Do Paraíso ao Abismo.

Um conto erótico de Lukinha
Categoria: Heterossexual
Contém 4525 palavras
Data: 30/10/2025 16:11:09
Última revisão: 30/10/2025 17:57:49

Queridos leitores e amigos,

Como estou sem tempo para continuar as séries ou escrever novas histórias, vou postar séries curtas que já estão terminadas, guardadas no meu arquivo. Assim, mantenho a relação com vocês e me livro dessa abstinência literária.

Boa leitura a todos.

Parte 1:

Eu não aguentava mais viver em agonia, ouvindo as indiretas e as piadinhas da galera. Era hora de dar um ponto final a tudo aquilo. Peguei o celular e reli a mensagem maldita de um número desconhecido, a que destruiu tudo o que eu acreditava ser real:

“Prédio do curso de economia, galeria dos fundos. Terceira porta à esquerda. Se quiser saber a verdade sobre a Aninha, dê uma passada por lá na segunda aula.”

Agora eu estava ali, diante do portão de acesso à galeria. A coragem me faltava, mas a dúvida me corroía. Eu precisava saber. Caminhei com as pernas trêmulas, pesadas, como se o chão me puxasse para trás.

Quando me aproximei da porta, ouvi. A voz era dela. Inconfundível.

— Você sabe que eu não resisto... Por que continua fazendo isso comigo? — A voz de Aninha soou quase num sussurro.

— Eu só te chamei. Se tu não resiste, se não consegue ficar longe, que culpa eu tenho? — Respondeu uma voz masculina. Uma voz que eu conhecia, mas não conseguia associar a um nome.

— Quem manda tu ser tão gostoso? Quem mandou ter um pau desse tamanho? — Disse ela, entre risos e desejo. — Quando não estamos juntos, eu até sonho contigo. Sonho com você me rasgando inteira, me preenchendo toda.

— E por que tu ainda continua com o Jorge? — Ele rebateu. — Não é certo o que a gente faz com ele. Às vezes, até me arrependo.

— Esquece o Jorge. — Ela cortou, ríspida. — Tira essa calça logo. Não posso perder mais de uma aula.

E então veio a frase que me tirou o chão:

— Uma diversão inocente de vez em quando não mata ninguém. Mas, Aninha... tu já fez o cara de corno com metade da galera. E isso apenas neste ano. O Jorge já é praticamente recordista mundial.

— E o que você sabe? Isso é intriga das invejosas. Todas querem o Jorge, mas ele me pertence. É meu.

{…}

Voltando um pouco no tempo.

Os sinais sempre estiveram lá. Ana, minha namorada, sempre pareceu perfeita. Linda, educada, carinhosa, companheira... ou talvez só uma excelente atriz.

Eu sou o Jorge. Moreno claro, cabelos e olhos castanhos, alto e até que razoavelmente em forma. Nerd, mas ativo. Sempre gostei de esportes. Futebol, trilhas, canoagem, qualquer coisa ao ar livre.

Venho de uma família de comercial de margarina: pais juntos há trinta anos, duas irmãs mais velhas casadas, carreiras sólidas, maridos e filhos sorridentes. Tudo muito bonito no Instagram.

Na verdade, minha família estava longe daquela imagem perfeita que aparentava. Era tudo fachada, um grande teatro bem ensaiado.

Meus pais ainda moravam juntos, é verdade, mas o amor já tinha deixado a casa há muito tempo. Só se falavam quando o assunto era dinheiro, ou quando um de nós, os filhos, se tornava pauta. De resto, o silêncio dominava o jantar. Um silêncio frio, cheio de pequenas mágoas que ninguém mais se esforçava para esconder.

Minhas irmãs, depois que casaram, praticamente desapareceram. As visitas se resumiam a feriados ou comemorações importantes, e sempre com aquele tom de exibição. Um desfile de boas fotos, filhos comportados e casamentos exemplares. Tudo pronto para ser postado em mais um story com a legenda: “Família, minha base”.

Eu sempre fui o que ficava nos bastidores. O que estudava demais, falava de menos, e tentava manter o equilíbrio enquanto todo mundo fingia que estava tudo bem. Talvez por isso eu tenha me apegado tanto à Ana. Ela me fazia sentir visto, ouvido. Ou, pelo menos, eu achava que fazia.

