Capítulo 1 – O Retorno
O sol do fim de tarde derramava uma luz dourada sobre os campos da Fazenda Boa Esperança, tingindo de fogo as plantações de cana e os pastos onde o gado pastava preguiçosamente. O ar estava pesado, carregado do cheiro doce da terra molhada e do capim recém-cortado. Fazia calor, aquele calor pegajoso do interior que gruda na pele e faz a roupa colar no corpo.
Na varanda da casa grande, Ana Luísa observava o horizonte com os braços cruzados sob os seios. Aos 21 anos, ela já não era mais a menininha loira de tranças que corria descalça pelo quintal. O tempo havia sido generoso — talvez até demais. Os cabelos dourados agora caíam em ondas longas até a cintura, a pele bronzeada brilhava com um leve suor, e o vestido simples de algodão branco marcava curvas que faziam os peões da fazenda engolirem em seco sempre que ela passava.
Seis anos.
Seis anos desde que ele tinha chegado ali, um garoto magro e assustado de 15 anos, com os olhos vermelhos de quem acabara de perder tudo. O sobrinho do seu pai. Lucas.
Ela ainda se lembrava do dia em que ele desceu do ônibus empoeirado na entrada da fazenda, com uma mala velha na mão e o olhar perdido. Seu pai o acolhera sem hesitar: “Aqui é sua casa agora, menino”. E assim foi. Lucas cresceu ali, trabalhou na roça, aprendeu a lidar com o gado, a consertar cercas, a acordar antes do sol. Cresceu... e mudou.
Ana ouviu o som de cascos antes de ver o cavalo. Um vulto escuro surgiu na estrada de terra, aproximando-se em trote firme. O coração dela deu um salto involuntário.
Era ele.
Lucas vinha montado num cavalo preto, o corpo inclinado para frente, dominando o animal com facilidade. A camisa xadrez estava aberta até o meio do peito, revelando a pele morena e suada, marcada pelo sol e pelo trabalho duro. Os braços fortes seguravam as rédeas com firmeza, e o chapéu de aba larga projetava sombra sobre o rosto — mas Ana sabia exatamente como eram aqueles olhos castanhos, intensos, que sempre pareciam guardar algum segredo.
Ele havia saído há três meses para resolver assuntos na cidade grande, herança dos pais, papéis, coisas que Ana nunca entendia direito. Três meses sem vê-lo. Três meses em que a casa pareceu estranhamente vazia, mesmo com o pai e os empregados por perto.
Lucas puxou as rédeas, parando o cavalo bem em frente à varanda. Desmontou com um movimento fluido, jogando as rédeas por cima do pescoço do animal. Tirou o chapéu devagar, passando a mão pelos cabelos castanhos úmidos de suor.
— Oi, Ana — disse ele, a voz mais grave do que ela lembrava. Rouca. Perigosa.
Ela desceu um degrau, tentando manter a compostura. O vestido balançou levemente com a brisa quente.
— Demorou, hein — respondeu, cruzando os braços novamente, mas dessa vez mais para esconder o tremor nas mãos do que qualquer outra coisa.
Ele sorriu de lado. Aquele sorriso torto que sempre a desarmava.
— Sentiu minha falta?
Ana ergueu o queixo, desafiadora.
— A casa ficou mais quieta. Até os cachorros pararam de latir à toa.
Lucas deu um passo à frente. O cheiro dele chegou até ela antes mesmo do toque: terra, couro, suor de homem. Um cheiro que mexia com coisas que ela tentava ignorar há anos.
— Só os cachorros? — murmurou ele, baixo o suficiente para que só ela ouvisse.
Os olhos deles se encontraram. Por um segundo, o mundo ao redor pareceu desaparecer — o canto das cigarras, o mugido distante do gado, o vento nas folhas. Só existia aquele olhar que dizia tudo o que eles nunca tinham coragem de falar em voz alta.
Não quando eram adolescentes dividindo a mesma casa, o mesmo teto, as mesmas refeições sob o olhar atento do pai dela.
Mas agora... agora eles não eram mais adolescentes.
E o pai dela estava na cidade, resolvendo a venda de uma parte do rebanho. Não voltaria antes do anoitecer.
Ana sentiu um calor subir pelo pescoço, diferente do calor do sol.
— Entre — disse ela, virando-se rapidamente para a porta. — Deve estar morrendo de sede depois dessa cavalgada.
