Tire seu pau do meu filho: Gordinho Sedento

Um conto erótico de Duque Chaves
Categoria: Gay
Contém 2198 palavras
Data: 25/10/2021 14:34:18

O beijo era a essência mais importante naquele momento, seus olhos brilharam, o corpo dos dois se tornou um só. O ar faltava, o mundo se comprimia apenas aqueles dois, dentro daquela sala. De pouco em pouco Daren e Heitor conseguiam se separar.

As pernas de Daren tremia que nem geleia, enquanto Heitor sentia a falta de ar, seu pico de emoções começava a fazer um turbilhão em sua mente.

A mente de Daren gritava para eles saírem dali e fugirem enquanto dava tempo, a mente de Heitor gritava pra que ele subisse em cima daquele homem ali mesmo.

Ying e Yang se juntavam naquele momento como se não tivesse mais tempo, e Daren sabia que não teria mais tempo, não da forma como ele queria.

"Porque nós não saímos daqui? Seria uma boa a gente…"

"Nossa, ainda bem que eu trouxe um extintor de incêndio, estavam quase queimando esse restaurante. - A voz sarcástica que apareceu no local fez o humor de Heitor mudar muito rápido, indo de tesão ao ódio com um estalar de dedos."

"O inferno realmente está me esperando, pra sempre mandarem criados deles para me atazanar. - Heitor mudou sua expressão para azeda e logo fechou sua cara. - O que você quer?"

Rogerinho soltou um sorriso maldoso e seus olhos tinham aqueles toque de maldoso que o fazia ser perigoso.

"Estou aqui pessoalmente porque seu pai ficou preocupado. Mas vejo que o brutos aí estava tomando de conta do território. - Rogerinho chegou mais perto e pegou o envelope da mesa, olhou pra ele e sorriu vitorioso. - Conseguiu o que seu pai queria pelo visto, vamos Julieta, deixa seu Romeu aí que Daqui a pouco vocês vão se ver logo logo."

Os ouvidos de Heitor estalaram de raiva, ele sentia novamente a voz em sua mente conversando com ele, soltando pensamentos que ele não poderia dizer em voz alta, não ali.

Heitor não conseguia pensar direito, ele não sabia se ouvia a voz em sua mente, se controlava suas emoções ou se entendia o que Rogerinho soltava.

"Estou enfim começando a ser livre do Alejandro, não fode minha vida mais do que já fez. - Gruniu Heitor, pegando os papéis com raiva da mão de Rogerinho, voltando a olhar Daren e beijou novamente, pegou um papel e uma caneta e anotou seu número. - Me liga, podemos terminar isso em outro lugar."

Daren ficou vermelho e sorriu sem graça, pegando a mão de Heitor e beijando.

"Você será um esposo admirável. - Ele colocou o papel no bolso da calça. - Te ligarei hoje."

Heitor sorriu do comentário que o estranho irresistível disse e saiu andando pensado.

"VAMOS CACHORRO OU VAI QUERER QUE EU TE PUXE PELA COLEIRA?"

Rogerinho soltou um latido.

"Calma aí Dominatrix ou alguém vai ficar com cuimes."

"Natasha Bonacera. - Daren soltou assim que ele se virou rindo."

"Bonacera Catucha. - Respondeu Heitor rindo do idiota."

Rogerinho revirou os olhos e começou a andar mais depressa na frente para abrir a porta do carro. A chuva tinha parado e com isso o frio bateu em seu corpo como veracidade, fazendo Heitor tremer com o tempo.

Rogerinho estava ouvindo uma música que Heitor conhecia, desde de quando Rogerinho gostava de discoteca, Sweet Dreams tocava no carro e ele cantava perfeitamente. Heitor sorriu de uma forma debochada.

"O que foi? Eu gosto de músicas em inglês também, você não é o único a saber o inglês aqui não, querida."

Seus olhos se estreitaram e Heitor encarou o mesmo, era engraçado ver um hetero falando como um gay, mas logo se lembrou o quão homofóbico Rogerinho foi por anos contra ele e logo fechou a cara novamente.

"Bem, eu vou colocar aqui uma das artista que eu mais amo. - Rogerinho pegou seu celular e deu play. - Esto a ti, a ti, te va a calentar ¿Qué?

A calentar ¿Qué?

A calentar

Yo no quiero un erudito, ni a un millonario

Sino a uno como tú con ése vocabulario

Contigo yo pierdo hasta mis buenos modales

Aunque terminemos como dos animales."