Meu pai sempre foi um homem de resultados. Frio, calculista, eficiente até o último fio de cabelo. Herdou uma pequena empresa do meu avô e transformou aquilo num império. O tipo de empresário que fala pouco, mas quando abre a boca, o ambiente inteiro silencia.

Como filho único, nunca teve que disputar atenção ou amor. Cresceu sendo o centro de tudo, e isso moldou o homem que ele se tornou, alguém que acredita que sentimento é fraqueza, e que o sucesso, ou seja, dinheiro, é a única forma válida de ser admirado.

A empresa dele cresceu exponencialmente. Investimentos, propriedades, negócios em outros estados… o patrimônio da família multiplicou muitas vezes. Às vezes, até eu me surpreendo com o tamanho da estrutura que ele construiu e com o quanto aquilo, de certa forma, aprisiona todo mundo que carrega o sobrenome.

Talvez por isso eu nunca tenha sentido liberdade de verdade. Tudo na minha vida parecia já traçado, como se houvesse um roteiro que eu só precisava seguir.

E, mais tarde, isso também explicaria por que a Ana nunca largou o osso. Porque, mesmo traindo, ela sabia que ao meu lado havia algo que valia mais do que qualquer paixão passageira: segurança.

Foi o meu pai quem decidiu que eu precisava sair um pouco de casa antes de começar a faculdade. Um “presente de reconhecimento”, como ele chamou. Eu tinha acabado de ser aprovado no curso que ele escolheu, economia, claro. O curso ideal para “dar continuidade aos negócios da família”.

Na verdade, eu nunca quis aquilo. Mas contrariar meu pai era o mesmo que assinar um contrato de guerra. Então, aceitei a viagem como uma pausa antes da prisão definitiva. O destino: o Nordeste. Mais especificamente, Sergipe.

Logo no primeiro dia, enquanto eu tentava entender o mapa de passeios oferecidos na orla, um guia local começou a me abordar com insistência. Educado, simpático demais e claramente me enrolando. Oferecia “pacotes exclusivos” com valores absurdos. Eu, tímido e deslocado, quase aceitei, até ouvir uma voz atrás de mim:

— Moço, não aceita não. Ele cobra o dobro do preço e te leva só até metade dos lugares.

Virei pra ver quem falava. Era ela: Ana.

Morena, olhos vivos, sorriso fácil. Usava um vestido leve, o cabelo preso num coque improvisado, e tinha aquele tipo de presença que encanta qualquer um. Falava com segurança, mas sem arrogância.

O guia ainda tentou argumentar, mas ela foi firme. Disse o nome de alguns locais e valores, e o homem, sem graça, se afastou.

— Desculpa me meter, mas ele faz isso com todo mundo que parece turista perdido. — Ela riu. — Eu tenho família aqui, mas nasci e moro no Sudeste. Vim visitar.

Agradeci, meio sem jeito, e ela completou, com aquele olhar que mistura doçura e malícia:

— Se quiser, posso ser sua guia. Prometo que cobrarei mais barato: só um almoço e uma boa conversa.

Quatro dias. Foi o tempo que ela precisou. Quatro dias me mostrando as praias, os mercados, as igrejas, o pôr do sol visto da colina mais alta da cidade. Dias de risadas, provocações sutis, olhares demorados.

Ana era uma mistura irresistível de inocência e perigo. Sabia o que dizer, como se aproximar, como fazer você acreditar que o mundo inteiro desaparecia quando ela sorria.

Naquela última noite, ela disse que queria escolher o lugar.

— Confia em mim. — Ana falou, com aquele sorriso que sempre vinha acompanhado de algo imprevisível.

Me levou a um restaurante simples, à beira-mar, onde o cheiro de peixe fresco se misturava à brisa salgada e ao som distante das ondas batendo nas pedras. O sol já tinha se despedido no horizonte e Ana parecia brilhar sob a luz artificial da cidade à noite.

Pedimos camarões grelhados e vinho branco, e ela riu do meu jeito contido, dizendo que um brinde merecia ser feito.

— Ao acaso. — Disse, erguendo a taça.

— Ao acaso. — Repeti, mal acreditando na minha sorte.

Conversamos sobre tudo: música, viagens, medos, sonhos. E quanto mais ela falava, mais eu me perdia. Era como se cada frase dela viesse com uma promessa invisível. Algo que magnético, que me atraía para mais perto dela.

Depois do jantar, caminhamos pela orla cheia de vida. As luzes dos postes refletiam no mar e o vento jogava o cabelo dela contra o rosto. Ela ria, tentando prender as mechas atrás da orelha.

