Meu marido descobriu e não deixou barato. Parte 22.

Um conto erótico de Ménage literário erótico
Categoria: Heterossexual
Contém 3763 palavras
Data: 11/12/2022 13:25:07
Última revisão: 12/12/2022 22:58:03

O fim de tarde naquela cidade do interior do estado de São Paulo estava muito bonito. Um magnífico e raro pôr do sol rosado deixava Andréa com a sensação de estar caminhando em nuvens. Depois de tudo o que aconteceu em sua casa desde a manhã, ela se sentia imortal, feliz e realizada como há muito não sentia.

Naquele momento, nada parecia ter o poder de estragar aquele sentimento libertador, de redenção que se acumulava em seu peito. Era um calor confortável, a certeza de estar fazendo a coisa certa.

Do outro lado da rua, Renato a aguardava a encarando de forma maliciosa:

- Há quanto tempo! Sentiu saudade?

Andréa sentiu um choque, a sua felicidade se esvaindo. O calor que havia em seu coração dava lugar a um sentimento amargo, uma premonição de que alguma coisa de ruim estava prestes a acontecer.

Ela o encarou. Sua mente trabalhava rápido: "dessa vez não. Você não vai estragar a minha vida de novo." Andréa nem pestanejou, e deixando o ódio guiar suas ações, atravessou a rua com a postura ereta, perfeita, deixando claro que estava preparada para os jogos mentais de Renato.

Continuando…

Parte 22: O protetor.

Debochado, achando que tinha vantagem sobre Andréa, Renato começou o seu jogo:

- Como vai a vida? Soube que agora está amiguinha do inimigo. Depois de tudo o que fizeram com a gente? Acho que eu mereço uma explicação.

Andréa estava preparada para ele, mas uma voz atrás dela, que os dois conheciam muito bem, soou forte, deixando-os surpresos. Andréa sorriu ao ver Guilherme, que tinha reparado em Renato do outro lado da rua, esperando por ela, se aproximando:

- Vou lhe dar uma excelente explicação, preste atenção: você conhece a Lei três mil, setecentos e dezoito barra dezoito?

Renato o encarava, prevendo que a coisa seria bem diferente do que ele imaginou. Guilherme continuou:

- É uma alteração feita no código penal que tornou crime o compartilhamento de fotos e vídeos, sem autorização, de cenas de sexo, nudez ou pornografia de terceiros, mesmo maiores de idade.

O deboche deu lugar à preocupação no semblante de Renato. Guilherme falava grosso, se colocando como o protetor de Andréa, porque não dizer, agora também sua mulher:

- Como foi que um dos meus incontáveis advogados disse? - Guilherme fingiu estar pensando por alguns segundos - Ah, sim! Com pena de até cinco anos e aumento de dois terços se o crime for praticado por alguém que já teve relação afetiva com a vítima. Ele falou que isso se chama "Revenge Porn" ou vingança pornô. Uma coisa assim…

Guilherme sabia que Renato estava nas cordas:

- Já pensou se a gente adicionar a tudo isso chantagem e extorsão? Duas vítimas de um mesmo filho da puta?

Renato se encolheu e Guilherme, entrando na mente dele, vendo que ele sentiu o golpe e bambeou, deu o tiro de misericórdia:

- Preste atenção, seu canalha! Se eu souber que você chegou perto, tentou entrar em contato ou armou qualquer coisa para cima de Andréa, ou de Sheila ou de qualquer uma dessas pessoas daqui, a sua conversa será comigo. Saiba que eu não estou brincando e o que é seu está guardado.

Renato, derrotado, com uma expressão de assustado, entrou rapidamente no carro e acelerou, sumindo de vista.

Andréa se sentiu protegida, amparada e acarinhada, chegou até a se excitar com a demonstração de masculinidade de Guilherme, assim como Aline, que acompanhara tudo do portão. Ela veio ao encontro dos dois:

- Tem certeza de que isso foi suficiente? Eu não confio nesse cara, não acho que ele vai sair de cena assim tão fácil.