Heitor encarou o garoto com o perfeito espanhol, que ele até mesmo arregou os olhos, desde de quando ele ouvia Shakira?

"Desde de quando ouve Shakira?'' - Perguntou Heitor como surpresa.

"Desde de quando você se foi, sempre gostei de Shakira por causa do meu pai que era um colombiano, ele me ensinou a falar espanhol e sou super fã do lado sensual do espanhol, se eu fosse você procuraria a letra de Gordita, uma das minhas músicas favoritas agora, fora que Chantaje, Ciega SordoMuda, Si Te vás, Nada, Lá Bicicleta. Ouve e depois me fala. Enfim, dona de mim. - Ele voltou a cantar espanhol e dançar no carro, tirando um sorriso involuntário de Heitor.

Heitor colocou em sua lista de música a discografia da Shakira pra depois ouvir, as únicas músicas que ele conhecia era as grande Hits dela.

"Olha essa música que perfeição. Nada voy a hacer

Rebuscando en las heridas del pasado

No voy a perder

Yo no quiero ser un tipo de otro lado

A tu manera descomplicado

En una bici que te lleve a todos lados

Un Vallenato, desesperado

Una cartica que yo guardo donde te escribí

Que te sueño y que te quiero tanto

Que hace rato está mi corazón

Latiendo por ti, latiendo por ti

La que yo guardo donde te escribí - Ele dançou no banco, baixou os vidros da picape e colocou bem alto o seu som. - Le gusta que le digan que es la niña, la lola

Le gusta que la miren cuando ella baila sola

Le gusta amar la casa, que no pasen las horas

Le gusta Barranquilla, le gusta Barcelona

Lleva, llévame en tu bicicleta

Oyeme, Carlos, llévame en tu bicicleta

Quiero que recorramos juntos esa zona

Desde Santa Marta hasta La Arenosa.

Ele se divertia e olhava para Heitor do retrovisor, Heitor não sabia espanhol, porque se soubesse ali ele teria percebido que Rogerinho estava falando que sempre foi louco por ele, sempre o amou, e que ele não via isso, porque também ele era machucado, tinha passado por muita coisa, seu pai o pegou passando batom quando criança e brincando com as roupas de sua mãe, e ele bateu tanto no garoto e o fez acordar cedo por várias vezes pra orar e pedir perdão a Deus, até jejum ele tinha que fazer.

Ele lembra de quando se apaixonou por Heitor, na escola no ensino médio, mas o medo de seu pai era maior, quando o velho morreu no terceiro ano, ele se sentiu livre queria dizer o que sentia pra Heitor mas ele desapareceu, o pai tinha levado ele para o resort.

Ele não via o pai de Heitor como ruim, ele estava protegendo seu filho, como Rogerinho queria proteger o garoto de tudo.

Ele voltou a cantar, Nada era uma das músicas que mais mexia com ele, pela letra que ela passava.

"Voy caminando sobre un mar de hojas secas

Vuelan los ángeles sobre Berlín

Van entonando junto a mí un aleluya

Mientras la lluvia cae dentro de mí

Extraño tu voz

Estoy en tierra de nadie

Me falta hasta el aire

De espaldas al sol

Pasa otro día sin tí

No sirve de nada llegar aún más lejos

Ni toda la fama, ni todo el dinero

No sirve de nada si no estás conmigo

Y la soledad se me clava en los huesos

No sirve de Na ah-ah nada

Na ah-ah nada

Oh oh Na-a-a-da no oh

Na-a-a-da

No, no, no, no"

Ele sentia a música, sabia do que se tratava, e de como aquilo apertava mais ainda seu coração. Ele cantava cada música como se fosse se declarar para o grande amor de sua vida.

Heitor estava no banco encarando o motorista que cantava todas as músicas que podia, mas sua mente estava em Daren, em como aquele garoto poderia ser tudo que podia encontrar em alguém, ele ia de sexy para o nerd, de engraçado para o gay rasgado, ele não conseguiu pensar em mais nada, até que chegasse na mansão.

A casa grande estava começando a ficar agitada, pessoas andavam para todos os lugares desde de subindo as escadas até mesmo arrumando tudo na piscina. Alejandro estava vestido calção, uma camiseta com só dizeres No pain no again e com alguns papéis em sua mão.

"Estamos de volta, senhor Alejandro!"

"Por quantas vezes vou dizer a você que pode me chamar pelo nome, já e da família. - Alejandro olha pras mãos de Heitor e ver o envelope em sua mão. - Então quer dizer que conseguiu que ele assinasse. Você e bom."

