Segredos do Coração - Superando o Passado. Parte 30.

Um conto erótico de Ménage Literário
Categoria: Heterossexual
Contém 6817 palavras
Data: 12/06/2025 14:39:42

Parte 30: “Quando Eu Mergulhei No Azul Do Mar, Sabia Que Era Amor e Vinha Pra ficar”

Anna estava deitada na borda da piscina, com as pernas abertas, enquanto Chris se ajoelhava entre elas. Ele acariciava sua coxa com uma mão, enquanto a outra deslizava por seu corpo molhado. “Que buceta linda, sempre foi”. Ele pensou, fixando os olhos na xoxota de Anna, encharcada de desejo. Ela arqueou as costas, sentindo os dedos dele explorando os grandes lábios, provocando um gemido baixo e rouco.

— Hummm … Vem aqui, Chris. Quero sentir você dentro de mim. — Ela sussurrou, puxando-o pelo pescoço.

Com um movimento rápido, subindo na borda da piscina, enquanto beijava a boca de Anna, ele esfregou o pau grande e grosso na entrada da xoxota e empurrou, devagar, sentindo-a se abrir para ele. Anna soltou um suspiro profundo, os olhos fechados de prazer.

— Isso … Ahhhhh … me fode gostoso, seu safado.

Do outro lado da piscina, Fabi estava sentada na borda, com Paul e Giba ao seu redor. Paul estava atrás dela, as mãos agarrando seus seios enquanto beijava seu pescoço. Giba, na frente, acariciava suas coxas, os dedos acariciando levemente o grelo, que inchava pelo toque.

— Tá pronta pra nós dois, putinha? — Giba perguntou, com um sorriso malicioso.

Fabi mordeu o lábio, os olhos cheios de desejo.

— Sim … quero sentir vocês dois, ao mesmo tempo.

Paul já estava duro, o pau vibrando de tesão. Giba, tomando a iniciativa, deitou-se na pedra e puxou Fabi para si. Ela se sentou devagar, sentindo todo o prazer daquele pau, duro feito aço, invadindo suas carnes.

Posicionando-se cuidadosamente, Paul se alinhou atrás dela, forçando a cabeça da pica na entrada do cuzinho. Fabi suspirou quando sentiu os dois paus pulsando, um já dentro e o outro pressionando, ao mesmo tempo.

— Relaxa, gata … — Paul sussurrou em seu ouvido, enquanto Giba segurava suas coxas, guiando-a.

Devagar, os dois entraram, preenchendo-a completamente. Fabi gritou de prazer, a buceta e o cuzinho se esticando para acomodar os dois homens.

— Caralho… que delícia … Ahhhh … — Ela gemeu, enquanto eles começavam a se mover em sincronia, num ritmo calmo.

Anna e Chris estavam perdidos em seu próprio mundo. Chris estocando forte, segurando Anna pelas coxas enquanto a fodia com vigor. Anna agarrava a borda da piscina, os dedos brancos de tanto segurar, enquanto seus seios balançavam com o movimento.

— Mete, seu puto … assim mesmo ... Me arregaça. — Ela gritou, seus gemidos se misturando aos sons das batidas dos corpos.

Chris sorriu, sentindo a buceta apertar seu pau.

— Você é gostosa demais, sua safada. Sempre apertadinha.

Ele aumentou o ritmo, suas coxas batendo contra as dela, a pele úmida colando-se uma à outra. Anna jogou a cabeça para trás, os gemidos crescendo até se tornarem gritos de puro prazer.

— Ahhhh … mete, safado … fode essa buceta …

Do outro lado, Fabi estava sendo consumida pelo fogo que Paul e Giba acendiam nela. Cada estocada dos dois paus dentro dela a levava mais perto do êxtase.

— Isso … Ahhhh … mete, mete forte … que delícia. — Ela gemeu, alucinada.

Suas mãos agarravam os ombros de Giba, enquanto Paul segurava seus quadris, controlando o ritmo. A dupla penetração era intensa, cada movimento uma onda de prazer. Fabi adorava ser consumida daquela forma.

Giba olhou para Paul, os dois compartilhando um sorriso de cumplicidade.

— Essa puta gosta de pressão, parceiro. — Giba disse, enquanto Paul concordava com um aceno.

Eles aceleraram o ritmo e Fabi gritou, os olhos fechados, o corpo tremendo de prazer.

— Não para… não para … mais forte … Ahhhhh … — Ela suplicou, enquanto a sensação de estar completamente preenchida a dominava.

Anna e Chris estavam chegando ao clímax e ele a segurou firme, seus quadris batendo contra os dela, com uma força que fazia a água espirrar ao redor.

— Vou gozar, Anna … — Ele avisou, os olhos fechados de prazer.

Anna apertou os olhos, sentindo a onda de prazer subindo dentro dela.

— Eu também, Chris … Ahhhh … eu também. — Ela gemeu, o clímax a atingindo como uma onda.

Fabi, Paul e Giba estavam completamente embriagados de prazer. Fabi gritou, seu corpo tremendo enquanto os dois homens a levavam ao clímax juntos.

— Caralho … que gostoso … tô gozando, seus putos … Ahhhhh … — Ela gemeu alto, rebolando na pica de Giba, enquanto Paul estocava mais forte.

— Goza, putinha … goza gostoso pra nós … — Paul sussurrou em seu ouvido, enquanto Giba acelerava o ritmo.

Fabi gritou alto, os olhos fechados, o corpo tremendo de prazer.

— Não para … não para … tô gozando … que delícia …

Todo mundo gozou. Chris ejaculou na barriga de Anna, Paul nas costas e bunda da Fabi, e Giba apenas tirou de dentro, gozando na própria barriga, de tão duro e ereto que estava o pau.

Ficaram largados ali mesmo, deitados um ao lado do outro, se recuperando daquela transa incrível entre amigos que se admiram e compartilham muito mais do que amizade.

Não demorou muito para Anna, excitada novamente, esfregando a bucetinha sensível, olhar ao redor com um sorriso devasso.

— Vamos todos juntos agora? — Ela propôs, a voz rouca pelo prazer que voltava a dominá-la.

Os olhos de Paul e Giba brilharam com a sugestão, enquanto Chris e Fabi trocaram um olhar de cumplicidade.

Paul foi o primeiro a se mover, sua mão forte puxando Anna para mais perto.

— Você é a rainha dessa orgia. — Ele brincou, o pau já duro novamente, pressionando contra a coxa dela.

Giba já se posicionou atrás de Anna, suas mãos agarrando os quadris dela, enquanto Chris e Fabi se aproximaram, os corpos colados.

Fabi começou a beijar o pescoço de Anna, sua mão deslizando entre as pernas dela, os dedos encontrando a buceta babando de tesão novamente.

— Já tá assim, piranha? Tu acabou de gozar … — Ela provocou a amiga e amante, os dedos movendo-se em círculos no grelinho, arrancando um gemido alto.

Paul, sem perder tempo, alinhou o pau na entrada da xoxota da esposa e foi empurrando devagar, mas com firmeza.