Guilherme foi honesto:

- Ele é um covarde. Por que só veio atrás da Andréa?

Nenhuma das duas sabia a resposta. Guilherme explicou:

- Depois da surra que Augusto deu nele, o humilhando em praça pública, ele achou que Andréa passara a ser o elo fraco da corrente. Agora ele sabe que ela não está sozinha. Vão por mim, esse aí é um cagão. Só fala grosso com mulher.

As duas o olhavam apaixonadas. Andréa se sentia protegida, importante para alguém, se lembrando que a última vez que alguém tentou protegê-la, lutar por ela, fora exatamente o Guilherme, no dia em que ela se despediu dos dois ainda na faculdade. Ela, então, se lembrou de Sheila:

- Preciso ir, mas voltarei o mais rápido possível. O que aconteceu aqui não pode passar em branco. - Ela encarou Guilherme - Você merece um agradecimento especial de despedida.

Aline concordou:

- Será em dobro, nos aguarde. - Ela deu um beijo de tirar o fôlego no marido.

Andréa seguiu seu caminho rumo ao hospital, mas Aline, assim que entrou em casa, voltou a beijá-lo:

- Obrigada por proteger Andréa. Ela se faz de durona, mas no fundo está perdida, precisando de orientação. Acho que podemos trazê-la de volta de vez. Com algumas condições, e se ela aceitar, será bom para todos nós.

Guilherme estranhou:

- Achei que já tínhamos decidido dar essa chance a ela. Precisamos afastá-la daqui, de Renato, da vida de Augusto e Sheila…

Aline estava excitada, há muito tempo não via o marido tomando a frente de uma situação e se impondo. Os dois tinham um ótimo casamento, decidiam tudo juntos, sem se exaltarem, que ela até se esqueceu desse lado selvagem de Guilherme, do lado negociador e estrategista, até impositivo quando provocado ou na defesa de seus interesses. Ela começou a se esfregar nele, ainda falando sobre Andréa:

- Eu também acho isso. Precisamos levá-la conosco, lhe dar novos desafios profissionais e mudar o foco da sua vida. Pelo menos, já conseguimos mudar o foco de vingança que Renato plantou na cabeça dela. Ela precisa voltar a ser aquela Andréa de antes e já percebeu.

Aline começou a desabotoar a camisa do marido e a puxar seu short para baixo, se ajoelhando à sua frente e enfiando o membro que começava a enrijecer, ganhar volume e ocupar todo o espaço dentro daquela boquinha macia e que sabia como ninguém a arte de chupar uma rola. Guilherme segurou em sua cabeça e começou a conduzir, literalmente fodendo sua boquinha, como se fosse uma boceta. Aline adorava aquilo, não fazia apenas para agradar o marido, gostava de ser dominada por ele, gostava da forma como ele a pegava e a fazia se sentir totalmente dele. Não uma propriedade, mas a sua fêmea, a sua escolha, a sua prioridade. Pensou também em Andréa, pois ela teve de Guilherme o mesmo tratamento, sendo vista como prioridade para ele, como sua escolha.

Sendo maravilhosamente bem chupado pela esposa, fodendo aquela boquinha que tanto prazer lhe dava, em menos de cinco minutos Guilherme gozou. Não foi em grande quantidade, pois já era terceira vez no dia. Aline não desperdiçou nada, na cabeça dela, aquele era o maior ato de entrega e cumplicidade entre um casal, a certeza da satisfação do marido. Não importa se era na boca, no rosto, nos seios, na boceta ou no cuzinho, o esperma do marido era um elixir mágico e não merecia ser desperdiçado. Independente dos estudos científicos, se fazia bem ou mal para a pele ou por ingerir, o importante era a satisfação do casal, o bem que aquilo fazia aos dois.

Aline o empurrou no sofá e voltou a beijá-lo, esfregando a xoxota melada nele, para atiçá-lo, mesmo sabendo que precisava esperar um pouco, deixar que ele se recuperasse. Guilherme sugava os seios, beijava sua boca e pescoço… namoraram por alguns minutos, até Aline sorrir para ele:

- Nosso menino está pronto para brincar. - Sentia o pau começar a cutucar a boceta.

