Jornada de um Casal ao Liberal - Capítulo 13 - "Doppelganger" - Parte 5

Um conto erótico de Mark
Categoria: Heterossexual
Contém 9296 palavras
Data: 19/05/2022 21:59:39

[...]

Passamos praticamente por cima do Marcos a caminho do banheiro. Ele apenas nos olhou pelo canto do olho, sorrindo feito um bobo, certamente satisfeito com as emoções inesperadas de uma manhã de segunda.

Fechei a porta do banheiro atrás da gente porque aquele momento era nosso. Nanda juntou os dois seios com as mãos, ainda cobertos com a porra do Marcos, e me encarou:

- Quer dar uma mamadinha na mamãe, papai? - Falou, me piscando um olho.

- Sabe que eu não curto isso, Nanda. - Falei, me esquivando.

- Poxa. Pra um cara liberal, você é bastante travado às vezes… - Resmungou, mas rindo, porque sabia que eu não curtia mesmo: - Mas eu posso cair de boca na xerecona da Laura, não é!?

- Eu não me lembro disso, não. Lembro dela te pegando, não o contrário. - Retruquei.

- É… - Disse, olhando para cima e colocando um dedo na boca: - Mas quem sabe um dia, né?

A peguei pela cintura e a abracei forte, lhe dando um beijo cheio de tesão e amor, e logo meu pau começou a dar sinais de vida outra vez. Só aí me toquei da besteira que tinha feito: ela ainda estava coberta da porra do Marcos e quando a abracei aquilo tudo grudou forte nos pelos do meu peito. Olhei para ela que caiu na gargalhada na hora:

- Vai, espertão! Você é todo autocontrole isso, autocontrole aquilo, mas na hora “h” não sabe se controlar e dá nisso. - Falou e gargalhou da minha cara, e eu acabei rindo junto.

Fui para o chuveiro e comecei a me ensaboar e ela logo me acompanhou, também se lavando. Ela me olhava e eu a ela. Sorríamos iguais dois bobos um para o outro. Depois de retirarmos aquele “grude” de nosso anfitrião, voltamos a nos abraçar embaixo da ducha, agora sim para aproveitar nosso contato. Ainda assim ela me interrompeu:

- “Mor”, espera um pouquinho. Deixa eu falar. Ai. Para.

- O que foi?

- Você não ficou brava de eu ter masturbado o Marcos, não, né? - Perguntou agora séria, me olhando nos olhos: - É que eu falei para você confiar, mas vi que você duvidou…

- Nanda é difícil saber o que se passa na sua cabeça quando você está no pico da excitação…

- “Pica”, você quer dizer. - Ela me interrompeu, brincando.

- Também: pica e pico. Quando você falou aquilo, eu não sabia o que esperar. Sei lá, me deu um certo medo, sim. - Fui sincero e continuei: - E ainda piorou quando você pediu para ele passar lubrificante. Aí pensei que você fosse querer transar com ele, quebrando a PRIMEIRA REGRA novamente.

- Mas eu disse que ele ia ser só um “voyeur”. - Insistiu.

- Quando você o tocou, ele deixou de ser um “voyeur” e já passou a ser um parceiro. Daí para ele encaçapar o buraco, estava a menos de meio metro.

- Desculpa. Acho que vou ter que melhorar nossa comunicação, ser mais direta com você. - Falou, resignada.

- Talvez. - Concordei, mas também me resignei: - Ou talvez eu precise confiar mais em você. Afinal só nós sabemos o que já passamos e eu acredito que, como eu, você tenha aprendido a se controlar melhor.

Ela me olhava, mas ainda parecia ter dúvida se eu não havia me incomodado com o que ela acabara de fazer:

- Fica tranquila, coração. Curti bastante, tudo mesmo, inclusive o trabalho manual que você fez nele. - Falei e lhe beijei novamente, fazendo com que entendesse estar tudo bem entre a gente.

Nos enxugamos e saímos enrolados nas toalhas e o Marcos já não estava mais no quarto. Vestimos nossas roupas e arrumamos, da melhor maneira possível, a bagunça feita no quarto há pouco. Então, saímos para a sala e o Marcos estava lavando algumas louças e talheres na pia. Nanda me olhou, quase suplicando para falar alguma coisa e eu cochichei no ouvido dela para ir ajudá-lo a lavar a louça e sondar o terreno. Enquanto isso fui para a sala, me sentando no sofá de uma posição em que pudesse vê-los.

Nanda se aproximou dele e colocou sua mão em seu ombro. Ele a olhou e lhe deu um sorriso estranho, não parecia de felicidade. Depois ela me contou que ele ainda estava constrangido com todo o acontecido, não sabia como se portar. Ela se pôs do lado dele e o ajudou com o resto da louça, sem trocarem uma única palavra. Quando terminaram, ele enxugou sua mão e lhe passou o pano para que ela fizesse o mesmo:

- Viu? Ser meu amigo tem suas vantagens: eu te ajudo na cozinha. Ser amigo do meu marido tem outras vantagens, ele me deixa te ajudar no quarto. - Falou e lhe deu dois tapinhas no peito: - Aprende e quem sabe, um dia, a gente não brinca pra valer.

Ele sorriu para ela e a agradeceu pela ajuda. Pediu licença para tomar um banho, dizendo que voltaria logo para nos levar de volta para cidade da Bia. Nanda voltou e se sentou do meu lado:

- Que carinho mais fajuto esse, Nanda! Pensei que você fosse, pelo menos, fazer uma chupeta, dar uma carga na bateria dele. - Falei, rindo, sem olhar para ela.

- Tá. Sei. Eu te conheço, doutor Mark. Se eu fizesse isso, você não iria olhar na minha cara por um bom tempo. - Falou enquanto cruzava os braços, simulando “raivinha”.

- Claro que estou brincando. - Disse e a abracei: - Você foi perfeita! Equilibrada, justa… Perfeita! Essa é a palavra mesmo, nem adianta buscar outra.

Ela me sorriu e ficamos ali abraçados aguardando o retorno do Marcos, que retornou em cerca de trinta minutos, perguntando:

- Vamos então, casal?

- Ele não gostou, Nanda. Já tá pondo a gente pra fora… - Falei, brincando.

- Não, gente. Não é isso, não. Por mim vocês podem passar a semana. Eu ia adorar. - Respondeu, sorrindo agora.

- Ia, né? Aposto que ia… - Respondeu Nanda às risadas: - Vamos mesmo, “Mor”. A gente ainda tem que voltar pra casa, buscar as meninas: a vida não para!

- Vamos, sim. - Falei e me voltei para o Marcos: - Marcos você não precisa nos levar. Se não for pedir muito, é só deixar a gente na rodoviária que nós pegamos um ônibus. Sem nenhum problema.

- Mas porque vocês fariam isso? - Perguntou e já se justificou: - Eu vou voltar pra lá mesmo. Ainda tenho uns quinze dias de férias. Só depois retorno ao trabalho.

- Bem, se você vai mesmo voltar para lá, a gente aceita a carona, então. - Falei e me levantei, trazendo Nanda comigo.

Saímos então e pegamos o elevador. Ele ficou à nossa esquerda, Nanda no meio e eu à direita. Ela estava de braços dados comigo. Havia um silêncio incômodo no ambiente. Então, ela pegou no braço dele também, fazendo com que ele a olhasse:

- Fica assim, não. A primeira vez é sempre estranha. A gente acaba não sabendo como agir, mas se tem algo que aprendi nesse “meio” é que todos são gente como a gente. Então, o melhor que se pode fazer é agir naturalmente, entendeu? Como agora: somos bons amigos que aproveitaram um momento legal juntos.

Ele sorriu para ela e depois me encarando, disse:

- Que mulher você arrumou, Mark. Que mulher!

- É sim, sem igual! - Falei olhando para ela e ganhei um sorriso sincero: - Mas é minha! Entenda bem isso.

- Ai, gente. Que delícia ser adorada assim! - Nanda brincou espontaneamente, mas quis remendar na sequência me encarando com cara de pidona: - Adorada por vários sim; mas amor só pro meu carequinha.

Chegamos à garagem do prédio, entramos em seu carro e, em poucos minutos, já pegamos a rodovia sentido Minas Gerais. Marcos começou a se soltar e já papeávamos assuntos diversos, com Nanda tentando nos divertir com brincadeiras sutis, outras mais apimentadas, mas a viagem seguia tranquila. À certa altura ela se calou, sem que percebêssemos, mas depois o silêncio vindo de trás começou a incomodar. Marcos a encarou pelo retrovisor e perguntou se estava tudo bem, me fazendo virar para trás. Ela estava quieta e aparentemente tensa:

- Marcos, tem algum posto de gasolina por perto? - Ela perguntou.

- Posto? - Ele quis entender.

- É! Posto, lanchonete, restaurante, qualquer coisa. - Falou e mordeu os lábios: - Preciso usar um banheiro.

Eu comecei a rir, a gargalhar na verdade. Ela viu que eu tinha entendido, mas o Marcos aparentemente ainda não, pois nos olhava curioso:

- Tem um posto com tudo que você pediu a uns cinco quilômetros. Dá para esperar até lá? - Perguntou, com um sorriso cínico no rosto.

- Dá sim. Mas pisa no acelerador, por favor. - Ela pediu.

Chegamos no posto, ele estacionou e nem havia desligado o motor, ela desceu e foi caminhando rápido para dentro do restaurante. O convidei para tomarmos um café enquanto a esperávamos e ele aceitou. Pedi três expressos e nos sentamos numa mesa para esperá-la:

- Eu não tô entendendo nada. - Ele falou.

- Quando eu gozo dentro da Nanda durante o sexo anal… - Falei e comecei a rir: - Ela diz que depois de um tempo dá uma dor de barriga tremenda. Só que eu nem me toquei que a gente ia viajar, senão nem teria feito isso com ela. Foi na inocência mesmo.

- Sério isso!? - Perguntou, mas ao mesmo tempo começou a rir também.

Logo depois a Nanda chegava na mesa com uma cara emburrada e, pela forma como a olhávamos, já tinha sacado que eu havia contado o porquê de sua indisposição:

- Ha-ha-ha pra vocês, seus tontos! - Disse, mas também não aguentou e sorriu na sequência.

Ficamos ali mais um pouco papeando enquanto tomávamos nosso café e logo já pegamos a rodovia novamente. A viagem foi tranquila e pouco antes de chegarmos na cidade dos pais da Bia, paramos no shopping para almoçar:

- Tenho boas lembranças desse lugar. - Disse o Marcos enquanto comíamos: - Conheci uma pessoa incrível aqui.

Nanda o olhou com um torresmo na boca, depois para mim e, por fim, tocou seu rosto com as costas da mão num carinho simples, de amigo mesmo. Depois de engolir a iguaria, disse:

- Espero que esteja falando de mim, senão pego meu carinho de volta.

