A Noite na Fazenda - Trilha na Cachoeira

Um conto erótico de Mateus
Categoria: Gay
Contém 1993 palavras
Data: 19/11/2025 00:32:08
Última revisão: 19/11/2025 00:43:19
Assuntos: Cachoeira, Gay, Oral, trilha

A semana que se seguiu caiu sobre nós dois como uma longa sombra, cada dia uma batalha silenciosa contra a saudade e o desejo não resolvido.

Para mim, os dias pareciam arrastar-se num silêncio pesado, cheio de ecos. Eu até tentava manter a rotina da escola, me sentava na mesma carteira, anotava as mesmas teorias, lia os mesmos livros, mas tudo tinha mudado. Eu tentava estudar, mas as palavras se embolavam em minha mente, substituídas por memórias de noites secretas e toques proibidos.

Os livros abertos sobre a mesa pareciam zombar de mim, cada página uma lembrança do cheiro de Leandro, do calor de seu corpo, da intensidade de seus beijos. Cada parágrafo me lembrava ele: os trechos de romances sobre encontros furtivos, as descrições de paisagens que me transportavam de volta à fazenda, à noite em que tudo transbordou entre nós.

Eu não devia pensar naquilo. Mas pensava. O tempo todo.

E cada lembrança era mistura de alegria e dor, uma alegria que reluzia, seguida de um peso que me fazia baixar os olhos, como se alguém pudesse ver o que se passava dentro de mim.

Leandro, por sua vez, vivia um colapso silencioso. Trabalhava o dia inteiro, como sempre, carregando caixas, lidando com prazos, suando ao sol, mas agora cada rotina parecia um tipo estranho de penitência. Sentia-se errado ao lembrar dos toques, dos beijos, dos sussurros que trocara comigo. E, ao mesmo tempo, pensar em mim era a única coisa que o mantinha respirando.

O trabalho o chamava, mas sua mente insistia em voltar para mim, para os meus olhos castanhos que o fitavam com uma mistura de timidez e intensidade, para o meu sorriso que parecia guardar segredos que só ele poderia desvendar. A minha imagem o perseguia, infiltrando-se em cada pensamento, em cada suspiro.

Voltava para casa tarde, cansado, e encontrava a esposa, que o olhava com uma mistura de amor e preocupação, preparando a janta, o filho brincando no chão. O cenário que deveria confortá-lo servia apenas para apertar mais a culpa no peito. Ele se esforçava para ser presente, para conversar, para sorrir, mas havia sempre aquela fissura interna, aquela ferida que ardia em silêncio. O coração de Leandro estava dividido, preso entre o dever e o desejo, entre o que era certo e o que o fazia sentir vivo.

Às vezes, quando se lembrava da minha respiração próxima à sua, tinha vontade de sair andando até desaparecer na noite.

Eu o via de longe, de vez em quando. O coração disparava e doía ao mesmo tempo.

Certa tarde, avistei Leandro voltando do trabalho, pedalando devagar pela rua principal, a silhueta forte e determinada. O sol se punha atrás das montanhas, tingindo tudo de dourado. Leandro estava suado, cansado, e tão bonito que parecia mais distante do que nunca.

Eu fiquei parado, imóvel, fingindo mexer no celular, rezando para que Leandro não olhasse, desejando desesperadamente que olhasse. O abismo entre nós parecia intransponível, uma distância que não era medida em metros, mas em culpa e medo.

Leandro passou. Olhou. Só um segundo. Mas aquele segundo queimou.

Eu sorri, um sorriso mínimo, quase involuntário. Leandro retribuiu com um movimento breve de sobrancelha, uma tentativa de cumprimento tímida e contida. Quase um pedido de desculpas, quase um pedido de retorno, quase nada.

Mas, para mim, foi como se me tivessem devolvido o ar.

Havia também os encontros inesperados com a esposa de Leandro.

Ela passeava com o filho pela rua, sorrindo, tranquila, bonita de um jeito simples. Eu cumprimentava com educação, a voz esquisita, os olhos fugidios. Ela, sem saber de nada, respondia amavelmente.

Depois que ela passava, eu sentia o rosto queimar. Sentia-me pequeno. Sujo. Errado. Os olhos dela, cheios de uma inocência que eu não merecia, me perseguiriam pelo restante do dia.

E, no mesmo instante, lembrava de Leandro me abraçando na escuridão da fazenda, e tudo se confundia.

Até que, depois de dias inteiros sem trocar uma palavra, Leandro apareceu na calçada da minha casa ao anoitecer.