Aline rebolou e se esfregou mais um pouco, esperando a rigidez total do membro. Levou a mão até ele e o direcionou para a entrada da xoxota:

- Vai foder sua mulherzinha? Vai me fazer sua putinha?

Guilherme era um apreciador das sacanagens que Aline sempre falava na hora do sexo, eram o combustível para uma transa mais quente e safada:

- Vou esfolar essa boceta que adora um pau. Vou meter tudo.

Aline se posicionou e sentiu o pau entrando inteiro, já acostumada com sua grossura:

- Então mete, seu gostoso. Fode sua putinha.

Ela comandou a ação, subindo e descendo com carinho, sem parar de beijá-lo ou de provocá-lo:

- Fode essa boceta. Mete gostoso. Seu safado, eu te amo.

Guilherme a apertava forte contra si, tentando sincronizar as estocadas. Aline delirava:

- Meu macho, meu amor. Soca esse pau em mim. Eu estou tão feliz. Ahhhhhh…

Guilherme entendeu e entrou no jogo, empurrando o pau fundo dentro dela e segurando o movimento:

- Está feliz por ter sua amante de volta, né? Eu vou foder as duas agora, tirando o pau de uma e enfiando na outra.

Aline se tremia inteira de excitação:

- Você promete? Ahhhhhh… as duas… aahhhh… metendo gostoso… aahhhhhh…

Guilherme a colocou de quatro num movimento rápido, sabendo que era a sua posição preferida e que ela estava prestes a gozar. Começou a estocar forte, batendo o púbis contra sua bunda:

- Vou foder minhas duas putinhas… desse jeito, fodendo forte…

Aline começava a alucinar com o orgasmo intenso, avassalador:

- Ai, caralho! Tô gozando… aaahhhhhh…. Que loucura isso… aahhhhhh….

Guilherme manteve o ritmo, bombando forte, indo o mais fundo que conseguia:

- Goza pra mim, safada. Goza pro seu macho.

Os espasmos tomaram conta de Aline, quase uma convulsão, a bocetinha ordenhando o pau de Guilherme. Trêmula e saciada, ela se jogou no sofá:

- Você acabou comigo. Que delícia!

Guilherme se deitou ao seu lado e a abraçou, só então Aline se deu conta de que ele não tinha gozado:

- Vem aqui, deixa eu te chupar.

Ele deu mais um beijo carinhoso nela:

- Tudo bem, amor! Eu gozei muito gostoso antes de você. Estou legal, não se preocupe.

Aline ainda insistiu:

- Tem certeza?

Guilherme apenas a abraçou e os dois ficaram ali, namorando mais um pouquinho. Aline precisava ir ao hospital também, mas resolveu aproveitar um pouco mais, recebendo os carinhos do marido.

Um pouco mais cedo naquele dia, enquanto Andréa chegava ao hospital e Guilherme e Aline se divertiam, Augusto, acompanhado por Maria e Fátima, também chegava em casa. Fátima não resistiu:

- Nossa, que casa bonitinha. Linda a sua casa, Augusto!

Ele olhou para Maria:

- Linda, eu concordo, mas ela não é minha. É de Oscar e Maria. Foi presente de casamento dos pais de Oscar para eles, mas eles escolheram morar na fazenda. Ninguém imaginava que o tio fosse embora tão de repente e Oscar tivesse que assumir a fazenda tão cedo.

Maria o censurou:

- Não é sua porque não quer. Oscar já disse para você pagar da forma que puder. Até quando você vai ficar nessa?

Augusto foi mais honesto do que pretendia:

- Nem sei se Sheila e eu continuaremos juntos, prima. Não é hora de pensar nisso.

Assustada, Maria estressou:

- Para de falar bobagem. Vocês se amam, o que houve é só um obstáculo a mais.

