Passando a Vara nas Vizinhas. Ou Não. - Capítulo 14

Um conto erótico de Carlos
Categoria: Grupal
Contém 8056 palavras
Data: 29/12/2025 16:12:48
Última revisão: 29/12/2025 16:13:20

CRONOLOGIA: Os eventos narrados aqui vão de 22 de julho de 2025 (terça-feira) a 26 de julho de 2025 (sábado).

Eu me chamo Carlos. Sou um professor universitário cinquentão, meio barrigudinho (cada mês menos) e calvo com dignidade. Nesta minha série de contos, narro as minhas aventuras tentando comer algumas vizinhas e, quem sabe, conquistar o coração de alguma(s) dela(s) para formar um harém com várias esposas (um objetivo de vida bem fácil, eu sei...). Quem puder ler os primeiros capítulos, só procurar a série.

No mesmo em que este capítulo se passa, eu e a Odete tivemos um divórcio amigável. Mas isso não quer dizer que estou sozinho. Tenho um pequeníssimo harém de duas mulheres.

A Eliana é minha namorada. 30 anos, engenheira. Inteligente, sorridente, decidida quando quer, embora ainda mantenha uma coleira emocional presa ao marido, Leandro. Eles ainda são oficialmente casados. E eu? Sou o “reserva”. O cara que ela ama secretamente, mas não assume publicamente. A Eliana não me impede de me envolver com outras mulheres, porque ela própria também está com dois homens ao mesmo tempo. O corpo dela parece ter sido desenhado com precisão de escultor grego e malícia de deusa pagã. Seios fartos, pesados, redondos, quase exagerados de tão bonitos. Cintura fina, barriga definida, quadril largo, coxas torneadas de academia. O bumbum é grande, firme, empinado. A pele bronzeada, os olhos verdes.

A Rebecca também é a minha namorada. Ela tem 29 anos, é advogada e ainda profundamente religiosa. Ela era casada com o Maurício, mas eles se divorciaram há pouco tempo. A expertise em leis e os contatos dela, além dele ter quase a agredido, fez com que a papelada saísse voando. A Rebecca é aquele tipo de mulher que parece viver um conflito eterno entre o que sente e o que acha que deveria sentir. Doce, reservada, inteligente. Tem um senso de certo e errado que beira a rigidez, mas aos poucos vai se permitindo viver outras possibilidades. O nosso arranjo é simples, pelo menos em teoria: somos amigos, desses que se contam tudo. E que, de vez em quando, se permitem uma transa carregada de carinho, tensão e um pouco de culpa. Eu a escuto, a respeito e, quando ela quer, a beijo. Por trás da aparência comportada, ela tem um corpo que desafia todos os estereótipos da mulher recatada. Seios pequenos e firmes. Uma bundinha empinada, arredondada e hipnotizante, que se move com graça involuntária. Pernas bem desenhadas, olhos castanhos que às vezes brilham com uma malícia inesperada.

Nos contos passados, eu, a Eliana e a Rebecca aceitamos de vez que somos namorados e um trisal, enquanto a Rebecca se divorciou do Maurício. Nós também tivemos um vislumbre dos pensamentos internos da Eliana e dos medos dela em relação a terminar o casamento com o atual marido sem saber a verdade sobre ele.

Nossa história começa na hora do almoço de uma terça-feira.

Eu estava sentado numa cadeira no pronto-socorro havia horas, com a Natália ao meu lado, o relógio do hospital avançando sem piedade sobre o horário do almoço. O vai-e-vem de macas aumentava a minha ansiedade. Sabia que iria me atrasar. Olhei a hora no celular e confirmei os piores prognósticos. Não ia me atrasar, já estava bastante atrasado para encontrar a Eliana. Suspirei, sabendo que não tinha como sair dali.

— Natália, como foi exatamente que aquilo aconteceu?

— Quando você chegou, ele já estava no chão, né? — perguntou ela, mais pra confirmar do que por dúvida.

— Já. Parecia estar tão dolorido que não conseguia nem desmaiar.

— Então. Tinham dois alunos do segundo período discutindo feio no corredor. Daquele jeito que você conhece. Voz alta, dedo na cara, todo mundo parando pra olhar. Parecia que ia sair porrada.

Assenti. Cena clássica.

— O Maurício apareceu bem na hora. Foi separar antes que rolasse o primeiro soco. — Ela fez um gesto com a mão, como quem se coloca no meio. — Só que um dos alunos pirou de vez. Ele estava com uma bola de boliche dentro da mochila. Não me pergunta por quê.

Pelo menos, era uma bola de boliche e não uma arma.

— Ele pegou a bola e arremessou com tudo no outro, pra acertar bem no meio do peito. O outro desviou se jogando no chão, e aí...

Ela fez uma pausa curta, quase respeitosa.

— A bola foi direto no púbis do Maurício.

— No “púbis” ou no pau e nos ovos?

A Natália me olhou por um segundo e, apesar da situação, não se segurou.

— Do jeito que acertou, deve ter estar tudo amassado e estralado agora.

A imagem foi tão absurda que eu deixei escapar uma risada curta, nervosa. A Natália riu também, aquele riso culpado que vem quando a gente sabe que não devia, mas não consegue evitar. Logo em seguida, nós dois nos recompusemos. Aquilo tinha sido maldade.

Eu não gostava do Maurício. Nossa relação tinha virado um campo minado desde tudo o que aconteceu com a Rebecca. Ainda assim, ver alguém naquele estado mexia comigo. Empatia é uma coisa teimosa.

O pior é que meu celular estava descarregado sem bateria. Eu nem tinha como mandar mensagem pra Eliana. Estava contando com a sorte e com a Natália explicando o que aconteceu no grupo das amigas da academia. Torcia pra Eliana ler e, com base no quão bem me conhece, preencher as lacunas pra entender minha ausência.

Foi quando uma médica se aproximou. Ela era bem alta. Devia ter quase a minha altura, talvez mais. O jaleco aberto deixava ver a blusa justa por baixo, marcando uma cintura fina que descia em quadris largos e bem desenhados. O tecido esticava levemente sobre os seios volumosos e cheios. As calças médicas acompanhavam coxas torneadas e longas. Pele bronzeada, braços finos, mãos firmes.

— Boa tarde. Sou a doutora Fernanda. Vocês estão acompanhando o paciente Maurício?

— Sim — respondeu Natália. — Somos colegas dele.

— Ele sofreu um trauma contuso de alta energia na região pélvica anterior. O impacto foi direto no arco púbico, com provável transmissão de força para estruturas adjacentes — explicou Fernanda, com expressão séria. — No exame inicial, ele apresentava dor intensa, incapacidade de deambular e sinais sugestivos de fratura pélvica.

Fratura seria horrível. Elevaria isso a um caso de por a polícia no meio.