Lucas a seguiu, os passos firmes atrás dela. A porta da casa se fechou com um clique suave.
E o silêncio que veio depois... esse sim, era cheio de promessas.
Capítulo 2 – A Confissão
O interior da casa estava fresco em comparação ao calor lá fora, mas o ar parecia carregado de eletricidade. Ana caminhou até a cozinha, os pés descalços no piso de madeira velha, sentindo o olhar de Lucas queimando nas suas costas. Ela pegou um copo no armário, encheu de água da jarra e virou-se para entregá-lo.
Ele estava mais perto do que esperava. Perto demais.
Lucas tomou o copo sem beber, colocou-o na pia ao lado. Os olhos dele desciam pelo rosto dela, pelo pescoço, pelo decote do vestido que subia e descia rápido demais com a respiração acelerada.
— Ana... — A voz dele saiu rouca, quase um sussurro. — Esses três meses... eu não consegui pensar em outra coisa.
Ela engoliu em seco.
— Em quê?
— Em você. Em como seria te tocar sem ter que fingir que não quero. Sem ter que desviar o olhar quando você passa.
O coração dela disparou. Anos ouvindo isso na cabeça, imaginando, sonhando acordada. E agora ele estava dizendo.
— Lucas... a gente não pode. Meu pai...
— Seu pai não tá aqui agora — ele interrompeu, dando mais um passo. A mão dele subiu devagar, os dedos roçando o braço dela, subindo até o ombro nu. — Me diz que você não sentiu o mesmo. Me diz que não pensou em mim todas as noites.
Ana fechou os olhos por um segundo. A mão dele era quente, calejada do trabalho, e aquele toque simples fez um arrepio percorrer todo o corpo.
— Eu pensei — confessou, a voz tremendo. — Pensei tanto que doía.
Foi o suficiente.
Lucas segurou o rosto dela com as duas mãos e a beijou. Não foi delicado. Foi faminto, urgente, como se tivesse esperado a vida inteira por aquilo. Os lábios dele devoravam os dela, a língua invadindo sem pedir licença, e Ana correspondeu com a mesma intensidade, as mãos agarrando a camisa aberta, puxando-o mais para perto.
Eles tropeçaram contra a parede da cozinha. Lucas pressionou o corpo contra o dela, e Ana sentiu exatamente o quanto ele a queria — duro, pulsante contra sua barriga. Um gemido baixo escapou da garganta dela.
Ele desceu os beijos pelo pescoço, mordiscando a pele sensível enquanto uma mão descia pelo vestido, apertando a cintura, subindo até envolver um seio por cima do tecido fino. O polegar roçou o bico endurecido, e Ana arqueou o corpo, ofegante.
— Lucas... aqui não... — murmurou, mas sem forças para afastá-lo.
— Onde então? — ele perguntou contra a pele dela, a voz grave de desejo. — Me diz onde eu posso te ter.
Ela o puxou pelo corredor, quase correndo, até o quarto dele — o mais afastado da casa. Fechou a porta com o pé e se virou para ele.
Em segundos as roupas começaram a cair. A camisa dele no chão, o vestido dela deslizando pelos ombros até formar um monte branco aos pés. Lucas parou por um instante, só olhando — Ana nua diante dele, a luz do fim de tarde entrando pela janela e dourando os seios fartos, a curva do quadril, as coxas longas.
— Você é a coisa mais linda que eu já vi — murmurou, antes de puxá-la para a cama.
Eles caíram juntos, bocas coladas, mãos explorando anos de desejo reprimido. Lucas beijou cada centímetro do corpo dela: os seios, chupando os mamilos até ela gemer alto; a barriga macia; desceu mais, abrindo as coxas dela com delicadeza e firmeza. Quando a língua dele encontrou o centro do prazer dela, Ana arqueou as costas, as mãos agarrando os cabelos dele, os gemidos se transformando em súplicas.
— Por favor... Lucas... agora...
Ele subiu, posicionando-se entre as pernas dela, os olhos fixos nos dela enquanto entrava devagar, centímetro por centímetro. Os dois prenderam a respiração — era real, finalmente real. Ele a preencheu completamente, e Ana cravou as unhas nas costas dele, puxando-o mais fundo.