Não bateu no portão. Só ficou ali, parado, meio curvado, a bicicleta ao lado, a expressão de quem não sabia o que estava fazendo.

Recebi uma mensagem, olhei pela janela. O coração quase saiu pela boca.

Saí devagar, como se o ar fosse frágil. Ninguém na rua além de nós.

— Eu… — começou Leandro, sem coragem de olhar nos meus olhos — Eu precisava… te ver.

Eu senti um tremor nos joelhos.

— Eu também — sussurrei.

Ficamos ali, calados, cada um segurando o próprio peito para não dizer tudo que queimava por dentro. Leandro respirava fundo, como quem lutava contra si mesmo.

— Não sei o que fazer — confessou ele, afinal — Não sei lidar… com nada disso.

— Eu também não — respondi, com a voz fraca.

Um silêncio longo.

E então Leandro, com um gesto mínimo, tocou no meu antebraço. Só isso. Uma carícia curta e hesitante.

Mas, para mim, foi como se alguém tivesse aberto todas as janelas do mundo.

Dois dias depois, Leandro mandou uma mensagem curta, simples, quase formal:

"Vamos pedalar sábado? Fazer uma trilha longa. Só a gente."

Eu encarei o celular por longos minutos. Talvez fosse errado aceitar. Talvez piorasse tudo. Talvez machucasse mais ainda.

Mas o desejo era maior do que qualquer juízo.

"Vou sim."

O sábado amanheceu fresco, com cheiro de terra molhada. Nós nos encontramos cedo, as bicicletas alinhadas na beira da estrada de terra batida. Trocamos um cumprimento tímido, um aceno, um sorriso breve.

Mas o olhar de ambos dizia muito mais.

Pedalamos por estradas longas, onde a poeira subia em nuvens sob os pneus das bicicletas. Cortamos riachos e fazendas verdejantes, onde o cheiro de mato e gado misturava-se ao ar puro da manhã. Os morros íngremes desafiaram as nossas pernas, mas a recompensa foi a vista de vilarejos tranquilos, onde o tempo parecia ter parado, os moradores acenando enquanto passávamos, alheios ao segredo que nos unia. O vento forte batia nos nossos rostos e, por horas, o mundo parecia grande demais e simples demais: só natureza, pedal e respiração.

Aos poucos, conversamos sobre coisas pequenas, bobas, mas com uma ternura contida. Era como se estivéssemos reaprendendo a estar juntos sem culpas.

Após horas assim, chegamos à cachoeira, o som da água caindo como uma melodia suave.

Estacionamos as bicicletas e caminhamos até um lugar afastado, escondido entre pedras enormes e árvores antigas. A água caía num poço profundo, límpido, azul-esverdeado. Não havia ninguém ali.

Era como se o mundo tivesse cedido um espaço secreto só para nós. A natureza nos envolveu em sua quietude, como se nos protegesse e ocultasse do mundo lá fora.

Sozinhos, entramos na água, nadamos juntos, a água fria contrastando com o calor que emanava de nossos corpos, um alívio refrescante. Rimos, brincamos, mergulhamos. A tensão das últimas semanas se dissolvia como poeira.

Eu não conseguia desviar o olhar de Leandro, que usava apenas uma sunga preta, marcando o seu cacete firme e grosso, o corpo molhado e musculoso brilhando ao sol. Os pelos escuros sob a pele clara, os cabelos negros caindo em seus olhos frios, cada movimento de Leandro era uma tentação, cada sorriso uma promessa silenciosa. A visão dos braços fortes e das coxas grossas de Leandro provocou uma onda de desejo em mim, um sentimento que eu vinha tentando tanto suprimir.

Nós brincamos na água, os toques acidentais se tornando intencionais, a tensão crescendo como uma onda prestes a quebrar. Em certo momento, no silêncio das pedras, nos secando ao sol, Leandro aproximou-se devagar. Deitados nas pedras quentes, nossos corpos úmidos e frescos, o sol aquecendo nossas peles, nós nos entregamos ao desespero e à saudade.

Leandro tocou no meu rosto, roçando os seus dedos pela minha face, um gesto suave e terno que me causou um arrepio na espinha. E eu fechei os olhos, como quem recebe um perdão.

O beijo veio suave, lento, cheio de saudade.

Um reencontro.

E ali, entre o som da água e a solidão da natureza, nós nos abraçamos longamente, encostamos as testas, trocamos carícias tímidas no rosto, no peito, nos ombros, gestos delicados, cheios de urgência contida, mas preservando-nos de algum mal alheio. A intimidade entre nós cresceu de maneira doce e apaixonada, o tipo de proximidade que não precisa de palavras, só de respirações, de mãos entrelaçadas, de corpos muito próximos, confiando um no outro.

