada ficou um escândalo. — Elogiou Mari, saboreando devagar.
— E esse suco! — Disse Clara, piscando para Celo. — Você tá se superando, hein?
— Só tô retribuindo o presente que ganhei ontem. — Respondeu ele, olhando de um jeito que fazia as duas sorrirem como adolescentes apaixonadas.
Conversaram sobre a viagem, sobre as possibilidades dos próximos dias. Riram de histórias antigas, lembraram de momentos em que tudo parecia mais difícil, e perceberam o quanto haviam evoluído desde então. Não era só desejo. Era cumplicidade. Era leveza.
O tempo passou sem pressa. Depois de comerem, recolheram os restos com a mesma naturalidade com que se tocavam. Beijos no ombro, toques na nuca, abraços demorados. Nenhuma pressa de ir, e mesmo assim, toda a vontade do mundo de aproveitar.
— Que tal a gente pegar a praia antes que o sol fique forte demais? — Sugeriu Celo, com um olhar convidativo.
— Partiu! — Disse Clara, se esticando toda e pegando os óculos escuros.
— Mas antes … — Mari se aproximou de Celo e sussurrou no ouvido dele — Obrigada! Por isso tudo.
Ele a olhou com ternura e desejo misturados.
— A gente ainda nem começou. E outra, a ideia foi sua. Eu que agradeço.
E então, saíram os três em direção à areia dourada, prontos para mais um capítulo do feriado que prometia ficar marcado para sempre.
O sol já ia alto quando os três cruzaram o portão traseiro. A brisa salgada soprava suave, o barulho das ondas parecia compor uma trilha sonora para aquele momento despreocupado. Eles escolheram ficar próximo a casa, perto das pedras. Montaram as cadeiras, a canga estendida ao chão e o guarda-sol aberto para dar sombra quando o calor apertasse.
Mari tirou a saída de praia com um movimento lento, que Celo não deixou de notar. Clara, ao lado, fez o mesmo. Pareciam ensaiadas. As duas estavam deslumbrantes nos biquínis que haviam escolhido para provocar, e sabiam disso.
Celo ajeitou os óculos escuros e soltou um assobio leve.
— Se eu soubesse que a praia viria com esse tipo de paisagem ... tinha descido mais cedo.
Mari sorriu e estendeu o frasco de protetor solar.
— Já que veio, aproveita pra trabalhar um pouco. Pode começar por mim.
Ela se deitou de bruços na canga, oferecendo as costas com um olhar sugestivo por cima do ombro.
— Depois é a minha vez. — Disse Clara, se deitando ao lado, no mesmo movimento sincronizado.
Celo ajoelhou-se entre as duas, espalhou o protetor nas mãos e começou a aplicar nas costas de Mari, com cuidado e uma lentidão proposital. O toque era suave, mas a tensão no ar era nítida.
— Isso é injusto, sabia? — Ele disse, rindo, enquanto passava o creme pelos ombros da esposa. — Vocês duas tão armando alguma coisa desde que desceram com esses biquínis.
— E você só percebeu agora? — Mari provocou, virando levemente a cabeça.
— A gente só quer garantir que o nosso acompanhante esteja devidamente entretido. — Completou Clara, esticando-se como uma gata ao sol.
Celo terminou com Mari e passou para Clara, mantendo o mesmo cuidado, mas já com as mãos um pouco mais ousadas. O riso das duas se misturava ao barulho do mar e, cada toque, virava um convite silencioso, cada olhar carregava algo não dito, mas intensamente sentido.
A praia estava praticamente deserta, já que era um condomínio fechado, com praia praticamente privativa. Anna tinha comentado com Mari que poucos moravam ali e as casas eram apenas destino de férias. Naquela época, a maioria aproveitava para viajar e aproveitar o outono Europeu. Os três estavam sozinhos, sem olhares intrusivos, livres para aproveitar cada momento. Era o cenário perfeito para algo que já fervilhava nas entrelinhas de suas tensões.
— Que tal um mergulho? — Sugeriu Celo, já tirando a camisa, revelando o torso bronzeado e musculoso. Mari sorriu, os olhos percorrendo o corpo dele com um desejo evidente.