- É claro que é de você, Fernanda! E quanto mais os conheço, mais entendo o porquê do Mark ser tão cuidadoso com você. Ele está certo: eu faria o mesmo, talvez até mais.

- Não preciso de mais, só preciso do que o Mark me dá. - Falou e encostou sua cabeça em meu ombro: - Por favor, Marcos, não confunda nada comigo: só sua amizade me interessa. Sou casada, muito bem casada e quero continuar casada com este homem aqui.

- Já entendi, Fernanda. Já entendi. - Disse, aparentemente resignado, porque já brincou na sequência: - Você não teria uma irmã solteira, divorciada ou não tão fiel como você, não, né?

Caí na risada ao ouvir a pergunta e Nanda me acompanhou. Assim que se controlou, respondeu:

- Não tenho, Marcos. Minha mãe caprichou tanto em mim que não sobrou material para uma irmã ou irmão. - Brincou, fazendo-nos rir novamente.

- Filha única, ainda? - Perguntou, assombrado.

- Melhor parte, Marcos. Não tenho cunhado para me encher. - Essa eu fiz questão de responder.

Depois de almoçarmos, demos uma volta rápida pelo shopping com a Nanda grudada em mim e ele ao nosso lado. Depois voltamos ao caminho e logo ele estacionava na frente do prédio dos pais da Bia. Descemos e nos despedimos dele. Fomos até a portaria nos anunciar e o porteiro nos disse que eles haviam saído. Marcos ainda esperava no carro e nos aproximamos dele, informando-o. Nanda então buscou o telefone da mãe da Bia e não achou no celular. Ligou para a Bia e depois de longos vinte minutos de conversa variada, desligou e viu que a encarávamos:

- O quê? - Perguntou, levantando os ombrinhos.

- Nada não, Nanda! Vinte minutos para conseguir um telefone? Eficiência zero, hein, senhora administradora! - Falei.

- A gente só estava conversando sobre o Bernardo, “Mor”. - Tentou se justificar: - E acabou perdendo a noção do tempo.

- É!? Não brinca! Quase não notei. - Insisti na ironia e depois perguntei: - Pelo menos conseguiu o telefone?

- Consegui! Já vou ligar. Calma! Que estresse… - Disse, contrariada.

Olhei para o Marcos e ele sorriu da situação, balançando negativamente a cabeça. Nanda tentou uma, duas, três vezes e nada deles atenderem. Me olhou sem saber o que fazer:

- Não tem o que fazer, Nanda. Vamos achar uma padaria ou qualquer coisa do tipo e esperar. Depois você tenta novamente. Precisamos deles para pegar o carro. - Falei.

- Porque vocês não vem para o meu “apart”? - Convidou o Marcos, completando: - Depois vocês tentam ligar novamente.

- Hummm. Pro seu “apart” é? - Falou, Nanda toda insinuante: - Sabe que não é má ideia?

- Sem essa, Nanda. A gente tem que ir embora. Já estou perdendo dia de trabalho! - Falei, acho que até meio bravo e sem razão.

- Estou brincando, Mark! Ô homem estressado, viu!... - Rebateu Nanda.

- Gente, na boa: meu “apart” deve ficar a uns cinco, dez minutos no máximo. A gente vai e volta assim que vocês conseguirem falar com eles. Eu trago vocês. Só acho que lá será melhor que ficar esperando aqui na rua ou numa padaria. - Insistiu e havia razão em suas palavras.

Acabamos aceitando. Fomos e ele nos serviu um refrigerante enquanto conversávamos. Nanda tentava contato a cada trinta minutos. Depois de umas três horas, seu celular tocou: era a mãe da Bia que Nanda atendeu no viva voz:

- Nanda de Deus! O que aconteceu, menina? Porque tenho dez ligações suas no meu celular. O Bernardo está bem? A Bia está bem? - Perguntou preocupada.

- Calma, dona Débora, calma: todos eles estão bem. Eu liguei porque passei no seu apartamento para pegar meu carro e não os encontrei. Desculpa se insisti demais. - Nanda explicou.

- Ah bom, filha… Eu é que te peço desculpas, acabei esquecendo meu celular aqui em casa. Se você quiser vir buscar seu carro, não vamos sair mais - Falou.

- Já estamos a caminho, dona Débora. Daqui uns dez minutos, mais ou menos, chegaremos aí. Tchau.

- Tchau, querida.

Marcos nos levou novamente e novamente nos despedimos dele. Dessa vez, anunciados, nos deixaram entrar e ainda acenamos dando “adeus” para ele. Subimos até o apartamento deles, que novamente nos receberam muito bem e curiosos de notícias. Contamos tudo o que sabíamos, Nanda algumas coisas a mais por ter conversado com Bia ainda há pouco, e eles ficaram muito felizes. Nos convidaram para ficar para o jantar, mas recusamos, pois precisávamos realmente voltar para casa e para nossas filhas. Nos despedimos e chegamos em nossa cidade aproximadamente uma hora depois. Fomos até meus pais, recebidos com euforia pela caçula e zanga pela mais velha (pré adolescência tem disso!), e novamente tivemos que explicar tudo o que aconteceu. Pelo horário, acabamos jantando por lá mesmo. Depois voltamos para casa, banho, televisão e, por fim, cama para as meninas.

Já em nossa suíte, eu deitado lendo notícias no celular, Nanda pulou só de calcinha e soutien na cama, me encarando:

- “Mor”, posso te perguntar uma coisa? - Perguntou.

- Já perguntou. - Falei sem olhar para ela.

- Oi? - Ela disse sem entender nada.

- Agora já foram duas. - Falei novamente sem olhar para ela.

Ela parou um momento, tentando entender o que eu havia dito e, se tocando, falou:

- Ah, vá! - Disse, rindo: - Estou falando sério! Na verdade, não muito…

- O que foi, Nanda? Manda… - Falei, agora olhando para ela.

- Isso que aconteceu lá em Sâo Paulo, já contou como a vez para o Marcos? - Falou, me encarando, mas meio envergonhada da pergunta.

Eu não tinha parado para pensar nisso. Realmente havíamos combinado uma regra de não repetir parceiros. Fiquei olhando para ela, enquanto analisava os fatos:

- Olha, Nanda. Foi sexo! Masturbação é sexo. Só não foi exatamente uma trepada. Então, ao pé da letra da nossa regra, foi a vez dele. - Falei e ela não se incomodou com a resposta, então contemporizei: - Mas, entretanto, contudo, porém, também acho que, se ele se comportar direitinho, nada impede que possa rolar alguma coisa no futuro. Vamos aguardar, amadurecer um pouco mais a ideia.

Ela olhou para mim, se levantou e foi buscar seu celular num móvel próximo. Abriu seu WhatsApp e se sentou do meu lado, mostrando um cumprimento do Marcos e uma mensagem:

Ele - “Oi, Nanda. Manda um “oi” pro Mark também. Espero que tenham chegado bem e em segurança na casa de vocês. Queria agradecer pelos ótimos momentos que passamos juntos e perguntar se não gostariam de criar um grupo para conversarmos os três juntos. Assim, evitamos outros mal entendidos. O que acham?”

- O que você acha, “Mor”? - Disse Nanda: - Talvez o que estivesse faltando para ele entender o seu lugar fosse justamente o “chacoalhão” que levou da gente.

- Pode ser, Nanda… - Falei ao vento, tentando antecipar os movimentos dele nesse tabuleiro que agora estava sobre a mesa de nosso mundo.

- “Pode ser”, o quê? Criar o grupo ou o chacoalhão? - Ela tentava entender.

- Os dois, Nanda. OsRespondi e a encarei: - Passa o meu número para ele e fala para ele criar o grupo. Vamos ver no que isso vai dar.

E assim ela fez. Quase na sequência, recebi a notificação de um novo grupo de mensagem. Cumprimentei a todos e já desejei boa noite pelo adiantado da hora. Nanda ainda teclou poucas mensagens com ele e depois veio me contar o que teclaram, mas eu disse que agora não era necessário porque eu também estava lá. Ela riu de si mesma e se deitou ao meu lado.

Nessa noite, acabamos fazendo um amorzinho gostoso, sem nenhuma estripulia, apenas o tradicional “papai e mamãe”, afinal, estávamos em casa com as filhas dormindo no quarto ao lado. Mas foi muito bom! Eu adorei sua maturidade ao lidar com a situação e ainda me sentia muito orgulhoso dela. Então, achei que ela merecia não sexo, mas amor e carinho. Nem sei o tempo que durou, mas foi o suficiente para nos satisfazer e nos fazer dormir agarradinhos e tranquilos.

No dia seguinte, a vida seguiu: café da manhã em família, Nanda em casa, eu no escritório e tudo seguia bem. Quase na hora do almoço, recebo uma mensagem no grupo de WhatsApp criado pelo Marcos:

Ele - “Bom dia, Mark. Tá podendo teclar?”

Eu - “Bom dia, amigo. Posso sim. Em que posso te ajudar?”

Ele - “Na verdade é uma questão profissional. Você quer teclar aqui mesmo, ou prefere que eu crie um grupo só nosso?”

“Profissional?”, estranhei, claro! Afinal, a Nanda havia me dito que ele era juiz da Vara de Recuperações Judiciais e Falência. Mas resolvi dar corda e ver o que ele queria:

Eu - “Cria um novo grupo, Marcos. Assim, não incomodamos a Nanda.”

Ela - “Se quiserem falar por aqui, não tem problema algum. Pelo menos, eu fiscalizo vocês dois! Vai que vocês inventam de fazer alguma coisa sem mim…”

Ele - “Oi. Bom dia, Fernanda.”

Ela - “Bom dia, Marcos. Acho que você já ganhou o direito de me chamar de Nanda. Eu prefiro.”

Ele - “Tá bom, Nanda. Anotado.”

Ela - “Eu disse que ele falava esquisito igual você, “Mor”.”

Eu - “Nanda, a ética jurídica impõe sigilo advogado-cliente. Vamos criar outro grupo para não te incomodar e para deixá-lo mais à vontade também.”

Ele - “Mark, não tem problema. O que eu tenho para pedir, ela pode saber.”

Eu - “Não, Marcos. Eu não trabalho assim. Não gosto de misturar vida pessoal com profissional. Se você precisa do Mark advogado, você vai seguir minhas orientações.”

Ele - “Sim, senhor, doutor. Então, desculpa Nanda…”

Ela - “Tá bem, então. Homem chato que eu fui arrumar. Depois me acerto com você, Mark!”

Eu - “Também te amo, Nanda.”

Ela - “Chato! Te amo. Mas é chato…”

Ele - “Tchau, Nanda.”

Ela - “Tchau, Marcos. Beijão.”

Pouco tempo depois, meu celular envia a notificação de uma nova mensagem do Marcos:

Ele - “Mark?”

Eu - “Diga.”