Em determinado momento, ela parou de andar. Ficou ali, olhando o mar.

— Sabia que eu adoro esse lugar? — Disse baixinho. — Parece que o tempo desacelera.

Quando se virou para mim, nossos rostos estavam tão próximos que falar já não fazia sentido. O beijo aconteceu sem aviso, suave no começo, depois urgente, como se aqueles quatro dias tivessem sido só o prelúdio para aquele momento.

Quando nos afastamos, ela me olhou como quem sabia exatamente o que fazia.

— Ainda é cedo pra se despedir, não acha?

E com essa frase, ela me pegou pela mão e me levou, rindo, pela calçada iluminada, na direção do hotel onde eu estava hospedado.

Já começamos a nos pegar no elevador mesmo. Cada beijo, cada toque, cada sarrada, mais forte e demorada do que a anterior. Minhas mãos eram atraídas pelos seios redondos e bicudos de Ana. Eu já puxava as alças finas do vestido, apalpando e massageando com delicadeza, até não resistir mais, levando minha boca de encontro, sugando com ansiedade e até um pouco atrapalhado pelo tesão que me enlouquecia.

— Hummmm… que gostoso… eu sou muito sensível aí… — Ela me encorajava a continuar.

Fomos interrompidos pelo toque de parada do elevador, chegando ao andar em que eu estava hospedado. Caminhamos de mãos dadas pelo corredor, e mal entramos no quarto, nossos corpos se colaram novamente.

— Vem, me pega de jeito. Eu estou louca por você. — Ela pediu, partindo para cima de mim com tudo.

Estávamos com pressa, e o sofá foi a nossa primeira parada. Ana se ajoelhou, abrindo rapidamente o zíper da minha calça e abocanhando o pau sem cerimônia.

— Meu Deus, Ana… assim… — Gemi, e minha voz saiu entrecortada, enquanto meus dedos se enterravam nos cabelos dela.

Ela não parava, e o som úmido e obsceno era a única coisa que eu conseguia ouvir além da minha própria respiração ofegante. Cada movimento da sua língua era calculado, perfeito, me levando a picos de prazer imensuráveis. Ela me olhava de baixo, seus olhos escuros brilhando com uma mistura de desafio e devoção que me fazia tremer da cabeça aos pés.

Puxei-a pelos cabelos, com uma gentileza que não condizia com a ferocidade do momento.

— Sobe aqui. Agora. Preciso te tocar.

Ela soltou meu pau com um estalo molhado, um fio de saliva conectando seus lábios à cabeça inchada do pau.

— É só pedir, seu gostoso.

Não perdemos um segundo. Eu a puxei para cima, levantei-me do sofá e a coloquei de pé. Meus lábios encontraram os dela num beijo selvagem, devasso. Minhas mãos agarravam suas nádegas firmes por cima do vestido, puxando-a contra minha ereção.

— Tira isso. — Ordenei, puxando a alça fina do vestido. — Preciso ver você. Toda.

— Tão impaciente… — Ela sorriu um sorriso lento e perverso.

— Você que me deixa assim. Desde a primeira vez que nós nos vimos.

Ela obedeceu, alcançando as costas e puxando o zíper. O vestido escorregou por seu corpo e ela ficou diante de mim apenas de calcinha, que foi tirada em um movimento sensual, lento, quase uma dança. Seios perfeitos, redondos e empinados, com bicos ainda mais pontudos pela excitação. Eu a devorava com os olhos.

— Sua vez. — Ela sussurrou, puxando minha camisa.

Tirei em um movimento rápido, e ela imediatamente colocou as mãos no meu peito, unhas levemente arranhando a pele. Seus dedos desceram até o cinto, abrindo-o com uma prática que me surpreendeu e, em segundos, minha calça e cueca estavam no chão. Estávamos nus, ofegantes, nos encarando com uma fome que não tinha mais freios.

Eu a empurrei suavemente para trás até que suas pernas encontraram a beirada da cama. Ela caiu sobre os cotovelos, e eu fiquei de pé diante dela.

— Abra as pernas para mim. — Pedi, minha voz quase um rosnado baixo.

Ela se deitou completamente e abriu as pernas, expondo-se completamente. A visão era de tirar o fôlego. Os lábios rosados da xoxota inchados de tesão, já brilhando de excitação. Caí de joelhos no chão. Coloquei minhas mãos sob suas coxas, puxando-a para a borda da cama, mais perto da minha boca.