— Já fizemos tomografia computadorizada de abdômen e pelve, além de ultrassom FAST para descartar sangramento intra-abdominal —continuou Fernanda. — A tomografia não mostrou fratura no púbis, mas um edema importante e suspeita de lesão associada em tecidos moles. Por precaução, vamos repetir exames laboratoriais seriados, incluindo hemograma e função renal, e solicitar uma avaliação da urologia.

— Ele corre risco? — perguntei.

— No momento, não há sinais de instabilidade hemodinâmica — respondeu ela, tranquila. — Mas é um tipo de trauma que exige observação. Ele vai permanecer internado pelo menos de 48 a 72 horas. Dependendo da evolução, pode precisar de mais exames, como ressonância, e acompanhamento ortopédico e urológico mais prolongado.

A Natália entrou na conversa:

— E a recuperação? Ele vai ficar bem “lá”?

— A tendência é uma boa recuperação, desde que siga repouso e tratamento adequados — disse Fernanda. — Mas haverá dor, limitação funcional temporária e necessidade de fisioterapia depois. Atividades físicas e — ela olhou pra Natália com pena, pela pergunta deve ter achado que eram namorados — esforços pélvicos ficarão suspensos por um bom tempo.

Eu e Natália trocamos um olhar rápido.

— A gente precisa fazer alguma coisa agora? — perguntei.

— Por enquanto, só aguardar. — Ela olhou a prancheta. — Mas preciso que um de vocês, ou algum parente, permaneça disponível por mais algumas horas. Assim que saírem os próximos resultados, eu volto para atualizar.

— Eu tenho aula à tarde — disse Natália disse.

Olhei para ela, depois para o corredor que levava às salas de observação. Pensei na Rebecca. Pensei que, se as coisas fossem diferentes, seria ela quem estaria ali, segurando aquela barra. E pensei que, de certa forma torta, eu tinha tirado isso dele. A culpa veio seca, sem aviso.

— Pode ir, Natália — decidi. — Eu fico.

Ela me encarou por um segundo, surpresa.

— Carlos, você é uma pessoa boa. De verdade. — Ela sorriu de um jeito sincero. — Pouca gente faria isso.

Dei de ombros, sem saber muito o que responder.

A Fernanda assentiu, satisfeita, e se afastou pelo corredor, o jaleco balançando sobre aquele corpo impecável. A Natália se levantou, pegou a bolsa.

— Qualquer novidade, me manda mensagem — disse a ruiva, antes de sair.

Fiquei sozinho na cadeira de plástico, sem celular e sem companhia. Fazendo isso por um cara de quem nem gostava. Mas me sentia pagando pelas minhas escolhas. Só consegui sair de lá depois que anoiteceu.

Já tinha passado das 20h30 quando cheguei no meu apartamento, exausto e com o corpo destruído. Quando abri a porta, levei um susto. A Eliana, a Letícia e a Rebecca estavam sentadas no sofá conversando.

A Eliana estava recostada no braço do sofá, expressão calma, mas os olhos atentos em mim. A Letícia estava largada na outra ponta, de short e camiseta, pernas dobradas. A Rebecca estava sentada mais ereta, as mãos juntas no colo, postura contida, quase solene, mas com o olhar de preocupação genuína.

— Boa noite — disse, fechando a porta atrás de mim.

Fui até a Eliana primeiro e dei um beijo na boca dela, demorado o suficiente pra matar a saudade. Em seguida, me virei pra Rebecca e também a beijei na boca, com carinho, sentindo o corpo dela relaxar só um pouco. Pra Letícia, fiquei só no aceno com a cabeça.

— E aí? Ele sobreviveu? — perguntou Letícia, com zero empatia, lembrando mais dele como o quase agressor da Rebecca do que como a vítima do dia.

— Como ele está? — perguntou Eliana.

— Ele vai ficar bem? — perguntou Rebecca, apreensiva.

Sentei na poltrona em frente a elas.

— Está fora de perigo. Vai ficar internado mais uns dias, em observação. Não sofreu fratura, mas teve edema, essas coisas. Vai mancar por algumas semanas, talvez meses. Mas deve se recuperar.

A Rebecca fechou os olhos por um instante, como quem faz uma oração silenciosa.

— Graças a Deus.

A Eliana cruzou as pernas, o corpo inteiro reagindo num misto de empatia e cautela.

— Mesmo depois de tudo, ele era o marido dela — disse, como se tentasse justificar pra mim a reação numa defesa à amiga. — É normal se preocupar.

— Normal até certo ponto, né? — enfatizou Letícia. — O cara quase bateu nela por ciúmes há quatro dias!

O silêncio que se seguiu foi curto, mas pesado.

— Ele estava fora de si — respondeu Rebecca. — Não justifica. Nunca justificaria. Mas não apaga que ele foi meu primeiro namorado e marido. Não consigo deixar de sentir compaixão.

Olhei pra ela, sentindo um nó no peito. A Rebecca era assim. Convicções firmes, senso moral próprio, e uma capacidade quase teimosa de separar pecado de pecador.

— Rebecca, você não deve nada a ele — comecei, escolhendo as palavras. — Nem visita, nem presença, nem absolvição.

— Eu sei — respondeu ela com doçura. — Mas eu quero ir ver ele no hospital. Não como esposa e nem como ex. Mas como alguém que vê uma pessoa que foi importante no passado e está num momento de necessidade.

— Se você for, talvez seja melhor ir com o Carlos — disse Eliana. — Por segurança. Ele tem a desculpa perfeita de estar acompanhando o Maurício.

— Não — respondeu Rebecca, peremptória. — Isso é errado. Parece que eu estaria esfregando o atual na cara do ex. Indo visitá-lo com o homem que eu traí ele...

Entendia o ponto dela. A Rebecca nunca se perdoaria pelo adultério.

— Então leva o Rogério — sugeriu Letícia. — Vocês são amigos, trabalham perto. Dá pra ir na hora do almoço. Ele fica do lado de fora do quarto, mas atento. Tipo segurança mesmo.

— O Rogério é tão bonzinho que faria sentido ele topar — analisou Eliana. — E se o Maurício te xingar de qualquer coisa, o Rogério garante que ele fique mais uns meses no hospital.

— É uma boa alternativa — comentei. — Evita exposição, evita confusão.

— Eu não tinha pensado nisso — admitiu Rebecca. — Pode ser uma solução justa.

— E você não ficaria sozinha — enfatizou Eliana.

— Quando eu voltar pro apartamento do Jonas, eu ligo pro Rogério — disse Rebecca, parecendo relaxar um pouco. — Vejo se ele pode ir comigo.

O nome do Jonas me incomodou mais do que deveria, mas fiquei quieto. Infelizmente, ele ainda aprontaria naquela semana.