— Isso, amor … rebola nesse pau … do jeitinho que só você sabe fazer.

Fabi, de frente para Anna, passou a acariciar os seios dela, os mamilos endurecendo sob seus dedos.

— Eu tenho um tesão louco em você, mulher … sempre tive e ele só aumenta com o tempo. — Fabi murmurou, antes de se inclinar e sugar um dos mamilos, arrancando outro gemido de Anna.

Giba, por sua vez, deu batidinhas leves com o pau na bochecha de Anna, que aproveitou para chupar. Fabi se juntou a ela, revezando entre chupadas na pica de Giba e beijos lascivos na boca da amiga.

Anna queria ir além, assim como Fabi, e pediu que Paul se deitasse. Ele ajeitou o corpo na espreguiçadeira e ela se sentou com tudo na pica do marido, arrebitou a bunda e Fabi aproveitou para participar da brincadeira, dando tapas na raba da amiga e abrindo as bandas, exibindo o cuzinho rosado da amiga. Ela piscou para Chris, seu marido.

— Vem amor … fode o cu dessa safada. Ela merece.

Chris não hesitou, apontando a rola e forçando as pregas delicadamente.

— Assim, amor. Soca forte. Arrebenta essa putinha.

Anna, agora completamente preenchida por dois paus, arqueou as costas, os gemidos se tornando mais altos e mais desesperados.

— Isso … isso … não parem. — Ela gritou.

Seus gemidos eram calados pela pica de Giba, que lhe invadia a boca, ou pelos beijos ardentes de Fabi, que revezava a pica do amigo com ela.

Assim como Fabi, Anna adorava aquilo. Pediu que os dois homens ficassem parados e começou a dominar o ritmo, rebolando manhosa, para frente e para trás, enquanto uma rola saía, a outra entrava.

Chris, que estava quase gozando novamente, aumentou o ritmo, sendo seguido por Paul, os dois estocando mais forte, levando Anna ao delírio. Fabi ajudava, acariciando o grelinho, sugando os seios, dividindo a pica de Giba com ela.

Estavam todos no limite, mas o primeiro a gozar novamente foi Giba, os jatos de porra dividido igualmente, no rosto de Fabi e Anna, lambuzando a cara das duas safadas.

Anna se contorcia, os espasmos tomando conta de todo o seu corpo, gemendo alucinada, gozando aos berros nas rolas de Paul e Chris.

— Ah, caralho … que loucura … Ahhhh … isso é gostoso demais … o dobro de prazer …

Paul e Chris gozaram na sequência, extasiados e satisfeitos. Paul beijando apaixonadamente a boca da esposa, nem um pouco preocupado com a porra de Giba que ainda escorria do rosto dela.

Ficaram ali, exaustos e saciados, por quase meia hora, ainda curtindo a sensação gostosa da incrível transa compartilhada.

O primeiro a se levantar foi Paul, ele foi até o freezer e voltou trazendo cerveja para todos. Estavam sedentos, e a primeira rodada foi praticamente tomada de um gole só.

Giba foi buscar mais e logo que voltou, Fabi ainda estava engasgada com a falta de Cora, mas como não queria cortar o clima daquela noite gostosa, tinha resolvido esperar. Era hora de matar a curiosidade.

O grupo conversava animadamente, Paul falava sobre a nova proposta de trabalho, da parceria com André e Jonas. Chris ria alto de algo que Fabi tinha dito, e Anna ainda sentia os efeitos da dupla penetração, o corpo demorando a se livrar da adrenalina de uma transa tão proveitosa.

Fabi virou-se para Giba, que estava de pé, encostado na pilastra da área gourmet, com sua cerveja na mão.

— Ué, Giba … e a Cora? Deu mesmo o bolo na gente?

Giba deu uma risada curta, sem humor.

— Ela preferiu ficar em casa. Disse que tava cansada. — Ele respondeu, tentando soar casual, mas sem esconder completamente o tom de irritação.

Fabi não engoliu:

— Cansada? Sumida desde hoje de manhã, não é?

Giba hesitou, bebeu um gole da cerveja e respondeu secamente:

— É ... Não sei o que deu nela. Saiu ontem cedo e só voltou no começo da noite. Evitou conversar, não quis dizer onde estava … ficou trancada no quarto. Não quis papo mesmo.

Fabi ficou em silêncio por alguns segundos, observando o olhar tenso de Giba. Aquilo não era o padrão da Cora. Algo tinha acontecido.

— Entendi ... Ela também não foi encontrar com a gente para almoçar. Sequer mandou mensagem avisando que não iria. Tomara que esteja tudo bem. — Disse Fabi, mas com um tom pensativo.

Giba deu de ombros, não queria mais falar sobre a esposa. Ainda estava irritado, querendo saber o que ela estava aprontando, onde esteve. Para tentar se acalmar, relevou, ao menos naquele momento e entrou na conversa entre Paul e Chris.

Fabi, então, puxou Anna pelo braço com suavidade.

— Vem aqui comigo um minutinho? Quero conversar com você.

Anna estranhou, mas seguiu a amiga até um cantinho mais reservado da varanda.

— O que foi?

— É sobre a Cora ...

Anna arqueou uma sobrancelha, já armando o sorriso meio irônico.

— De novo, Fabi? O que que tem a Cora agora?

— Você não sente que ela tem sido … sei lá … venenosa? Principalmente quando o assunto é o Celo e a Mari?

Anna estava feliz demais, mas as desconfianças atuais de Fabi sempre tinham a força de estragar sua empolgação.

— A Cora sempre foi meio ácida, Fabi. Sarcástica, impaciente. Não é novidade.

— Eu sei. Mas antes era só o jeito dela. Agora tá diferente. Ela solta umas coisas muito atravessadas, principalmente quando estamos falando do Celo. Parece que ela sente um prazer esquisito em ver a coisa toda desandar.

Anna balançou a cabeça, chateada em voltar naquele assunto.

— Ah, não. A Cora pode ser grossa às vezes, intrometida, mas maldosa? Não acho. Ela só não tem muita paciência com drama. E, convenhamos, o que não faltou nesses últimos meses foi isso. Temos nossa parcela de culpa, mas Cora …

Fabi insistiu, baixando o tom:

— Você sabe que eu gosto dela. Sempre gostei. Mas tem coisa ali que não fecha. Uns comentários … umas piadinhas … Parece que ela tá com raiva da Mari e aproveita qualquer oportunidade para cutucar. E com o Celo, então? Já reparou como ela muda o tom quando fala dele?

Anna ficou em silêncio por um instante. Pegou a lata de cerveja das mãos de Fabi e deu um gole.

— A Cora tem um bom coração. Mas nem todo mundo sabe ver isso. Ela fala o que pensa, sem filtro. Não é por maldade. É por preocupação. Às vezes ela se mete onde não é chamada, sim. Mas sempre foi assim. Nunca teve papas na língua.