Ele - “Você trabalha na vara de família, com divórcios?”

Eu - “Sim.”

Ele - “Eu cheguei a comentar com vocês sobre minha ex-esposa. Então, estamos nos divorciando e eu preciso do auxílio de um advogado. Você não gostaria de cuidar disso para mim?”

Eu - “Uai! Eu posso, mas considerando a distância entre nós, não sei se seria viável economicamente você me contratar. Além disso, aposto que deve haver uma penca de advogados aí que ficaria feliz em fazer um favor desses para um juiz de direito.”

Ele - “Exatamente isso que eu não quero: ficar devendo favor para advogado oportunista! Não é falar mal da tua profissão, eu também já advoguei, mas tem uma turma que dá nojo.”

“Filho da puta! Até nisso é parecido comigo.”, pensei e ri sozinho:

Eu - “Bem... Então, posso ir direto, sem rodeios: em que fase está o seu divórcio? Você ainda tem contato com sua ex? Se dão bem? Conversam? Ou nem se olham mais? Onde exatamente eu estou indo lenhar, Marcos?”

Ele - “Até obrigado por convencer a Nanda sobre abrirmos um grupo específico para isso: eu não ia mesmo ficar à vontade para conversar certos assuntos. Então… A gente não conversa mais porque eu não quero. Ela até tentou e tenta ainda uma aproximação, mas aconteceram umas coisas e eu fiquei magoado pra caramba. O divórcio está saindo mais por mim que por ela.”

Eu - “Marcos, você vai ter que se abrir para eu entender o que aconteceu e te orientar. Não posso ser pego de surpresa em meio a uma ação. Você é do meio jurídico, sabe do que estou falando.”

Ele - “Sei. Eu tô enrolando. É o seguinte, vou ser bem objetivo: eu saí umas vezes com uma estagiária e ela descobriu.”

“Putz! Que burro.”, pensei, mas deixei que desabafasse:

Ele - “Daí aquela filha da puta, para se vingar, começou a se insinuar, sem que eu soubesse, para um desembargador que havia me “apadrinhado” aqui no TJ. Resultado: acabaram saindo algumas vezes.”

“Chifre trocado não dói! Ele poderia perdoar ela e seguir, se engolisse o orgulho de macho ferido.”, pensei, mas antes de dizer algo, deixei que terminasse:

Ele - “Então, não sei como, alguém do TJ descobriu e a história vazou. Ficou um climão chato pra caramba pra mim. Desde isso, eu nunca mais voltei lá na sede e nem sei se tenho cara de voltar. Quando ela soube do vazamento, veio chorando me pedir desculpas, justificando que me traiu porque estava irada, mas que nunca imaginou que isso fosse vazar. Eu saí de casa e ela me ligou várias e várias vezes. Até ontem tinha uma ligação dela, mas eu não consigo falar com ela.”

Eu - “Poxa vida, hein! Que situação, Marcos.”

A situação era mais complicada do que eu imaginava. Não se tratava apenas de uma traição na intimidade do casal, havia vazado e os efeitos danosos respingavam na carreira dele. Nessa hora, eu desconstruí completamente aquela pose de machão poderoso Alfa que tinha dele e vi que era somente um homem com problemas tão simples e ao mesmo tempo grandes como os que qualquer um tem:

Ele - “Pois é… Você não quer resolver isso pra mim? Divórcio mesmo, você faz tudo e eu assino. É só me falar quanto vai custar e que documentos precisa que eu te envio.”

Eu - “Marcos, independentemente de eu pegar o seu caso ou não, eu quero te ajudar. Como nós já temos uma certa amizade, eu queria te propor algo que sei que será muito bom para você superar essa dor e esse sentimento de impotência que está te afligindo. Há algum tempo atrás, eu e a Nanda passamos por um problema muito sério, não vou te contar o que é, mas foi sério o suficiente para necessitar da intervenção de um psicanalista. Ele é um senhor maduro e uma pessoa espetacular e é daí, da cidade em que você está hospedado. Eu queria te apresentar a ele para você conversar, não para você perdoar sua esposa, se isso acontecer seria ótimo, mas para você entender melhor todo o conjunto e conseguir superar o que passou.”

Ele - “Poxa, Mark. Eu procuro um advogado e você me manda pro divã!? Eu não sei. Não era bem isso o que eu estava querendo…”

Eu - “Faça o seguinte: pense hoje e me retorne mais tarde, ou amanhã, o que preferir. Se concordar, vou até aí e te apresento a ele. De qualquer forma, prometo que vou te ajudar, inclusive com o divórcio, se for o caso.”

Ele - “Tá. Eu vou pensar e te retorno depois.”

Eu - “Fica tranquilo. Pense e voltamos a conversar. E fica tranquilo que não vou comentar com a Nanda.”

Ele - “Obrigado. Eu não conseguiria olhar na cara dela se ela soubesse disso.”

Eu - “Fica tranquilo.”

Ele - “Até mais, então.”

Eu - “Até mais.”

Fui almoçar e a Nanda me aguardava curiosa para saber o que havíamos conversado:

- Não vou falar! - Disse, sem que ela tivesse perguntado nada.

- Mas eu não perguntei nada… - Retrucou me encarando, mas não aguentou: - Nem do que se trata?

- Não é sobre você.

- Eu não conto pra ninguém. Juro.

- Eu sei que não, mas não vou te falar. Se ele quiser, ele te contará um dia. Eu não. - Finalizei e me sentei num banco da ilha, aguardando o almoço ficar pronto.

Por sorte, nossas filhas logo se juntaram a nós e o assunto ficou bloqueado. Ela ainda me olhava com cara curiosa e insatisfeita com minha negativa. Que inferno é ter uma mulher curiosa e ansiosa. Nos servimos e às meninas, e ela se sentou de frente para mim, em silêncio. A cada garfada que dava, me encarava, cobrando uma resposta. Eu conheço aquele olhar: enquanto eu não falasse alguma coisa, ela não iria me deixar em paz.

Covardemente, acabei usando nossas filhas como um escudo durante o almoço, não dando chance dela insistir na pergunta. Eu vi que a curiosidade já a estava corroendo. Eu confio nela, poderia ter falado que ela seria discreta, mas havia me comprometido com o Marcos e não podia voltar atrás. Na saída para levar as meninas para a escola, ela as beijou e enquanto entravam no carro, me pediu um beijo. Inocentemente eu fui e ela me pegou pelo colarinho:

- Fala… alguma… coisa! - Pediu, mandando.

- Não vou e a gente vai discutir se você insistir. - Falei, calmamente.

- Ah, você me paga… Deixa. Tá tudo bem. Vou dar pro primeiro que passar na rua. - Me ameaçou.

- Sem problemas. Só não esquece de lavar direitinho depois. Lavou tá novo, coração! - Respondi, porque sabia que sua ameaça não era verdadeira.

Ela começou a pular como criança emburrada na porta de casa e as meninas começaram a gargalhar dentro do carro:

- E parem vocês duas também! - Brincou de choramingar, rindo para elas.

Saí e as deixei na escola, indo para o cartório de registro de imóveis pegar uma certidão encomendada por um cliente e voltei para o escritório. Não gastei mais que trinta minutos nesse trajeto. Qual não foi minha surpresa ao entrar na minha sala e encontrar Nanda sentada em minha cadeira. Dei um passo para trás e olhei para minha secretária que me disse, rindo: “Ela disse que era uma surpresa, doutor.” e foi, realmente. Entrei e pedi que se levantasse da minha cadeira. Ela o fez, me encarando fundo nos olhos, parecia querer ler minha mente. Balancei negativamente a cabeça. Ela foi até a porta de minha sala, a fechou e se sentou de frente para mim, estalando os ossos dos dedos:

- Nanda, para com isso! Eu tenho que trabalhar. - Pedi, já incomodado.

Ela se debruçou na minha mesa e falou com uma voz suave e sensual que só ela sabe reproduzir quando quer me convencer a fazer algo que não quero:

- Conta pra mim… o que vocês dois… conversaram!! - Disse e desmontou novamente: - Fala, “Mor”. É sobre mim? É uma surpresa? Fala alguma coisa!

- Não é sobre você. - Falei e ela ainda me encarava, claramente dando sinais de que não iria arredar o pé dali: - Não vou entrar em detalhes, até mesmo porque ainda não sei de tudo, mas vou te falar que ele quer me contratar para cuidar do divórcio dele.

- Uai. Mas contratar você? Daqui? - Quis entender.

- Pois é. Ele disse que não quer ficar devendo “favores” para advogado de lá e que prefere me pagar para resolver a questão. Só isso. - Falei e depois frisei: - Ele não queria que eu comentasse com você para não ficar sem jeito. Então, você não está sabendo de nada, entendeu?

- Tá bom. Entendi. E vai dar uma grana legal? Vou ganhar meus gêmeos? - Disse, rindo e insinuando seus seios em minha direção: - Já imaginou? Grandões pra você brincar!

- Não sei, Nanda. Ainda não fechamos nada, criatura. Pode ser, não sei mesmo… - Respondi, rindo da insinuação dela.

- Então, vamos tomar um café. Daí você já me deixa em casa. - Falou.

- Eu acabei de chegar, Nanda. Não vou sair agora. Eu tenho que trabalhar. - Retruquei.

- Você vai me deixar ir embora a pé? Sozinha na rua? E se eu for atacada? - Perguntou.

- Você veio a pé, sozinha na rua e ninguém te atacou. Pega o mesmo caminho. - Falei, sorrindo.

Ela me encarou, sorriu e deu a volta na mesa para me beijar. Acabou fazendo mais e se sentou no meu colo. Logo depois se levantou, se despediu e saiu porta fora. Consegui, enfim, me concentrar e trabalhei até o final da tarde. Na hora de sair, cadê as chaves do meu carro? Não estavam onde eu as costumo guardar, saí fazendo o mesmo caminho que entrei e não o encontrei na vaga em que costumo estacionar. Já pensei o pior. Antes de ligar na polícia, me ocorreu que alguém pudesse tê-lo emprestado sorrateiramente. Voltei e liguei para a Nanda:

- Oi, “Mor”!

- Nanda, você pegou meu carro?

- Eeeeu!? Que mau juízo você faz de mim…

- Nanda. - Falei, já meio alterado: - Se não foi você, alguém o roubou e tenho que ligar na polícia para fazer um BO.

Ela começou a gargalhar do outro lado da ligação. “Filha da puta!”, pensei:

- Nanda!

- Oi, “Mor”, ele tá comigo. Raptei seu carrinho. - Disse, ainda rindo.

- Pô, Nanda. Eu tenho que pegar as meninas. - Resmunguei: - E ninguém rapta ou sequestra um carro. Ele só pode ser roubado ou furtado.

- Pode deixar que eu busco as meninas. Quanto aos termos jurídicos, senhor doutor, tô nem aí! - Ria de se acabar do outro lado da ligação.