Eu estava decidido a não cometer os mesmos erros do meu relacionamento com a Odete. Éramos mais amigos que um casal. Inspirado no que via rolar com meus amigos Rogério e Jéssica, decidi que era uma boa ideia fazer mimos pras duas em ocasiões normais. Não precisava ser um aniversário, não era uma data redonda ou mesmo esperar uma vacilada pra fazer como pedido de desculpas. Era uma forma de deixar claro que as duas eram especiais. Decidi começar com a Eliana na quarta de noite.

Quando ela chegou, estava terminando os últimos detalhes do jantar. A Eliana estava bem simples. Uma camiseta larga, macia, clara, caindo solta sobre o corpo, deixando um dos ombros à mostra. Um short de tecido leve, revelando as coxas fortes que ela construiu na academia. O rosto limpo, descansado, com aquele sorriso que mistura doçura e ironia.

— Você está linda — disse, indo até ela.

— Obrigada... — respondeu ela, baixando o rosto por timidez. Ela me beijou sem pressa.

Durante o jantar, conversamos sobre o trabalho e algumas confusões do cotidiano. Eu preferia fingir que o marido dela não existia, mas era uma presença invisível naquela mesa. Tanto quanto talvez a Eliana sentisse que a Rebecca era.

— Ainda não entendi qual a ocasião pra esse jantar.

— Nenhuma. Eu só quis ser romântico.

Ela me olhou em silêncio com um olhar misturando carinho, felicidade e uma ponta de medo de quem não estava acostumada a receber sem desconfiança.

— Mas por que só comigo? — Era uma pergunta bastante válida.

— Bem, eu queria que fosse algo personalizado. — Hesitei um momento. — Com a Rebecca, vai ser sexta.

Falamos da semana e dos pequenos estresses. Inevitavelmente, o tema do Leandro entrou na conversa.

— Ele ainda age como se eu fosse uma estranha — disse, com uma ponta de rancor.

— Se vocês mal conseguem conversar hoje em dia, talvez o melhor seja o divórcio.

Ela ergueu o olhar imediatamente, firme.

— Não é tão simples.

— Qual a alternativa? Viver pedindo um pouco de migalha emocional?

— Que nem você viveu todos esses anos com a Odete? — Ela respirou fundo. — Desculpe. Golpe baixo.

— Tudo bem. Eu mereci.

— Carlos, entenda. Eu não quero que terminar isso sem um desfecho. Não vai ser um ghosting mútuo. Se ele quer acabar o casamento, eu quero saber exatamente por que!

Eu pensei em dizer mil coisas, mas sabia que ela era orgulhosa demais e ciosa demais sobre a verdade.

— Seja o que você decidir ou qual for a verdade sobre ele, eu estou e estarei aqui por você — resumi.

Depois do jantar, levei ela para o sofá, coloquei na série de conforto dela e comecei a massagear minha amada. Peguei um vidro de óleo de amêndoa, ela tirou a camiseta e se deitou de bruços no sofá. Pinguei algumas gotas e comecei a massagear suas pernas. Minhas mãos percorreram os pés, as batatas das pernas e as coxas, sempre misturando firmeza com delicadeza.

— Preciso te contar outra coisa — disse. — Sobre o Everton.

Lá vem.

— A gente descobriu que trabalhamos bem perto um do outro. Ele é estoquista numa borracharia ali perto do prédio da Petrobras. Às vezes, a gente combina de almoçar junto e botar a conversa em dia.

Passei pras costas delas. Pinguei algumas gotas e reiniciei a massagem pelo pescoço. De lá, fui descendo por ombros e omoplatas.

— Ele é um cara muito gente boa — continuou. — Amigo mesmo. Sempre te manda um abraço. Fiquei com um pouco de receio de te contar nas primeiras vezes e você ter uma pontada de ciúmes. Porque, você sabe, eu e ele já...

— Não teria por que ter ciúmes de um almoço inocente — respondi, confiando plenamente nela. — E o Everton ama a Creuza. Bom saber que vocês se tornaram amigos.

Ela sorriu, aliviada.

— Eu precisava ouvir isso.

As minhas mãos percorriam o meio das costas delas e as laterais. Ela estava de sutiã e eu evitava encostar nos seios dela. Queria deixar claro que era pra ser apenas uma massagem relaxante e não uma brecha no embargo de sexo. Ela confia em mim, mas gostava de fazer por onde.

— Bom, então vem a confissão realmente vergonhosa.

— Tem mais? — brinquei, mas na hora deu um medinho dela ter revelar um ménage com Everton e Creuza.

— No grupo da turma da academia, eu e as garotas fizemos uma votação sobre enviar ou não nudes de um vizinho nosso.

— E você votou?

— Eu meio que... bem... Eu votei a favor de vermos os nudes. A curiosidade venceu.

— Imagino.

— Carlos, aquele cara era absurdamente dotado. Sério, não sei como aquela jiboia cabia na namorada. Digo, eu estou acostumada com um padrão mais medi... Por favor, não fica com raiva do que eu disse.

— Relaxa — tentei ser pleno e compreensivo até ela terminar a história. — Nunca me considerei um pausudo.

E ela basicamente assumiu que o Leandro também é a tropa do pau médio, já sabia do Everton.

— Eu vi as fotos. Tinha muitos ângulos. Pau mole, meia bomba, totalmente ereto. Meu deus que coisa gigante. Na hora, achei excitante. Não posso mentir pra você.

Ela falava isso como uma confissão, isso tirava parte do ciúmes ou dos receios. Ela estava querendo ser totalmente honesta, eu não surtaria por causa de honestidade. Continuei a ouvir.

— Mas depois, me bateu uma culpa enorme. Fiquei direto pensando em como eu me sentiria se fossem as minhas fotos rodando nos grupos de WhatsApp dos vizinhos. Não é porque ele é pausudo que ele merece ser exposto sem saber. Eu apaguei tudo, mas me senti mal. Ainda me sinto mal.

Esperei um pouco em silêncio, antes de oferecer uma palavra.

— Ser curiosa é normal. Se sentir excitada com pornografia é normal. Não precisa se martirizar por isso. Só não esquecer de pensar no que a pessoa do outro lado está pensando ou sentindo sobre isso.

— Para eu me sentir pior, a Rebecca fez tudo do jeito certo. Votou contra, apagou tudo sem nem ver... Eu queria ter essa força moral.

Invejinha e competição. Precisava acabar com isso no nascedouro.

— Ela é do jeito dela e você é do seu. No final, as duas apagaram as fotos. Você ter refletido e se sentido culpada diz muito mais sobre você do que ter votado ‘sim’ por impulso.

A noite seguiu entre conversas e momentos que a gente prestava atenção na série. Quando estava perto de 23h30, ela se virou pra mim e deu um beijo na boca.

— Não pense que só porque foi um querido romântico que vai ter sexo esta noite. O embargo só acaba sábado.

— Esperar também faz parte. E eu não fiz isso pra te levar pra cama. Fiz isso pra ver sua felicidade.