— Eu até achava divertido. Mas agora é diferente, Anna. Tá mais carregado. Tem algo ali que a gente não tá enxergando … e eu não queria estar certa, mas tô com um pressentimento ruim.

Fabi organizou os pensamentos e disse:

— Você ouviu o que o Giba disse? E hoje, no almoço, já é a terceira vez que ela fura com a gente.

Anna suspirou, olhando para o céu como se tentasse afastar o peso da conversa.

— Fabi … se tem uma coisa que a gente aprendeu nessa história toda é que, às vezes, a gente acha que conhece as pessoas … e descobre que não sabia de nada. Mas com a Cora … eu acredito que ela só é mal interpretada. Somos amigas desde sempre, desde que me entendo por gente.

Fabi deu um meio sorriso, mas seus olhos continuavam cheios de dúvida.

— Tomara que você esteja certa.

— E tomara que você esteja errada. — Anna respondeu, sem ironia.

{…}

Mari ajeitava a bandeja com café e alguns biscoitos quando Luciana chegou. As duas se abraçaram com carinho e logo estavam sentadas no sofá.

— E aí, me conta ... Como estão as coisas com o André? — Perguntou Mari, servindo o café com um sorriso caloroso.

Luciana hesitou. Seus dedos brincaram com a borda da xícara, o olhar perdido por um instante.

— Ah, Mari ... Tá estranho, sabe? O André é legal, é gentil, mas ... não sei. — Ela soltou um suspiro curto. — Tem alguma coisa que não encaixa. É tudo perfeito demais. Isso não existe.

Mari observou a amiga com empatia, sabia como ela era.

— Você precisa deixar a terapeuta de lado nessa hora e ser apenas a “Luciana”.

Luciana riu.

— Não consigo, amiga. Chame de instinto, experiência … sei lá. Foi gostoso, foi divertido, mas não sei se deveria levar a sério.

Luciana balançou a cabeça e tentou mudar o rumo da conversa.

— Mas e você, hein? Me conta do Jonas. Fiquei sabendo que ele ficou pro almoço domingo ...

Mari soltou uma risadinha sem graça, cruzou as pernas devagar e apoiou a xícara na mesinha.

— Eu cedi. — Disse, quase em um sussurro. — Aconteceu.

Luciana arregalou os olhos e se aproximou, animada:

— Como assim, aconteceu? Detalhes, por favor!

Mari tentou sorrir, mas o sorriso não chegou aos olhos. Era leve e, ao mesmo tempo, triste.

— Foi bom. Ele é ... atencioso, gentil, carinhoso ... Me fez sentir desejada de novo, sabe? Mas …

Luciana inclinou a cabeça, mas sua expressão mudou, mais contida.

— Mas ele não é o Celo, né?

Mari ficou em silêncio. Um silêncio denso, que dizia mais do que qualquer resposta. Luciana percebeu e foi mais cuidadosa.

— Desculpa, Mari. Eu só ...

Mari balançou a cabeça.

— Não, tá tudo bem. Você tá certa. Ele não é o Celo. Mas talvez seja esse o ponto. Talvez eu precise de alguém que não seja o Celo. Porque entre mim e o Celo … parece que não é para ser mais … Acho que é hora de seguir em frente, de pedir o divórcio.

Luciana olhou para ela, surpresa.

— Tem certeza? Você não foi atrás dele, não conversou?

Mari respirou fundo, os olhos marejando levemente.

— Eu o vi com a Cora, Lu. Aos beijos. Fui atrás dele para a gente se acertar, ver se ainda existia chance … e encontrei ele nos braços dela. — Os olhos de Mari já estavam marejados.

— Por que não me contou, amiga? Por que não disse nada? Mas vocês chegaram a conversar sobre isso?

— Sei lá, amiga. Aquilo me destruiu. Depois daquilo, eu só agi, esqueci as consequências, me deixei levar …

Mari respirou fundo, segurando as lágrimas que tentavam cair.

— Sempre tem algo. Sempre tem uma interrupção, uma desconfiança nova, uma palavra atravessada. A gente não se escuta mais. Parecemos dois estranhos. E isso ... isso dói mais do que tudo. Porque eu ainda amo o Celo. Mas amar não tem adiantado muita coisa e parece que não é mais suficiente.

— Mas você conversou com o Celo sobre isso? — Luciana perguntou novamente.

— Nós conversamos, mas acho que só piorou as coisas. — Respondeu Mari como um lamento. E completou. — Ele tentou se justificar, novamente, e isso acabou me desestabilizando ainda mais ... e ... e eu acabei jogando tudo para o alto e disse que ia pedir o divórcio.

Luciana segurou a mão da amiga, apertando de leve. Nenhuma das duas percebeu que Daniela havia chegado em casa. Ela ouviu o suficiente para congelar no meio do corredor. Não queria bisbilhotar, mas algo naquela conversa a prendeu. Ficou ali, em silêncio, ouvindo o desabafo da mãe. Quando sentiu que o coração estava apertado demais, subiu devagar, sem fazer barulho, entrando em seu quarto com o olhar decidido.

Sentou-se na beira da cama, o rosto sério. Ela sabia que tinha que fazer alguma coisa. Mesmo que fosse apenas garantir que a mãe tivesse a conversa que tanto queria, ou, pelo menos, o encerramento que merecia. Com verdade, com dignidade, para poder ficar em paz.

Sem que as duas percebessem, ela saiu novamente, já era final de tarde e ela sabia aonde ir e o que fazer.

O céu já ganhava tons alaranjados quando Daniela estacionou na frente do prédio onde ficava o novo escritório do pai. Ela não precisou esperar muito e logo avistou Diego saindo pela portaria, mexendo distraído no celular.

Ela se aproximou devagar, hesitante. Ele ergueu os olhos ao vê-la e franziu a testa, surpreso.

— Tá tudo bem? Por que tá aqui? — Perguntou ele, curioso, guardando o celular.

— A gente precisa conversar. Mas não queria fazer isso em casa.

Diego concordou, preocupado. Caminharam até uma lanchonete pequena e discreta, sentando-se em uma mesa mais ao fundo, quase escondida dos olhares curiosos.

Diego estava faminto e a irmã esperou até que os pedidos chegassem e ele comesse alguma coisa antes de falar. Organizando os pensamentos, ela mexia no canudo da bebida por alguns segundos antes de finalmente dizer:

— Eu ouvi a mãe conversando com a Luciana hoje. Sem querer. Ela falou do pai. E do novo namorado também.

Diego recostou-se na cadeira, tenso.

— O que ela disse?

— Que cedeu. Que “ficou” com o Jonas … — Daniela fez o sinal de aspas com as mãos, enfatizando o significado de “ficou” para o irmão.

Diego, quase se engasgando com o suco, interrompeu a irmã.

— E eu lá quero saber disso? Tá maluca?

Daniela riu com a situação.

— Homens, fala sério … você achou mesmo que a mãe não fazia essas coisas? Vê se cresce, garoto.

Diego fez um gesto com a mão, pedindo para ela mudar de assunto.