— Você é linda. Toda linda. — Murmurei, e não esperei por uma resposta.

Enterrei meu rosto entre suas pernas. Minha língua encontrou seu clitóris num movimento longo e firme.

— Caralho! Assim… assim mesmo! — Ela gritou. Um som agudo e genuíno.

Eu a prendi contra a cama, meus braços envolvendo suas coxas, impedindo-a de se mexer enquanto eu a devorava. Minha língua girava em círculos rápidos, depois movimentos lineares firmes, sugando suavemente seu núcleo sensível. O gosto era viciante, agridoce, e eu me perdi naquela sensação. Seus quadris tentavam se contorcer, mas eu a mantinha imóvel, controlando completamente o seu prazer.

— Não para… por favor, não para… — Ela suplicava, os dedos se enrolando nos meus cabelos, puxando com força.

Eu não tinha a menor intenção de parar. Senti seu corpo começar a tremer, seus músculos ficarem tensos. Ela estava perto. Para prolongar, desci um pouco, enfiando a língua dentro dela, sentindo suas contrações internas. Gemi contra sua pele, a vibração fazendo ela estremecer violentamente.

— Caralho… — Ela gemeu mais alto — Me fode, por favor, preciso de você dentro de mim!

A súplica desfez qualquer resto de paciência que eu tentava manter. Subi rapidamente, me posicionei entre suas pernas. A cabeça da pica forçando com calma a entrada da xoxota. Encarei seus olhos, que estavam vidrados em mim, cheios de lágrimas de excitação contida.

— Me olha — Eu disse, e ela o fez, sem pestanejar.

E então, eu me enterrei nela. De uma vez. Até o fim.

Nossos gemidos saíram sincronizados. Ela estava incrivelmente quente, apertada, envolvendo-me perfeitamente. Fiquei parado por um momento, apenas sentindo, vendo o rosto dela se contorcer de prazer.

— Como é que você cabe tão perfeitamente em mim? — Ela sussurrou, ofegante.

Comecei a me mover. Lentamente no início, tirando quase completamente para depois empurrar de novo. Cada estocada era um momento de pura conexão. Seus quadris se levantavam para me encontrar, e logo estávamos num ritmo frenético e animal. O som da nossa pele se batendo encheu o quarto.

— Aí! Exatamente aí! Não para! — Mudei o ângulo, e ela gritou mais alto.

Eu a atingia profundamente, cada bombada fazendo o corpo dela se arquear na cama. Meus dedos encontraram seu clitóris novamente, esfregando em círculos suaves no mesmo ritmo das minhas estocadas. Ela começou a gemer de forma incontrolável, um som contínuo e rouco que saía da sua garganta.

— Eu vou gozar… — Ela anunciou, seus olhos fechados de prazer. — Vou gozar com você dentro de mim.

— Goza! — Incentivei, me afundando ainda mais nela, sentindo meu próprio orgasmo chegando rapidamente. — Goza pra mim.

Seu corpo foi tomado por espasmos, seus músculos internos se contraíram em torno de mim. Seu grito era abafado pelos meus beijos, e eu a observei perder o controle, cada tremor, cada espasmo.

A visão me levou ao limite. Comecei a estocar com uma fúria cega.

— Goza comigo. — Ela gemeu, puxando meu rosto para o dela. — Dentro de mim.

Seu pedido foi o limite. Enterrei-me nela uma última vez, com força, e explodi. Ondas de prazer tão intensas que minha visão escureceu. Jorrei dentro dela, meu corpo tremendo incontrolavelmente.

— Puta que pariu, mulher. Ahhhhhh…

Fiquei sobre ela, ofegante, meu suor misturando-se ao dela. Aos poucos, meu peso desabou sobre ela, e ela me envolveu com os braços e pernas, nos mantendo unidos.

Ficamos ali por um tempo que pareceu uma eternidade, apenas respirando. O ar no quarto estava pesado, quente, cheio do nosso cheiro. Eu ainda estava dentro dela, pulsando suavemente, relutante em me separar daquele calor.

Ela moveu os quadris, um pequeno, quase imperceptível, movimento circular.

—Ei … — Eu disse, levantando a cabeça para olhá-la. — Eu ainda não te dei o controle. Essa noite, você me pertence.