Preocupado, Augusto se sentou, pensando na melhor forma de dizer o que precisava, sem fazer com que as duas se sentissem cobradas:

- Você me conhece, prima! Assim que possível, eu serei honesto com Sheila, contarei tudo o que aconteceu quando estávamos afastados. Não posso cobrar nada dela, tendo feito o que eu fiz.

Maria sabia que ele tinha razão. No fundo, apesar de ter sido a realização de uma nova fantasia e de ter sido muito prazeroso, ela também se sentia arrependida. Também tinha a intenção de ser honesta com Sheila, mesmo que aquilo pudesse custar a amizade entre as duas. Ela disse:

- Você tem razão. Essa é uma conversa que todos nós precisamos ter juntos, não só você. Eu, você, ela e Oscar.

Para Augusto, aquilo estava fora de cogitação:

- Isso é entre Sheila e eu. Não sei se isso vai acabar bem. Ainda mais agora, com um filho.

Cansada de só escutar, Fátima resolveu dar sua opinião:

- Eu acho que você não aprendeu nada.

Contrariado, Augusto a encarou sério:

- Como assim? Ela me traiu e eu dei o troco.

Fátima, começando a querer rir, resolveu explicar:

- Sua esposa não é uma santinha. Ela teve desejos e sucumbiu. Acontece, vida que segue.

- Dois errados não fazem um certo. Sheila não vai aceitar bem, eu a conheço.

- Pelo que eu soube, ela foi vítima de vingança, um esquema armado para prejudicar o casamento de vocês. Mesmo com o erro, é preciso colocar as variantes certas na equação, avaliar melhor

Fátima esperou para ver a reação dele, mas Augusto se manteve atento. Ela prosseguiu:

- Foi só curiosidade. Tanto que ela entrou em desespero, sem saber como ser honesta e assumir…

Augusto, achando que Fátima estava diminuindo a gravidade da situação, a interrompeu:

- Ela só foi honesta porque se viu sem saída, refém de chantagens. Não sei se ela seria honesta se as coisas não tivessem piorado tanto para o lado dela.

Fátima ainda estava calma, tentando ser didática, mas vendo que Augusto era teimoso, partiu para a ofensiva:

- Ela estava assustada, não sabendo o que esperar. Você rachou uma porta, depois saiu daqui e espancou o babaca chantagista, não foi? Você é conhecido como um homem justo, mas explosivo. Ela estava com medo da sua reação.

Dando razão à fala de Fátima, Augusto explodiu novamente:

- Porra, tá de sacanagem? Eu jamais levantaria a mão para uma mulher. Ainda mais para a mulher que eu amo. Você não me conhece para falar assim de mim.

Mantendo a calma, acostumada a lidar com homens bravos, Fátima manteve a pressão:

- Olha aí! Tá até vermelho de raiva, só falta espumar. Ainda concordou que ama. Você tem noção de quantos maridos estão presos ou foragidos, depois de falarem o mesmo que você e fazer o oposto?

Augusto se revoltou de vez, mas não com Fatima, com ele mesmo. Respirou fundo e foi sincero:

- Eu avisei! Quando ela foi para aquela maldita balada com os dois, ainda nos falamos antes dela aceitar as investidas de Andréa. Ela devia ter vindo para casa assim que eu desliguei o telefone. Mas não, ela preferiu continuar, e foi flagrada por minha prima, depois deu uma desculpa, dizendo que foi drogada no churrasco quando eu saí para atender um chamado… tudo recheado com mentiras. Porra, eu não sou idiota! Tudo poderia ter sido evitado se Sheila tivesse me escutado, eu a alertei, mas não… E depois, eu fiz o mesmo.

Aquilo não era uma explicação, era um desabafo de quem ainda amava. De quem ainda não aceita o fim. Fátima pegou os dois de surpresa:

- Sou eu quem deveria falar com Sheila antes de vocês.

Nem Maria entendeu:

- Mas você nem a conhece.

