Aos 25 anos, minha vida era uma bagunça organizada. Tinha saído da casa dos meus pais e me jogado naquele flat antigo.
Alto, um pouco acima do peso, mas com aquela autoconfiança que vem com um bom terno e um bom emprego de economista.
Desde que terminei com minha ex há um ano, vinha transando bastante. O flat era ideal pra isso: porta sempre aberta, ponto de encontro para esquentas e reuniões pequenas. Varandinha gostosa, cerveja gelada.
O problema era a Maria.
Maria era a namorada do Nando, um dos meus melhores amigos. Ela era lindíssima, japonesa, magra com as curvas no lugar certo, de enlouquecer. Mas, por respeito ao Nando, Maria sempre tinha sido intocável. Uma linha vermelha invisível.
O Nando tava apertado, alugou o apê dele e foi pra casa da tia, deixando a Maria na casa do pai dela, onde ela não se encaixava. E foi aí que o flat se tornou o refúgio dela.
Ela começou com as desculpas. Um dia, ligou no meio da tarde, voz de trabalho:
— Rafa, tô sem internet em casa e tenho uma reunião urgente. Posso subir no seu flat rapidinho?
Eu, em home office na sala, não podia dizer não. E nem tinha por quê - Maria virara também uma amiga querida.
— Claro, Maria. Entra aí.
A reunião dela foi no meu quarto.
Depois, na pequena varanda, fumamos um beck, tomamos uma breja.
Ela desabafava sobre a distância do Nando. Ele parecia frio. Eu tentava manter a pose, desconversava, falava da minha carreira. Ela ia embora e nada acontecia.
Isso se repetiu algumas vezes. Eu ficava puto, achando que ela tava me testando, dando em cima. Mas eu não podia negar a entrada a ela.
Até que, um dia, cheguei cedo do escritório, ainda de roupa social. Tava fumando um cigarro na varanda e tomando uma breja quando o celular tocou. Era o fim de tarde.
— Rafa, tô aqui perto. Posso subir só pra carregar o celular?
— Pode, claro.
Quando ela chegou, o clima era diferente. Ela pegou uma breja, fumamos um beck. O decote que ela usava era maior que o normal, e dava para ver que ela não usava sutiã. A tensão era palpável.
Eu tava na defensiva.
Depois da terceira cerveja, tentei uma manobra de fuga.
— Maria, por que a gente não liga pro Nando? A gente estica o rolê, vai pra um barzinho...
Aquele foi o gatilho. O rosto dela se contorceu e ela começou a chorar de soluçar. Ela desabou. Disse que ela e Nando não transavam há meses, que ela tava se sentindo sozinha e invisível. Ela se jogou para mim, me abraçando e colocando a cabeça no meu ombro.
Eu a consolei, mantendo o respeito. Minhas mãos nas costas dela, confortando, mas sem explorar. Ela se acalmou.
Pedimos pizza, conversamos, bebemos mais umas cervejas, fumamos mais um. Ficou tarde.
— Rafa, posso dormir aqui? Não aguento mais ficar na casa do meu pai.
A culpa pesou, mas eu não consegui negar o abrigo.
— Tudo bem, dorme no sofá. Eu pego um travesseiro e coberta para você.
Fiz o que disse e me fechei no quarto. Eu tava tonto com a bebida, o beck, e para garantir o sono, tomei meu zolpidem. Tava quase apagando quando ouvi a batida leve na porta.
— Rafa? Não consigo dormir naquele sofá. Posso dormir aqui com você?
O zolpidem já estava fazendo efeito. Minha mente era uma névoa de consentimento.
— Pode, Maria. Deita aí.
Fui para o canto oposto da cama.
Parecia que a linha seria mantida. Mas de repente, ela virou, e eu senti os braços dela me abraçando. E aí, veio: ela roubou o beijo.
Eu tentei resistir. A culpa era um flash no meu cérebro.
— Não, Maria. É errado. O Nando é meu amigo, você bebeu...
Ela ignorou minhas palavras e voltou a me beijar. A mão dela desceu. Senti os dedos dela massageando meu pau, que deu sinal de vida imediatamente. Naquele momento, com o álcool, a maconha e a leseira do remédio, a culpa se desfez. Eu não tive forças para resistir ao calor da mão dela.
Ela parou de me beijar, me olhou com os olhos brilhando, e começou o boquete. Era gostoso e demorado, uma massagem intensa. A mistura do sabor doce dela, do cheiro de maconha na respiração e do zolpidem no meu sangue me fizeram esquecer quem éramos. Eu só conseguia sentir o prazer.
Ela tirou minha roupa e a dela com urgência. A visão do corpo dela, japonês, magro, mas com as curvas insanas, me enlouqueceu. A pele dela era lisa, e tinha um cheiro viciante que vinha da base do pescoço.
Ela sentou em mim com violência e paixão. O susto da mudança de posição me fez ofegar. Meu pau encontrou o pelo macio, a abertura, e o calor me engoliu.
Ela foi descendo devagar, a buceta úmida e apertada, me envolvendo centímetro por centímetro. Senti a textura do pelo dela roçando em mim. O cheiro de sexo, intenso, subiu, misturado ao cheiro adocicado da pele. Era o meu ponto final, ali.
O ritmo veio da urgência. Ela me usava como se estivesse tentando se curar de alguma coisa, a força da solidão dela virando paixão. Ela gemia alto, com a respiração curta. Eu a agarrava pela cintura, sentindo a força dela, a maciez do abdômen e a dureza dos ossos.
Trocamos.
Eu a deitei na cama, a visão daquela buceta molhada, aberta para mim. O cheiro de sexo era potente. Eu penetrei com uma violência controlada, a cadência era firme, fundo, tirando o ar dela. O prazer era tão intenso que a dor do atrito se misturava à excitação.
— Porra, Maria! Eu não vou aguentar... — Minha voz saiu rouca.
Ela gritou, com a voz quebrada:
— Não! Espera! Eu tô quase!
Eu segurei o ar, parando a força do meu corpo. Esperei. Senti os músculos dela apertarem, e ela soltou um gemido agudo e longo, a bunda se erguendo, o corpo dela vindo em espasmos quentes. O gozo dela me engolia.
Naquele momento, eu descarreguei. Minha porra foi violenta, uma torrente exaustiva, jorrando na buceta quente e úmida dela. A descarga foi longa. O corpo dela, mole de prazer, me apertava até o último instante.
Caímos exaustos.