Leandro me puxou para um abraço apertado, como se quisesse fundir nossos corpos em um só. Nossos lábios se encontraram em beijos famintos, cheios de paixão contida, uma dança desesperada. As mãos de Leandro deslizaram pelo meu corpo, explorando cada curva e contorno, cada detalhe que a memória não conseguia capturar por completo.

Meu desejo de adolescente era um incêndio descontrolado, consumindo-me por completo. Gemi baixinho, o tesão tomando conta de meu corpo, misturando-se ao alívio de estar novamente nos braços de Leandro. As minhas mãos responderam, deslizando pelas costas largas de Leandro, sentindo os músculos tensionados sob a pele molhada.

Leandro arrancou a sua sunga e puxou o meu calção, nós dois nus deitados sob a pedra quente. Começamos a sarrar um no outro, os movimentos sincronizados, como se dançássemos uma coreografia antiga e conhecida.

A mão de Leandro encontrou o meu pau, já duro e ansioso. Ele o acariciou suavemente, o polegar circulando a ponta, espalhando o líquido pré-gozo que ali se acumulara. Eu gemi, os quadris se movendo contra a mão de Leandro. Leandro se inclinou, a língua passeando por meus mamilos, os olhos fixos em meu rosto.

Os gemidos se misturavam ao som da cachoeira, criando uma sinfonia de desejo e entrega. Eu, com os olhos brilhando de necessidade, ajoelhei-me diante de Leandro, levando o seu membro duro à boca. O chupei como se estivesse faminto, com sofreguidão, sentindo o gosto salgado da pele, a textura pulsante que me enlouquecia. Leandro gemeu, a cabeça caindo para trás, as mãos enterradas nos meus cabelos, o corpo arqueando de prazer.

A minha boca estava quente e úmida, a língua girando ao redor da ponta do cacete de Leandro, enlouquecendo-o. Eu chupei e lambi o saco e as bolas dele, massageando-as suavemente com a palma da mão.

Nós nos movíamos juntos, nossos corpos emaranhados, membros, bocas e mãos explorando um ao outro. Mas Leandro queria mais. Ele me virou, deitando-me sobre a pedra quente, o sol queimando minha pele, Leandro beijando meu cuzinho virgem com devoção, lambendo-o como se fosse a coisa mais preciosa do mundo. Sua língua circulava o meu orifício apertado, me provocando suavemente.

Eu me contorci, o prazer misturando-se à antecipação. Leandro penetrou um dedo, devagar, como se explorasse um território desconhecido. Eu gemi, meu cuzinho se apertando ao redor do seu dedo, o corpo tensionado tremendo de desejo. Mas o carinho de Leandro logo me fez relaxar, meu corpo se abrindo ao toque dele.

O dedo médio de Leandro entrou no meu cuzinho, lenta e suavemente, me dilatando bem devagar. Eu gemia, meu corpo se arqueando em direção a Leandro, meu pau pulsando, ansioso por alívio. Leandro punha e tirava o dedo, alternando com sua língua, que girava ao redor do meu cuzinho, me enlouquecendo. Ele ora me masturbava, ora me mordia e chupava as minhas nádegas, ora me dava tapas levados na bunda.

Trocamos de posição e nos posicionamos para um 69, os corpos entrelaçados, Leandro chupando e dedando o meu cuzinho e eu chupando o seu cacete, os gemidos ecoando na solidão da natureza. Leandro gozou na minha boca, o esperma quente escorrendo por minha garganta, enquanto ele me punhetava e esvaziava o conteúdo das minhas bolas, o orgasmo nos deixando sem fôlego.

Deitados lado a lado, os corpos colados, nos olhamos, o desejo ainda pulsando, mas agora misturado com uma doçura apaixonada. A natureza ao redor parecia testemunhar nosso reencontro, o silêncio quebrado apenas pelo som de nossas respirações ofegantes e o murmúrio da cachoeira.

Ficamos assim até o sol começar a baixar, encostados numa pedra quente, como se o tempo tivesse parado.

Pela primeira vez em dias, nós dois respiramos em paz.

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Comentários

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Olá! Muito bom, parabéns, continue!!

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Puta merda a coisa tá ficando séria. Ambos estão sedentos de desejo. Acho que uma boa conversa sobre tudo se faz necessária. Pé no chão e saber que só podem ser amantes, no sigilo e com todo cuidado.

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