— Eu não quero …

Daniela foi mais direta, mas ainda rindo.

— O importante mesmo, é que ela disse que ainda ama o papai. Só que ela não aguenta mais tentar. Ela acha que sempre tem alguma coisa que impede os dois.

Diego abaixou a cabeça, respirando fundo.

— Eu contei pro pai. Sobre a mamãe e o tal Jonas. Não consegui mentir. Ele percebeu que eu tava estranho e perguntou ... — seus olhos ficaram pesados, a expressão carregada. — Dani … ele ficou mal. Tentou disfarçar, fazer piada, dizer que era justo, mas dava pra ver. Ele desmoronou por dentro.

Daniela então ergueu o olhar, os olhos brilhando com uma mistura de emoção e teimosia.

— E se a gente criasse a chance para eles conversarem de verdade? Tipo ... uma armadilha do bem.

Diego franziu a testa.

— Como assim? Tá doida?

— Escuta. E se a gente alugasse uma casa na praia, chamasse os dois pra passar o fim de semana? Você convida o papai, eu convido a mamãe. Vamos separados, lógico. Chegando lá ... a gente dá uma desculpa qualquer. Tipo: “ah, preciso buscar uma encomenda na cidade …”. A gente deixa os dois lá. Sozinhos. Sem escapatória.

Diego arregalou os olhos.

— Daniela, isso é muito louco. Você quer colocar os dois num cativeiro emocional?

Ela riu, mesmo séria.

— Não é loucura, é esperança. Eles se amam. Só esqueceram como conversar sem mágoa no meio. Talvez, sozinhos, eles consigam.

Diego passou as mãos no cabelo, coçou a nuca, ainda incerto.

— E se eles brigarem? E se piorar tudo?

— Aí pelo menos a gente tentou. Mas ... e se der certo? E se for o empurrãozinho que faltava? Confia em mim, maninho. A gente não vai forçar nada, só dar o palco. O resto é com eles.

Diego ficou em silêncio por alguns segundos ... depois suspirou.

— Tá. Vamos nessa. Mas se der errado, a culpa é sua.

— Fechado. — Ela sorriu, vitoriosa, e estendeu o dedo mindinho para um "pacto de irmãos".

Diego riu e entrelaçou o dedo ao dela. Voltaram juntos para casa e Daniela, após dar um beijo de boa noite na mãe, e cumprimentar Luciana, subiu rapidamente para o seu quarto. Precisava colocar logo o plano em ação. Diego fez o mesmo.

Ela abriu o notebook, o rosto determinado. Entrou em sites de locação, vasculhando casas charmosas no litoral, de preferência perto o suficiente para um fim de semana rápido, mas longe o bastante para parecer uma escapada real. Selecionou uma casa com jardim, varanda ampla e dois quartos. Nada luxuoso. Apenas íntimo.

Fez a reserva. Respirou fundo. E começou a montar o resto do plano, com a cabeça a mil. Agora, só restava convencer os dois. E torcer para que o amor não tivesse se perdido de vez.

Aproveitando que Diego estava mergulhado em seu mundinho, trancado no próprio quarto, e que Luciana já tinha ido embora, após o jantar ela abordou a mãe.

Mari secava as louças, enquanto Daniela, sentada à mesa com um copo de suco nas mãos, a observava em silêncio. O som dos pratos sendo guardados parecia alto demais naquela cozinha silenciosa, até que Daniela soltou:

— Mãe ... queria te pedir uma coisa.

Mari olhou por cima do ombro, desconfiada do tom da filha.

— Lá vem ... o que foi agora? Você não arranhou meu carro, né?

Daniela fez uma expressão quase ofendida, teatral.

— Credo, que injustiça. Claro que não. Eu só queria ... sei lá, a gente podia fazer algo diferente nesse final de semana. Só nós duas. Um programinha “mãe e filha”. Tipo um bate e volta na praia. Tô precisando respirar outros ares.

Mari voltou ao trabalho, desviando do assunto.

— Não sei, Dani. Não tô no clima. Tenho um monte de coisa pra resolver. E pra ser sincera, não tô muito pra estrada ...

Daniela insistiu, mas com a voz mais mansa e sentimental.

— Justamente por isso. Você vive atolada, com mil coisas na cabeça. Desde que tudo aconteceu, após todo o sofrimento, parece que você não para. Não se permite parar. Nem olha pra mim direito às vezes, sabia?

Mari se virou devagar, parando com o pano de prato nas mãos. O olhar de Daniela era firme, mas havia doçura também.

— Eu sinto sua falta, mãe. E sei que não posso cobrar muito, porque você teve que lidar com tanta coisa. Mas ... eu também fiquei perdida no meio de tudo o que aconteceu. E agora queria um tempinho só nosso. Pra descansar, conversar ... pra ser só mãe e filha de novo, sabe? Como antes.

Mari baixou os olhos, envergonhada. Daniela tinha cuidado dela, invertido os papéis da relação.

— Você sabe pegar no lugar que dói, né?

— Aprendi com você.

Mari sorriu, um sorriso maternal, o carinho no olhar. Pensou por alguns segundos, depois suspirou.

— Tá bom. Mas nada de grandes aventuras, tá? Quero sol e água de coco. Se você me meter em trilha, festa ou algo com mais de três degraus, eu volto na hora.

Daniela abriu um sorriso largo, quase infantil.

— Fechado! Só você e eu, na paz. Prometo.

Mari balançou a cabeça, já arrependida de ter cedido, mas sem forças para negar algo que no fundo também queria. Precisava, até.

Disfarçadamente, enquanto Mari voltava a guardar a louça, ela pegou o celular e mandou uma mensagem para o irmão:

“Mamãe topou. Agora é com você. Prepara o papai. Ah, já reservei a casa no litoral e como eu não trabalho, a fatura vai ficar pra você. Te mando os detalhes depois”.

Diego já esperava a facada. Ele apenas sorriu conformado, e aceitou financiar a loucura proposta pela irmã.

{…}

Na manhã seguinte, ainda quarta-feira, Celo tomava café de pé na copa do escritório, mexendo no celular, quando Diego entrou já meio apressado, com a mochila jogada no ombro. Ele parou um segundo, como quem calcula o momento certo, e mandou:

— Pai, aluguei uma casa na praia para o final de semana. Bora?

Celo levantou os olhos, surpreso, mas sem muita reação.

— Alugou? Como assim, do nada?

— Ah, sei lá ... tava com saudade do mar. Faz quanto tempo que a gente não vai? Uns seis anos? Desde antes da faculdade?

Celo pensou um pouco.

— Por aí …

Diego apoiou a mochila na cadeira, pegou uma xícara de café e completou:

— Lembra quando eu era moleque? Você me acordava às cinco da manhã pra pegar a estrada. A gente armava as varas antes do sol nascer. Nem sempre pescava algo, mas era sempre divertido.

Celo abriu um sorriso pequeno, nostálgico. Os olhos perderam o foco por um instante, presos numa lembrança boa.