- Então vai, pega elas e depois passa aqui pra me buscar.

- Na-na-ni-na-não! Você vem a pé.

- Você tá de brincadeira comigo!? Fernanda Mariana, traz o meu carro aqui, agora!

- Ai, tá bravinho, tá? Não fica o resto do cabelo vai embora. - Dizia e ria: - Ah, desculpa. Tenho que desligar agora porque vou buscar minhas filhas na escola. Tchau, moço.

- Nanda, espera…

Desligou na minha cara. Eu não sabia se ria ou se chorava de raiva. No final, acabei aceitando a derrota nessa batalha e fui a pé para casa. Não era longe. Coisa de uns minutos de caminhada e eu chegaria lá, mas o desaforo foi grande e eu ia me vingar.

Cheguei e tive que interfonar porque as minhas chaves de casa ficam dentro do meu carro que estava dentro da garagem. Não sei se por coincidência ou caso pensado, demorou uns dez minutos para me atender. A campainha já estava ficando rouca quando ela abriu a porta:

- Shiiiiiu! Estou no telefone com a Bia. - Falou, baixinho.

- Abre o portão, caralho! - Falei.

Ela o abriu e, enfim, entrei. Ela me encarava e não me dava as costas, já imaginando que eu lhe daria um tapa daqueles na bunda. Foi voltando “de fasto”, como falamos no interior, até se proteger do outro lado da ilha da cozinha. Então, me fez sinal para esperar:

- Espera aí, Bia. O Mark chegou. Vou colocar no viva voz. - Disse.

Nesse momento estranhei e pensei que tivesse acontecido alguma coisa com o Bernardo:

- Oi, Mark. Tudo bem? - Disse Bia.

- Tudo joia, Bia, e você? Aliás, vocês? - Falei.

- Estamos bem. O Bernardo estava perguntando de você mesmo.

- Pergunta pra esse bunda mole quando ele vai poder bater uma bolinha de novo. - Pedi.

- Eu tô te ouvindo, viado! Ela tá conversando no viva voz. - Respondeu o Bernardo.

Caímos na risada do lado de cá e eles do lado de lá. Ficamos batendo um papo e minha raiva até diminuiu. Soubemos que ele estava se recuperando bem e que logo poderia ser transferido e completar sua recuperação em casa, o demandaria ainda um bom tempo, mas que não atrapalharia os planos do casamento. Isso nos alegrou bastante e, depois de um bom papo, nos despedimos e desligamos. Nem bem desligou, Nanda saiu correndo em direção ao quarto e quase atropelou nossa caçula:

- A comida está no forno! - Gritou Nanda do quarto.

Olhei e vi uma lasanha coberta com plástico filme e um bilhete em cima:

“Fiz pra você, “Mor”, do jeitinho que você gosta e com todo o meu amor!

Não fica bravinho comigo, não, tá?

TE AMO!”.

“Filha da puta, apelona!”, pensei e ri. Minha caçula já chegou bisbilhotando a cozinha e viu a lasanha no forno:

- Quero só lasanha, sem arroz! - Falou e saiu em direção ao sofá.

- Lasanha? - Perguntou a mais velha e, quando confirmei, disse: - Quero com arroz.

Em casa é assim: uma o avesso da outra. Se dão bem, brincam, brigam, combinam, descombinam, se enfrentam, quase se matam, mas se amam. Dormem até hoje no mesmo quarto, apesar da mais velha já estar pedindo um quarto próprio, “defeitos” da adolescência que se aproxima. Algum tempo depois, Nanda ponta a cara na porta que separa a área social da reservada:

- Tá melhor, “Mor”? - Me perguntou com aquela cara sapeca.

Coincidentemente, eu esfregava as palmas da minha mão nesse momento e ela viu e mordeu o lábio superior. Não aguentei e caí na risada. Ela entendeu como uma “deixa” e entrou no recinto, rindo também:

- O que foi? - Perguntou.

- Nada.

- O que foi!? - Insistiu.

- Sua cara. Tô rindo da cara que você fez, encrenca de mulher!

Ela começou a rir também , sem entender muito bem o porquê. Perguntou se tinha vinho e fui buscar um em nossa reserva, colocando-o para gelar no freezer. Ela tirou o plástico filme com o bilhete e o colocou na minha frente:

- Viu que bonitinho? Também sei ser romântica! - Falou e ligou o forno para esquentar a lasanha.

- Você não presta. - Falei.

- E você adora que eu sei. - Retrucou e riu.

Fui para nossa suíte tomar um banho enquanto a lasanha esquentava. Já nem pensava mais na vingança. Aliás, pensava sim, mas deixaria para quando ela menos esperasse. Um casamento feliz se faz assim, de dores e amores, amores e dores, e surpresas, boas surpresas. Depois do banho, voltei para a sala e a lasanha já estava saindo do forno. Nos sentamos, comemos, bebemos um bom vinho tinto suave, Nanda não gosta do seco, e depois nos sentamos no sofá da sala para assistir um programa qualquer. A história que o Marcos havia me contado começou a martelar minha cabeça e me fez perder o foco na televisão. Nanda notou:

- O que essa cabecinha está pensando? - Me perguntou.

- Nada, não. Assuntos do escritório apenas.

- Algum problema? Alguma coisa que eu possa te ajudar? - Insistiu.

- Problemas sempre, Nanda. Eu trabalho para solucionar problemas dos outros. - Falei e a tranquilizei: - Mas não é nada mesmo. Relaxa.

Na hora de costume, as meninas foram dormir. Ficamos eu e ela na sala que logo deu um jeito de deitar no meu colo, assistindo um programa qualquer de reforma de imóveis. Aliás, Nanda é uma arquiteta frustrada: por falta de orientação, acabou cursando administração de empresas e deixando seu grande sonho de lado. Mas enfim…

Por volta das 22:00, meu celular “bipa”. Pego e vejo uma mensagem do Marcos em nossa conversa privada:

Ele - “Mark, tá podendo falar?”

Eu - “Posso.”

Por uma falha de comunicação, respondi concordando com o verbo “falar” e não “teclar”. Daí, o nobre juiz me mandou um arquivo de áudio e eu, já elevado pelo vinho consumido, ativei o arquivo na presença da Nanda:

Ele - “MENSAGEM DE ÁUDIO - Pensei bastante em tudo o que você me falou e eu te agradeço, mas no momento só gostaria de cuidar do divórcio com a Denise mesmo. Depois, mais para a frente, caso eu me convença da necessidade de uma terapia, procuro seu psicanalista.”

Meio bêbado e ainda ignorando que a Nanda já me olhava curiosa de baixo, mandei um arquivo de áudio para ele:

Eu - “MENSAGEM DE ÁUDIO - Tudo bem, Marcos. Foi só um conselho de amigo. Me manda uma relação de seu patrimônio com sua sugestão de valores, cópia da certidão de casamento, de nascimento de filhos, sua DIRPF, ocupação da sua esposa, digo ex-esposa, e vou dar uma analisada sobre a questão da partilha, pensão e uma prévia dos honorários também.”

Nessa hora, olhei para baixo e vi dois olhinhos arregalados me encarando, sedentos e vi o tamanho da besteira que tinha feito. Trocamos mais alguns áudios e ele disse ter pensado melhor e me autorizou a contar a história para ela, na esperança de obter compreensão e algum bom conselho feminino. Nos despedimos e agora, certamente, ela não iria me deixar em paz mesmo. Então, me resignei e contei resumidamente toda a conversa que teve comigo: superficialmente sobre sua traição com a estagiária, depois a da esposa com o desembargador, terminando no “bá-fá-fá” dentro do TJ. Nanda ouvia tudo com atenção, boquiaberta, surpresa mesmo, e a primeira acalentadora frase que saiu de sua boca foi:

- Mas que filho da puta é esse Marcos! Faz aquela pose de bom homem, responsável, respeitador, e no final é um traíra sem vergonha. - Respirou e continuou: - E a mulher dele também: que biscate! Sair com o superior dele e ainda deixar vazar a história? Nisso dá até dó dele.

- Por isso, eu não queria te contar. - Falei, tentando acalmá-la continuei: - Não julgue só por esses fatos. Eu também ainda não sei tudo. Talvez exista algum motivo que fez os dois chegarem a esse ponto. Vai com calma, ok?

- Nossa, se você fizer isso comigo, eu juro que corto teu saco. - Falou ainda brava.

- Deixando o pau funcionando, o saco eu costuro outro. - Respondi, brincando.

Pra quê fui fazer isso? A mulher ficou uma fera. Começou a xingar, brigar, dizer que eu já estava pensando em fazer isso, fazer aquilo, que eu deveria estar querendo mesmo por uma galhada nela, etc, etc, etc. Fiquei quieto, calado, ouvindo tudo sem responder nada. Ela surtou e foi pisando alto para o quarto. Olhei no celular e aguardei. Cinco minutos depois, ela voltou choramingando e pedindo desculpas, dizendo ter sido injusta, que eu não era desse tipo, sabia que era fiel, que me amava, que devia estar na TPM e mais algumas coisas:

- Você me desculpa? - Perguntou, com olhinhos úmidos.

- Você é louca! - Falei e sorri: - Mas é a minha louquinha.

Fomos dormir e ainda ganhei um boquete caprichado de desculpas, mas poderia ter sido melhor. Ela realmente não devia estar num bom dia. No dia seguinte, nossas atividades cotidianas ocorriam normalmente. Eu já estava no escritório quando recebo novamente aquele maldito: “Oi” no meu WhatsApp. Respondi um “Bom dia. Pois não?” no mesmo momento e outra vez nada da conversa prosseguir. Aquilo já estava me incomodando e tomei a atitude de ligar para o Palhares. Talvez ele pudesse quebrar mais um galho e descobrir quem era o filho da puta que me infernizava. Infelizmente, ele havia saído em diligência, estava de campana atrás de um meliante qualquer e não poderia ser contatado tão brevemente.

Voltei a me ocupar com meus afazeres e logo meu WhatsApp começou a bipar ininterruptamente. Pensei que fosse aquele número e em carga total para me azucrinar, mas não: era o Marcos despejando vários anexos referentes aos documentos e informações que eu havia solicitado. Baixei todos os arquivos em meu computador e lhe cumprimentei, dizendo que retornaria depois.

Comecei a analisar a documentação e me deparei com uma foto da esposa, uma loira de olhos azuis, pele branquinha e lábios finos, mas muito elegantes e condizentes com seu rosto. Literalmente, o tipo de mulher que nenhum homem pensaria em trair, tampouco ela aparentava ser do tipo que se vingaria na mesma moeda do homem traidor. Mas enfim… Já era quase hora do almoço e fui para casa. Almoçamos com as meninas e, na hora de costume, as levei para a escola, voltando para meu escritório.