Antes que eu pudesse agir, ela se moveu com uma força que me surpreendeu. Seus braços me empurraram para trás. Eu caí de costas no colchão. Ela já estava sobre mim, seus cabelos escuros formando uma cortina em torno dos nossos rostos, seus seios, irresistíveis, balançando perto da minha boca.

— Minha vez de controlar. — Ela ordenou, num comando suave, mas cheio de intenção.

Suas mãos encontraram meus pulsos e ela os prendeu contra o colchão, acima da minha cabeça. A força dela era intoxicante. Eu poderia ter lutado, virado a mesa, mas a chama nos seus olhos escuros me disse para ficar exatamente onde estava.

— É isso que você quer? — Perguntei, minha voz mais rouca de ansiedade. — Ditar o ritmo?

— É o que eu preciso. — Ela respondeu, e então sua boca encontrou a minha num beijo que não era mais sobre doçura. Era sobre posse.

Sua língua invadiu minha boca com uma confiança que me fez ficar entregue. Ela soltou meus pulsos, suas mãos deslizando pelo meu peito, unhas arranhando levemente a pele, até meus quadris.

Ela se ajeitou, os joelhos firmes de cada lado do meu torso, montada sobre mim. Nossos líquidos misturados, ainda quente, escorrendo dela e sendo esfregados contra o meu abdômen. Meu pau, que já estava ficando duro novamente, pulsou contra a sua nádega.

— Você já está pronto para mim de novo… — Ela provocou. Surpresa e satisfação misturadas em sua voz.

— Você me faz ficar assim. — Respondi, mordendo levemente seu lábio inferior.

Ela se inclinou para frente, apoiando as mãos no meu peito, e se moveu para trás, pegando na pica e posicionando a cabeça do meu pau na entrada da buceta. A sensação de estar ali, tão perto, mas não dentro, era uma tortura deliciosa.

Ela me olhou nos olhos, segurando meu olhar, e então, devagar, agonizantemente devagar, começou a descer.

— Porra, muiher… Como isso é bom. — O pensamento saiu dos meus lábios sem que eu pudesse contê-lo.

Ela estava tão quente, tão incrivelmente apertada ainda, envolvendo-me centímetro por centímetro. Ela fechou os olhos, a cabeça recuando um pouco, sua boca entreaberta. Eu podia ver a concentração no seu rosto, o prazer misturado com a satisfação de ditar o ritmo.

— Ana… — Tentei falar, minhas mãos segurando seus quadris, querendo controle.

Ela as afastou com um gesto firme.

— Não! Eu disse que é a minha vez. Suas mãos ficam aí. — Ela ordenou, colocando minhas mãos em seus seios.

Eu obedeci, e finalmente, ela desceu completamente, sentando-se até o fim, até nossos corpos se encontrarem por completo.

— Caralho… — Ela suspirou, os olhos ainda fechados. — É tão bom… me preenche tão bem…

Ela ficou parada por um longo momento, apenas nós dois respirando, eu dentro dela, ela me envolvendo perfeitamente. Eu podia sentir cada pequena contração interna, cada pulsar. Então, ela abriu os olhos e começou a se mover. Um balanço suave dos quadris, um círculo sensual que fez eu fechar os olhos e morder meu lábio. A sensação era avassaladora.

— Olha pra mim. — Ela ordenou. — Não é assim que você gosta?

Ela aumentou o ritmo. Seus quadris subindo e descendo mais rápido e mais forte, um movimento deliberado e poderoso. E ela sabia exatamente o que estava fazendo. Cada descida era precisa, cada contração seguida de mais empenho.

— Isso… assim mesmo… — Ela gemia, incapaz de se conter.

Seus seios balançavam na minha frente, convidativos. Eu levantei a cabeça e capturei um mamilo endurecido com a boca, chupando e mordiscando.

—Sim! isso… que tesão… Ahhhh… — Ela ofegou, seu movimento vacilando por um segundo.

Eu continuei, alternando entre os dois, minha língua em círculos rápidos enquanto ela me cavalgava. O som da nossa pele se encontrando encheu o quarto novamente, um ritmo mais lento e controlado do que antes, mas não menos intenso. Mais profundo e incontrolável.

Seu ritmo começou a ficar mais desesperado. Ela estava me usando, buscando seu próprio prazer, e a visão era a coisa mais eroticamente poderosa que eu já tinha visto. Seu rosto estava corado, seus lábios inchados, uma fina camada de suor cobrindo a sua pele. Ela era puro fogo, e eu estava sendo consumido por ele.

