Aquele dia na casa da Bia tinha sido uma tortura, com a cabeça girando em torno dela. Raquel. A mãe da minha melhor amiga. O jeito que o vestido vermelho abraçava as curvas dela, o perfume de jasmim e âmbar que parecia me engolir, aquele sorriso que, sem querer, me fazia querer tudo que não podia.
Eu sabia que era errado, caralho, ela era casada, mãe da Bia, e nem sonhava com o que tava fazendo comigo. Mas o tesão era mais forte que a culpa, e indo pra casa da Bia pra continuar o trabalho da facul, meu corpo tava elétrico, a ansiedade me comendo viva. Cada passo na rua quente, com a maresia grudando na pele, era uma contagem regressiva pra ver Raquel de novo.
Cheguei na casa da Bia com o coração na boca, a blusinha leve colando no corpo por causa do calor, o jeans marcando as coxas, o cabelo castanho ondulado meio bagunçado. O cheiro do meu perfume de coco misturava com o suor, e eu tentava me concentrar, mas era impossível.
Bia abriu a porta, linda como sempre, com uma regata solta que mostrava o sutiã de renda por baixo e uma saia curta que deixava as pernas à mostra. O perfume de bergamota dela me hitou de novo, fresco e provocante, mas, porra, não era ela que tava bagunçando minha cabeça. “Tá pronta pra arrasar no trabalho, Lu?” ela perguntou, com aquele sorriso que normalmente me desmontava. Eu forcei um “Tô, claro”, mas minha cabeça tava em outro lugar.
No quarto dela, a gente espalhou os papéis na escrivaninha, tentando bolar a campanha publicitária. Bia falava animada, apontando ideias, o cabelo loiro caindo no rosto, os olhos verdes brilhando. Ela roçava o braço no meu sem querer, e o toque me dava arrepios, mas eu não conseguia focar.
Minha mente tava no momento que Raquel entrou, na pele morena clara brilhando, no vestido marcando a bunda, no cheiro de jasmim que parecia me chamar. “Luana, tu tá ouvindo?” Bia cutucou, rindo, mas com um leve franzir de testa. “Tá, tá, desculpa,” murmurei, sentindo o rosto queimar. Mas não tava nada. Eu tava imaginando Raquel tirando aquele vestido, a pele quente, os lábios carnudos se abrindo num gemido que eu nunca ia ouvir. Caralho, eu tava perdida.
O som de chaves na porta me tirou do transe. Meu coração disparou, a minha florzinha pulsando só de pensar que era ela. “Meninas, cheguei!” A voz de Raquel, grave e doce, ecoou pela casa, e eu senti um frio na barriga. Bia levantou, animada. “Vem, mãe, vê o que a gente tá fazendo!” Eu me levantei também, as pernas moles, tentando parecer normal.
Raquel entrou no quarto, e o mundo parou. Ela usava uma blusa preta decotada, justa o suficiente pra marcar os seios, e uma saia lápis que abraçava as coxas. O cabelo preto cacheado tava solto, balançando enquanto ela se movia, e o perfume de jasmim encheu o ar, misturado com um toque leve de suor, como se ela tivesse passado o dia na loja dela, lidando com clientes.
A pele morena clara brilhava sob a luz do quarto, e os olhos castanhos, com cílios longos, passaram por mim com uma naturalidade que me matava. “Tá ficando bonito, meninas,” ela disse, olhando nossos esboços, a voz aveludada me envolvendo como um abraço quente. Ela se aproximou da escrivaninha, o quadril roçando de leve na cadeira onde eu tava, e eu juro que senti o calor do corpo dela, mesmo estando a centímetros de distância.
“Luana, tu tá gostando do curso?” ela perguntou, virando pra mim, o sorriso simples, sem nem imaginar o que tava fazendo. O cheiro de jasmim era tão forte que eu quase podia sentir o gosto, e a visão do decote dela, com a pele brilhando, me fez engolir em seco.
“Tô... gostando muito,” gaguejei, a voz fraca, os olhos descendo rápido pros lábios dela, carnudos, com um gloss que refletia a luz. Ela riu, um som que parecia mel, e disse: “Que bom, fico feliz. Qualquer coisa, é só pedir ajuda, tá?” O jeito que ela falou, tão gentil, tão natural, só piorava tudo. Eu queria me jogar nos braços dela, sentir aquela pele, provar aquele gloss. Mas ela era a mãe da Bia. Casada. Fora do meu alcance. E isso só fazia o tesão crescer.
Ela ficou só mais um minuto, falando algo sobre o jantar, antes de sair pro quarto dela. O perfume ficou no ar, misturado com o cheiro de bergamota da Bia, e eu tava zonza, tentando fingir que tava prestando atenção no trabalho.
Bia me olhou, desconfiada, enquanto guardava os papéis. “Lu, tu tá bem? Tava viajando o tempo todo,” ela disse, na porta, me abraçando pra se despedir. O corpo dela, quente, pressionou contra o meu, e o perfume cítrico me envolveu, mas não era o suficiente pra tirar Raquel da minha cabeça. “Tô de boa, só cansada,” menti, forçando um sorriso, sentindo a calcinha úmida roçando na pele, uma prova do quanto eu tava ferrada.
No caminho pro meu quartinho, a maresia de Floripa pesava no ar, o calor grudando na minha pele. Quando cheguei, joguei a bolsa na escrivaninha, o ventilador rangendo como sempre, o cheiro de coco e umidade me envolvendo.
Tirei o jeans, a calcinha preta tava encharcada, molhada pra cacete, e eu sabia por quê. O dia inteiro pensando em Raquel, na pele brilhando, no perfume de jasmim, no jeito que ela se movia sem nem tentar ser sexy.
Sentei na cama, os lençóis amassados contra as coxas, e minha mão desceu quase sem querer. Fechei os olhos, imaginando ela. O vestido caindo, os seios livres, a boca dela sussurrando meu nome, mesmo que nunca fosse acontecer.
Meus dedos deslizaram, molhados, o tesão me consumindo, e eu gozei rápido, gemendo baixo, o nome dela preso na garganta. “Raquel...” Caralho, eu tava tão ferrada.
Deitei, o coração disparado, a culpa me esmagando. Mas o desejo era mais forte. E amanhã eu ia voltar praquela casa. Pra perto dela. E agora?