Depois de terminar a análise de toda a documentação, chamei o Marcos pelo aplicativo. Expus minha análise, situação documental, trabalho envolvido, riscos quase inexistente de pensionamento para ela, mas somente para o filho em comum, e apresentei meus honorários e eventuais despesas diversas (viagens, certidões, etc.). Fechamos o trabalho e já peguei o contato de sua esposa. Ele não queria vê-la nem pintada de ouro. Pouco depois recebi um anexo comprovando a transferência do valor combinado: “Ô Beleza! Parece que Nanda vai ganhar os gêmeos que tanto quer”, pensei. Como valor contrato era bastante considerável e já fora pago à vista, liguei para a esposa:

- Alô? - Uma voz sedosa me atendeu do outro lado da ligação.

- Boa tarde. Por favor, dona Denise? - Perguntei da forma mais profissional possível.

- Sou eu. Pois não? Quem fala? - Respondeu.

Bom, enfim… Me apresentei, justifiquei o motivo de meu contato e perguntei se ela gostaria de tratar diretamente comigo ou se preferia que eu entrasse em contato com o advogado dela, caso ela já tivesse algum representante. A princípio, ela não negou meu contato, mas disse que gostaria de conversar com o Marcos primeiramente. Eu disse que não poderia proibi-la, mas que ele me deixou bem claro que não queria contato e que eu deveria assumir a frente de tudo. Ela então me perguntou onde ficava meu escritório porque não gostaria de tratar daquele assunto por telefone, o que achei muito justo, mas quando lhe informei minha cidade, ela disse ser inviável seu deslocamento. Me propus em ir ao seu encontro, bastando que ela me disse quando e onde. Marcamos para a próxima quinta-feira, na sua própria casa, por volta das 14:00.

Expliquei a situação para o Marcos que concordou com as decisões tomadas até então. À tarde, em minha casa, avisei a Nanda de minha viagem e ela não concordou muito num primeiro momento, mas quando lhe mostrei o comprovante de depósito em nossa conta bancária, sua opinião milagrosamente mudou da água para o vinho. Ela disse que, apesar de tudo o que aconteceu, era triste ver um casal tão novo se separando, com o que concordei. Por um motivo idiota, acabei mostrando a foto da esposa do Marcos para ela. Seu semblante, também milagrosamente, voltou do vinho para a água:

- Você não vai? - Falou.

- Não vou o quê, Nanda? - Perguntei.

- Você não vai se encontrar com essa loira. Olha pra ela! Parece uma boneca, uma barbie turbinada. - Falou encostando o indicador na tela do meu celular.

- Você tá de brincadeira, né!? Tá com ciúme da parte contrária da minha ação? - Perguntei, incrédulo e já rindo dela.

Para que nós homens temos o costume de viver de riscos? Fui rir da minha patroa e ela se vestiu com a capa do capeta, o ódio saltava de seus olhos e chegava a espumar de ira de minha inocente risada. Saiu pisando alto novamente para nossa suíte, só que dessa vez não voltou cinco minutos depois. Esperei mais cinco, dez, trinta minutos e nada. Vendo que a situação era mais séria do que eu havia avaliado, respirei fundo e fui encontrar a fera:

- Vai com Deus! - Disse Maryeva, me olhando por cima de seu celular e com o mesmo sorriso cínico que eu já vi várias vezes no rosto da Nanda.

A porta de nossa suíte estava fechada. Bati e ela não respondeu. Virei a fechadura e vi que não estava travada. “E lá vamos nós!”, pensei:

- Nanda? - Perguntei.

As luzes estavam apagadas, mas vi o contorno de seu corpo debaixo do edredom. Acendi as luzes, entrei e fechei a porta atrás de mim. Fui até o lado dela e me sentei na beirada da cama:

- Tá mais calma? - Insisti.

Ela tirou o edredom de cima de sua cabeça e me olhou com a expressão de uma onça prestes a dar o bote numa vítima indefesa. Eu a olhei, agora segurando uma risada novamente, mas não deixei transparecer:

- O que foi aquilo? - Insisti uma vez mais.

- Ah, Mark. Poxa! Ela é um mulherão, linda, perfeita, gostosa, safada, e você vai lá se encontrar com ela, sozinho? - Falou e puxou o edredom sobre a cabeça, de novo.

Ciúmes! Nessa altura de nossas vidas e depois de tudo o que já havíamos enfrentado juntos, ela ainda tinha ciúmes de mim! Respirei fundo, escolhendo bem as palavras:

- Nanda é só o meu trabalho. Ela não é minha cliente. Deve ser o primeiro e único contato que terei com ela. - Expliquei e pedi: - Para de besteira, criatura.

Pra que fui usar a palavra “besteira”? Nanda começou a despejar suas inseguranças, medos, ciúmes e toda uma gama de outros “motivos” que, em sua cabeça, me fariam comer aquela loira durante aquele encontro. Tive que usar toda a minha “verve” para convencê-la do contrário e não foi fácil, mas acabei conseguindo, principalmente porque no final da conversa a lembrei que os honorários recebidos iriam garantir a adoção dos "gêmeos" que ela tanto queria:

- Só vou deixar porque o motivo é nobre, viu? Mas olha lá, hein, doutor Mark: juízo com essa periguete desbotada! - Me advertiu e acabei rindo novamente, mas desta vez ela me acompanhou.

- Quer saber, porque você não vem com as meninas passear em São Paulo? Eu deixo vocês no shopping, vou até a reunião com a Denise e depois me encontro com vocês. - Propus para acabar com qualquer dúvida, além de ser uma oportunidade para tirar as meninas de casa para um passeio.

Ela parou de chorar na hora, gostou da ideia. Foi até a sala e logo as três voltaram para a suíte, animadas com a novidade. Ficamos combinados e assim a paz voltou a reinar.

No dia seguinte, voltei a entrar em contato com a Denise e confirmamos o encontro para o próximo dia. Aprontei toda a documentação que precisaria levar para conversar com ela, deixei tudo no carro e no dia seguinte saímos todos rumo a “capitar”. Depois de uma viagem tranquila, a primeira impressão da Maryeva me motivou ainda mais a continuar morando em nossa cidadezinha:

- Credo! Então, São Paulo é isso? - Resmungou: - Espero que, pelo menos, o shopping seja legal.

- É feia mesmo, pai. Não tem cor. - Retrucou Mirian.

- É uma cidade grande, diferente, tem seus atrativos, fiquem tranquilas. - Respondi e Nanda me encarou também desolada e perguntei: - O quê?

Ela só balançou a cabeça negativamente e as levei ao Morumbi Shopping. Eu não sei se é o melhor da cidade, mas era um que eu já conhecia. As deixei lá e Nanda ainda ficou com meu cartão de crédito, dando-me calafrios. Pedi que deixassem os celulares ligados para, quando eu terminasse minha reunião, pudesse encontrá-las. Me despedi e fui ao encontro da Denise. Cheguei em seu prédio de apartamentos quase trinta minutos depois, me identificando na portaria e sendo autorizado a entrar e a subir até o nono andar, onde fui recebido pela própria. Aliás, que mulher linda! Alta, quase da minha altura e isso usando rasteirinha, falsa magra com curvas justas e bem definidas, pele branquinha e um semblante que não negava sua ascendência européia. Eu a pegaria fácil numa balada, se já não tivesse uma rainha reinando em meu coração. Agora, se a Nanda permitisse, eu superaria esse impasse e a pegaria com gosto:

- Boa tarde. Como vai, dona Denise? - A cumprimentei, depois de me recuperar da boníssima primeira impressão, e me apresentei formalmente, entregando-lhe meu cartão de visitas e exibindo minha carteira da OAB.

- Vou bem, obrigada, doutor. Queira entrar. - Me convidou e, lá dentro, me conduziu até uma mesa na sala de jantar.

Gentilmente me perguntou se eu aceitaria um café. Logo, para mim, um mineiro, ela veio perguntar se aceitava um café. Claro que aceitei e me arrependi na alma: cafezinho ruim demais, fraco, sonso, insípido. Tomei por educação, mas não foi fácil. Minha sorte foi ela ter começado a conversar amenidades e isso diminuiu minha frustração com o quitute.

Comecei a explicar para ela sobre os procedimentos jurídicos e sobre a proposta de partilha acordada com o Marcos previamente, muito justa por sinal, porque ele literalmente dividia tudo meio a meio, além de garantir uma boa pensão para o filho. Ela me ouvia tudo com olhos bastante tristes, chegaram a ficar marejados com o sentimento da perda iminente.

Ela me pediu licença para retocar a maquiagem e saiu em direção à área reservada do apartamento. Fiquei sentado na mesa torcendo para que ela tivesse compreendido o bom negócio que estava fazendo e assim eu resolveria o divórcio de forma rápida e menos indolor para todos. Ela logo voltou e se sentou novamente próxima de mim:

- Ele te contou como chegamos a esse ponto, doutor? - Me perguntou.

- Ele me fez um resumo dos acontecimentos, dona Denise…

- Por favor, só Denise, sem dona, isso me envelhece demais. - Me interrompeu: - Contou, inclusive, que ele começou tudo isso?

- Sim. Ele me disse que teve um envolvimento com uma pessoa…

- Na minha cama. - Ela me interrompeu: - Ele te contou que estava fingindo trabalhar com a estagiária na minha casa enquanto eu ia numa consulta pó-parto e que, no meu retorno, o flagrei transando com aquela, aquelazinha na minha cama?

- Não, isso ele não me contou. Ele apenas disse que teve esse caso e que a senhora… - Eu me interrompi: - Desculpe! Que você descobriu, e que, a partir daí, você também teve um envolvimento com um superior dele, que por sinal se dizia muito amigo dele, um padrinho no meio profissional, e esse seu envolvimento acabou vazando no TJ.

- Eu não queria que nada disso tivesse acontecido, doutor. Não queria. - Falou e se apoiou com os dois braços na mesa: - O Marcos não foi leal comigo. Eu havia acabado de ter o Ben quando ele se envolveu com aquela biscate… Desculpa! Com aquela moça. Ele não podia ter feito isso comigo, não podia! A gente sempre se deu bem. Eu só precisava de um tempo para me recuperar do parto…

Comecei a me apiedar daquela mulher e a duvidar das motivações, mesmo das boas intenções do Marcos nessa história toda. Inclusive, isso, de certa forma, afetava meu conceito geral dele também, a ponto de inviabilizar qualquer novo encontro com a Nanda. Ela continuou:

- Eu errei também, não quero me eximir de culpa, mas eu nunca quis que isso vazasse ou o prejudicasse. Foi num momento de raiva e o Antunes, me oferecendo amparo, conselho, amizade, me levou a acreditar que seus braços seriam uma justa retribuição pela traição que eu recebi de meu marido. - Disse e enxugou uma lágrima.