— É ... aquilo era bom mesmo.

— Então. A gente merece um fim de semana assim. Sem nada pra resolver. Só mar, cerveja gelada e, se bobear, até uns peixes.

Celo soltou uma risada leve, seu humor mudando visivelmente.

— Tá animado, hein?

— Tô. Faz tempo que não vejo você desse jeito. Achei que ia curtir.

Celo concordou, sincero. Também precisava de um tempo em família, um dia de meninos. Estava determinado a mudar as coisas, encerrar as saídas e relações sexuais casuais. Talvez fosse um primeiro passo para se reconectar com a família. Sentia falta de ser pai, da rotina familiar e, principalmente, sentia falta de ser marido, da sua esposa, a sua Mari.

— Tá certo. Tô dentro.

Diego sorriu com a vitória fácil e pegou a mochila de novo.

— Fechou. Sábado de manhã eu vou te pegar. Já tá tudo reservado.

Celo brincou:

— E vem me pegar como? Comprou um carro e não me disse?

Diego piscou para ele:

— Ainda não. Mas vou pedir o seu emprestado na sexta e ficar com ele até sábado de manhã.

— Quem é você e o que fez com meu filho procrastinador? — Celo provocou.

— Ele cresceu. Só isso.

Diego respondeu e saiu, deixando Celo sozinho com um meio sorriso no rosto e a cabeça já meio distante, talvez sem nem imaginar o que o aguardava naquela casa de praia.

{…}

Os dias passavam rapidamente e naquela sexta-feira à noite, Mari terminava de passar um batom discreto quando ouviu uma batidinha na porta.

— Não esquece, hein! — Disse Daniela, surgindo encostada no batente, de braços cruzados. — A gente sai cedo amanhã. Vê se pega leve.

Mari, sentada à frente do espelho, ergueu os olhos cansados para a filha e forçou um sorriso.

— Fica tranquila. Eu já não disse que vou?

Daniela sorriu, desconfiada. Antes de sair, lançou um olhar rápido ao reflexo da mãe. Ela estava bonita, como sempre, mas ... diferente. O vestido azul-petróleo era elegante, mas não provocante. Os cabelos estavam soltos, mas não impecáveis como nas outras vezes. A maquiagem era quase nula. Mari parecia pronta, mas não animada.

A campainha tocou. Daniela desceu, respirou fundo e abriu a porta.

— Oi, Jonas. A mamãe tá quase pronta. — Disse com cordialidade.

— Tudo bem? — Perguntou ele, entrando.

— Tudo. Pode se sentar, ela já vem.

Conversaram brevemente. Jonas estava animado, confiante. Mas, quando Mari desceu, dez minutos depois, ele soube de imediato: havia algo fora do lugar.

— Você tá linda. — Disse, sorrindo, e com sinceridade. — Esse azul te caiu muito bem.

— Obrigada. — Mari ajeitou a alça do vestido. Era um elogio sincero, mas que não despertou nela o entusiasmo de outrora. — Vamos?

O restaurante fora escolhido a dedo por Jonas. A mesa era perfeita. O vinho era excelente. A comida, sofisticada. Jonas tentava manter o clima leve, mas por mais que puxasse conversa, risadas ou lembranças engraçadas, havia sempre um intervalo entre o que ele dizia e a resposta de Mari.

Ela sorria, mas seus olhos pareciam em outro lugar. Às vezes, voltava ao prato e mexia na comida distraída. Outras, encarava a taça de vinho por longos segundos antes de dizer qualquer coisa.

Jonas não era bobo. Sabia muito bem reconhecer quando alguém estava tentando parecer presente, mas que não estava.

Depois do jantar, ele tentou ousar, estava animado, e já no quarto do hotel, um quatro estrelas conhecido pelo conforto, com uma playlist suave no fundo e duas taças de vinho sobre a mesa, ele tentou mais uma vez entrar no mundo dela.

— Foi uma noite gostosa ... apesar de você estar longe.

Mari desviou o olhar, surpresa pela franqueza.

— Desculpa. — Ela respirou fundo, cansada de fingir. — Eu tô um pouco cansada, só isso. De verdade.

Jonas se aproximou sem pressa, sentando-se ao lado, mantendo uma distância confortável.

— Eu acredito. — Ele disse, com uma calma surpreendente e foi mais além, arriscando. — Você teve um casamento de vinte anos. Não é o tipo de coisa que a gente desliga com um botão.

Mari sorriu, surpresa pela leitura precisa que ele fez, e se sentindo triste. Não apenas pela situação, mas por se achar uma farsa, e acabar brincando com os sentimentos de um bom homem. Ela não queria aquilo, mas não conseguia fazer diferente. Não naquele dia.

— Agradeço por entender. De verdade. Eu gosto de você, Jonas. Mas hoje eu tô ... distante mesmo. Acho que a cabeça não quis acompanhar o corpo.

— E o coração? — Ele perguntou, num tom leve, sem cobrança.

— Tá quieto hoje. — Ela respondeu, com honestidade. — E eu prometi à Dani que não ia chegar tarde. Vamos para a praia amanhã, só nós duas. Ela tá carente. E com razão.

Jonas assentiu, aceitando a realidade.

— Então vou fingir que não estou frustrado. E fingir que não estou torcendo pra esse final de semana passar voando.

Mari soltou uma risadinha, quase imperceptível.

— Obrigada por não pressionar.

— Eu não vim pra ganhar uma corrida. Eu vim pra caminhar com você … se você quiser. — Disse ele, com gentileza e inteligência contida.

Mari apenas concordou, se sentindo um pouco mais leve. Não havia promessa em seus olhos, mas havia gratidão.

Não havia motivos para Jonas forçar a barra, atropelar o momento, e o trajeto de volta foi silencioso, mas não desconfortável. Mari olhava pela janela, a cabeça longe, enquanto Jonas mantinha as mãos firmes no volante e o olhar tranquilo. Ele não tentou quebrar o silêncio, sabia que ela precisava daquilo e respeitou.

Quando pararam em frente à casa, Mari hesitou por um segundo antes de soltar o cinto.

— Obrigada por hoje. Pela leveza ... pela paciência.

Jonas virou-se para ela, os olhos calmos, um meio sorriso nos lábios.

— Não foi difícil. Você é fácil de gostar, mesmo quando tá distante.

Mari o encarou. Talvez pela primeira vez naquela noite, de verdade. Havia algo em seus olhos. Uma mistura de culpa e gratidão. Não era um desejo impaciente, mas aquele tipo de vontade que nasce do carinho, do afeto sem pressão.

Ela se aproximou, devagar. Jonas não se mexeu. E então, sem nenhuma palavra, Mari o beijou.

Foi um beijo lento, sincero, mas carregado de intensidade. Um beijo de quem não queria fingir nada, mas também não queria perder a conexão que ainda existia. Um beijo de quem sabe o que precisa fazer e, do outro lado, de quem sabe exatamente por que está ganhando aquilo.

Quando ela afastou os lábios, ainda perto demais, Jonas apenas sorriu, ligeiramente surpreso.