Começaram devagar, saboreando cada movimento, cada suspiro. Mas logo o ritmo acelerou — urgente, selvagem. A cama rangia, os corpos suados se chocavam, bocas se encontrando em beijos descoordenados. Ana sentiu o orgasmo se aproximando como uma onda, apertou as pernas ao redor dele e gozou com um grito abafado contra o ombro dele.
Lucas a seguiu segundos depois, enterrando o rosto no pescoço dela, o corpo tremendo enquanto se derramava dentro dela.
Ficaram assim por longos minutos, ofegantes, entrelaçados. Ele beijou a testa dela, o nariz, os lábios — beijos suaves agora.
— Eu te amo, Ana — sussurrou. — Sempre amei. Desde o primeiro dia.
Ela sorriu, os olhos marejados.
— Eu também. E agora ninguém me tira você de mim.
Mas quando o sol começou a se pôr e o som distante de um motor se aproximou — o pai voltando mais cedo —, eles souberam que o segredo acabara de começar.
Capítulo 3 – Os Encontros Proibidos
Os dias seguintes ao reencontro foram como um fogo lento queimando por baixo da superfície da rotina da fazenda. Ana e Lucas mal conseguiam se olhar durante as refeições com o pai dela presente — o velho fazendeiro, alheio a tudo, comentando sobre o clima seco e a necessidade de chuva. Mas bastava um roçar de dedos debaixo da mesa, um olhar furtivo no corredor, para que o desejo explodisse em segredo. Eles se encontravam onde podiam, quando podiam, arriscando cada vez mais. O proibido só tornava tudo mais intenso, mais viciante.
O primeiro encontro depois da confissão aconteceu no celeiro, ao amanhecer. Ana acordou cedo, fingindo que ia verificar os cavalos. O ar ainda fresco carregava o cheiro de feno e estrume, e o sol nascente filtrava pelas frestas das tábuas de madeira, pintando listras douradas no chão empoeirado. Lucas já a esperava lá, encostado em uma pilha de fardos de palha, os braços cruzados sobre o peito nu — ele só usava as calças jeans desgastadas, os pés descalços na terra batida.
— Vem cá — murmurou ele, estendendo a mão.
Ana se aproximou devagar, sentindo o coração martelar. Vestia apenas uma camisola fina, branca, que mal cobria as coxas. O tecido transparente deixava entrever os contornos dos seios, os mamilos já endurecidos pelo ar fresco e pela expectativa. Lucas a puxou para si com urgência, as mãos grandes envolvendo a cintura dela, erguendo-a como se ela não pesasse nada. Ele a sentou em cima de um fardo de feno, as pernas dela se abrindo naturalmente ao redor do quadril dele.
— Meu pai pode acordar a qualquer momento — sussurrou ela, mas o tom era de excitação, não de medo.
— Então a gente tem que ser rápido... e quieto — respondeu ele, com um sorriso malicioso, enquanto descia as alças da camisola pelos ombros dela.
Os seios de Ana se expuseram ao ar, e Lucas não perdeu tempo: inclinou-se e capturou um mamilo com a boca, sugando com força, a língua rodopiando em círculos lentos e quentes. Ana mordeu o lábio para abafar um gemido, as mãos enfiando nos cabelos dele, puxando-o mais perto. A outra mão dela desceu até o zíper da calça dele, abrindo-o com dedos trêmulos, libertando o membro já rígido e pulsante. Ela o envolveu com a palma, movendo devagar para cima e para baixo, sentindo a pele quente e sedosa sob os dedos, o pré-gozo umedecendo a ponta.
Lucas grunhiu contra o peito dela, erguendo o rosto para beijá-la com fúria. As línguas se entrelaçaram em um beijo molhado, desesperado. Ele ergueu a camisola até a cintura dela, os dedos encontrando a umidade entre as coxas. Dois dedos deslizaram para dentro dela com facilidade, curvando-se para acertar aquele ponto sensível que a fazia tremer. Ana arqueou as costas, as unhas cravando nos ombros dele enquanto ele a masturbava com ritmo crescente, o polegar circulando o clitóris inchado.
— Você tá tão molhada pra mim... — sussurrou ele no ouvido dela, mordiscando o lóbulo. — Quer que eu te coma aqui mesmo, no feno?
— Sim... por favor... — implorou ela, a voz entrecortada.
