A primeira leitada a gente nunca esquece, e a nossa ficou gravada na memória de um jeito muito vívido.
Éramos jovens, mal saídos da adolescência, com aquela curiosidade insaciável e os hormônios à flor da pele. Tínhamos acabado de nos descobrir, ou melhor, de descobrir um universo novo de sensações um no outro.
Ele, o ativo, era magro e esguio, mas com a estrutura máscula bem definida, os ombros largos em contraste com a cintura fina. Havia algo selvagem e atraente na sua pele que era fartamente peluda, dos braços ao peito e chegando até o ventre, uma textura que me fascinava. Sua disposição era quase febril, uma energia que parecia buscar o limite.
Eu, o passivo, era um pouco mais baixinho, com o corpo mais macio e um quadril grande que ele adorava segurar e apertar, um contraste que parecia acender o desejo dele. Eu o via com uma passividade que o desafiava e o excitava ao mesmo tempo.
O ar estava denso e quente. Lembro de ter cheirado a virilha dele por um tempo que pareceu uma eternidade, aquele aroma que misturava sal, pelos molhados e almíscar, deliciosa e suada. Aquele cheiro era o prefácio de tudo.
Ficamos naquela posição por um tempo considerável, apoiados no sofá de couro velho. Ele usou a força da sua estrutura máscula para me manter. Eu estava com o corpo mole, mas por dentro, sentia uma expectativa pulsante. Ele se movia com a confiança de quem sabe o que quer e a força da juventude.
E então veio o final. Não foi rápido, nem suave. Foi profundo e completo. Eu tomei no fundo, senti a pulsação dele se esvaziando, preenchendo o espaço exato que meu quadril grande parecia feito para receber. Ele me preencheu inteiro, inundando uma parte de mim que eu nem sabia que estava vazia. O choque da sensação, a viscosidade quente, o preenchimento total. Foi o batismo que selou a nossa nova fase.
O silêncio que se seguiu não era de constrangimento, mas de alívio mútuo e satisfação, uma exaustão prazerosa. Ele ainda estava sobre mim, e eu podia sentir o peso confortável daquele corpo magro e peludo.
O calor ainda irradiava de nós dois. Ele não se moveu imediatamente, permanecendo deitado sobre minhas costas. Eu estava esmagado, mas era um esmagamento bom, o peso do seu corpo magro e másculo me ancorando naquele momento. Podia sentir a respiração dele, profunda e lenta, embrenhada nos pelos da sua nuca, que roçavam na minha orelha. O aroma intenso de suor e êxtase agora era mais suave, assentado.
O sofá rangia um pouco sob a pressão. Meus quadris grandes estavam doloridos, mas era uma dor que prometia mais. O líquido dele escorria devagar, misturado com a lubrificação, e eu não me importei. Era a prova física daquele feito.
Ele finalmente se mexeu, soltando um suspiro longo, e rolou para o lado, mas sem sair completamente. Ele me abraçou por trás, com o braço peludo passando por cima do meu peito. A cabeça dele se aninhou no meu ombro, e eu podia sentir o ritmo desacelerado do coração dele.
"Você é... perfeito," ele murmurou, a voz rouca e baixa, quase inaudível.
Eu não consegui responder imediatamente. Me virei um pouco, forçando-o a me olhar. Nossos olhos se encontraram, e pela primeira vez, a intensidade da luxúria deu lugar a uma ternura desnuda, igualmente poderosa. Eu só consegui sorrir, um sorriso bobo e satisfeito.