Nos abraçamos com carinho. Pouco depois, fizemos o mesmo ritual chato de sempre: eu abria a porta e checava se tinha vizinhos fora. Se estivesse tudo ok, a Eliana sai apressada em direção ao elevador. Algumas vezes, ela preferia a escada. Eu não queria mantê-las nessa situação de encontros clandestinos por mais tempo. Queria assumi-las logo.

Mas a Eliana iria querer me assumir?

Na quinta de noite, decidi me aventurar na nova sauna do prédio. Estava curioso sobre ela. Tinha falado da ideia para a Eliana e para a Rebecca mais cedo sobre irmos lá, mas as duas recusaram. Cansaço, disseram. E prudência. A gente já andava muito junto por causa da academia e as duas não queriam correr o risco de serem vistas lá de forma tão pública.

Fiquei só de toalha branca no vestiário. Meu corpo parecia deslocado naquele ambiente, mas não completamente. Havia algo ali que me despertava, mas não sabia o que era. Talvez só o calor.

Mal entrei dentro da sauna e o susto. A Letícia já estava lá.

Ela estava sentada no banco, encostada na madeira quente, com o corpo relaxado demais para alguém que não queria ser notada. As pernas levemente afastadas, os pés apoiados no banco inferior, como se aquela posição fosse a mais natural do mundo. A toalha branca nela era pequena demais para ser chamada de toalha. Estava baixa demais nas coxas, alta demais no quadril, grudada à pele suada.

Meu olhar percorreu o corpo dela antes que eu pudesse impedir. As coxas firmes, marcadas pelo treino. O abdômen plano, subindo e descendo lentamente com a respiração. O colo parcialmente exposto, a curva suave dos seios sugerida mais do que mostrada. O suor deixava a pele brilhante.

— Oi, Carlos — disse Letícia, sem surpresa nenhuma no rosto.

— Oi... — respondi. — Não sabia que você estaria aqui.

Ela me olhou e sorriu.

— Relaxa, eu não me importo. E eu tinha ideia de que tinha chance de você vir aqui. A Eliana comentou na academia que você tava doido pra conhecer a sauna.

— Ah... — tentei soar casual.

Mesmo tendo todo o espaço da sauna, sentei do ladinho dela. Qualquer coisa, se eu notasse pela linguagem corporal dela que ela não estava muito afim, me afastaria. Mas ela não se importou.

Enquanto ela relaxava de olhos fechados, cantarolando, meus olhos insistiam em voltar ao corpo dela. Suas coxas atléticas à mostra, a gota de suor descendo lentamente do pescoço pelo colo dela até desaparecer na toalha. Por um momento, senti como se fosse questão de tempo praquilo terminar em sexo (e eu tava na seca!).

Foi quando a porta abriu de novo, me salvando. Pra minha surpresa, quem entrou foi o Jonas. Ele tava só de toalha branca e talvez confiante demais pra quem exibia uma barriguinha de chope peluda que estava um pouco maior que a minha (tá, nesse caso foi porque eu emagreci bastante nos últimos seis meses).

— Opa... — disse Jonas, olhando pra mim e Letícia com certa surpresa.

— Oi, Jonas — cumprimentou Letícia, com o rosto calmo.

— Oi, Letícia — respondeu ele, a encarando nos olhos. Depois me encarou. — Carlos.

— Jonas.

Ele hesitou, avaliando o ambiente e o clima.

— Estou atrapalhando alguma coisa?

— Não — respondeu Letícia. — Não está.

Depois de ouvir isso, ele foi se sentar bem do lado dela, deixando a Letícia no meio de um sanduíche com seus professores de meia-idade. Estávamos tão próximos que senti o corpo dela se ajustar entre nós. O braço dela quase tocando o meu. O joelho dela a poucos centímetros do meu. O cheiro dela misturado ao vapor quente.

— Primeira vez que venho aqui — comentou Jonas, olhando ao redor. — Interessante.

A Letícia apoiou as mãos atrás do corpo, inclinando-se levemente para trás. Esse gesto esticou ainda mais a toalha, revelou mais da sua pele bronzeada.

— Engraçado pensar que estou praticamente seminua entre dois professores seminus — disse ela, com um sorriso provocador. — Definitivamente não é o tipo de coisa que eu poderia contar lá na universidade.

Seria uma ameaça? Uma provocação?

— Melhor deixar certas coisas quietas mesmo — disse Jonas. — Até porque estamos apenas curtindo uma sauna com três bons vizinhos.

A Letícia sorriu. O silêncio perdurou por alguns minutos, enquanto nos observava alternadamente.

— Eu sei que vocês dois são bissexuais — disse Letícia, do nada. — Vocês já transaram um com o outro?

— Não.

— Nunca — disse Jonas ao mesmo tempo.

— Faz quase nove anos que não fico com homens — acrescentei. — Sempre preferi mulheres. Na época, era mais curiosidade. E talvez um pouco de influência da Odete.

— Eu também prefiro muito mais as mulheres — continuou Jonas. — Mas admito que, se um casal é interessante ou quando o cara é gostoso e tem aquela bundinha bonita e tentadora, eu não descarto.

A Letícia ouviu com atenção e abriu um lento sorriso.

— E vocês sempre foram ativos ou já deram o cuzinho agora alguma vez?

Antes que eu pudesse responder, o Jonas se adiantou.

— Só respondo se você responder sua própria pergunta primeiro.

Esse jogo estava ficando perigosamente íntimo pra nós três. Mas a Letícia o encarou nos olhos sem recuar. Depois, com naturalidade desconcertante:

— Já, sim.

Senti a temperatura da sauna se elevar. Nem o Jonas e nem a Letícia desviaram os olhos.

— Só uma vez? — insistiu o meu colega sem noção.

— Muitas — respondeu a minha aluna, na lata. — Mas todas com o mesmo homem.

— Gostou?

Ela pensou por um instante.

— Não era a minha posição favorita e ele sabia disso. Às vezes, doía um pouco. Mas ele era bem experiente nisso. Posso dizer que, algumas vezes, eu até gostei.

Eu assistia àquela conversa sem entender porque a Letícia tinha decidido ser tão aberta. Podia estar dando respostas curtas e evasivas. Talvez ela estivesse mentindo, enrolando o Jonas, dizendo o que ela achava que ele queria ouvir. Ou que nós dois queríamos ouvir porque tava sentindo meu pau dando sinais de vida só de ouvir esses relatos. Ela se virou pra mim.

— Fiz minha parte. Agora respondam com a verdade também.

— Sim — admitiu Jonas, sem drama. — Inclusive, já experimentei inversão com a Cinthia. Mas nem eu e nem ela gostamos muito.

— Já — confessei. — Mas faz tempo, muito tempo. No começo do meu casamento com a Odete.