Eu ouvia tudo sem tecer comentários ou opiniões sobre culpas e responsabilidades. Eles já tinham as deles e eu não precisava dar razão a nenhum dos dois. Mas acabei não aguentando e perguntei:

- A senhora ainda sente algum sentimento pelo Marcos? - Ela me encarou nesse momento, surpresa: - Existe espaço no seu coração para perdão e, talvez, tentarem prosseguir juntos, em nome da família, do filho?

Penso que a surpresa tenha sido tanta que ela ficou sem palavras por um momento. Assim que se recobrou, disse:

- Não posso dizer que eu não sinta mais nada por ele. - Disse e, suspirou fundo: - Mas desde que me abandonou… o Antunes… Eu não sei… - Interrompeu-se com a mão na boca.

- A senhora ainda continua com esse Antunes? - Perguntei, no automático, só depois me dando conta da inconveniência, fazendo ela apenas assentir com a cabeça.

- Não. Às vezes a gente se encontra, mas… Não, não temos mais nada. - Me falou, claramente constrangida e não convencendo.

Me encostei na cadeira e fiquei sem reação. Vi que aquela mulher ainda amava o marido e se arrependia na alma de ter feito o que fez. Acredito até que tenha se entregado ao tal Antunes num momento de fraqueza, ou até mesmo por alguma artimanha dele. Talvez se o Marcos se dispusesse a conversar com ela, ouvi-la, tentar entender o que ela passou, os dois pudessem se perdoar e reatar. Mas eu não teria como descobrir isso naquele momento:

- Doutor, o senhor parece ser uma boa pessoa. Deve estar horrorizado comigo. - Concluiu sobre si mesma.

- Denise, já advogo há um bom tempo e te garanto que a sua história não é, nem de longe, a pior que já ouvi. Pessoalmente, acredito que se vocês tivessem a oportunidade de conversar francamente, sem agressões mútuas e sem procurar culpados, haveria uma chance de reatarem. - Falei.

Ela me olhou feliz com aquelas palavras, mas não parecia haver tanta esperança em seu coração:

- Eu gostaria muito de falar com ele, doutor, me explicar, pedir desculpas por tudo, mas ele não me ouve. Ele não quer conversar comigo. Só vem visitar o Ben, me cumprimenta e sai sem trocar nenhuma outra palavra. Praticamente me ignora.

- Talvez o que tenha potencializado a dor do Marcos seja o vazamento do seu… - Procurei a melhor palavra, mas não achei outra: - Seu “envolvimento”, me desculpe a palavra. Esse fato me deu a impressão de tê-lo abalado demais.

Ela olhava cabisbaixa, mas concordou com a cabeça. Depois suspirou fundo novamente e disse:

- Eu agradeço suas palavras, doutor, e agradeço mais ainda por ter me ouvido. Se esse for o nosso destino, que assim seja. Nem irei procurar outro advogado. Se o senhor puder nos representar em conjunto, eu assinarei qualquer documento que fizer. Confio no senhor.

Agradeci sua confiança e disse que prepararia toda a documentação para o quanto antes. Na saída de seu apartamento, fiz-lhe uma última pergunta:

- A senhora gostaria que eu tentasse convencer o Marcos a ter uma conversa, antes de assinar o acordo de divórcio?

- O senhor faria isso? - Perguntou, novamente surpresa.

- Se for da sua vontade, eu farei. - Respondi e perguntei: - Mas e esse tal Antunes? Ele pode ser um problema?

- Se o Marcos me perdoar, não há Antunes algum que nos impeça de reatar. Isso lhe garanto!

Sorri e prometi tentar um encontro entre os dois. Se necessário, usaria o argumento de que é uma exigência dela para se divorciarem amigavelmente. Ela concordou, me agradecendo com um abraço apertado e um beijo na face, impregnando meu terno com um cheiro adocicado de mulher. Despedimo-nos uma última vez e voltei para meu carro, e nele rumei ao shopping. Liguei para a Nanda e ela me disse que estavam na praça de alimentação, lanchando.

Mirian, minha caçula olhos de água, apesar da pouca estatura, me viu ao longe e veio correndo me buscar. Fui até elas e nem tinha fome. Maryeva se distraía com um livro de terror. Aliás, leitura é um hábito que ensinamos para elas desde cedo. Sempre que viajávamos ou passeávamos em shoppings, ao invés de brinquedos, elas ganham livros, o que hoje rendeu uma boa biblioteca em nossa casa. Nanda, como toda “femme fatale”, sentiu o cheiro da concorrência, que nem era concorrência alguma, de longe:

- Que cheiro de perfume barato é esse? - Perguntou, me encarando.

- Cheiro!? Que cheiro? - Falei, sem me atentar que eu já havia me acostumado com o perfume da Denise no meu terno.

- Esse cheiro! - Disse Nanda quase se encostando em meu pescoço, com os olhos já faiscando.

- Nanda, não entra em neura. A história é mais complicada do que você imagina. - Respondi e pela serenidade e seriedade de minhas palavras, ela se acalmou: - Deve ser o perfume da Denise quando se despediu de mim.

- O que aconteceu? - Perguntou, agora séria, até mesmo preocupada.

- Agora não dá para conversarmos, mas eu acho que vou precisar da sua opinião feminina e talvez até da sua capacidade de convencimento. - Daí olhei para as meninas e falei: - Depois a gente conversa em casa.

Passeamos mais um pouco pelo shopping e até assistimos um filme com as meninas num Cine 3D. Depois voltamos para casa, chegando quase por volta da meia noite. Nem tomaram banho naquele dia e se recolheram. Nanda queria conversar, mas eu estava cansado e precisava dormir. No dia seguinte, eu contaria tudo e esse tudo poderia nem ser o começo.

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Foto de perfil de Mark da NandaMark da NandaContos: 193Seguidores: 533Seguindo: 20Mensagem Apenas alguém fascinado pela arte literária e apaixonado pela vida, suas possibilidades e surpresas. Liberal ou não, seja bem vindo. Comentários? Tragam! Mas o respeito deverá pautar sempre a conduta de todos, leitores, autores, comentaristas e visitantes. Forte abraço.

Comentários

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Eiiita Laia já estou anciosa pelo restante dos contos, o Serzinho que está dando oi no ZAP do Mark eu acho que é a Camila filha do Dr Galeão que tá s coragem de chegar logo de cara como o irmão dele fez, e quanto a DNA Denise quem Garante que o bebê não é filho do Antunes e não do Marcos ??? Esse Marcos tbm hein não é tão santinho assim, mais eu ainda acho que no final de tudo isso ainda vai rolar uma troca entre esses 4 kkkkk

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Mark e Nanda,torcendo aqui para a recuperação da sua caçula, como pai sei o que vcs passaram na hora,quando a mimha também quebrou clavícula passamos um sufoco, mas no fim deu tudo certo, mais e angustiante é mas Deus vai abençoar vcs🙏.

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Mark e Nanda - com o vosso inestimável apoio a CDC acaba de lançar no seu espaço virtual o CENTRO DE CONVIVÊNCIAS E DEBATES MARK&NANDA, um local onde o leitor pode, além de desfrutar de umas boas histórias de "um casal ao liberal", se deliciar nas diferentes rodinhas de conversas, trocas de impressões, discussões, debates, teorias e teses, sem ter que sair do conforto de sua poltrona, cadeira ou cama. (mais de 300 participações) Mas por favor não demorem a publicar outro episódio senão vão acabar crucificando (uma palavra em voga por aqui) o nosso simpático, atencioso, libidinoso, corno e infiel marido, o tal do Juiz, cujo único crime identificado até este momento foi se apaixonar pela Nanda, exatamente como a maioria dos leitores sempre presentes. Qual de nós não cometeria tal loucura, se estivesse com a sensação péssima de levar chifres da esposa com o amigo e padrinho, depois que ela descobriu sua traição com a estagiária... Poucos são os leitores que na sua própria vida não traíram, mas tratam o pobre Juiz como se fosse o demônio. Não que ele seja santo, longe disso, parece com a maioria de todos nós. E no fundo, os que estão contra ele, estão na verdade morrendo de ciúme da Nanda, não querem que ela desfrute de um bom sexo com ele, ensine umas boas safadezas, exerça seu poder de dominadora, fazendo o topo poderoso Juiz padecer bons martírios de tesão, o que afetará também o Mark que ficará orgulhoso da performance da sua amada, amada por todos nós (culpa sua disso Mark) e então, acho que vou usar a frase do nosso amigo Max: Pensa num povo que gosta de um mal feito.

😂😂😂

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Próxima parte deve demorar um pouco, Leon.

Minha caçula caiu no shopping e quebrou o braço e teve que passar por uma cirurgia. Acabei de sair do hospital.

Vai ter que ficar 36nhoras em observação. A patroa ficou lá com ela.

Tô só o pó hoje.

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Nossa! Sei o que é isso. Já criei os meus. Espero que sua pequena se recupere bem. Se ela colocar gesso, dê ideia de ela pintar bem colorido e com assinaturas das amigas! vai esquecer a dor. Melhoras e descanso para você.

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No momento, ela está apenas com uma tala imobilizando o bracinho, Leon.

Por ter passado por um cirurgia de certa complexidade, na próxima sexta os médicos irão reavaliar o quadro dela para decidir se engessam ou se mantém apenas a tala.

O que nos confortou, se isso é possível, foi o fato ter ocorrido em Campinas. Ela foi atendida por uma equipe espetacular na Unicamp. O carinho e zelo que tiveram com ela é fora do comum.

Uma pena que nem todo o Brasil possa dispor de um serviço com aquela qualidade...

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Sem nenhuma cobrança. Por favor. Como dizia Don Corleone, Família em primeiro lugar sempre. Corrigindo: CDC M&N = Centro de Debates e Convivências Mark&Nanda - sob o patrocínio de Café MG - o pretinho que satisfaz a qualquer hora e qualquer lugar. 😂😂😂

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Fica tranquilo: sei que não é cobrança. É apenas ansiedade para saber qual será a próxima arte da Nanda pra cima de mim.

Em breve posto a continuação.

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Mas bah tchê que triste... Vamos orar pela recuperação dela... E poste quando tudo estiver ok aí mark

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Obrigado, amigos.

Tudo ok só daqui 5 ou 6 semanas. Até lá temos que dar tempo ao tempo e cuidar dela da melhor forma possível.

Mas dará tudo certo, sim. Minha baixinha é guerreira: tem café mineiro de dois leões correndo nas veias!

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O caráter do juiz ali é tão pequeno quanto os do que acreditam que ele não fez nada demais em falar aquilo a respeito da opinião do Mark e ainda desligar o celular de Nanda kkkk

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Calma, Dany! Nem tudo é o que aparece. A confusão irá aumentar ainda mais na próxima parte. Vou tentar postá-la ainda nessa semana.

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Relaxa irmão... posta no seu tempo... Prioridade agora é a pequena!

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Parabéns ao autor, leio desde o primeiro conto, a história é excitando, cativa e escrita com esmero.