Sorridente, Fátima os desarmou:

- Eu conheci centenas de Sheilas e Augustos durante a vida. Conheço essa história de trás para a frente e sei como ela termina. Com um orgulhoso que não aceita perdoar e uma mãe solteira que vai passar a vida abandonada pelo ex-marido e em depressão. Dois arrependidos que não darão o braço a torcer, sofrendo sem precisar.

Decidida, ela olhou para Augusto:

- Me deixe ajudar, você não será obrigado a nada. Se decidir que quer se separar, eu não o farei mudar de ideia. Só que eu tenho certeza de que o caminho será outro, vocês foram feitos para estarem juntos.

Augusto não sabia o que dizer, Maria apenas sorria, admirada pelas palavras da amiga e amante. Para concluir o assunto, Fátima foi esperta:

- Pense bem, não precisa responder agora. Sheila ainda está em recuperação e nada disso irá acontecer hoje. Temos tempo. No momento, ela precisa de paz e harmonia entre todos para que ela e o bebê se recuperem bem da cirurgia.

Fátima já sabia o que fazer, tinha todo o plano em mente, mas ainda não era hora de revelar. Nenhum deles estava preparado. Era melhor conversar em um momento mais apropriado.

Maria separou tudo o que Sheila pediu e mais algumas coisas que ela achou essencial. Os três já estavam voltando ao hospital. Fátima deu uma ideia:

- Já que a recuperação de Sheila não será rápida, por que vocês não me deixam cuidar dela no hospital? Não confio naquela Andréa e serei os seus olhos e ouvidos, Augusto. Se Maria achar que pode abrir mão de mim na fazenda, lógico.

Augusto gostou daquela ideia, mas Maria sabia que tinha caroço naquele angu. Ela, esperta, perguntou:

- Eu até concordo, mas só se você disser o que está tramando.

Augusto olhou para a prima surpreso e Fátima brincou:

- Eu já imaginava, você me conhece muito bem.

A intenção de Fátima era conhecer melhor Sheila, saber o motivo dela ter se entregado e entrado no jogo de Andréa. Ela pensava: "Seria insatisfação? Curiosidade? Frustração com o marido ou com a sua vida sexual?" Aquela era uma ótima oportunidade para Fátima conhecer Sheila melhor, pois já tinha as informações que precisava de Augusto. Para ajudar aquele jovem casal a se entender, ou até mesmo, para mostrar que era hora de cada um seguir a própria vida. Ela foi honesta e contou aos dois sua motivação. Maria não escondeu sua admiração:

- Acho que esse é o seu dom, ajudar pessoas que precisam se reencontrar. Sem você, não sei como eu e Oscar estaríamos hoje.

Augusto gostou do que ouviu:

- Eu gosto de ter uma pessoa de confiança ao lado de Sheila. Sou grato por tudo o que Andréa fez para salvar a vida dela, mas sei que se estamos passando por tudo isso, ela também é a principal responsável. Eu jamais confiarei nela outra vez. Eu aceito.

Augusto, Maria e Fátima já estavam próximos ao hospital e por pouco, não chegaram juntos com Andréa, que após o encontro com Renato, e tendo sido defendida e cuidada por Guilherme, já começava a pensar se era melhor manter a promessa à Sheila, ou passar sua recuperação para outro médico e sair de vez da vida dela. Ela entrou e já foi direto até o quarto de Sheila. Deu duas batidinhas no batente da porta e entrou:

- Como está se sentindo? O remédio para a dor já fez efeito?

Sheila sorriu para ela:

- Ainda está doendo, mas eu aguento.

Andréa foi franca:

- Não tem como sumir com a dor, foi uma cirurgia grande. O que tentamos fazer, é torná-la mais tolerável. Na sua condição, por causa da gravidez, a morfina é um risco.

Sheila foi forte:

- Não! Eu não posso perder outro filho. Eu aguento.

Andréa a tranquilizou:

- Você é jovem, saudável e está em ótima forma. Sua cicatrização será rápida. O útero tem uma capacidade incrível de se recuperar. Só precisamos ficar atentas às infecções. Passado o período mais crítico, vou lhe dar alta. Esse hospital está muito defasado e eu prefiro cuidar pessoalmente de você.