— Eu adoraria. — Respondeu ela, se levantando para acompanhá-lo.
Clara, ao lado, observava discretamente, mas não conseguiu disfarçar o rubor no rosto ao ver Mari se mexendo com tanta graça. Numa atitude ousada, ela começou a se despir, revelando curvas generosas que pareciam chamar a atenção de ambos. Mari e Celo não sabiam o que dizer.
— Não tem ninguém aqui, só a gente. Vamos logo para a água. — Clara, provocante, correu para o mar.
A água estava fresca, convidativa. Os três entraram juntos, o mar envolvendo seus corpos como um abraço. Mari riu quando uma onda pequena bateu contra eles, enquanto Celo a puxava para mais perto, sua mão forte apertando suavemente sua cintura.
— Está fria? — Ele falou com os lábios colados no ouvido dela.
— Um pouco. — Ela murmurou, arrepiada não só pela temperatura, mas pela proximidade dele.
Clara se aproximou por trás de Celo, seus dedos deslizando pelas costas dele, sentindo os músculos tensos sob a pele molhada.
— Preciso de ajuda para me aquecer também. — Ela provocou, a voz em tom de desafio.
Celo virou-se para ela, um sorriso malicioso nos lábios.
— Então vamos resolver isso. — Ele disse, puxando-as para mais perto.
As duas mulheres trocaram olhares, uma conexão íntima e silenciosa passando entre elas antes de se voltarem para ele.
As mãos começaram a explorar, devagar no início, como se testassem os limites da água e do tempo. Mari encostou-se em Celo, sentindo o peito dele contra o seu, enquanto seus lábios se encontravam em um beijo quente e lento. Enquanto isso, Clara beijava o pescoço dele, os dedos subindo e descendo pelos músculos das costas, até chegar à cintura e abaixo.
— Vocês estão me deixando louco. — Celo respirou pesado, suas mãos se movendo pelos corpos das duas mulheres.
Ele apertou as nádegas de Mari com uma mão e pegou a coxa de Clara com a outra, puxando-a para mais perto.
— E nós só estamos começando. — Mari sussurrou, os olhos brilhando com malícia.
Ela se afastou um pouco, levando Clara pela mão e posicionando-a na frente de Celo.
— Gosta do que vê? — Ela perguntou, enquanto Clara olhava para ele com um misto de desejo e desafio.
— Muito. — Ele respondeu, as mãos agarrando as curvas de Clara enquanto Mari se posicionava atrás dela.
Mari, muito mais solta e decidida, começou a beijar o ombro de Clara, as mãos descendo pelas laterais do corpo da amante até encontrar a xoxotinha pulsando. Com um movimento calculado, ela alisou o grelinho de Clara, a outra mão massageando carinhosamente um dos seios.
— Claro que nós precisamos fazer isso de maneira justa. — Sussurrou Mari, enquanto Clara tentava tirar o biquíni dela, mas era vencida pela onda de prazer que invadia seu corpo. Mari já mostra alguma habilidade em arrancar prazer de outra mulher.
Com um olhar de cumplicidade, Clara ajudou Mari a remover o próprio biquíni. A bermuda de Celo sumiu em segundos. Agora os três estavam completamente nus na água, como se fizessem parte dela.
A água do mar envolvia os três corpos nus como um abraço salgado, intensificando cada toque, cada respiração. Celo, com seu torso musculoso, puxou Mari e Clara para ainda mais perto, seus olhos escuros brilhando com uma mistura de desejo e determinação.
— Vamos dançar. — Ele brincou, a voz rouca, quase um comando suave que ecoou entre as ondas.
Ele deslizou as mãos pelas curvas de Mari, sentindo a textura suave de sua pele, enquanto Clara se encaixava nele, ainda tendo Mari lhe proporcionando prazer, uma dança a três.
Ele aproveitou para dar a Mari o mesmo prazer que ela proporcionava a Clara. Mari jogou a cabeça para trás enquanto Celo a puxava para junto deles.