Uma dica ao administrador do site reúna contos como este em e-books, sucesso garantido

Abraço à todos.

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Grato, amigo.

Infelizmente o administrador não pode fazer isso, pois configuraria crime por estar se apossando de uma obra minha.

Mas a ideia de reunir todos os capítulos em um livro ou e-book está sendo desenvolvida. Deve acontecer, sim. Só estou estudando os pormenores jurídicos relacionados.

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Não da Júlia e Luka... Vocês tem a opinião semelhante a minha...

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Por isso que se deu bem com a Jaque.

Outra que gosta de ver o circo pegar fogo.

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Oxe, e tem coisa melhor do q ver uma treta? Observar e adicionar um pouco de combustível ? Kkkkkk

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Caramba este daria dois capítulos, primeiro este Marcos e cafajeste,da uma de santo de pau oco,depois o ciúmes de Nanda,ela quer dar umazinha com Marcos ,mais não quer vc com outra,num relacionamento e para todos terem direito, agora pre sinto que vira um certo afer entre vc e Denize,bjs

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Quem sabe o que o futuro me reserva?

😁

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Que futuro, o quê, criatura?

Isso já passou.

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😂😂😂😂😂😂😂😂😂😂😂😂😂😂😂😂😂😂 A melhor da noite foi essa! Morri....😂😂😂😂😂😂

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Para de dar linha pra essa criatura, Leon, senão quem rala aqui sou eu!

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Foi justamente nesse aspecto que eu teci os comentários abaixo. Novamente concordo com o casal Julia e Luka. Mas acredito que o Mark tendo o juiz como cliente ele vai separar essa situação aí, pelo menos até o final de todo o processo quando esse deixa de ser cliente dele. Mas é fato que o juiz ali não tem nada a acrescentar em relacionamento algum. Aliás, foi diretamente responsável pelo fim da sua própria família

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Olha o prejulgamento.

Pisa no freio, irmão.

A história ainda não acabou e tenho certeza que até o final desse capítulo você ficará em dúvida no seu posicionamento.

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Depois do que ele falou para Nanda que não respeitaria sua decisão Mark, ele pode dar uma de bom samaritano e distribuir o salário dele pro povo da cracolândia que a minha opinião dele será a mesma... Um arrogante metido a macho alfa, mas que no final das contas tomou um chifre do próprio padrinho kkk

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Tadinho do Marcos.

Ele era tão bonitinho...

😁

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A única coisa Nanda que ele tinha que se abaixar para entrar no quarto kkkk

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Quanta maldade nesse coraçãozinho, Dany.

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Ele se abaixa para entrar na porta e depois fica branquinho de medo encostado na parede kkkk

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Torcendo muito por reviravoltas sempre emocionantes... Afinal, não se entra na vida liberal buscando mesmice e vida mansa... Bora lá, Mark e Nanda, fazer esse teste-drive do Juiz, não arranca pedaço, e vão sair mais fortalecidos... E de quebra ainda vão bagunçar o coreto do casal litigante... Bora lá... Cadê o Negão23 para me apoiar nessa treta? 😂😂😂😂😂😂😂😂😂😂😂😂😂😂😂😂😂😂

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Leon, você já tá parecendo o Dany querendo ver o circo pegar fogo...

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Só de sacanagem 😂😂😂😂😂😂😂😂😂😂😂 não levem a sério

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Calma!

Ainda tem história para ser contada.

O Marcos não é tão ruim assim, ou será que é!?

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Até agora o Marcos me pareceu muito semelhante a 80% da maioria dos homens que eu conheci na vida. Nada que o desabone, a não ser se confirmar que foi ele que desligou o celular da Nanda. Fora isso, a maioria dos machos aqui numa chance de pegar a Nanda (Mark, é só um exemplo) fariam até pior. A maioria dos machos se pudessem iam dar um bay pass no Mark. Por isso sou a favor dos casais liberais, pois existe mais transparência e sinceridade pelo menos nas suas intenções. Todo querem comer todo mundo. Tem muito Samaritano fazendo Loas ao honesto, ao íntegro, à fidelidade, como se a maioria não chifrasse até a sombra. Pronto eu disse. Desculpa, Mark e Nanda, mas já que bagunçaram o ambiente, eu me senti no direito de aparecer também. Viva a democracia.

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Mui amigo, hein!?

Deixa a Nanda se recuperar do final de semana e ver o que vocês estão escrevendo dela...

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Mas é na adversidade que aprendemos a valorizar as coisas mais simples e importantes para nós mesmos.

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O problema é o imã chamado "Nanda", mas ela também atrai coisa boa (EU!!), senão a gente não estaria junto até hoje.

Mas viver é um risco. A cada momento, você pode topar com uma pessoa ruim. Temos que saber separar e nos defender.

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Eu não digo Mark que o juiz seja ruim... Temos que entender o contexto todo antes de julgar. Mas uma coisa é fato, ele não é e nem está preparado para o mundo liberal ainda... E nisso você e a Nanda principalmente acertaram ao não avançar as coisas... a punhetinha foi o prêmio de consolação só... um agradinho kkkk

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Calma! Que ansiedade é essa?

Esse capítulo deve ter só mais o que, umas 5 partes...

No final você irá entender tudo.

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"Mor", o que você está fazendo na cabeça dessa galera?

Quanto nó!

🤣🤣

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Mas só pra causar uma tretinha e encerrar a semana com chave de ouro. Eu aqui fui taxado junto com o índio várias vezes de machista devido a alguns comentários... O que vocês dizem desse juiz aí? Comer estagiária pode, trair marido não... Essa é a lógica dele não é? E agora vocês defendem o envolvimento da Nanda com um cara machista? Bora comentar, sem brigas por favor kkkkk eu achei o tal juiz machista e egocêntrico

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Se eu falar, eu adianto a história. Então, vou responder nas próximas sequências.

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Nem quero Mark que tu responda... Quero que esse povo que me chama de machista responda kkk... Agora de fato o juiz é machista

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Rapaz Dany, tô começando a achar q tu tbm é do Direito, prq é uma galera q gosta de tretar, de estar na treta, ou o meu caso de assistir as tretas. Kkkkkk

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Não vou defender meu marido viu João mas o "Dany" foi 8 anos vereador... Primeiro mandato segundo mais votado, segundo mandato o mais votado com maior percentual de votos do estado... Lá ele arrumava briga até com o prefeito que era do partido dele. Ele ama uma encrenca e eu amo ele s2

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Kkkkkk tá explicado, e com ainda com uma bagagem maior em relação a gostar de tretas

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Tem como não amar essa mulher João? Também te amo "Joana"

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Digo mais, Mark e Nanda tentaram ao máximo não expor os filhos nas dificuldades... E o juiz mesmo indo visitar o filho não...

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Espetacular análise, Guto!

E é exatamente por termos passado por uma situação traumática e aceitado aconselhamento que nos uniu novamente, que entendemos os efeitos benéficos que o perdão pode ocasionar ao casal, elevando sua cumplicidade a um novo patamar.

Sua opinião é irretocável.

Aliás, desculpe a curiosidade, você trabalha nessa área da psicoterapia, não? Se não quiser responder, não há problema algum amigo. É que foi tão profissional a forma como você expos que eu vi o doutor Galeano falando.

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Também importante destacar que não vi nem nos comentários e nem no texto uma referência que o juiz vai "pagar os gêmeos" da Nanda rsrs. E de fato espero que nem no futuro apareçam comentários assim. Quem vai pagar é o Mark, com o dinheiro do excelente trabalho dele... Não foi pela Nanda e nem pela distância da capital até a cidade deles que fizeram com que o juiz escolhesse o Mark, podem ter certeza que o juiz puxou a ficha e os processos de Mark e viu que ele tinha competência... Nosso "doutor" aqui além de bom pai de família é um grande profissional... No mais quero parabenizar o casal pelo belo conto, o casal sim porque sabemos que juntos eles fazem esse trabalho. Foram muitos dramas e inseguranças, agora estamos vendo a tranquilidade e a calma nesse lar iluminado

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Vamos falar um pouco sobre o juiz. Já até vi alguns defendendo mas a maioria o condena e com razão. Ele desligou o celular da Nanda porque o Mark iria contar o estado de saúde do Bernardo, ele imaginava isso e claro, para ser ele o portador das notícias impediu isso, negou mas confirmou que viu a ligação. Quanto a transferência do Bernardo colocando o Mark como acompanhante ele jogou nas costas de não conhecer a família, mas analisando o contexto todo fica claro que ele comemora a decisão, porque achava que com o Mark fora ele teria Nanda sozinho. Agora nesse capítulo brilhantemente feito pelo Mark descobrimos que ele é corno, mas um corno com méritos por assim dizer. Se sentiu ofendido de ter sido exposto no tribunal devido a traição da mulher, mas não vê nada demais em ter traído ela com a estagiária, ali não houve exposição né? Todo mundo sabe que tanto no setor público como no privado, o envolvimento de chefes e estagiários define o tom do rádio corredor e das fofocas. Me chamam de machista aqui nesse site e agora devolvo a vocês, e esse Marcos não é machista? Ele trair pode e a mulher não? Para mim está bem claro pelas atitudes dele com a Nanda, o desrespeito antes demonstrado pelo Mark, a forma como ele abordava a Nanda enviando nudes, pedindo nudes, querendo quebrar regras, tentando impressionar ela, ali deixa bem claro que esse juiz é um egocêntrico. Por essa razão que fui e sou contra o envolvimento da Nanda com ele. Ele confundiu sentimentos, Nanda também talvez tenha se deixado envolver por alguns momentos embora ela foi muito firme... Esse Marcos não merecia essa chance aí do casal Manda e Mark... Ajudar ele a perdoar a esposa seria bacana, agora envolvimento não. Esse arrogante aí não merece isso não... Ahhh e esse ben aí? Não me lembro de ter visto esse juiz falar dele não...

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Ótimas considerações! Gostei mesmo.

Não vou concordar ou discordar porque esse é o tema central desse capítulo e que só vou revelar adiante, mas suas colocações foram muito bem construídas em cima das informações.

Realmente o Marcos não mencionou o Ben nas participações dele. Mas a Nanda já disse tê-lo visto com o filho em fotos de Instagram e Facebook lá atrás.

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Sou bom observador amigo... Hoje a tarde te mando aquele e-mail...

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Bom, o fato é que na conversa do Marcos com o Mark sobrei fivory, o juizinho esqueceu de dizer que foi pego traindo na própria cama em que dorme com a esposa e não numa cama de motel e daí um cara destes não quer que a esposa se vingue? Cama de motel é uma coisa, cama de casa onde dorme com a esposa é outra. Então é lógico pensar que a esposa daria um jeito de se vingar.

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Pois é.

Mas a história não termina aí.

A próxima parte vai dar nó ainda na cabeça de vocês.