Sheila preferiu não falar nada, ainda não se sentia confortável e Augusto chegaria a qualquer momento. Mesmo com dor, ela ia esperar o momento certo para ter uma conversa definitiva com Andréa. Enquanto pensava, ficou assistindo sua avó indo falar com Andréa.

- Obrigada por ter cuidado da minha neta. Você foi um anjo enviado por Deus para nos ajudar. - Ela deu um abraço carinhoso em Andréa.

Sheila não se sentiu bem ao assistir aquilo. Sem Andréa, ela talvez nem estivesse naquela situação. Uma revolta começou a tomar conta dela, mas ainda fraca, preferiu se controlar, a dor era mais forte do que o desejo de explodir.

Andréa foi salva pela chegada de Aline, que muito atenciosa, foi direto até Sheila, ajeitando seus travesseiros e fazendo um exame completo:

- Como você está? Parece bem apesar de tudo.

Sheila só sentia carinho vindo na atitude gentil da médica:

- Eu dou conta.

Aline pediu que todos saíssem do quarto. Oscar, quieto no canto até então, levou os avós de Sheila para a lanchonete do hospital. Já estavam ali há algumas horas e eles deveriam estar com fome. Aline puxou o lençol que a cobria e começou, de forma cuidadosa, a retirar os curativos. Andréa se colocou do outro lado e ajudou. Sheila estava aflita:

- Não consigo ver nada dessa posição. Minha barriga deve estar horrível, com uma cicatriz gigante agora.

Aline, brincando, a acalmou:

- Assim você me magoa. Eu sou boa no que faço, e sem falsa modéstia, uma das melhores. - Ela sorria para Sheila - a técnica de sutura que eu usei…

Ela percebeu que Sheila não fazia ideia do que ela estava falando. Aline resolveu explicar de forma mais simples:

- Os pontos que eu dei em você, a forma que eu costurei sua barriga, é especial e me foi ensinada por um cirurgião plástico. Pode parecer feio agora, mas em alguns meses, nem você vai se lembrar que foi operada.

Sheila não era tão boba assim:

- Mas a minha barriga vai crescer, esticar a pele. Mesmo assim você se garante?

Aline achou graça:

- Se você não ficar satisfeita, eu mesma lhe dou de presente uma correção com um cirurgião plástico de renome nacional. Pode confiar.

Sheila sentia uma conexão especial com Aline, lembrando de tudo o que ela fez quando estavam em sua casa em Angra. A forma como ela repreendeu Andréa, o cuidado com ela, até o motorista particular que a trouxe de volta para casa. Ela disse:

- Obrigada, Aline!

E para alfinetar Andréa, lembrando das palavras da avó, completou:

- Você é um anjo de Deus enviado para me salvar.

Andréa sentiu a provocação direta, mas sabia que Sheila tinha razão. Assim que saíssem dali ela precisava ter uma conversa final com Aline, ser completamente honesta e abrir o coração.

Para uma cirurgia feita há poucas horas, o inchaço do local não era preocupante. Tudo estava como deveria ser. Aline mesmo fez um novo curativo e pediu que Sheila tentasse descansar. Ainda fraca pelos efeitos da cirurgia tão recente, ela logo pegou no sono.

Era a chance de Andréa, não tinha por que esperar. O que tinha para falar era simples, mesmo podendo ser mal interpretada. Antes que ela pudesse dizer qualquer coisa, Aline foi direta:

- Venha comigo, vamos para um local mais reservado. O que eu tenho para dizer não pode esperar, está na hora de você fazer uma escolha definitiva.

Andréa gelou por dentro, sem ter a noção do que esperar. "Será que Aline e Guilherme voltaram atrás? O que poderia ter acontecido em tão pouco tempo para os dois mudarem de ideia?" Ela pensou, vendo que Aline estava séria. Aquela conversa seria um divisor de águas na vida de todos. Mesmo séria, Aline não sabia que provocara um verdadeiro terror em Andréa, que acostumada a trocar os pés pelas mãos, já sofria antecipadamente, era vítima de si mesma, sempre esperando o pior de todos.

