A mesa de dominó tava armada na garagem, encostada no portão de grade que dava direto pra rua poeirenta. Ventilador de chão cuspindo vento morno no canto, as cadeiras plásticas rangendo com o peso dos corpos suados. Sexta-feira à noite, cerveja no isopor, cigarro barato queimando lento nos dedos. A turma de sempre: Zé Carlos, Naldo, Val e Chicó. Compadres de riso fácil e fala suja, os mesmos com quem Breno batia ficha toda semana.
Jana passava entre eles com uma cerveja na mão e um vestido colado no corpo. Tecido leve, florido, colado demais pra ser só pelo calor. Não usava calcinha. Breno sabia. Tinha visto quando ela se agachou pra pegar a garrafa no congelador e a bunda redonda apareceu nua por baixo do pano. Não disse nada. Nem pra ela, nem pros amigos.
Ficou só olhando. E sentindo o pau endurecer dentro da bermuda, sem aviso.
Naldo foi o primeiro a deixar cair uma ficha no chão. Fez barulho seco, entre as pernas. Jana, solícita, se abaixou pra pegar. De costas. Devagar. O vestido subiu até quase o meio da bunda. A luz da rua desenhava a curva nua por baixo. As coxas dela brilhavam de suor.
Zé Carlos limpou a garganta. Chicó mordeu o beiço. Breno viu tudo. E não disse nada.
Mais tarde, Jana trouxe copos limpos. Derramou sem querer a cerveja na frente da blusa. A espuma molhou o peito. A camiseta grudou no mamilo escuro.
— Oxi... — ela riu, apertando o pano — Escapuliu.
Chicó comentou baixinho, achando que só Naldo ia ouvir:
— Essa mulher tá pedindo, hein…
Breno ouviu. Não respondeu. Nem olhou. Só guardou aquilo como uma punhalada boa. Aquelas palavras entraram como se fossem dedos na mente.
No dia seguinte, sábado abafado, Breno se pegou de pau duro no banheiro do terminal. Pensava em Jana com cada um deles. Naldo por trás, Val segurando os cabelos, Zé Carlos metendo devagar. Chicó lambendo tudo. A punheta foi rápida, suja. O gozo caiu no ralo como vergonha. Mas ele não se arrependia. Só queria mais.
Na segunda, Jana voltou do trabalho com um olhar estranho. Disse que o homem da farmácia tinha voltado. O mesmo que elogiara a boca dela.
— Ele falou de novo. “Esse sorriso ainda me mata, moça...”
— E tu disse o quê?
— Eu cheguei perto. Falei bem baixinho: cuidado, tem coisa que mata mesmo... de vontade.
Breno arregalou os olhos. A pica endureceu no mesmo instante.
— E ele?
— Ficou todo atrapalhado. Disse que era brincadeira. Que era casado.
Ela riu. Mas por dentro, tremia. O gesto não era sobre o homem. Era sobre ela mesma. Sobre se saber capaz de atiçar. De provocar. De querer.
Naquela noite, ela surgiu no quarto só de camisa, sem nada por baixo. Sentou em cima dele, rebolando devagar. Breno segurou sua cintura com força.
— Diz pra mim — sussurrou no ouvido dela. — Quem tu queria hoje?
Ela não respondeu. A pica já tava dentro, quente, pulsando. Os quadris dela batiam com mais força. O mel escorria.
— Fala os nomes. Só os nomes.
Ela mordeu o lábio. Depois gemeu.
— Zé... Naldo... Val... Chicó... um de cada vez...
Aquela frase foi um raio. Ele gozou dentro dela com um grito preso. Ela tremeu por cima, com o rosto suado encostado no pescoço dele.
— A gente já sabe o que quer — disse ela, depois de minutos. — Só falta acontecer.
Na manhã seguinte, Jana estendia roupa no quintal. Camiseta larga, sem sutiã. A pele ainda brilhando do gozo da noite. Chicó passava na calçada. Voltando da padaria. Eles se olharam. Ela não disfarçou. Sorriu.
E Chicó sorriu de volta.
Lá dentro, da janela, Breno viu tudo. Fechou a cortina devagar. A pica já inchando por dentro da cueca.
O jogo de dominó ainda nem tinha começado.
Mas a ceia já tava sendo servida.