— Corre à boca pequena entre nós, garotas da Torre-A, que a Cinthia ainda tem um cintaralho... — insinuou Letícia, encarando nos olhos.

— Mas não é comigo que ela usa — confessou Jonas. Estava surpreso com ele se abrindo tanto assim. Ele devia estar mentindo. O Jonas que conheço era orgulhoso demais pra admitir pra um colega de trabalho e uma mera aluna que a esposa tinha aventuras fora do casamento.

— Interessante — comentou Letícia sorrindo, satisfeita. — Vocês dois sempre me surpreendem. São mais parecidos do que gostariam de admitir.

O suor escorria pela têmpora dela. Eu e o Jonas seguíamos o percurso da gota pelo corpo dela. Ela se mexia pouco, algo como alongar preguiçoso das pernas que exibia as coxas ou um inclinar de cabeça que deixava o pescoço ainda mais exposto.

— E vocês já chuparam o pau de outro homem? — perguntou de súbito. Estava começando a temer pra onde ela queria levar essa conversa.

Hesitei em responder e, mais uma vez, o Jonas rebateu a pergunta.

— Eu respondo apenas se você responder primeiro uma pergunta minha.

A Letícia virou o rosto para ele sem pressa, prendendo seu olhar ao dele. Assentiu com a cabeça.

— Você transaria de novo com esse homem que tirou a tua virgindade anal?

Que raio de pergunta era essa? Estava óbvio que ela tava falando do Antônio e os dois tinham terminado o namoro há pouco!

Senti que ela hesitou, respirou fundo antes de responder.

— Sendo sincera contigo, eu preferia que não — respondeu, num tom sereno. — Eu preferia que a gente continuasse como estamos agora, bons amigos.

Ela pausou. Deu pra sentir que a resposta não estava completa.

— Mas também sei que é questão de tempo até eu transar de novo com ele. Ele é inteligente e paciente. E eu sei que ele viciou nos meus lábios...

O Jonas ficou imóvel por um instante, o corpo reagindo antes do rosto conseguir se recompor. Ele tentou disfarçar, cruzando os braços, ajustando a postura, mas tava com o pau duro. Não sabia que ele tinha tesão imaginando o Antônio voltando a comer a Letícia.

— Inclusive, quando esse dia chegar, se ele fizer do jeito que ele sabe que eu gosto e pedir com jeitinho e com carinho, posso liberar a porta de atrás pra ele de novo — continuou ela, como se estivesse apenas comentando um fato trivial. — Mas, convenhamos, está muito longe desse dia chegar. Se é que vai chegar...

O Jonas soltou uma risada contida enquanto eu permaneci em silêncio. Os dois estavam de pau duro ouvindo esse relato. Isso que ela tava sendo evasiva. Imagine ela narrando suas transas com o Antônio. Aposto que já transaram na faculdade e outras aventuras.

— Mas agora chega — disse, nos tirando de nossos devaneios sexuais. — Minha pergunta ainda está sem resposta.

— Sim — disse Jonas, direto. — Já estive curioso o bastante pra atravessar essa linha.

— Sim, Mas faz muito tempo — fui sincero. — Outra fase. Uma época de experimentações e trocas de casais bem diferentes.

A Letícia me observou com atenção especial, como se estivesse me lendo.

— Engraçado — comentou. — Você fala como se tivesse fechado essa porta, do relacionamento aberto, não-totalmente hetero e não-monogâmico, mas não parece alguém indiferente ao assunto.

Meu coração acelerou um pouco.

— Muitos termos juntos que não existiam na minha geração — enrolei na cara dura.

Mais uma vez, fui salvo pela curiosidade invasiva do Jonas.

— Respondemos três perguntas. Então, falta uma pergunta pra você. Me diga, que tipo de homem realmente te atrai?

A Letícia inclinou a cabeça, pensativa, mas o sorriso entregava que ela já tinha a resposta.

— Homens mais ou menos da minha idade que sejam atléticos e tenham um pau gigante.

Ela sorriu após dar uma informação sobre o pênis do Antônio que ia grudar como chiclete na minha cabeça e do Jonas. Era o segundo pausudo que aparecia na semana, depois do cara dos nudes que a Eliana viu.

— Mas a idade também seu valor — continuou ela. — Eu também tenho uma quedinha por homens mais velhos, mais maduros, mais experientes... Desde que eles tenham fôlego suficiente pra comer mais de uma mulher ao mesmo tempo.

O Jonas soltou uma risada.

— Esse último requisito descarta uns 95% dos caras da minha idade pra cima.

— Claro, os 40s são os novos 30s, mas eu não tenho vocação pra geriatra ou marmita de velho em crise de meia-idade — respondeu ela, rindo. — Tem que filtrar pelos que chegaram gostosões e em forma.

— Justo — admitiu Jonas. E eu assenti com a cabeça também.

A conversa seguiu assim nessa montanha-russa de provocações e cortes até que os dois estavam com o pau duro mal-disfarçado por baixo das toalhas e, do nada, a Letícia se levantou.

— Preciso ir — comentou, com a toalha se ajustando ao corpo dela. — Já está tarde.

Ela nos olhou um de cada vez, sorrindo, antes de dizer:

— Boa noite, professores.

— Boa noite — respondemos quase ao mesmo tempo.

Quando a porta se fechou atrás dela, ficamos em silêncio e de pau duro. Não levou três segundos pra nos olharmos, desconfortáveis.

— Lembrei de um compromisso — pigarreou Jonas, se levantando com pressa.

— Eu também — respondi rápido demais. — Preciso subir.

Como ele saiu com pressa, esperei uns três minutos lá dentro pra não esbarrar com ele pelado no vestiário. Os dois estavam precisando de um banho frio...

A sexta de noite estava reservada pra ser a noite romântica com a Rebecca. Aproveitei que minha última aula acabava 16h e voltei mais cedo pra casa. Quatro horas preparando tudo foram um jantar e uma decoração que dissessem “tudo isso foi pensando em você”.

A Rebecca chegou pontual às 20h. Como a Eliana, ela usava roupas normais, caseiras, pra que ninguém nos corredores estranhasse. No caso, ela usava uma camiseta de algodão clara, larga o suficiente pra cair solta sobre o corpo, mas fina demais pra esconder a delicadeza dos ombros e a curva suave dos seios. O rosto limpo, sem maquiagem, deixando os olhos ainda mais expressivos.

Ela olhou maravilhada pra mesa.

— Quando a Eliana contou sobre o jantar no nosso grupo, fiquei pensando em como seria na minha vez — confessou ela, satisfeita com o que via.

— Não existe favoritismo entre as duas. Mas combinamos que, esta noite, toda a minha atenção e amor são suas.