— Isso foi ... inesperado. Mas muito bom.

— Foi honesto. — Mari respondeu, olhando para ele com um brilho novo nos olhos. — E você mereceu.

Mari abriu a porta e saiu do carro. Antes de fechar, se inclinou e disse:

— Boa noite, Jonas. Obrigada por tudo.

— Boa noite, Mari. Divirta-se com sua filha.

Ela entrou em casa. Jonas ficou ali por mais alguns segundos, ainda sentindo o gosto dela em seus lábios. Não sorriu de euforia. Mas exalava uma satisfação calma. Porque ele sabia: ali tinha algo. Mesmo que ainda não tivesse nome. E com paciência, poderia ser muito mais.

{…}

Naquele sábado, Diego chegou pontualmente às oito da manhã, estacionando o carro na frente do prédio do pai. Saltou animado, de chinelo, bermuda, camiseta básica e um boné virado para trás. Tinha o mesmo sorriso leve de quando era moleque e acordava cedo para uma pescaria com o pai.

Subiu os andares, entrou no apartamento com a chave dada pelo pai e o encontrou terminando sua preparação.

— Fala, meu velho! — Disse, abrindo os braços.

Celo se virou para ele, sendo contagiado por sua animação.

— Fala, filhote! — Respondeu, puxando o filho para um abraço forte. — Já tá pronto?

— Mais do que pronto! Bora sentir o cheiro de maresia! — Respondeu Diego, sorrindo.

Celo sorriu junto.

— Me dá dois minutos que só falta colocar a tralha de pesca no carro. Ainda tenho meus equipamentos.

Enquanto o pai voltava para dentro para buscar os últimos itens, Diego pegou o celular e digitou rapidamente para a irmã:

“Pegando a estrada. Saindo daqui 8:15. Saia umas 8:45 no máximo, beleza?”.

Quase no mesmo minuto, a resposta chegou:

“Pode deixar, tá tudo certo. Cuidado pra não entregar o jogo, hein!”.

Diego guardou o celular no bolso no exato momento em que Celo reapareceu com uma pequena mala de mão, a toalha xadrez que sempre levavam para estender na areia e uma caixa de pesca antiga, toda adesivada, com cheiro de nostalgia.

Trancaram o apartamento e desceram juntos. Celo aproveitou para avisar o porteiro que iria viajar durante o final de semana.

— Pegou a vara certa dessa vez? — Disse Celo, colocando tudo no porta-malas com eficiência. — Da última vez, você pegou a que tava sem suporte para o molinete. Essa aqui … — Celo mostrou orgulhoso sua vara da sorte. — … é a que pegou aquele robalo em Búzios, lembra?

— Lógico! Eu era pirralho e você quase caiu do barco de empolgação! — Diego riu. — Como esquecer?

Com tudo arrumado, entraram no carro e pegaram a estrada, com Diego dirigindo. O rádio estava baixo, mas logo Diego girou o botão.

— Bora ouvir um som? — Disse Diego, clicando no Bluetooth. — Escolhe aí, DJ.

— Nada disso, hoje é dia de playlist de “pai”! — Respondeu Celo, já abrindo o aplicativo. — Se prepara.

Começou a tocar “Palco”, do Gilberto Gil, e logo os dois estavam batucando, Celo no joelho, Diego no volante, cantando em uníssono:

— Subo nesse palco, minha alma cheira a talco ...

Depois, uma nostálgica, que fez Celo lembrar de Mari: “Todo Azul do Mar”, canção de Flávio Venturini e Toninho Horta.

“Foi assim, como ver o mar

A primeira vez que meus olhos

Se viram no seu olhar

Não tive a intenção de me apaixonar

Mera distração e já era

Momento de se gostar

… Quando eu dei por mim nem tentei fugir

Do visgo que me prendeu dentro do seu olhar

Quando eu mergulhei no azul do mar

Sabia que era amor e vinha pra ficar

… Daria pra pintar todo azul do céu

Dava pra encher o universo da vida que eu quis pra mim

… Tudo que eu fiz foi me confessar

Escravo do seu amor, livre pra amar

Quando eu mergulhei fundo nesse olhar

Fui dono do mar azul, de todo azul do mar”.

Os olhos de Celo chegaram a marejar de saudade.

A estrada parecia mais curta com a cantoria. Vieram Skank, Kid Abelha, Lenine, e até Roupa Nova. A cada música, uma história. Um erro de letra, uma risada, uma memória.

— Pai, lembra quando você cantava pra mim quando eu tinha medo de dormir na rede? — Disse Diego, com os olhos semicerrados pelo riso.

— E você só dormia quando eu prometia que o vento não ia te levar embora!

Celo balançou a cabeça, sorrindo com o canto dos lábios.

— Eu sentia falta disso, moleque.

— Eu também, pai. Por isso essa fuga. A gente precisava.

Por volta das dez e pouco, chegaram na casa alugada. Uma construção charmosa, pé na areia, com fachada clara, janelas azuis e uma varanda com rede armada. Diego estacionou com cuidado, abriu o porta-malas e começou a descarregar. Celo olhava tudo com ar encantado.

— Que lugar, hein! Mandou bem, filho.

— A Dani que me ajudou a escolher. A gente queria uma vibe mais nostálgica. De quando a gente acampava ou alugava aqueles bangalôs.

— Acertaram em cheio. Por que não convidou sua irmã também?

Diego pigarreou, quase se entregando.

— Eu até chamei, mas ela disse que ia numa festa de uma amiga, que era um evento importante. Fica para a próxima.

Diego colocou as malas na garagem e depois virou-se para o pai.

— Pai, preciso só dar uma passada rápida na cidade. As iscas que encomendei ficaram prontas na peixaria de um cara local. Coisa rápida.

— Vai tranquilo. Eu vou ficando por aqui, vou dar uma olhada no mar e ajeitar as coisas.

— Fechou — Disse Diego, batendo de leve no ombro do pai.

Ele voltou para o carro e saiu calmamente. Enquanto se afastava, olhou pelo retrovisor e viu Celo parado na frente da casa, já com o boné dele na cabeça, as mãos na cintura, respirando fundo o ar salgado da praia.

Diego sorriu. “Agora é contigo, Dani”, pensou.

{…}

Mari desceu as escadas com uma pequena mala de rodinhas. Usava um vestido leve, sandálias rasteiras e óculos escuros. Estava bonita, mas discreta, com aquele ar de quem tenta aproveitar algo sem deixar que o corpo sinta demais. Daniela já a esperava no carro, com o banco do passageiro abaixado, batucando os dedos no volante.

— Até que enfim. — Brincou a filha. — Achei que ia ter que buscar você.

— Engraçadinha. — Respondeu Mari, forçando um sorriso. — Tá tudo aí? Protetor, chapéu, repelente … vinho?

— Relaxa, mãe. Organizei tudo ontem à noite. Agora entra, antes que o trânsito fique pesado.