— Hummm …. Gosto muito dessa dança. — Mari murmurou, uma mão explorando os músculos tensos do peito de Celo, a outra ainda brincando com o grelinho inchado de tesão de Clara.
Celo já esfregava o pau entre as pernas de Clara, a cabeça da rola cutucando a mão de Mari e Clara gemendo manhosa, sendo o centro das atenções do casal.
— Ahhhh … vocês dois vão me deixar mal-acostumada … — Sua voz saiu entrecortada, embargada pelo tesão.
— Você está linda assim … — Mari sussurrou contra os lábios de Clara, beijando-a em seguida, sem tirar os olhos de Celo.
Clara tentava retribuir. Seus dedos encontrando os seios de Mari, apertando-os suavemente enquanto a beijava. Celo, completamente absorvido pela cena, começou a mover os quadris, simulando estocadas, o calor e a água criando uma fricção deliciosa na entrada da xoxota de Clara.
— Isso tá tão gostoso … Hummm … — Ela suspirou, seus lábios encontrando os de Mari em um beijo quente e úmido.
Sua mão desceu ainda mais, encontrando a entrada quente e molhada de Mari, os dedos explorando-a com urgência e delicadeza.
Mari soltou um gemido, os dedos de Clara apertando seus seios com mais força enquanto ela arqueava as costas, oferecendo a boca para beijar Celo.
— Eu também preciso de você. — Ela sussurrou, as palavras quase perdidas no som das ondas quebrando ao redor deles.
Clara, agora completamente envolvida na cena, começou a ser masturbada com mais intensidade por Mari, os dedos movendo-se rapidamente enquanto sentia Celo começando a penetrá-la.
— Isso … Ahhhh … bem assim … — Ela gemeu, sua voz carregada de desejo.
Ela se inclinou para frente, os lábios encontrando os seios de Mari em uma série de beijos e mordidas leves que deixaram a pele vermelha e sensível.
Celo segurou Clara com firmeza, sentindo a água ao redor deles aumentando a sensação de conexão. Ele começou a estocar dentro dela, cada movimento deliberado e cheio de intensidade.
— Você é tão apertada. Tão molhada … tão gostosa … — Ele gemeu, suas mãos agarrando os quadris de Clara com mais força, enquanto ele a levava cada vez mais perto do limite.
Clara gritou, os dedos de Mari ainda travando círculos em seu clitóris, enquanto ela explodia em ondas de prazer.
— Ah, meu Deus … Ahhhh … vocês … não parem … Ahhhh …
Celo continuou a estocar dentro dela, sentindo seu corpo tremendo, a xoxota se apertando ao redor do pau.
— Não para … é incrível … Ahhhh … — Ela gemia mais alto, mais forte, mais intensamente.
Mari, completamente envolvida no prazer, começou a se masturbar também, com intensidade, os dedos movendo-se rapidamente sobre seu próprio clitóris.
— Eu quero sentir você também. — Ela sussurrou para Celo, sua voz cheia de desejo.
Celo sorriu, sabendo exatamente o que ela queria. Ele lentamente tirou o pau de dentro de Clara, deixando que ela se apoiasse nas pedras que mantinham os três fora do perigo de olhos curiosos, cuidando para que ela ficasse confortável antes virar-se para Mari com um olhar cheio de promessas.
— Sua vez. — Celo aproximou-se da esposa com um olhar que deixava claro que ele estava completamente entregue ao momento.
A água do mar ainda balançava suavemente em volta deles, criando uma melodia suave que parecia aumentar o clima de intimidade. Ele colocou as mãos firmes na cintura de Mari sentindo a curvatura macia de seu corpo sob seus dedos.
— Você está pronta? — Ele perguntou, sua voz baixa e carregada de desejo.
Mari apenas acenou, os olhos brilhando com uma mistura de excitação e nervosismo. Com um movimento fluido, Celo levantou Mari, seus músculos destacando-se enquanto ele a erguia com facilidade. A água escorria por seus corpos, criando uma sensação geladinha que contrastava com o calor que ambos estavam prestes a sentir.