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Amigo, Dany! Tem um fator que você sempre esquece de considerar. Ao escolher dar uma chance para o Marcos, estamos falando de sexo. Puro e simples.

Mark e Nanda não estão trazendo o cara para dentro de suas vidas. É casual e no caso deles, talvez nunca aconteça outra vez.

O complicador é o fato do Mark aceitar representá-lo. É nesse ponto que eu acho que o casal deveria desconsiderar o envolvimento.

Vou repetir o que já lhe disse antes: lembre de considerar os desejos e o que a Nanda tem vontade de fazer também.

Por mais que um casal liberal tenha um conjunto de regras, elas podem ser negociadas se não coloca em risco a harmonia e a segurança da família.

Regras são para nortear a relação. Às vezes, é preciso afrouxar um pouco os limites para satisfazer o parceiro.

E por último, quem deve lealdade e respeito ao Mark é a Nanda. E isso ela já mostrou que aprendeu. Nem todo mundo vai respeitar as regras do casal. São os dois que precisam saber lidar com isso para não se machucarem.

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Jaque, não foi essa a minha pergunta. Quero saber agora de ti se o Juiz é ou não machista, não fuja do assunto, você mesma defendeu ele em outro capitulo aqui... Agora quero que assim como a Livia você admita que ele é machista... Conste que você e o Max até chamaram ele de liberal há uns contos atrás porque ele reconheceu a tornozeleira de Nanda... Essa questão das regras não esta em colocação aqui nesse comentário. Vamos lá Jaque, diga pra nós, Marcos é ou não machista, só isso que quero saber

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Suas palavras:

"Para mim está bem claro pelas atitudes dele com a Nanda, o desrespeito antes demonstrado pelo Mark, a forma como ele abordava a Nanda enviando nudes, pedindo nudes, querendo quebrar regras, tentando impressionar ela, ali deixa bem claro que esse juiz é um egocêntrico. Por essa razão que fui e sou contra o envolvimento da Nanda com ele. Ele confundiu sentimentos, Nanda também talvez tenha se deixado envolver por alguns momentos embora ela foi muito firme... Esse Marcos não merecia essa chance aí do casal Manda e Mark.."

Foi essa parte que eu respondi.

E sobre o resto, ele é machista. Assim como mais da metade dos comentários masculinos aqui e em todas as outras partes.

Eu quis falar sobre o casal. Eu li a sua resposta para a Lívia, você viu que nela tem um elogio a você e ao Índio? Você respondeu na defensiva, tentando alertar para o fato de que nunca desrespeitou a Nanda e tem uma relação legal com o casal.

Os homens brasileiros, em maior ou menor grau, são machistas. É da nossa cultura. Você, pelo tempo que conversa com o meu marido, parece ser um homem bom e tem o respeito da nossa família.

Mas eu concordo com a Lívia, o fato do Marcos do conto ser machista, não apaga e nem redime os comentários machistas feitos anteriormente.

Eu poderia lhe mostrar vários comentários do Max de teor machista que ele fez aqui no site. Aos poucos ele foi aprendendo. Mas para aprender, é necessário estar disposto a assumir que errou antes. Isso não transforma ninguém em mau caráter. Só é uma coisa cultural que precisa ser trabalhada.

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No mais eu sempre tive e tenho maior respeito tanto por ti como o Max. Não sou liberal mas não tenho preconceito algum com quem é e acho inclusive a cumplicidade que você e seu marido tem algo incrível... Ontem eu e a "joana" falávamos a respeito disso. Para ser liberal tem que existir uma confiança muito maior do que a depositada em relacionamento monogâmico... Mas como falei, não estou colocando aqui as regras com relação ao fato. Estou colocando que a diferença do juiz para o Bruno é que o juiz manda prender e o Bruno foi preso... Porque deu para ver que o caráter dele é bem baixo... "independente da decisão dele não hesitarei em..." Convenhamos que uma pessoa de bem não falaria isso

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Não Jaque, antes você citou regras. Citou regras porque esse era o argumento que eu tinha para dizer que era errado aqui... Não foi uma defesa a resposta da Livia... E volto a reforçar, regras são feitas para serem seguidas... Como edil na câmara de vereadores, que nunca citei aqui essa minha atuação mas já que a "joana" citou, sempre fui um defensor das regras e da constituição. Essa de afrouxar regras pode ser normal para uma pessoa e não ser normal para outra não concorda? Opinião é pessoal e cada um tem a sua... Por isso que eu e o Max sempre nos respeitamos. Jamais chamaria ele de machista (mesmo depois que você disse que ele já foi) ou de preconceituoso ou qualquer outra coisa, porque antes de tudo a liberdade de expressão é livre. Ofensas pessoais eu nunca fiz aqui, acredito que o indio talvez tenha se passado em algum momento mas não aconteceu comigo. E no mais como eu falei, a minha opinião é que regra é regra... Como no conto do Pedro lembra? Mandado se cumpre... Entendo e respeito quem considera que afrouxar regras faz parte do jogo, beleza, só que aqui nos comentários existe um espaço para a nossa opinião e essa é a essência da democracia do qual sempre fui grande defensor, temos que assegurar a todos a liberdade desde que não existam mentiras (coisa que o juizinho ali pelo visto curte)

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BINGO! BINGO! Três vezes bingo. Matou a pau. "Os homens brasileiros, em maior ou menor grau, são machistas. É da nossa cultura." O que eu mais vejo é machista tão enraizado que nem percebe que foi machista. Nós brasileiros somos ainda muito contaminados pela formação e cultura machista. Ou reconhecemos isso, ou nunca vamos começar a mudar. Valei Jaque! AMEI.

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Você foi um dos que chamaram a atenção do Max em diversos comentários. Você aí e eu aqui.

Acho que ganhamos essa batalha, amigo!

Max hoje pensa bastante antes de comentar.

Obrigada pela ajuda.

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E a propósito Jaque, não citei regras no comentário acima... Só acho que a Nanda se entregar a um cara machista e que claramente tentou jogar contra o marido dela antes de acordar para realidade é forçar uma situação... Mas se caso ele e a esposa virarem liberais, houver uma troca de casal e o Mark for favorável a tudo isso não vejo problema algum... Mas inclusive quando ela cogita pedir Biz, claramente o Mark já meio que tenta colocar um ponto final... Sabe por que? Porque o dr. Mark é experiente... quando o cidadão ali não quis se consultar com o Germano ficou na cara que ele tem um problema e não quer resolver...

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Essa Jaque é fogo!

Adoro teus comentários.

Cuida Max! Esse tipo de mulher não se encontra fácil. Sei bem do que tô falando.

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É bom saber mesmo, doutor, senão a cinta come.

Mas que ela é fogo, é.

Adoro ocês!

♥️♥️💋

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Muito bom esse episódio. Parece que muda um pouco a rota por um tempo. Saindo da vida liberal e explorando outros temas. Gosto muito.

Beijocas casal querido!

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Exato, Jaque!

A questão é que, como já contei anteriormente, usamos o meio liberal excepcionalmente para apimentar nossa relação. Não é algo habitual, mesmo porque em uma cidade de interior, isso seria um escândalo.

Contei essa parte da história porque ela ainda vai se relacionar com um desenrolar que virá não sei se na próxima parte, ou na seguinte, mas logo vocês entenderão tudo.

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Eu gosto muito do rumo que você vem dando ao conto. Essa mudança, dá a chance da gente conhecer um pouco mais vocês como pessoas. E não só o casal liberal.

Estou curtindo bastante.

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Isso!

A Nanda não é só a NANDA; a Nanda também é a Nanda.

🤣🤣🤣

Sou péssima com as palavras!

Mas me divirto.

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Nem Confúcio explicaria tão bem. Perfeito.

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Esqueci de comentar aqui o quão corajoso e destemido o Dr Mark é. Soltar uma mulher q poucas horas atrás, quase o rasgava em dois, dentro de uma shopping com um cartão de crédito. E de quebra com duas criaturinhas q seriam o álibi perfeito, para justificar o gasto. Kkkkkk

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Cê não tá achando que saiu de graça, não, né!?

Só não contei o tamanho do rombo.

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Primeiramente, Mark me contrata pra ser seu estagiário, de antemão adianto que não faço as mesmas coisas, q a estagiária do Marcos kkkkk.

E sobre o ciúmes da Nanda, já diz o ditado popular da atualidade "o homem sem uma mulher surtada para chamar de sua, é apenas uma criança".

Maravilhoso, esperar os próximos cap para ver q rumo irá tomar. E já sabemos quem a Maria Fifi da relação. Esse é o lado ruim do direito as vezes queremos fofocar e não podemos kkkkkk

Quanto a questão do Marcos e da esposa, é difícil falar, já q pelo q foi relado fica claro q ambos erraram. Mas já dizia meu bisavô "chumbo trocado não dói".

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O buraco deles é mais fundo. Ainda estou cavando.

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Foto de perfil de joão_88

Imagino, e como sei q nesse ramo do Direito sempre temos q cavar a fundo, pra saber se não teremos surpresas durante o processo. Imagino q deve ter ido fundo, e achado muita coisa, as quais sem dúvidas iram nos surpreender nós próximos capítulos.

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Já na próxima parte terá uma reviravolta interessante.

Já falei demais!

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Adorei!

E o Mark arrumou uma que vale por DUAS!!

Piradinha de tudo.

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Curti bastante essa passagem... Foi bom parar tirar a Nanda da zona de conforto... Ela quer repetir a dose com o juizinho brocha e corno, agora corre o risco de fazer uma verdadeira troca de casal kkkk. E curiosamente é o que falta ao casal... Houve o lance envolvendo caio Nanda e Mark, o lance envolvendo Mark, Nanda e Laura, houve o juiz Nanda e Mark e agora falta mesmo a troca de casal para coroar isso... E como falei já anteriormente, sinto que o Mark nunca é agraciado... A única vez que Mark aproveitou ela Nanda também se "deliciou" com a beleza de Laura, inclusive antes do Mark chegar kkkk. Está na hora do nosso "doutor" predileto ter sua glória

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Até que enfim alguém que torce por mim.

Deixa a Nanda ler esse teu comentário.

🤣

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Mark sou eu o Dany kkk, só mudei o nome porque minha esposa agora compartilha comigo o perfil... E com relação a Nanda é a realidade... O relacionamento liberal tem que ser bom para os dois né. Tá sendo legal pra ti... Mas o aproveitamento hoje é todo dela kkkk. Até no caso Laura se facilitar ela aproveitou mais que você, uma experiência nova ainda que ela gostou... Agora o juiz coitado, além de brocha e assustado é corno... Legítimo falso alfa... Fake alfa

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Foto de perfil de Mark da Nanda

🤣🤣

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Dr Mark um passarinho me contou que esse juiz não subiu para o STJ porque está sendo investigado pelo STF no inquérito das fake news kkk

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