Continua…

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Comentários

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Concordo com os comentários acertivos abaixo!

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Tenho que zerar esse conto hoje, sensacional do início até aqui.

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Só demos um tempo para a família e para organizar a vida. Ontem voltamos a interagir nos contos que gostamos e já estamos finalizando os contos que faltam para postar. Até o fim de semana voltamos a publicar.

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Pois é! Esperando a continuação e os comentários nos meus contos rss

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Uma bela saga, mto bem elaborada, com ação com emoção como nos melhores best sellers. Parabéns aos escritores aguardo ansiosamente o desenrolar da estória. Só não desejo q pare antes do fim como tem mtos publicados Aki no site

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So li agora.

Ainda aguardando o desenrolar da história.

Renato parece sem forças e precisamos de um desentolar para Aline, Anrea e Sheila

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Parabéns meninas, não poderia ficar melhor!!!!!!! Vcs são ótimas!!!!! Não demorem muito para publicar a continuação, senão tenho que voltar a ler os últimos capítulos para lembrar da história...😂

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Aproveito para comentar aqui. Eu gosto desta história, mas acho muito longa, e falo pois ando preocupado. 22 partes já e o enredo ainda está se desenrolando! Mais um pouco fica maior do que Game of Thrones. Quando publica uma parte nova temos que voltar a ler as anteriores porque não sabemos mais quem é quem. Vale a reflexão. Creio que a verdadeira definição de conto é uma história curta, sempre muito interessante e cativante, e quando se trata de erótico, ter mais de 50% do conteúdo narrativo de teor erótico, sexual ou excitante. Esse vício das séries pelos canais a cabo está desvirtuando um pouco as características dos contos eróticos aqui publicados. Acho que mais do que 4 partes, já não é mais conto, mas uma novela, ou obra dramatúrgica seriada de conteúdo erótico. Eu mesmo já caí nessa armadilha e o resultado é que tenho muitas histórias por terminar. Os autores estão criando verdadeiras sagas, dramas, epopeias, por conta de uma trepadinha fora do relacionamento, um beijo de mulher numa outra mulher dentro de uma balada, um tesão repentino em algum personagem que passa várias partes sofrendo para dar umazinha mal dada. Francamente. Eu ando realmente carente de bons contos eróticos que nos deixem sem fôlego e de xibiu piscando depois das primeiras 30 linhas. Tá repleto de novela e saga! Está um deserto. Cada dia mais pobre de erotismo e cheio de drama, de chifres, gente deprimente, filhos que fodem a mãe, pais que estupram as filhas, e mães que dão para os filhos, cheias de justificativas de que o marido não dava mais no couro. Tá feio o negócio. Procuro e não acho mais graça em ler histórias onde o erótico virou perfume de ambiente. Não escrevo atacando este conto que eu gosto, mas chamando os autores para uma reflexão. Quem concorda comigo?

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Que otimo poder reler mais um capitulo dessa história. Ja estava com saudades.

Otimo capitulo meninas. Parabens!!!

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O ser humano sempre acha um jeito de tentar colocar suas culpas em terceiros e no meio disso sempre tem a ovelha manipulada por todos. Esse episódio provou isso de várias formas, a traidora que joga a culpa na droga mas se esquece dos beijos na balada, o marido que sai pra transar com o primo, sua esposa e amante, o trio que esperou o cara estar devastado pra usá-lo em suas fantasias uma mulher que se mete na vida do casal pra "ajudá-los" há se entenderem ( queria ver a honestidade dela em contar que o trio o manipulou direitinho) e no final a santa da Sheila pensando que tudo e culpa da Andréa sem esquecer do banana do Augusto em nenhum momento se questionou se ele é o pai da criança.

No fim tirando o casal de médicos todos se merecem e os verdadeiros culpados por tudo isso é o casal principal.