Lucas não esperou mais. Puxou as calças para baixo o suficiente, posicionou-se na entrada dela e empurrou com uma estocada firme, preenchendo-a completamente. Ana jogou a cabeça para trás, um gemido escapando apesar dos esforços para ficar quieta. Ele começou a se mover, forte e profundo, as mãos apertando as nádegas dela para guiar o ritmo. O feno arranhava a pele nua dela, mas a dor só aumentava o prazer — cada investida enviava ondas de êxtase pelo corpo, os seios balançando com o movimento, os mamilos roçando contra o peito suado dele.
Eles aceleraram, o som dos corpos se chocando ecoando baixinho no celeiro. Lucas desceu uma mão entre eles, estimulando o clitóris dela enquanto metia mais rápido, mais fundo. Ana sentiu o orgasmo se aproximar como uma tempestade, os músculos internos se contraindo ao redor dele. Ela gozou em silêncio, mordendo o ombro dele para abafar o grito, o corpo convulsionando em espasmos deliciosos. Lucas a seguiu logo depois, enterrando-se uma última vez e se derramando dentro dela com um rosnado baixo, os dentes cerrados.
Ficaram assim por um minuto, ofegantes, até o som de um galo cantando os trazer de volta à realidade. Eles se vestiram às pressas, trocando beijos rápidos e promessas sussurradas de mais.
Mas um encontro não bastava. Dois dias depois, foi no riacho que corta a propriedade, longe da casa, durante uma tarde quente. Ana fingiu que ia lavar roupas; Lucas, que ia pescar. O sol batia forte, e eles se encontraram à sombra de um salgueiro, a água correndo fresca aos pés.
— Tira tudo — ordenou ele, já despindo a camisa e as calças.
Ana obedeceu, o vestido caindo na grama. Nua, ela entrou na água rasa, o frio arrepiando a pele. Lucas a seguiu, o corpo musculoso brilhando ao sol, o membro já semi-ereto só de olhá-la. Ele a puxou para um beijo profundo, as mãos explorando cada curva — apertando os seios, traçando a linha da coluna até as nádegas, onde os dedos se aventuraram entre elas, roçando o ânus com leveza provocante.
— Aqui? Na água? — perguntou ela, rindo baixinho, mas os olhos escuros de desejo.
— Aqui mesmo — confirmou ele, virando-a de costas para si.
Ana se apoiou em uma pedra lisa, a água batendo nas coxas. Lucas se posicionou atrás, uma mão na nuca dela, a outra guiando-se para dentro. Ele entrou devagar dessa vez, saboreando cada centímetro, enquanto mordiscava a orelha dela. — Você é tão apertada... tão perfeita pra mim.
O ritmo começou lento, mas logo virou frenético — água espirrando com cada estocada, os gemidos dela ecoando no ar aberto. Lucas desceu uma mão para frente, massageando o clitóris enquanto a penetrava por trás, o outro braço ao redor da cintura para mantê-la firme. Ana gozou primeiro, as pernas tremendo na água, o prazer explodindo em ondas que a deixaram fraca. Ele aumentou a velocidade, as mãos nos quadris dela, puxando-a contra si até gozar com um gemido gutural, preenchendo-a mais uma vez.
Eles caíram na grama depois, rindo e ofegantes, mas o risco crescia. À noite, no quarto dela, enquanto o pai roncava no fim do corredor. Lucas entrou sorrateiro, trancando a porta. Dessa vez, foi mais lento, mais exploratório. Ele a deitou na cama, beijando do pescoço aos pés, detendo-se entre as coxas para lambê-la com devoção — a língua plana e larga, depois rápida e pontuada, sugando o clitóris até ela se contorcer, as mãos tampando a boca para não gritar. Quando ele subiu, entraram em uma posição nova: ela por cima, cavalgando-o com movimentos circulares, os seios balançando, as mãos dele guiando os quadris. O prazer se construiu devagar, culminando em um orgasmo simultâneo, corpos suados e entrelaçados.
Mas em cada encontro, o ciúme e o medo começavam a se infiltrar. Ana via Lucas falando com uma das filhas dos peões e sentia um aperto no peito. Lucas odiava quando o pai dela sugeria pretendentes da cidade. E uma noite, um barulho no corredor quase os pegou — eles congelaram, nus e ofegantes, até o pai voltar para a cama.
O segredo estava se tornando insustentável, mas parar era impossível. O desejo os consumia.
