Olha, eu nunca imaginei que ia me meter numa roubada dessas, mas aqui estou, com o coração na mão, pronta pra contar como me apaixonei pela mãe da minha melhor amiga. É foda, sabe? Tipo, o tipo de coisa que te faz sentir viva e errada ao mesmo tempo, com o tesão queimando e a culpa esmagando.
Ela é casada, mais velha, e, porra, é a mãe da Bia. Mas deixa eu te levar pro começo, pro momento em que minha vida virou de cabeça pra baixo, quando troquei a poeira de São Lourenço pelo calor pegajoso de Florianópolis.
Eu sou Luana, 18 anos, morena, cabelo castanho ondulado caindo nos ombros, olhos que guardam mais segredos do que eu gostaria. Cresci numa cidadezinha no interior de Santa Catarina, onde o maior evento era a feira de sábado, com cheiro de pastel frito e o som das minhas primas rindo alto, me zoando por ser a "certinha" que sonhava com a universidade.
Lá, cercada delas, com suas curvas brilhando no calor, os sorrisos que me pegavam desprevenida, eu percebi que gostava de mulher. Nunca toquei nenhuma, nunca confessei, mas o tesão tava ali, latejando, me fazendo sentir suja por fantasiar com quem não devia. Minha pele bronzeada, o jeans justo marcando as coxas, a blusinha leve mostrando um pedaço da barriga – eu tentava não chamar atenção, mas o desejo sempre escapava pelos meus olhos.
Depois de passar no vestibular, chegar em Floripa foi como pular num mar desconhecido, mas também era meu sonho. Meus pais, com muito sacrifício, pagam um quartinho alugado perto da universidade. E um canto apertado, com uma cama de solteiro, lençóis meio amassados, uma escrivaninha e um ventilador que rangia mais que ajudava.
O cheiro de umidade misturava com meu perfume de coco, e o calor úmido da cidade grudava na pele, me deixando inquieta. Eu tava sozinha, tentando não decepcionar ninguém, mas já sentindo aquele vazio que só o desejo explica.
O primeiro dia na universidade foi um choque. O campus era vivo, com gramados verdes, pôsteres coloridos nas salas e um sol que fazia minha blusa colar no corpo. O trote de Design Gráfico foi tranquilo, uma gincana leve no pátio, com música alta e tinta colorida voando. A gente tinha que fazer um cartaz em grupo, e foi aí que ela entrou na minha vida.
Beatriz. Bia. Loira, com o cabelo liso brilhando como se fosse de propaganda, olhos verdes que pareciam me desafiar, e uma saia curta que mostrava as pernas definidas. O perfume dela, um toque fresco de bergamota, me pegou enquanto a gente se atrapalhava com as tintas, rindo e sujando as mãos. “Cuidado, Luana, tu tá mais pintada que o cartaz,” ela disse, o braço roçando no meu, a voz com um tom que fez minha pele arrepiar. Caralho, que mulher.
A gente se deu bem na hora. Bia é extrovertida, confiante, com um jeito de flertar sem querer ou será que queria? A pele clara com sardas discretas, o jeito que mordia o lábio quando pensava, o cheiro cítrico que parecia dançar ao redor dela... eu tentava não olhar demais, mas, porra, era difícil.
As semanas passaram voando, com a gente almoçando no bandejão, rindo das aulas, trocando ideias sobre os trabalhos. O tesão tava ali, misturado com a culpa que eu já conhecia de São Lourenço, de querer o que não devia. Mas eu segurava, focada em não me perder.
Aí veio o primeiro trabalho grande da facul: uma campanha publicitária fictícia. Bia nem pensou duas vezes. “Bora fazer juntas?” disse, com aquele sorriso que me desarmava. Eu concordei, a boca seca, imaginando horas ao lado dela, o perfume de bergamota me envolvendo. “Vem na minha casa” ela sugeriu, e eu topei.
A casa dela era num bairro calmo, com quintal verdinho e o cheiro de maresia entrando pelas janelas. Não era luxo, mas era aconchegante: sofás de couro na sala, uma cozinha cheirosa com bolo recém-assado, luzes quentes que davam um clima íntimo.
Bia me levou pro quarto dela, cheio de pôsteres e luzes de LED piscando em roxo. A gente espalhou os papéis na escrivaninha, rindo, bolando ideias, mas eu tava meio fora de órbita, distraída com o jeito que ela jogava o cabelo, o toque acidental da perna dela na minha.
Então, ouvi o som de chaves tilintando. “Bia, cheguei!” Uma voz grave, mas doce, cortou o ar. Meu estômago revirou. Bia sorriu. “É minha mãe. Vem, te apresento.”
Eu não tava pronta. Raquel entrou na sala como se o mundo parasse pra ela. O vestido vermelho-escuro abraçava cada curva, a pele morena clara brilhando sob a luz, o cabelo preto cacheado caindo solto. O perfume de jasmim e âmbar me acertou em cheio, como uma onda quente. Ela tem 39 anos, mas exsudava uma energia que misturava experiência e magnetismo.
Os olhos castanhos, com cílios longos, me encararam por um segundo, e eu senti um arrepio descer pela espinha. “Então tu é a Luana? Bia fala muito de você,” disse, com um sorriso quente, sem nem imaginar o que tava fazendo comigo. Porra, ela era uma gostosa. Igual a filha, mas com um peso a mais, uma maturidade que me deixou sem ar.
“Prazer, Dona Raquel,” murmurei, a voz falhando. Ela riu, um som que parecia mel, e se aproximou, o perfume envolvendo tudo. “Nada de dona, tá? Só Raquel. Fica à vontade.” O jeito que ela falou, com aquela voz aveludada, parecia um convite, mesmo que não fosse. Meu coração tava disparado, a buceta pulsando só de olhar pra ela. Ela era casada, mãe da minha amiga, e eu tava ali, sentindo coisas que não podia. Que merda.
Voltamos pro quarto de Bia, mas eu não conseguia me concentrar. O cheiro de jasmim de Raquel tava grudado na minha cabeça, misturado com o calor do dia e o tesão que eu tentava ignorar. Bia falava sobre o trabalho, rindo, roçando a perna na minha sem querer enquanto apontava algo no caderno. E eu só pensava na mãe dela, na pele brilhando, no vestido marcando a bunda, no sorriso que parecia me puxar pra um abismo. Errado, tão errado, mas tão foda.
Quando saí da casa, o céu tava escurecendo, a maresia de Floripa pesando no ar. Bia me abraçou na porta, o corpo quente contra o meu, o perfume de bergamota me deixando tonta. “Amanhã a gente continua, tá? Minha mãe curtiu você,” ela piscou, e eu senti um frio na barriga.
No caminho pro meu quartinho, com o ventilador rangendo e o cheiro de coco me envolvendo, eu sabia que tava ferrada. Queria Bia, mas, caralho, queria Raquel mais ainda. E isso era um problema. Um problema grande pra caralho.