Mari entrou no carro e ajeitou o cinto. Daniela deu a partida e pegou a estrada em direção ao litoral.

A viagem começou silenciosa. A estrada era cercada por morros verdes e o céu estava limpo, promissor. Daniela resolveu quebrar o silêncio ligando a playlist que usavam em viagens antigas. Era um misto de MPB com pop brasileiro dos anos 2000.

Logo começou a tocar "All Star", da Cássia Eller. Mari, sem perceber, soltou um sorriso rápido e melancólico. Aquela música era deles. De quando Celo usava All Star roxo e ensinava as crianças a dançarem no tapete da sala.

Depois veio "Por Você", do Barão Vermelho, e então "Pra Você Guardei o Amor". Mari virou o rosto para a janela. Os olhos, embora secos, diziam tudo.

Daniela olhou discretamente e percebeu. Sem dizer uma palavra, desligou o som.

— Podemos ir em silêncio também. Às vezes é melhor. — Disse com delicadeza.

Mari respirou fundo e assentiu, quase imperceptivelmente. O silêncio, de fato, doía menos do que certas melodias.

Quando estacionaram, já era quase onze da manhã. A casa era charmosa. Uma rede balançava preguiçosa na varanda. Mari desceu do carro ainda meio aérea, observando a fachada com leve surpresa.

— Que linda ... — Comentou. — E parece familiar. Tem algo nessa varanda ...

— Mãe … — interrompeu Daniela, abrindo a porta do motorista — ... faz um favor pra mim? Vai entrando e ajeitando as coisas, abre as janelas, vê onde a gente vai dormir ... Eu preciso correr no mercado. Não trouxemos nenhum mantimento. Juro que não demoro.

— Ué, mas nem vai pegar as malas?

— Depois eu pego! Vai lá, dá aquela geral de mãe que só você sabe fazer.

— Tá bom ... — Respondeu Mari, estranhando, mas aceitando. — Não demora.

— Prometo! — Disse Daniela, já entrando no carro, ligando e saindo quase sem olhar para trás.

Mari caminhou até a porta da casa. Estava entreaberta. Aquilo já a deixou em alerta. Empurrou a porta devagar. O cheiro de maresia e madeira encerada invadiu suas narinas. O silêncio da casa era quase reconfortante. Quase.

E então ela viu. Logo ao lado, encostada ao batente da porta, na parte interna, estava uma caixa de pesca. Azul clara, com adesivos antigos de praia e cerveja artesanal. A mesma que ficou por vinte anos no alto da prateleira da garagem.

Seu coração disparou.

Ela se aproximou devagar, como se temesse confirmar o óbvio. E então, veio a voz. Aquela voz inconfundível. Reconfortante. Familiar. Que fazia seu coração disparar, pular uma batida.

— Diego? — Chamou a voz do fundo da casa. — Já voltou? Tô aqui nos fundos.

Mari congelou. E o mundo, naquele instante, pareceu dar meia-volta dentro dela.

Caminhou com passos pesados, a perna se movendo sozinha em direção a voz.

— Aqui nos fundos, moleque. Vem cá me ajudar. Tô montando nossas varas, dando uma geral.

Mari atravessou a sala, a cozinha e saiu para o quintal dos fundos. Era mesmo ele. A surpresa no olhar dos dois era quase alegria.

Feliz, mas confuso, Celo falou primeiro.

— Acho que fomos enganados …

Mari, com um pequeno sorriso surgindo nos lábios, respondeu:

— Aqueles dois … — Era impossível conter o sorriso que se formava na boca.

Continua …

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Foto de perfil de Ménage LiterárioMénage LiterárioContos: 66Seguidores: 342Seguindo: 37Mensagem Três autoras apaixonadas por literatura erótica. Duas liberais, e uma mente aberta, que adora ver o parquinho pegando fogo.

Comentários

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Eu acho que a Mari deveria ter convidado o Jonas...

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Osorio, Osório … não nos atente !!!! Rsrsrs

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Tú gosta de botar fogo no parquinho, dá idéia não kkkkkkkkkkkkkkkk

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Bom dia, pensei no que comentar, e não polemizar... novamente uma ótima continuação, onde vimos um início de algo vindo dos "amigos" em relação a Cora...veremos.

Daria p falar sobre a conversa, ou a não conversa da Mari com a amiga psicóloga...por essa conversa pelo menos não dá como negarem que ela não estava confusa, agiu por impulso e simplesmente pode ser que venha a sentir algo pelo o Jonas, mas que ainda ama o marido. Exatamente o que argumentei no conto anterior... caramba eu não consigo pq tão nítido...mas houve alguma tentativa de fazer a personagem refletir sobre o que aconteceu, o que ela fez e como ela fez??? Algo que eu acho que a maioria dos leitores queriam ver...não vou continuar polemizando, até pq pelo visto isso só volta contra mim...

A filha ouviu a mãe e resolveu agir...junto com o irmão armaram esse encontro entre eles...veremos o que vira disso...há sempre esperanças, mas as próprias autoras falam que vira ainda mais sofrimento e etc... enfim...eu não vou ficar elogiando vcs meninas, pq isso faço desde sempre!!!! Vcs são fantásticas, essa história é uma obra prima...mas p mim por tudo que envolve ela e não por conta da parte erótica em si...eu gosto tanto dessa obra que perco meu tempo trazendo temas específicos para discussão, como qd discutimos sobre psicanálise, Freud e etc... realmente eu acho que essa história é parecida com a história do "corno virgem", por exemplo...trazendo um exemplo de uma das piores histórias ja escritas no site...e não é só minha opinião, consegue ser quase unânime...mas o jeito como trato e comento essa história é parecida com a da jornalista que sai pela cidade fazendo grupal oral...kkkkk...

Mas, as vezes cansa...vcs ficam cansados de alguém que não vai só ficar média e elogiando por elogiar, e que sabe sustentar o que acredita, o que não é comum hj em dia.....e eu cansei de tentar tirar possível dessa obra através desse chat e da discussão...

Que venha o próximo....vamo ver o que teremos...ainda com esperanças (e essas nao de um final feliz ou não do casal, mas que eu não acabe perdendo todo o encanto que já tive e que ainda tenho pela obra. Como eu falei no conto anterior, esse é o comentário mais honesto e sinceros que receberão...não há nada que não o que realmente eu penso...se é sensível ou insensível...justo ou injusto...aí não sou eu que tenho que decidir...

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“ … realmente eu acho que essa história é parecida com a história do "corno virgem", por exemplo...trazendo um exemplo de uma das piores histórias ja escritas no site”.

Manfi, muito grata pela comparação. Rsrsrs

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Apaguei o anterior pq deu pau no celular...

Caramba é uma ironia...essa história é uma das poucas que surtei de vdd...kkkk

Vc pegou a parte que claramente é ironia e não considerou todo resto...eu peço que vc vá nesta história e veja os meus comentários....kkkk... é a pior coisa já escrita até agora no site...e os outros comentaristas que falam isso...lá, amigo sensatez, eu não fui nem um pouco passivo/agressivo....mas enfim...vou ficar de boa...se vao ler apenas o que querem, não tem nem pq continuar comentando...