Capítulo 4 – A Quase Descoberta
O ar na fazenda parecia mais pesado a cada dia, como se o próprio calor soubesse do segredo que Ana e Lucas carregavam. Os encontros continuavam — urgentes, famintos, impossíveis de resistir —, mas agora vinham acompanhados de um medo crescente. Um olhar demorado demais na mesa de jantar, um sorriso cúmplice que escapava sem querer, um barulho suspeito à noite. O velho Seu Antônio, o pai de Ana, começava a franzir a testa quando os via juntos. “Vocês andam estranhos ultimamente”, comentou uma vez, sem dar muita bola. Mas Ana sentiu o estômago revirar.
Naquela tarde de sábado, o calor era insuportável. Seu Antônio havia saído cedo para a cidade vizinha, levar uns documentos na cooperativa. Disse que voltaria só no fim do dia, talvez até mais tarde se encontrasse os amigos para um truco. Ana e Lucas trocaram um olhar rápido na cozinha assim que o caminhão dele sumiu na estrada de terra. Não precisaram falar nada.
Eles correram para o quarto dela, trancando a porta com o ferrolho velho. O sol entrava pelas persianas, listrando o chão e a cama de faixas douradas. Ana puxou Lucas pela camisa, beijando-o com desespero, como se aquele pudesse ser o último momento deles.
— Hoje eu quero tudo — sussurrou ela contra a boca dele, os dedos já abrindo os botões. — Sem pressa. Sem medo.
Lucas respondeu com um grunhido baixo, as mãos grandes subindo por baixo do vestido leve dela, arrancando-o pela cabeça em um único movimento. Ela ficou só de calcinha branca, fina, quase transparente. Ele a admirou por um segundo, os olhos escuros devorando cada curva — os seios cheios, os mamilos rosados já duros, a cintura fina, as coxas longas e bronzeadas.
— Você me deixa louco, Ana — murmurou, ajoelhando-se diante dela.
Ele beijou a barriga dela, descendo devagar, as mãos abrindo as coxas. Arrancou a calcinha com os dentes, jogando-a de lado. Ana apoiou-se na cabeceira da cama, as pernas tremendo enquanto a boca dele encontrava o centro do prazer dela. A língua dele era quente, habilidosa — lambidas longas e lentas, depois rápidas e precisas no clitóris, sugando com força até ela gemer alto, as mãos agarrando os cabelos dele. Dois dedos entraram nela, curvando-se exatamente no ponto que a fazia perder o controle. Ela gozou rápido, o corpo arqueando, as coxas apertando a cabeça dele enquanto ondas de prazer a atravessavam.
Lucas se levantou, tirando a roupa com urgência. O corpo dele estava suado do trabalho da manhã — peito largo, abdômen definido, o membro grosso e rígido apontando para ela. Ana o puxou para a cama, virando-o de costas e subindo em cima dele.
— Minha vez — disse ela, com um sorriso malicioso.
Ela desceu pelo peito dele, beijando, lambendo, mordiscando os mamilos até ele grunhir. Quando chegou ao sexo dele, envolveu-o com a mão, masturbando devagar enquanto a língua rodopiava na cabeça, provando o pré-gozo salgado. Lucas gemeu alto, as mãos nos cabelos dela, guiando o ritmo. Ela o tomou inteiro na boca, engolindo o máximo que conseguia, subindo e descendo com movimentos firmes, a outra mão massageando as bolas. Ele estava à beira do abismo quando a puxou para cima.
— Não quero gozar ainda — rosnou, virando-a de bruços.
Ana se apoiou nos antebraços, o quadril erguido, oferecendo-se. Lucas se posicionou atrás, roçando a ponta na entrada dela, provocando. Ela empinou mais, implorando.
— Entra, Lucas... por favor...
Ele obedeceu, penetrando-a de uma vez só, fundo e forte. Os dois gemeram juntos. O ritmo começou selvagem — ele segurando os quadris dela, batendo com força, a carne contra carne ecoando no quarto. Ana virava o rosto para o lado, os olhos semicerrados de prazer, os seios balançando a cada estocada. Ele se inclinou sobre as costas dela, uma mão descendo para estimular o clitóris enquanto metia, a outra apertando um seio, beliscando o mamilo.
— Você é minha — sussurrou ele no ouvido dela, a voz rouca de posse. — Só minha.
— Só sua... mais forte... — respondeu ela, quase sem fôlego.