Ele a posicionou sobre ele, segurando-a pelas coxas enquanto ela se ajustava para montá-lo. Mari respirou fundo e trançou as pernas nas costas do marido, sentindo a cabeça da pica pressionando suavemente contra sua entrada molhada.
Clara observava de perto, os dedos já se movendo lentamente sobre seu próprio clitóris ainda sensível. Ela sabia que era apenas uma questão de tempo até que ela também fosse tocada por aquela onda de prazer, mas, por enquanto, estava completamente fascinada pela cena que se desenrolava diante dela.
— Vocês são lindos juntos. — Clara sussurrou, seus olhos fixos nos de Celo, enquanto Mari começava a ser preenchida pela penetração.
O primeiro movimento foi incrivelmente intenso. Mari sentiu cada centímetro de Celo deslizando para dentro dela, e a sensação de estar totalmente preenchida, num cenário tão maravilhoso, onde todos os seus tabus e receios eram eliminados, um a um, foi quase avassalador. Ela soltou um gemido baixo, os dedos de Celo apertando suas coxas enquanto ele a ajudava a se mover.
— Você é tão quente, meu amor. Eu adoro essa versão “putinha insaciável” que você está me mostrando. — Celo falava olhando bem no fundo dos olhos dela, direto com seu coração. A voz rouca de prazer enquanto começava a mover os quadris cada vez mais rápido.
Mari não ficou parada, apenas recebendo, ela também começou a se mover sobre ele, cada movimento sendo uma mistura de prazer e pertencimento que a fazia querer mais. Ela podia sentir a água batendo suavemente contra suas costas enquanto os dois se moviam juntos, criando uma sensação única que só aumentava a excitação. Os seios de Mari balançavam levemente com cada movimento, os mamilos endurecidos pelo frio da água e pelo calor do momento.
Clara, já recuperada e completamente envolvida na cena, aproximou-se lentamente dos dois, os dedos ainda se movendo sobre seu próprio clitóris. Ela olhou para Mari, os olhos cheios de desejo.
— Você também está absolutamente linda assim. Parece até brilhar. — Ela sussurrou, sua voz suave e carregada de emoção.
Mari, então, colocou uma das mãos nos seios de Clara, apertando suavemente enquanto ela continuava a se masturbar.
Clara sentiu um arrepio percorrer sua espinha quando os dedos de Mari tocaram seus seios. Ela olhou para Mari, os olhos cheios de gratidão e desejo.
— Eu que deveria estar estimulando você … ajudando o Celo. — Ela gemeu, sua voz tremendo de desejo.
Mari continuava a se mover sobre Celo, quase uma cavalgada. Os movimentos dele ficaram mais rápidos, mais intensos, e ela podia sentir o orgasmo se aproximando como uma onda que ela não queria segurar.
Celo começou a mover os quadris com mais força, cada movimento sendo uma tentativa de atingir o ponto mais profundo dela. Ele sabia exatamente o que estava fazendo, e isso era evidente no jeito que ele dominava o ritmo.
— Goza pra mim, amor … goza que eu vou junto com você … — Ele pediu, ao mesmo tempo que avisava. As mãos apertando as coxas de Mari.
Mari sentiu o orgasmo se aproximando como uma tempestade que ela não podia evitar. Ela olhou para Celo, os olhos cheios de amor, prazer e devoção.
— Eu estou chegando lá … Ahhhh … tá vindo, amor … fode essa buceta … Ahhhh …
Celo sorriu, sabendo exatamente o que ela estava sentindo. Ele começou a mover-se com mais força, cada movimento sendo uma tentativa de levá-la ao limite.
— Deixa vir … vamos juntos … — Ele sussurrou, sua voz cheia de promessas.
Mari finalmente explodiu em ondas de prazer intensas, seu corpo tremendo ao redor de Celo enquanto ela gritava seu nome. Ela podia sentir cada centímetro dele dentro dela. O orgasmo parecia durar uma eternidade, cada onda sendo mais intensa que a última.
— Nossa … mãe … do … céu … Ahhhh … ecst … ahagsg … — As palavras eram desconexas, apenas os gemidos de Mari eram inteligíveis. — Ahhhhhhhhhhhhh ….