Eu até reli o que escrevi...seria esquizofrênico eu falar sobre a história do modo como falei no parágrafo anterior e depois fazer esse outro comentário...quem leu essa história e viu os comentários sabem o Qt eu pistolei com ela...peguei um extremo bem extremo e outra história que sempre dou como exemplo negativo...no sentido de falta de profundidade, enredo, e etc...vc lê a primeira, a quinta, a décima, é tudo igual...até com coisas copiadas (é o que parece )...nunca perderia meu tempo comentando num cinto daquele, nem como hater...kkkk

Já neste...até pesquisar sobre psicanálise, Freud e etc eu fiz ...p movimentar o seu chat.... sinceramente eu não entendo...

Como eu disse, eu simplesmente acho que o chat pega e pegou pesado com um personagem seu...que vc e as outras meninas criaram...e aponto como o mesmo não se aplica com os outros personagens...mesmo com o Paul, nunca cheguei perto de xingar, esculachar, humilhar o personagem...e muitas vezes a reação de vcs a isso parece ser positiva...

Qd eu falo que vcs estão falando com um público que não é só de leitor de conto liberal, pq é um drama sobre um casal que não é liberal, e vcs não conseguem entender que para nós, homens monogâmicos, por mais bem feito que seja, o modo como vcs construíram a história praticando a partir da destruição da auto estima e amor próprio de um homem, cujo objetivo foi fazer algo para tentar salvar o casamento, eu não estou fazendo por mal...o modo como o Lukinha deixou claro que vê e o considera o Celo é completamente ofensivo para muitas pessoas...isso é algo que eu apontei desde sempre.

É nítido o viés e a parcialidade que a história está sendo conduzida, e para muitos isso não faz sentido...pq o casal como um todo errou...os dois fizeram isso talvez pelos seus traumas...mas o modo o peso da culpa foi jogado para um lado e com isso tudo que culminou para ele chegar quase ao fundo do poço é gritante e desproporcional...nem uma vez a personagem, mesmo se fosse de uma forma não tão traumática como foi com o outro personagem, teve que realmente refletir e confrontar seus erros...

Mas enfim...se não querem entender, e eu sou apenas um cara que quer o mal de vcs, quero surfar no sucesso de vcs, tenho 509 perfis diferentes, ou então sou um personagem....ou seu lá, ou hipócrita ou passivo agressivo, ou insensível...tudo bem!!!

Mas eu repito mais uma vez, não é sobre a opinião (ou crítica) e sim como vcs e que é próximo a vcs as recebe...

Realmente cansei....vou continuar acompanhando pq eu CURTI PRA CARALHO a sua história, e no fundo sou um otimista, tenho esperança...

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Manfi, fica tranquilo. Cada leitor interpreta a história a sua maneira e essa é a beleza de uma história. Permite que cada um tire as suas próprias conclusões. Independentemente do que os autores quiseram passar de mensagem.

Da mesma forma que você interpretou um viés e uma parcialidade, outros leitores vão encontrar visões e dar opiniões diferentes. Faz parte !!!

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Releva Manfi, sem tua controvérsia não há polêmica, sem polêmicas, esse fórum fica desestimulante. Me ajuda aí.

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Isso é para não polemizar, imagina se...

Kkkkkkkkkkkm

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Sacanagem meninas, sacanagem! Maravilhosos capítulos! Excepcionais como sempre! Parabéns!!!

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Nossa !!! Olha quem apareceu ??? Ou fui eu que nao consegui acompanhar todos os comentários ???

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Por mais que os críticos profissionais desdenhem, nós, o público comum, adoramos finais felizes. Esse capítulo é um passo nessa direção. Embora esteja com um feio na barriga que antecede uma queda de montanha russa, adorei o capítulo. Parabéns!

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Frio na barriga. Feio sou por inteiro.

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Meninas

Não ando comentando muito nos contos, as vezes os comentários se tornam verdadeiros embates morais e, ao meu ver, passam do ponto… deixam de ser apenas um ponto de vista para se tornarem extremamente agressivos. Não estou me referindo especificamente à alguém, nem se restringem à um autor, mas de uma forma geral. Mas li um comentário do Max, curto, porém trouxe clareza para constatar que os autores que gostamos precisam de comentários que os incentivem a continuar escrevendo “gratuitamente” para os leitores que apreciam uma boa leitura. Portanto vamos lá. Preciso dizer que a minha visão dos contos que vcs escrevem é muito positiva. São diferenciados pela carga emocional que trazem à história. Os conflitos entre os personagens, principalmente os protagonistas, ao meu ver, não orbitam em torno do bem e do mal, do mocinho e do bandido, tratam da complexidade das emoções humanas, de personagens com qualidades e defeitos. Não quero convencer ninguém do meu ponto de vista, estou apenas expondo o que penso dos contos escritos por estas autoras. Tento entender o que elas querem passar, pois elas são as donas das emoções e ações dos personagens, gostemos ou não. Eu leio este conto e não enxergo a Mari ou o Marcelo como pessoas ruins, fracas, sem atitudes e outros adjetivos que li em alguns comentários. Vejo duas pessoas que passaram por traumas no passado e por falta de diálogo entre eles, deixaram que esses traumas interferissem na relação, impedindo o casal de viver um amor Pleno. Mas acho que isso vai se resolver e eles vão ficar juntos. Em alguns momentos fiquei meio chateado com a atitude do Marcelo em se afastar e deixar a Mari só, mas por outro lado entendi… Eu poderia falar mais sobre o que penso da Mari e do Marcelo, mas acho que isso basta por hoje. Depois desse capítulo, espero que vcs nos presenteiem com mais um capítulo no final de semana ou antes.🌹🌹🌹 PS.: pensei que a Mari encontraria o Celo tocando alguma música… as seleções das músicas que vcs escolheram para o conto é excelente.

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Meu "ex cunhado", muito grata pelo seu comentário.

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Foto de perfil de CasalC&R

Chega de sofrimento né meninas!

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Ainda falta mais um pouquinho de sofrimento para depois ter mais sofrimento !!!

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Caraca mano, sem polêmicas, capítulo sensacional, virada de mesa inesperada, a atitude assertiva não veio do casal, mas veio de casa mesmo, ficou bonito e com uma sensibilidade admirável.

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Lindo, espero que eles conversem e se entendam. Feliz dia dos namorados a todos.

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Com certeza, eles vão conversar ... agora, se entender ....

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Foto de perfil de rbsm

excelente vamos ao próximo torço para a reconciliação deles

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Foto de perfil de MisterAnderson

Adorei o capítulo. Até que enfim, alguens deram uma mãozinha pro casal. 3 varas de pesca pra esse capítulo.

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Este capítulo foi bem mais leve, espero que nossos personagens se entendam de uma vez por todas.

Mais um ótimo capítulo, parabéns.

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Agora vai! 😅😅😅

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Será ???

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