— Mais rápido… — ela pediu, não como uma pergunta, mas como um desejo, esquecendo que estava no controle.

Comecei a movimentar o quadril, sincronizando com suas sentadas.

— Faz do seu jeito. Me usa. — Ela entregou os pontos.

Ela colocou as mãos no meu peito para se apoiar e começou a cavalgar com mais intensidade. Para cima, para baixo, movimentos rápidos e implacáveis. Eu estocava num ângulo direto, e a cada descida que ela dava, um choque de prazer percorria minha espinha.

— Tá vindo… — ela gritou. — De novo… vem comigo. — Ela gemeu manhosa, pedindo.

— Sim! Porra Ana, sim! — Eu gritei, meus quadris instintivamente se erguendo para encontrá-la.

Nossos corpos colidiram com uma força nova. Eu não aguentava mais. Minhas mãos voaram para sua cintura, não para controlar, mas para me ancorar, para sentir cada centímetro do seu movimento. Ela não reclamou. Seus dedos se enterraram no meu peito, suas unhas deixando marcas.

Eu senti os músculos dela começarem a apertar, um aperto familiar e inconfundível.

— Eu vou… eu vou gozar… — Ela gemeu, seu ritmo começando a falhar, ficando irregular.

— Goza pra mim. — Eu incentivei, minhas mãos apertando seus quadris. — Goza comigo.

Seu corpo travou. Seu rosto se contraiu numa máscara de puro êxtase, e um grito rouco e gutural escapou da sua garganta.

— Ahhhhhhhh… Ahhhhhhh…

Sua buceta se contraiu em volta de mim, uma série de espasmos intensos e rápidos que me sugaram, que me tiraram toda a racionalidade.

— Caralho, mulher… você é demais…

Com um rugido, eu jorrei dentro dela novamente, meu próprio orgasmo nascendo do prazer que ela me transmitia. Meu corpo arqueou debaixo dela, e eu a puxei contra mim, enterrando meu rosto em seu pescoço suado, enquanto as ondas de prazer nos consumiam.

Ela desabou em cima de mim, ofegante, completamente esgotada. Eu ainda estava dentro dela, pulsando suavemente. O silêncio do quarto era quebrado apenas pelo nosso respirar ofegante.

Aos poucos, com o relaxamento pós-gozo, o pau foi sendo expulso da xoxota, e Ana ainda parecia em transe.

Depois de um longo momento, ela sussurrou contra meu pescoço, sua voz fraca e satisfeita.

— Agora… agora você pode assumir o controle de novo. A noite está apenas começando.

Aquela era minha última noite em Sergipe. Conversamos, bebemos, fodemos novamente… Não fizemos juras e promessas. Não sabíamos nada um do outro, a não ser, o desejo que sentíamos. Para mim, aquilo era apenas uma paixão de verão, assim como nos filmes. Para que complicar?

No quinto dia, quando eu precisei embarcar de volta, acordei e ela já tinha ido embora. Apenas um bilhete foi deixado como lembrança:

“Obrigada por tudo. Vou guardar esses dias com carinho na minha memória e no meu coração. O destino irá dizer se isso foi apenas um encontro de sorte…”

Voltei para casa energizado, apaixonado, porque não, mas ciente de que amor e paixão são coisas muito diferentes. Minha vida de universitário começaria em poucos meses e eu tinha muita coisa para colocar em ordem.

Por algum tempo, Ana foi só uma lembrança boa, um eco doce que aparecia de vez em quando entre as obrigações e o peso das expectativas da minha nova rotina. Às vezes, eu me pegava revendo as fotos da viagem, lembrando dela, da leveza com que falava da vida. Era uma lembrança segura, distante. Algo que eu podia revisitar sem me ferir.

Mas o destino — ou o que eu achava que era destino — tinha outros planos.

Primeiro dia de aula na universidade. O campus estava lotado, um mar de rostos desconhecidos e vozes animadas. Eu caminhava distraído, tentando encontrar minha sala, quando senti um impacto leve nas costas.

— Ai! Desculpa! — Uma voz feminina exclamou, apressada.

Quando me virei, o tempo pareceu parar. Era ela, Ana. Segurando alguns panfletos do centro acadêmico, ela ria nervosa, até um pouco constrangida.