Celo continuou a estocar, sabendo que também estava perto do limite. Ele olhou para Mari, os olhos cheios de desejo e gratidão.
— Você é incrível … Eu amo você. — A declaração de amor de Celo foi um gemido de êxtase, sua voz rouca de prazer enquanto ele finalmente chegava ao clímax.
Ele explodiu dentro dela, gemendo o nome de Mari, cada estocada sendo uma tentativa de prolongar o prazer.
Clara, completamente perdida no prazer, absorvida pela entrega do casal, começou a se masturbar com mais intensidade, os dedos movendo-se rapidamente sobre seu próprio clitóris. Ela olhou para os dois, os olhos cheios de desejo e gratidão.
— Vocês são incríveis mesmo, especiais. — Ela gemeu mais alto, sua voz tremendo de prazer enquanto ela finalmente chegava ao orgasmo.
Ela se perdeu em ondas de prazer, seu corpo tremendo enquanto era amparada por Celo, e os três ficaram ali por alguns momentos, aproveitando a sensação de estar juntos e completos.
A água do mar ainda balançava suavemente em volta deles, criando uma melodia leve que parecia aumentar o clima de intimidade. Eles sabiam que o dia ainda estava longe de acabar.
O feriado seguiu como um sonho vivido em câmera lenta, daqueles que a gente deseja esticar até a eternidade. A conexão entre Celo, Mari e Clara parecia fluir com naturalidade, como se aquele trio tivesse sido moldado por alguma força maior, sutil e irresistível.
Durante o dia, o litoral se tornava cenário de risos, carícias e olhares cúmplices. Foram à praia mais de uma vez, mergulhando juntos, brincando entre as ondas, deixando que o sol dourasse suas peles enquanto o desejo apenas se acumulava sob a superfície. Celo, sempre atento, passava protetor solar nelas com uma lentidão proposital, entre provocações e beijos roubados.
À noite, exploraram a pequena cidade costeira. Jantaram à luz de velas, com pratos de frutos do mar e vinhos refrescantes que deixavam os corpos mais quentes. Riam alto, dividiam confidências, trocavam toques sob a mesa, e voltavam para casa como se a noite ainda estivesse apenas começando.
Fizeram amor a três sem pressa, de forma cada vez mais intensa e entregue, como se quisessem redescobrir uns aos outros em cada gesto, em cada suspiro. Outras vezes, se amavam de forma selvagem, mais animalesca. Cada dia parecia superar o anterior, não só no prazer, mas na intimidade construída entre eles.
Houve momentos de descanso também. Celo, com o violão nas mãos, encantava as duas com canções suaves enquanto o céu mudava de cor no fim da tarde. Uma música em especial, que tanto Mari quanto Clara adoravam, arrancou lágrimas das duas: “Monalisa”, do Jorge Vercillo.
“Paralisa com seu olhar,
Monalisa
Seu quase rir
Ilumina tudo ao redor
Minha vida,
ai de mim.
Me conduza junto a você,
ou me usa pro seu prazer
Me fascina,
deusa com ar de menina
Não se prenda
A sentimentos antigos
Tudo que se foi vivido
Me preparou pra você
Não se ofenda
Com meus amores de antes
Todos tornaram-se pontes
Pra que eu chegasse a você”
Mari e Clara se deitavam sobre ele, cabeça no peito, dedos entrelaçados, ouvindo a melodia e sentindo o coração dele bater sob seus corpos. Às vezes, o silêncio dizia mais que qualquer música. Outras vezes, as três vozes se misturavam em cantos desafinados, risos soltos e beijos intermináveis.
Noite adentro, sentavam-se na varanda, observando o céu estrelado ou o nascer do sol, depois de horas intensas entre lençóis amarrotados e promessas sussurradas ao pé do ouvido. Era como se o tempo tivesse dado uma trégua e, por um instante, só existissem os três.
Mas, como tudo na vida, até mesmo os instantes mais perfeitos, precisam encontrar seu fim. O feriado chegou ao último dia com gosto de quero mais, mas também com a certeza de que o que viveram ali ultrapassava qualquer fantasia. Foi real. Foi bonito. E, acima de tudo, foi transformador.