Ele acelerou, os movimentos ficando erráticos. Ana sentiu o segundo orgasmo se aproximando, os músculos internos se contraindo ao redor dele. Gozou gritando o nome dele, o corpo tremendo violentamente. Lucas a seguiu logo depois, enterrando-se até o fundo e derramando-se dentro dela com um urro abafado, os dentes cravados no ombro dela.
Eles caíram na cama, ofegantes, suados, entrelaçados. Lucas beijava o pescoço dela, o rosto, os lábios — beijos lentos, carinhosos.
— Eu não aguento mais esconder, Ana — murmurou ele, a voz séria pela primeira vez. — Quero te assumir. Quero dormir contigo toda noite sem medo.
Ela virou o rosto, os olhos marejados.
— E se ele não aceitar? Ele te criou como filho, Lucas. Pode achar que é errado...
— Eu não sou filho dele. Sou o homem que te ama. E vou lutar por isso.
Eles ficaram em silêncio por um momento, o coração ainda acelerado. Foi quando ouviram — o som inconfundível do motor da caminhonete na estrada. Muito antes do previsto.
— Meu Deus... ele voltou cedo! — Ana se levantou num salto, o pânico tomando conta.
Lucas se vestiu em segundos, o coração disparado. Ana jogou o vestido pela cabeça, correndo para arrumar a cama. O cheiro de sexo ainda pairava no ar.
— Vai pro teu quarto! Rápido! — sussurrou ela, empurrando-o para o corredor.
Lucas saiu correndo, descalço, e entrou no próprio quarto bem na hora em que a porta da frente se abriu.
Seu Antônio entrou chamando:
— Ana? Lucas? Cadê vocês? Trouxe umas coisas da cidade...
Ana apareceu na sala, o rosto corado, o cabelo um pouco bagunçado, tentando parecer natural.
— Oi, pai! Chegou cedo... eu tava... tirando uma sesta. O calor tá brabo hoje.
O velho olhou para ela, depois para o corredor. Franziu a testa.
— E o Lucas?
— Acho que tá no banheiro — mentiu ela, a voz tremendo levemente.
Seu Antônio largou as sacolas na mesa, os olhos estreitados. Andou até o corredor, parando em frente à porta do quarto de Ana. Olhou para o chão — uma meia de Lucas, esquecida na pressa, estava caída ali.
Ele pegou a meia, virou-se devagar.
— Ana Luísa... a gente precisa conversar. Agora.
Ela sentiu o mundo desabar. O segredo estava prestes a ruir.
Capítulo 5 – A Decisão
Ana sentiu o sangue gelar nas veias ao ver o pai segurando a meia de Lucas. O velho a encarava com uma mistura de incredulidade e dor que ela nunca tinha visto antes.
— Me explica isso aqui, filha — disse ele, a voz baixa, mas firme como ferro. — E não me vem com mentira.
Não havia escapatória. Lucas apareceu no corredor atrás dela, o rosto pálido, mas os ombros erguidos.
— Tio Antônio... a culpa é minha. Eu amo a Ana. Amo há anos. A gente tentou segurar, mas não deu mais.
O silêncio que se seguiu foi pior que qualquer grito. Seu Antônio olhou de um para o outro, os olhos injetados. Jogou a meia no chão com nojo.
— Vocês dois... na minha casa... debaixo do meu teto... — A voz dele tremia de raiva. — Lucas, eu te criei como filho! E você faz isso com a minha filha?
Ana começou a chorar.
— Pai, por favor... a gente não quis te magoar. Mas é de verdade. Eu amo ele.
— Amor? — O velho riu sem humor. — Amor não trai a família. Saiam da minha frente. Os dois. Não quero ver vocês aqui nunca mais.
Naquela noite, a casa pareceu um túmulo. Ana chorou no quarto até não sobrar mais lágrimas. Lucas bateu à porta dela já com uma pequena mala na mão.
— A gente vai embora, Ana. Agora. Eu tenho o dinheiro da herança dos meus pais. Guardei tudo. Dá pra gente começar em qualquer lugar. Mas eu não fico aqui pra ser tratado como traidor, e você não merece ouvir isso do seu pai.
Ela olhou para ele, os olhos vermelhos, e assentiu. Pegou uma mala pequena, poucas roupas, o vestido de noiva da mãe guardado no fundo do armário — só por superstição —, e os dois saíram pela janela do quarto, como ladrões na própria casa.