Ela me olhou avaliando se acreditava ou não. Depois, sorriu. Nos sentamos à mesa. Falamos da semana dela no escritório e de um cliente especialmente difícil. Depois, falamos da faculdade. A Rebecca sempre perguntava sobre como eram os demais vizinhos lá. Tanto o Jonas quanto suas amigas de academia Letícia, Natália e Alessandra. Preferi não mencionar o acompanhamento do estado do Maurício na mesa. Depois de um tempo, o assunto inevitável apareceu.

— Carlos, você não acha que a gente está dando bandeira demais?

Fiquei em silêncio. Não tinha como responder sem concordar com ela.

— O Jonas e a Cinthia não são bobos — continuou. — Eu chego tarde demais em casa, sempre com uma desculpa diferente. E aqui, os vizinhos deste andar uma hora vão notar eu e a Eliana entrando e saindo.

— Eu sei, mas não acho que a gente deve ceder ao medo. Vamos só esperar mais uma semana ou duas e vamos assumir em público.

— Tem certeza?

— Por que não? Estou cansado de mentir e esconder coisas dos meus amigos. Eu quero te assumir em público, você também quer. Só precisamos de um tempo pra poeira do divórcio baixar e pensarmos numa boa história.

— Às vezes eu queria ter metade dessa sua tranquilidade — depois baixou a cabeça. — Tenho medo das consequências. De como vão ver isso na igreja e a dona Marie-

— A dona Marieta não manda na nossa vida — acalmei-a. — Nós vamos dar um jeito. Nem que seja um sossega via processo.

Depois do jantar, coloquei a playlist que eu tinha montado pensando nela, com suas músicas favoritas. Sentamos no sofá, conversamos sobre livros e filmes que ela gostava. E, claro, sobre fé. Era um tema delicado entre nós dois. Ela sabia que eu era católico e respeitava isso.

Depois de um tempo, ela repousou a cabeça no meu ombro e ficamos assim, conversando meio abraçadinhos no sofá. Eu sabia que ela queria um programa mais caseiro, mais calmo, mais introspectivo. Não era algo pra se fazer sempre, mas algo que ela sentia falta de fazer há anos.

Infelizmente, estava ficando tarde. Ela se afastou um pouco e me olhou com um sorriso travesso.

— Eu preciso ir. A proibição de sexo só acaba amanhã.

— Estou esperando isso a semana toda.

— Eu também.

Nos despedimos com um beijo na boca e ela saiu do apartamento depois que eu vi que nenhum vizinho estava com a porta aberta.

Tinha chegado o grande dia em que voltaria a fazer amor com as minhas namoradas. Passei o sábado inteiro dentro do apartamento, preparando o melhor jantar que podia. Perto das 20h, estava ansioso. Mesmo assim, meu coração acelerou quando a campainha tocou.

A primeira a chegar foi a Eliana. Ela usava um short cinza, largo e uma camiseta branca antiga, dessas que parecem bem caseiras.

— Boa noite, Carlos — disse, com aquele sorriso que já me desmontou tantas vezes.

A cumprimentei com um beijo na boca, longo o suficiente para dizer “senti sua falta”, curto o bastante para não começar nada ali.

Pouco depois, a Rebecca chegou. Ela vestia um short de algodão azul-marinho, curto, mas comportado, e uma blusa clara. Quando beijei a Rebecca, ela fechou os olhos aproveitando o momento.

Sentamos à mesa e começamos o jantar com um clima de cumplicidade de quem sabia o que iria acontecer em breve.

— O Leandro viajou de novo — disse Eliana. — Só volta na quinta de manhã. Não sei mais o que dizer sobre isso...

— As coisas estão calmas no escritório — comentou Rebecca. — Recebi a revisão do meu capítulo daquele livro que vão lançar mês que vem. E capa também.

As conversas seguiram, um tema de cada vez. Estávamos preocupados com o afastamento do Leandro e sem entender o que aconteceria. A Rebecca estava pra dizer a palavra divórcio, mas já sabia que a Eliana só daria o braço a torcer depois de descobrir a verdade. Por outro lado, estávamos felizes com o sucesso profissional da Rebecca. A decisão dela de ter usado o sobrenome de solteira como sobrenome profissional, provavelmente pra aproveitar as portas abertas pelo sucesso da mãe, foi de grande valia pra ela não ter que mudar nada no escritório e até em coisas menores como a autoria na capa do livro.

Depois de um tempo, não resisti em mencionar o elefante na sala.

— Hoje, o embargo acabou e podemos fazer amor de novo.

As duas me olharam em silêncio. A Eliana sem disfarçar o sorriso e a Rebecca apreensiva.

— Acho que, esta noite, devia ser da Rebecca — disse Eliana, pra surpresa geral.

— Não. Isso seria injusto com você — rebateu Rebecca. — A ideia do embargo foi minha e você ficou todo esse tempo sem fazer amor também.

— Eu fiquei duas semanas e estou tão louca pra transar que quase fui até o fim com a Jéssica de tarde.

— Jéssica o quê? — perguntei sem entender o que tinha acontecido e qual o envolvimento da minha amiga.

— Esquece — minimizou Eliana, que se virou pra Rebecca. — Eu estou há duas semanas, mas você está há meses. Você se recusou a fazer amor enquanto estivesse casada e se separou na metade do embargo. Eu já aproveitei muito o Carlos e posso tirar meu atraso amanhã. Mas esta noite, você merece esse homem louquinho na seca. E muito, minha amiga.

— Eu não quero escolher entre as duas — sentenciei agora. — Esta noite, eu quero as duas. Ao mesmo tempo.

O olhar da Eliana brilhou na mesma hora enquanto a Rebecca engoliu seco.

— Vamos fazer assim. Esta noite. Só esta noite, façamos os três juntos — sugeri. — Se uma de vocês não gostar, nós não fazemos mais. Se vocês gostarem, deixamos pra ocasiões especiais. Prometi que daria atenção individual a cada uma e isso vale pro amor e pra cama.

A Eliana assentiu na mesma, sem pudor nenhum. A Rebecca hesitou, olhou pra Eliana e assentiu com menos confiança.

O jantar seguiu, mas ninguém mais prestava atenção na comida. O ar estava carregado de troca de olhares safados e uma tensão erótica entre os três. Estava mais que claro pra mim que as duas já tinham conversado sobre essa possibilidade e a Rebecca teve semanas pra lentamente aceitar essa ideia.

Quando levantei da mesa, elas me acompanharam pro quarto. Eu tirei a minha roupa, ficando totalmente nu e me sentei na cama devagar.

— Tirem a roupa — ordenei.

As duas obedeceram com diferentes níveis de excitação. Foi a primeira vez que vi os corpos nus da duas ao mesmo tempo. Na verdade, nunca tinha visto a Rebecca totalmente nua.

A Rebecca tinha uma barriguinha tanquinho subindo, peitinhos com os mamilos grandes e duros. Suas auréolas eram um rosa-marrom. Sua bundinha era macia, redonda e empinada. Bela, mas não torneada. A pele macia, as coxas bem desenhadas. A bucetinha era bem peludinha de cabelos castanhos, de uma evangélica que não se depila.