Na volta, a estrada parecia mais curta. Talvez por conta das memórias ainda frescas, ou simplesmente pela leveza que pairava entre os três. A cidadezinha bucólica os recebeu com a mesma tranquilidade de sempre — ruas de paralelepípedo, janelas abertas, cortinas dançando com o vento e o aroma distante de café passado.
Passaram na casa da família de Clara para que ela buscasse suas coisas. Enquanto Mari e ela recolhiam as roupas e guardavam os últimos objetos na mala, Celo ficou encostado na varanda, olhando para o jardim simples, mas cheio de vida. Havia algo de melancólico em saber que aquele capítulo estava se encerrando, mas também uma gratidão silenciosa por tudo o que haviam vivido juntos.
Antes de deixarem a cidade, fizeram questão de passar no bar do seu Zé. O velho amigo os recebeu com um sorriso largo e um prato já reservado: feijão tropeiro e torresmo a pururuca, receita da casa. Se sentaram os três à mesa de madeira, brindaram com cerveja gelada e contaram parte da viagem, rindo das histórias e trocando olhares cúmplices que diziam muito mais do que qualquer palavra que pudesse ser dita.
Seu Zé, homem sábio e discreto, apenas assentia de vez em quando, como quem entendia mais do que demonstrava. Ao final da refeição, abraçou cada um deles com força e disse:
— Quando a vida quiser sorrir pra gente, não se atrapalhe tentando entender … só sorria de volta.
Na última parada, de volta à capital, já no aeroporto, os minutos pareceram se dissolver. Clara estava pronta para voltar à rotina em Barcelona, mas o abraço entre ela, Mari e Celo teve gosto de saudade antecipada. Houve promessas de reencontros, de chamadas de vídeo intermináveis, de novas visitas e também um pedido:
— Venham me visitar na Espanha. Tenho certeza de que vocês irão adorar o país.
Celo e Mari se encararam com aquela expressão de: “porque não?” E sorriram para Clara. Antes de entrar no portão de embarque, ela se virou com um sorriso doce e disse:
— O que vivemos não termina aqui. Levo vocês comigo. E deixo um pedaço meu aqui.
Mari ficou em silêncio, com os olhos marejados. Celo segurou firme a mão dela, e assim ficaram até o avião decolar.
Voltaram para casa já no fim da noite, cansados, mas mais conectados do que nunca. O silêncio entre eles não era ausência de palavras, mas presença de tudo o que tinham vivido. Ao abrir a porta, o cheiro familiar da casa os recebeu. Lá dentro, tudo parecia igual. Mas eles estavam diferentes. E sabiam disso.
Nos dias que se seguiram, Celo voltou à rotina com naturalidade. Entre reuniões, projetos e cafés inacabados, o mundo parecia girar num compasso que ele conhecia bem. Ainda acompanhava atentamente o processo contra Jonas e André, e seguia os preparativos para cuidar da segurança digital da nova empresa de Paul.
Já Mari, por outro lado, ainda sentia como se estivesse voltando a si mesma. Se sentia uma mulher que renascia não só da dor e trauma do passado, mas da descoberta de novas possibilidades.
Ela estava sentada à mesa da sala, entre pastas, croquis do novo layout do consultório e anotações em papéis coloridos, quando Daniela apareceu na porta.
— Mãe, posso falar com você um instante?
O tom era sério. E mesmo que o rosto da filha tentasse manter a leveza, havia um brilho diferente no olhar. Aquele tipo de olhar que não pedia, exigia sinceridade.
— Claro, filha. — Mari puxou a cadeira ao lado. — Se senta aqui do meu lado.
Daniela se acomodou, respirou fundo e foi direto ao ponto:
— Você e o pai são liberais agora?
O silêncio que seguiu foi desconfortável, e denso. Mari respirou fundo. Precisava entender até onde Daniela já sabia. Não por medo, mas para encontrar o tom certo para a conversa.
— Por que está me perguntando isso, filha?