Heitor revirou os olhos e entregou para seu pai o envelope.

"E quando vou poder sumir daqui? - perguntou Heitor batendo o pé no chão."

"Já disse que ainda vai me ajudar a se eleger. Depois disso você vai embora. - Ele sorriu ao ver os papéis. - Eu espero que você tenha gostado de Daren, um garoto muito exemplar par ser meu genro."

Heitor soltou uma gargalhada debochada.

"Você acha mesmo que ele seria burro de entrar na nossa família? Eu fiz minha pesquisa antes da família dele, seu pai tem o melhor escritório de advogacia do país, o que ele ia querer com fazendeiros como nos? - Heitor sorriu e se sentou na cadeira de balanço que tinha na sacada."

Alejandro sentou na outra e encarou o filho com um olhar maldoso.

"Se fizesse mesmo seu dever de casa saberia que o filho dos Maroki é Gay e um dos partidos mais influentes na pauta LGBT, eu preciso dele ao meu lado, já que ele é o pacote completo de carisma e popularidade que preciso. - Alejandro colocou os papéis na pequena mesa que estava entre eles. - E se fosse mais esperto saberia que te trouxe pra fazer um trabalho pra mim. Você vai se casar com Daren Maroki daqui a uma semana."

Heitor sorriu de uma forma tão prazerosa que não deixou Alejandro feliz, surpreso, mas não feliz.

"E o senhor achar que realmente não fiz meu dever de casa? eu li as entre linhas e o que tinha nesses papéis, eu dei minhas pesquisas no Google sobre ele. Eu li as l sobre o acordo do casamento arranjado. - Alejandro sorriu mostrando um lado astuto. - Se tenho que me casar com ele para me livrar de você, eu faço com todo prazer, além do mais ele é um gostoso."

"Pelo menos vejo que tem algo de mim dentro de você. - Ele pegou o contrato e deu para Rogério que ainda está a ali olhando surpreso para Heitor que sentava confortavelmente na cadeira. - Então sabe que vai precisar consumar o casamento e que esse casamento tem que durar de toda as formas possíveis, sem escândalos, sem traições descobertas. Não me importa se voce não quiser ele mais, eu quero que seja perfeito. Ou vou estar lá do seu lado como se fosse o diabo."

"O diabo você sempre foi, disso não podemos discordar. - Heitor sorriu de forma perigosa. - Já disse que gostei dele, se eu enjoar do mesmo só viajo para longe do país e transo com vários homens que achar. Não vou acabar com seu castelo perfeito, mesmo eu tendo o direito de fazer isso."

Alejandro revira os olhos, ele as vezes pedia para que perdesse a paciência, pensou Alejandro consigo mesmo.

"Porque quer tanto assim ser perfeito?"

A pergunta de Heitor fez o corpo de Alejandro travar, uma pergunta simples, mas em sua mente ele poderia dar N's motivos para essa resposta, mas teria que ser a certa.

"O povo LGBT é fiel ao seu político, ele jamais abandonam alguém que precisa, e eu preciso de votos, fora que vejo no Canadá o presidente é amado e teve votos acima da espectativa, você não acha que está na hora de alguém inteligente governa com punhos de ferros e fazer a diferença para enfim tomar o país?"

"Uau, eu jurava que era louco, mas depois dessa eu sou super sadio, o loco aqui é você. Acorda ou não acha que seu plano tem falhas?"

Ele se levantou e olhou para a construção que estava fazendo.

"Todo plano existe falhas, o meu tem algumas, mas já estou podando, uma é você. Você seria uma pedra em meu caminho, mas estou agora fazendo com que não seja mais. - Alejandro pediu para que Rogério chegasse mais perto. - Rogério seria uma ponta solta, mas ele é leal, e vai mostra o quão ajudei ele, mesmo que eu tenha feito sem intensão a isso, foi algo que fiz pra alguém que precisava, como fazer com que várias pessoas tenham emprego e ajudar nas que preciso. Sou um Salvador e não o vilão da história."

"Você só vai ser o Herói, papai, porque é você o narrador da história e não a outra pessoa. - Ele se levantou e encarou o celeiro. - Rogério não sei se lhe falaram, mas você não está mais no celeiro. A casa Grande é a sua casa, e preciso ficar um pouco só."

"Há cadela surta e eu que pago o pato?"

"Pare com isso Rogério, eu tenho um apartamento se quiser ficar com ele. - Alejandro soltou e logo fechou a cara para seu empregado."

"Se me der licença, eu tenho umas coisas a fazer."

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