A Eliana tinha seios enormes e bicudos, perfeitos para uma espanhola. Seus seios pareciam pesados, com grandes auréolas marrons do tamanho do diâmetro do fundo de um copo. Suas coxonas eram torneadas. Os olhos verdes e a tez bronzeada e macia, tinha um corpo que parecia uma estátua esculpida. Sua bucetona raspadinha e rosada tinha lábios volumosos.

A primeira a tomar iniciativa de deitar na cama foi a Eliana. Ela me olhava de forma apaixonada, olhos brilhando, e me beijou na boca. Intenso e apaixonado. Enquanto rolávamos na cama, nos beijando nus, a Rebecca permanecia estática, apenas assistindo indecisa.

Depois de um tempo e trocas de olhares, a Eliana perdeu a paciência, se levantou, puxou a Rebecca, a jogou na cama, pulou em cima dela e começou a brincar com a amiga. Não eram beijos ou apalpadas mais íntimas, mas percorria o corpo da evangélica com carinho, com suavidade. Aos poucos, de tão eriçada, a Rebecca entrou no clima também.

A Eliana mandou a Rebecca sentar na beira da cama e esperar. A evangélica obedeceu e a Eliana me puxou pela mão, segurou a minha rola bem na frente do rosto da amiga e punhetou até ela ficar bem dura. A Rebecca olhava fixamente pro meu pau duro a centímetros do seu rosto. Quando julgou pronto, ela mandou a Rebecca engolir o cacete.

Após hesitar um pouco, a Rebecca abriu a boca devagar e foi engolindo o meu pau até mais ou menos a metade. Era o nosso primeiro boquete. Nem sabia se ela gostava de fazer isso com o Maurício. Aos poucos, ela foi começando a brincar com o cacete. Primeiro, deu uma sugada e soltou o pau, depois começou a brincar com a cabeça usando a língua. Lambia, testando o sabor.

Satisfeita, a Eliana pegou minhas mãos e as conduziu até a os cabelos da Rebecca, para que eu mandasse no ritmo. A nossa amante evangélica começou chupando devagar e foi aumentando aos pontos. Depois que ganhou confiança, ela passou a chupar com vontade, tomando gosto. Eu também fui crescendo minha confiança em experimentar mais e comecei a ditar o ritmo do boquete com as minhas mãos.

Satisfeita com a lição de boquete, a Eliana sorriu pra nós dois e me deu beijo na boca apaixonado. A Rebecca continuava chupando, mas eu queria mais. Queria beijar o corpo todo dela.

Assim, eu sinalizei com as mãos pra ela se deitar e me deitei sobre ela. Nos encaramos nos olhos e comecei a beijá-la. Nossas línguas se entrelaçaram, enquanto eu sentia o gosto do meu pau ainda presente em sua boquinha quente.

Fui descendo pelo seu pescoço, até repousar em seus seios pequenos com mamilos marrons, grandes e duros. Não resisti, era a primeira vez que os via. Chupei, passei a língua nos bicos, mordisquei, fiz de tudo com eles. Aos poucos, fui descendo pela barriguinha, pelo seu umbiguinho, pelo belo matagal que ela preservava e até chegar na sua bucetinha.

Comecei a chupar sua bucetinha. Mesmo sendo a primeira vez que a chupava, minha experiência era grande minha língua conhecendo todos os caminhos. Não demorou pra Rebecca se estremecer toda e gozar pela primeira vez naquela noite.

Esperei ela terminar de gozar antes de me virar todo e oferecer o meu pau para ela chupar. A Rebecca aceitou com um sorriso no rosto e, após ela abocanhar o meu pau, voltei a chupar sua bucetinha. Estávamos em 69 nervoso. Abocanhei, encaixei a minha língua dentro da sua bucetinha e fui experimento o que ela gostava. Usava o jeito que ela reagia e chupava o meu pau para me guiar. Não demorou pra ela começar a gemer abafado com meu pênis na boca.

Não resisti e meti a língua no cuzinho. Sabia que aquele era o buraco “proibido”, que a sodomia era pecado, mas estávamos pecando já. Ela tava transando fora do casamento. As regras poderiam ser quebradas.

A Rebecca estremeceu com a minha língua no cuzinho. Depois de deixar aquele cuzinho bem molhadinho, molhei o dedo indicador com meu cuspi e fui enfiando no seu cuzinho. Em vez de rejeição, a Rebecca começou a rebolar e gemer. Era a língua em sua bucetinha e meu dedo em seu cuzinho. Ela gemia tão alto que acabou soltando o meu cacete, que escapou da boca. E gemeu sem parar, sem parar, sem parar. Até atingir o orgasmo mais uma vez.

Enquanto a Rebecca ficou largada na cama, me ergui e procurei a Eliana, que estava assistindo e se masturbando. A puxei pro meu abraço e nos beijamos com paixão.

— É a sua vez, agora — disse, com autoridade.

— Ainda não. Quero que a minha amiga tenha servido completo — insistiu Eliana. — Ela merece.

— É injusto contigo.

— Eu sou paciente e zero egoísta. Hoje, é ela. Na próxima, sou eu.

— Eu te amo!

A Eliana respondeu à declaração me beijando na boca com mais intensidade, e passou a beijar o meu queixo, meu pescoço e descendo até os meus peitos. Parando lá, ela os beijou e arranhou com tesão. Quando notou que a amiga estava recuperando, mandou a Rebecca ficar de quatro.

— Rebecca, se nós somos um trio, você se importa se eu e o Carlos te comermos juntos?

Não entendi o que ela quis dizer com isso e nem a Rebecca também.

— Confio em você, Eliana.

Eu me ajoelhei atrás da Rebecca e a Eliana segurou meu pau com uma mão, enquanto abria a bucetinha da Rebecca com a outra. Assim, ela foi guiando o a minha rola pra entradinha. Estava bem apertadinha, apesar de molhada. A Eliana fez com que entrasse só a cabeça e pediu para eu esperar.

Ela me abraçou por trás, me fazendo sentir seus peitões se espremendo nas minhas costas. Então, ela começou a me empurrar pra frente, sinalizando que era pra eu terminar de entrar na buceta da Rebecca. Fui entrando cm a cm, estava bem apertadinha e ela gemia baixo.

Assim, fui metendo até o talo dentro da minha namorada evangélica. A Rebecca olhou pra Eliana e começou a rir. Aos poucos, a Eliana, que não me largou, me puxou pra trás e pra frente. E eu seguia essa orientação pra ir socando na bucetinha da Rebecca. Em parte, eu entendia que era a forma da Eliana de fazer parte da transa, mas em outra parte, eu me sentia como um cintaralho de carne pra um sexo entre as duas. Mas isso era noia da minha parte.