— Mãe … — Daniela a olhou firme. — Eu posso parecer distraída, mas não sou boba. Eu vi como você sofreu, eu sofri junto. Eu escutei várias conversas, inclusive com a Luciana. Não quis me intrometer, de verdade … nem ser enxerida, mas chegou um ponto que não dava mais pra fingir que eu não sabia de nada. E eu só … só quero entender. Não estão julgando. Eu só … sei lá …
Mari olhou para a filha com ternura. Lembrou-se da promessa que sempre fizera a si mesma: que criaria os filhos com liberdade, que nenhuma pergunta seria censurada, e que a honestidade sempre seria a base do diálogo.
Ela se endireitou na cadeira, pousou a mão sobre a de Daniela e respondeu com calma:
— Sim, Dani. Eu e seu pai somos liberais. Na verdade, tudo é ainda muito recente.
Daniela assentiu, como quem já sabia, mas precisava ouvir em voz alta. Mari continuou:
— Isso não é algo que a gente tenha vivido a vida toda, nem uma decisão que tomamos de repente. Aconteceu no nosso tempo … depois de muitos altos e baixos. Foi difícil, filha. Muito difícil. Mas também foi algo que nos permitiu crescer, nos reconectar … nos redescobrir.
— Vocês se amam, né? — Daniela perguntou, sem hesitar.
— Muito. — A resposta veio firme. — Talvez mais do que nunca.
Daniela ficou em silêncio por um tempo, olhando para a mão da mãe sobre a sua.
— Não é exatamente fácil de entender, mas … eu admiro vocês. Por se permitirem ser quem são. Mesmo que isso saia do que todo mundo espera.
Mari sorriu, emocionada.
— O amor, filha … nem sempre cabe nas caixinhas que a sociedade criou. Mas se existe respeito, cuidado e verdade … e mesmo que seja difícil, que haja desafios, então ele é real. E é isso que importa.
Daniela se levantou e a abraçou, apertado, como quando era criança.
— Eu só precisava ouvir isso de você, mãe. Obrigada por confiar em mim. Eu te amo!
Mari retribuiu o abraço com força, sentindo uma leveza que não esperava. Era estranho, mas também libertador.
E, naquele instante, soube que a filha havia crescido. Não apenas em idade, mas em consciência, em empatia. E que elas estavam mais próximas do que nunca.
Já era noite. O silêncio da casa contrastava com os pensamentos que ainda ecoavam na mente de Mari. Ela saiu do banheiro enxugando os cabelos com a toalha, enquanto Celo ajeitava os travesseiros na cama, de pijama, e com um livro fechado ao lado.
Ela se sentou devagar, como se ainda estivesse digerindo a conversa que tivera com a filha. Celo, sensível aos gestos da esposa, não precisou de muitas palavras.
— Aconteceu alguma coisa? — Ele perguntou, olhando nos olhos dela.
Mari assentiu com um meio sorriso, um pouco surpresa com a intuição certeira do marido.
— A Dani conversou comigo hoje. — Começou. — Me perguntou ... se nós nos tornamos liberais.
Celo se ajeitou, apoiando as costas na cabeceira da cama. O silêncio durou alguns segundos.
— E o que você disse? — A surpresa estava estampada em seu rosto.
— Que sim. Não fazia sentido mentir. Ela já tinha entendido tudo, ouviu algumas das minhas conversas com a Luciana, ligou os pontos ... E, sinceramente, eu senti que ela só precisava da confirmação para se sentir segura. Falei com calma, expliquei que é algo que vivemos com respeito, com diálogo e amor. Ela ouviu tudo, sem julgamento.
Celo respirou fundo, em silêncio por um momento, depois assentiu com a cabeça.
— Você fez o certo, amor. Eles são adultos. São inteligentes. Criamos os dois com liberdade e afeto ... Ser honesto é o mínimo.
— Eu sabia que você ia entender. — Mari sorriu, aliviada pelo apoio.
— E vou conversar com o Diego também — Continuou Celo. — Não porque a gente deva satisfações, mas porque ele merece saber, da forma certa. Não por suposições ou boatos. Ele e a Dani são muito unidos. Acredito que ele também já esteja sabendo.