— Eu devia olhar pra frente, né? — Disse, ajeitando o cabelo e tentando disfarçar o sorriso.

Fiquei sem reação por alguns segundos. Era impossível que fosse coincidência. E ainda assim, ela fez parecer totalmente natural.

— Aninha? — Perguntei, ainda sem acreditar no que via.

Ela arregalou os olhos, surpresa.

— Jorge? Não acredito! Que coincidência absurda!

— Pois é... — consegui dizer, meio rindo, meio confuso. — Eu jurava que nunca mais ia te ver.

— Ah, mas o mundo é pequeno, né? — Ela respondeu, ajeitando o cabelo.

— Também é caloura? Qual curso?

— Entrei agora em Administração — Ela disse, mostrando o crachá provisório pendurado no pescoço. — Tava morrendo de medo de me perder nesse campus enorme. E olha só... acabei tropeçando justamente em você.

Ela riu, com aquele riso leve que desarma minhas defesas.

— Coincidência demais, né? — Falei, meio brincando, meio sério.

— Ou destino. — Ela respondeu, com um olhar rápido, cheio de segundas intenções. — Mas não vamos filosofar logo cedo. Me paga um café?

— Agora?

— Claro. A gente precisa colocar as conversas em dia. Tenho certeza de que tem muita história boa sua que eu perdi.

Não sei se foi o jeito como ela falou ou o modo como segurou meu braço, mas naquele instante toda e qualquer dúvida se dissolveu. E, mais uma vez, eu me vi caminhando ao lado dela, como se nada, absolutamente nada, pudesse dar errado.

O café virou almoço, e o almoço virou um passeio pelo campus. Entre uma conversa e outra, parecia que o tempo não tinha passado. Ana falava das lembranças da viagem com uma leveza feliz, lembrando detalhes que eu nem sabia que tinha guardado.

— Ainda se lembra da colina ao pôr do sol? — Perguntou, mexendo distraída na colher. — Aquele vento frio, o vinho barato... e você tentando parecer sério enquanto olhava para o mar.

Sorri, visualizando claramente aquela imagem na memória.

— E você rindo de mim, dizendo que eu era o turista mais perdido do Sergipe.

Ela deu de ombros, sorrindo de forma sedutora.

— É que você tinha aquele jeito certinho demais. Dava vontade de bagunçar um pouco a sua vida.

A provocação veio suave, mas certeira. Eu não conseguia mais desviar o olhar.

— Talvez eu ainda precise de um pouco dessa bagunça. — Respondi, devolvendo a provocação.

Ela ficou em silêncio por um instante, me observando. A expressão dela mudou, e o riso deu lugar a algo mais sereno, quase terno.

— Você continua o mesmo, Jorge. — A voz dela saiu baixa. — Gentil, cuidadoso… e com esse olhar que tenta esconder o que sente.

— E você continua impossível. — Retruquei, com um meio sorriso. — Ainda sabe exatamente o que dizer pra me deixar sem resposta.

Ana apoiou o queixo na mão e me olhou fixamente.

— Talvez porque eu ainda lembre o que te faz perder o chão.

O silêncio que veio depois disse mais do que qualquer palavra. Havia um convite disfarçado de nostalgia. Eu sabia disso. E, mesmo assim, aceitei.

Nos dias seguintes, ela passou a me esperar depois das aulas. Caminhávamos juntos até o estacionamento, trocando risadas, confidências e olhares que já não fingiam inocência.

Era diferente de antes, mais maduro, mais calmo, sem urgência, natural, como se tivéssemos todo o tempo do mundo, mas ainda com aquela centelha de algo perigoso.

E, aos poucos, percebi que, apesar de todas as dúvidas que deveria ter, eu só queria uma coisa: reviver o que nunca deixei de sentir saudade.

Eu estava prestes a embarcar numa jornada de muito amor e parceria, mas que logo se transformaria em decepção e sofrimento.

Continua…

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Comentários

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Olá meu amigo, que legal poder ler uma história nova.

As suas são sempre uma surpresa deliciosa.

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Bom regresso. Venha o próximo capítulo, se está sendo feito trouxa está na hora de revidar

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muito bom saudades de teus contos

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Maravilha ter você de volta e com a corda toda, 3 estrelas de cara.

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Como assim ???

Rsrsrsrs

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Estava com saudade de interagir por aqui. Fui buscar um no arquivo. Esse é curto, só quatro partes.

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