A Rebecca estava bastante sensível aquela noite. Eu estocava com força, mas ela já tinha gozado duas vezes antes e não aguentava segurar mais. Ela gemia alto, falava coisas desconexas, sua respiração ofegante. Eu e a Eliana metíamos sem dó. Tentávamos ser como um só, meio descoordenado, mas aprendendo e metendo. Não demorou, pra Rebecca gozar mais uma vez. Agora com meu pau dentro dela.

Com a Rebecca ainda gozando e toda mole, continuei metendo dentro dela. A Eliana me largou e ficou de quatro ao lado dela. Com a minha mais que satisfeita, era a sua vez. Eu não resisti à visão daquela bucetona, tirei o pau da bucetinha apertadinha da Rebecca e logo enfiei sem muita cerimônia na bucetona de lábios volumosos da Eliana.

A Rebecca apenas caiu, cansada e satisfeita enquanto eu segurava a Eliana pelas ancas e começava a socar dentro com força. Era como ela gostava, era eu me esforçava pra sempre entregar pra ela. Ela se virou pra mim sorrindo e gemendo por mais.

Assim, fui intensificando o vai e vem. Ao nosso lado, a recuperada Rebecca assistia nossa foda com desejo renovado. Continuava metendo com força, sendo aumentando o ritmo das estocadas, puxando a Eliana pelos quadris e fazendo ecoar barulho da batida dos nossos corpos. A Eliana respondia, rebolando no meu pau e sorrindo. Os seios balançando com pêndulos.

Ao nosso lado, a Rebecca começou a se masturbar. Ela estava tomada pelo frenesi da nossa foda. Passei a meter na Eliana e beijar a Rebecca na boca. Não queria dar preferências, então puxei a Eliana pra mim e, enquanto metia nela, beijava a Rebecca e depois a Eliana. Continuei assim me revezando entre as duas bocas e socando na bucetona na Eliana. Estava dando o máximo e sabia que não teria muito tempo.

Senti que estava perto de gozar. Anunciei pra Eliana e pra Rebecca que estava quase lá.

— Goza dentro de mim, por favor! — pediu Eliana.

Um pequeno momento de egoísmo, querer todo o leite pra ela. Mas a Eliana tinha sido tão generosa com a Rebecca e a Rebecca não pareceu fazer questão, então aceitei o pedido. Ela começou a gemer alto e a Rebecca também. Uma com a minha rola na buceta e a outra siriricando, as duas estavam começando a gozar.

Presenciar isso acabou com o que restava da resistência, meu pau inchou na hora. Segurei a Eliana pelos quadris e comecei a jorrar esperma dentro da buceta da Eliana. Gozando com tudo, metendo com força até sair o último jato de porra. Meu corpo estremeceu de tesão e caímos na cama, eu e a Eliana. A Rebecca logo nos acompanhou num abraço.

Ficamos descansando por quase uns vinte minutos. Depois disso, fomos tomar banho, um a um. As duas tinham que sair clandestinamente pra seus apartamentos, mas não se importaram. Nem eu.

Naquela noite, pela primeira vez, nós três dormimos juntos na mesma cama.

Pois bem, leitor. No próximo capítulo, vou continuar narrando o que aconteceu após acordarmos na manhã seguinte e eu propor sairmos os três como namorados pra um jantar romântico. Enquanto isso, a Eliana vai revelar que <SPOILER> na semana que vem, além de se encontrar com dois homens que estão loucos pra enrabar ela.

Coloquem nos comentários para o que vocês torcem que aconteçam nos próximos capítulos. Em breve, teremos a continuação.

Os próximos capítulos serão:

(ARCO DO FINAL DE SEMANA)

* Quem Vai Comer a Advogada Evangélica? - Capítulo 12 (PoV Jonas)

* Passando a Vara nas Vizinhas. Ou Não. - Capítulo 15 (PoV Carlos/Eliana)

* Eu, minha esposa e nossos vizinhos – Parte 19 (PoV Rogério)

.

.

(ARCO DE SEGUNDA A QUARTA)

* Apostei que Faria Aquela Médica Certinha Virar Minha Putinha - Parte 04

* Eu, minha esposa e nossos vizinhos – Parte 20 (PoV Jéssica)

* Quem Vai Comer a Advogada Evangélica? - Capítulo 13 (PoV Jonas)

NOTA DO AUTOR 01: O capítulo 14 do Carlos ficou tão grande que eu preferi dividir em dois por questão de ritmo.

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Foto de perfil genéricaAlberto RobertoContos: 119Seguidores: 284Seguindo: 0Mensagem Em um condomínio de classe média alta, a vida de diversos moradores e funcionários se entrelaça em uma teia de paixões, traições e segredos. Cada apartamento guarda sua história, no seu próprio estilo. Essa novela abrange todas as séries publicadas neste perfil. Os contos sempre são publicados na ordem cronológica e cada série pode ser de forma independente. Para ter uma visão dos personagens, leia: Guia de Personagens - "Eu, minha esposa e nossos vizinhos"

Comentários

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Curioso que parece que o Carlos é o único mocinho que não vai tirar a virgindade anal de suas endgame, o que acho um erro.

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Achei que o Carlos ia descabaçar o cuzinho da Eliana nesse conto. O trisal é, certamente, meu núcleo favorito. Torço muito pelo Carlos ter uma relação de cumplicidade com elas e enrabe as duas antes de qualquer outro, já que me parece que elas não serão fiéis a ele, tal qual ele já sofreu com a Odete.

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Bom capítulo, fez muita falta os PoV do Carlos, agora parece que realmente a história como um todo está andando pra frente com todos os PoV no mesmo espaço temporal.

Achei que a Letícia ia conseguir pelo menos fazer com que Jonas e Carlos se punhetassem ou dessem uma chupada um no outro.

Ela é daquelas que gosta de ver o circo pegar fogo, fica atiçando e na hora do clímax vai embora, não duvido que depois dessa conversa na sauna ela tenha se masturbado pensando nessa conversa (ou em um ménage entre eles).

E pra mim o “chegaram gostosões e em forma” foi um recado claro pro Carlos. Deu pra ver que ela ainda não é do harém mas já está inserida na dinâmica do trisal, ela não precisava ficar esperando o Carlos chegar do hospital.

Sobre a bola de boliche, por acaso o aluno se chamava Sheldon Cooper?

Sobre o ménage, senti falta de um beijo entre Eliana e Rebecca, mas pela Rebecca ainda não ter desabrochado sexualmente dá pra relevar. Mas pela dedada no cu dá pra ver que esse desabrochar está perto de acontecer.

E achei estranho o Carlos não associar em nenhum momento que o dono do pau gigante das fotos poderia ser o Antônio. Uma das meninas conhece o pausudo, Letícia confirmou que o ex tem pau grande, pelo menos devia ter tido um “será que as fotos eram dele?”

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