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Eu entendo tudo o que você disse, menos a parte do Augusto duvidar da paternidade. Já ficou bem claro, até para ele, que a traição foi com a Andréa. Biologicamente é meio complicado, não?

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Tem horas que eu acho que o Marcelomotta se faz de besta só para encher o saco. Deve ser carência, sei lá. Ele sempre vem com a mesma ladainha, da culpa, da traição, da manipulação. Porra, são 22 duas partes de uma história. Os personagens já foram mais do que explicados. Adultos que fazem as coisas sabendo que estão fazendo. Mas ele insiste em ver por um filtro que ele coloca de propósito. Nem sei porque vamos tentar explicar pela enésima vez. Não sei como alguém pode ver uns beijos na balada como traição. É muita visão puritana demais. É coisa do século 19, puritanismo doentio. Quem pensa dessa forma nunca vai entender nada do mundo liberal. Mas todo conto vem com as mesmas questões. Francamente. Cansa.

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Ahá!

Capítulo novo e gostoso de se ler.

Adorei!

Beijão procês.

💋💋💋

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Essa Aline também não pode ver o pau do marido que já vai se esfregando, né!?

Credo!!! Tá parecendo eu...

🤣🤣🤣

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Boa tarde, meninas! A história é muito boa, muito bem contada e vcs tb são ótimas escritoras. Pena q nos tenham deixado de castigo esperando por tanto tempo pela continuação. Ao ver q haviam iniciado nova série cheguei a pensar q poderiam nos deixar sem o final dessa odisseia. Qto aos comentários ofensivos, que se danem os frustrados, imbecis, etc, etc. O que não falta nesse site é conto mal escrito, mal articulado, com português sofrível. Assim, escritores que estão num nivel mais elevado deveriam ser protegidos pelos leitores q os seguem e pelo próprio site.

Parabéns e beijos para vcs.

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Passando para desejar um excelente retorno. Tenho andado sumido por motivos pessoais e por alguns descontentamentos aqui no próprio site, mas tou sempre na torcida por vocês, meninas. Mais uma vez, obrigado por nos proporcionar essa grande história.

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nossa que supressa boa, quando via notificação, fiquei muito feliz por poder ler a continuação dessa que eu acho que é uma das melhores séries do site, parabéns meninas.

grande abraço.

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O problema é a forma com que alguns idiotas comentam, Jó! Só durante esse ano, 23 autoras desistiram de escrever, após serem chamadas de putas, serem ameaçadas, assediadas... Nem todas resistem. Uma pena.

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É realmente uma pena à intransigência de alguns. Todos acabam perdendo.

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Vou aproveitar a deixa: Quem quer publicar, tem uma história a contar. Então não tem por que desisitir. Pode eliminar comentários ofensivos, e os machistas insistentes que estão sempre perseguindo as histórias dos e das liberais. Eles não atacam contos dos machistas, que os representam, mas as mulheres emancipadas que se predispõem a escrever e retratar sua visão. Quem se deixa ofender, e desiste, não estava de fato com tanta vontade de dar o seu recado e ser lida. Essa é a minha opinião. Escrever é algo muito mais importante, é assumir um papel na sociedade, é dar um contributo, uma mensagem, mexer com as mentes. Desistir é péssimo. É a vitória dos opressores.

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Leon, eu acho que o buraco é mais embaixo. Pra mim, algumas pessoas escrevem para tentar um reconhecimento com seus pares. Creio que ao redor não haja apoio nenhum para os pensamentos liberais desses escritores. Ao meu ver, a escrita é o "meio que justifica o fim", sabe? E como esse pessoal é bastante rechaçado em um local onde era pra ter uma abertura natural para se discutir esses temas, elas desistem...

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Pode ser também. De qualquer forma, não invalida a análise. Desistir é péssimo, pois é uma derrota para os opressores.

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Parabéns pelo conto, e que as 3 continuem escrevendo juntas tbm, abraço e sucesso para as três! E ótimo como sempre a história!

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