Mari se aproximou, encostando a cabeça no ombro dele.
— Eu tenho orgulho da nossa história, mesmo com os problemas do passado. Criamos dois seres humanos incríveis. E mais ainda da forma como estamos vivendo agora. De verdade, sem máscaras, sem medo.
Celo beijou a testa dela com carinho.
— Eles merecem essa verdade. E nós não temos nada do que nos envergonhar. — Celo concluiu.
Os dois se deitaram, entrelaçados, em silêncio. A escuridão do quarto não apagava a clareza do que construíam: um amor maduro, cheio de coragem. Imperfeito, é verdade, mas real.
Ainda deitada ao lado de Celo, com as luzes do quarto apagadas e o corpo já relaxando no calor dos lençóis, Mari rompeu o silêncio com uma pergunta direta, inesperada:
— E o que vamos fazer em relação ao Paul e à Anna?
Celo virou o rosto na direção dela, surpreso, acendendo o abajur. Seus olhos procuravam entender o que havia por trás daquela pergunta.
— Como assim? — Ele perguntou, cauteloso.
Mari se apoiou em um dos cotovelos, olhando para ele com seriedade.
— Bom ... — Ela começou escolhendo as palavras. — Você, meio que sem querer, acabou fazendo parecer uma promessa ... quando disse o que disse na festa do Paul. A Anna saiu de lá com expectativas. E eu também ... entendi que você tem esse desejo.
Celo esboçou um sorriso envergonhado, como quem é pego numa lembrança que não esperava ser retomada.
— Você tem razão. — Ele admitiu. — Ficou mesmo parecendo uma promessa.
Mari suspirou fundo e continuou, com um tom mais cuidadoso, como se quisesse proteger algo delicado.
— E se você ainda tiver algum receio, algum medo, de que aconteça alguma coisa entre mim e o Paul ... eu posso prometer que não ...
Celo ergueu uma das mãos e a interrompeu, sem rigidez, mas com firmeza.
— Mari … — Ele disse, com convicção. — Se vamos continuar, precisa ser em condições iguais. Você me deu um feriado inesquecível, maravilhoso ... Como eu não faria o mesmo por você?
Ela arregalou os olhos por um breve instante, surpresa pela clareza e generosidade da resposta. Mas ele ainda não tinha terminado.
— Se eu penso em estar com a Anna … — Celo continuou. — … e não vou mentir, eu tenho sim o desejo de terminar o que a gente começou lá atrás, eu e ela ... Então é justo que você tenha o direito de fazer o mesmo.
E completou:
— Foi como tudo começou, Mari — Ele frisou. — Com o Paul. E de onde, talvez, seja justo que continue. Eu acho que essa é uma prova de fogo que eu preciso enfrentar. De confiança. De amor. De crescimento.
Mari ficou em silêncio. Não por insegurança, mas por respeito ao peso do que acabara de ouvir. Ela sabia o que aquele tipo de entrega significava para Celo. E mais do que isso: sentia que o amor entre eles estava mesmo passando por uma nova e poderosa transformação.
— Você tem certeza, Celo? — Ela perguntou, num sussurro tímido.
Ele se aproximou e beijou sua testa, depois a boca, com doçura.
— Mais do que nunca. Quero continuar te amando, Mari ... sem amarras, sem sombras.
Ela fechou os olhos, se aninhando no peito dele, os dedos entrelaçados. Naquela noite, dormiram abraçados. Sabiam que o dia seguinte traria novas conversas, novos desafios. Mas naquele instante, havia apenas confiança. E amor. Verdadeiro, legítimo, sem mais segredos ou receios de compartilhar a verdade.
Continua …
É PROIBIDO CÓPIA, REPRODUÇÃO OU QUALQUER USO DESTE CONTO SEM AUTORIZAÇÃO – DIREITOS RESERVADOS – PROIBIDA A REPRODUÇÃO EM OUTROS BLOGS OU SITES. PUBLICAÇÃO EXCLUSIVA NA CASA DOS CONTOS ERÓTICOS.