Caminharam no escuro até o ponto de ônibus na estrada principal. O dinheiro de Lucas pagou passagens para uma cidade grande no sul, onde ninguém os conhecia. Alugaram um quartinho simples, Lucas arrumou trabalho numa construção, Ana começou a costurar para fora. Casaram-se no cartório três meses depois, com alianças baratas e um beijo que valeu mais que qualquer festa.
A vida não foi fácil, mas foi deles. O desejo entre os dois nunca diminuiu — nas noites apertadas do quartinho, faziam amor com a mesma urgência de antes, agora sem medo de serem ouvidos. Meses depois, Ana descobriu que estava grávida. Quando o pequeno Antônio nasceu — batizado assim em segredo, em homenagem ao avô —, os olhos dele eram iguais aos do pai, e o cabelo loiro começava a despontar como o da mãe.
Passaram-se dois anos. O menino já dava os primeiros passos, chamando “papai” e “mamãe” com aquela vozinha que derretia qualquer coração. Ana olhava para o filho e sentia uma saudade enorme do pai. Lucas também. Apesar de tudo, a fazenda era o único lar que eles tinham conhecido.
— Vamos voltar — disse Ana uma noite, depois de colocar o menino para dormir. — Só pra ele ver o neto. Uma vez só. Se ele não quiser, a gente vai embora de novo.
Lucas hesitou, mas concordou. Juntaram o que tinham e pegaram um ônibus de volta ao interior.
Chegaram à Fazenda Boa Esperança numa tarde de domingo. O lugar estava igual: a casa grande, os pastos, o cheiro de terra e capim. Seu Antônio estava na varanda, mais grisalho, os ombros um pouco curvados pelo tempo e pela solidão.
Quando viu os dois descendo do táxi, com uma criança de mão dada, o velho congelou. Ana sentiu o coração na garganta.
— Pai... — começou ela, a voz falhando.
Seu Antônio desceu os degraus devagar. Olhou para Lucas com olhos duros, depois para Ana, e por fim para o menino, que se escondia atrás das pernas da mãe.
— Quem é esse aí? — perguntou, a voz rouca.
— É o seu neto, pai. Antônio. Como o senhor.
O velho se abaixou, devagar, as juntas rangendo. O menino olhou para ele com curiosidade. Seu Antônio estendeu a mão grande, calejada, e tocou o rostinho do garoto. Os olhos dele marejaram.
— Ele tem os olhos do Lucas... e o cabelo da minha família — murmurou.
Ana começou a chorar baixinho. Lucas permaneceu em silêncio, esperando o veredicto.
Seu Antônio se levantou, limpando o rosto com as costas da mão.
— Eu fui duro demais — disse por fim, olhando para os dois. — Perdi a filha por dois anos por causa do meu orgulho. Não vou perder o neto também.
Ana correu para os braços do pai, chorando no peito dele como quando era criança. Lucas se aproximou, hesitante. O velho estendeu a mão para ele.
— Você é da família, rapaz. Sempre foi. Errei feio, mas família a gente conserta.
Naquela noite, jantaram juntos pela primeira vez em anos. O menino correu pelo quintal, rindo, enquanto os adultos conversavam até tarde. Antes de dormirem, Seu Antônio chamou os dois na varanda.
— Tem um terreno bom ali pros fundos, perto do riacho — disse, apontando para o horizonte. — Dá pra construir uma casa boa. Grande o suficiente pra vocês e pras crianças que ainda vão vir. Quero ver meu neto crescer aqui, aprendendo a montar, a cuidar da terra, como a gente sempre fez. Esta fazenda é dele também um dia.
Ana olhou para Lucas, os olhos brilhando. Ele sorriu, apertando a mão dela.
— A gente aceita, tio. Obrigado.
Naquela noite, na casa nova que ainda nem existia, mas que já tinha endereço no coração deles, Ana e Lucas fizeram amor com uma calma que nunca tinham tido antes. Sem pressa, sem medo, sem segredos. As janelas abertas deixavam entrar o canto dos grilos e o cheiro da terra molhada.
— Finalmente em casa — sussurrou Ana, aninhada no peito dele.
— Finalmente nossa — respondeu Lucas, beijando a testa dela.
E lá fora, sob o céu estrelado do interior, a Fazenda Boa Esperança voltava a ser inteira outra vez.
Fim.