Entre câmeras e desejos

Um conto erótico de Regard
Categoria: Gay
Contém 6086 palavras
Data: 09/07/2025 19:47:40

A luz do anel de LED era uma auréola profana. Fria, branca e implacável, ela apagava as sombras do apartamento caro e transformava a pele de Maycon numa tela perfeita. Cada poro, cada músculo contraído, cada veia que serpenteava sob a derme era capturado com uma clareza pornográfica. O ar-condicionado zumbia baixo, mantendo o ambiente numa temperatura quase clínica, mas uma fina camada de suor já brilhava em seu peitoral, no vão entre os músculos definidos que ele trabalhava com obsessão quase religiosa.

Maycon era uma obra de arte ambulante, esculpida em academias de luxo e nutrida por uma dieta que custava mais que o aluguel de muita gente. Branco, 28 anos, com o tipo de corpo que fazia roupas de marca parecerem moldadas para ele e apenas para ele. A barba, desenhada a navalha, emoldurava uma boca que parecia sempre prestes a soltar um insulto ou um convite fodido. O cabelo, num degradê impecável, era a coroa de um príncipe da zona sul forjado no hedonismo. E a bunda... a porra daquela bunda era um capítulo à parte. Alta, redonda, pesada de tanto agachamento livre. Uma provocação anatômica que esticava o tecido de qualquer cueca ou jeans.

Para o mundo, Maycon era um enigma gostoso. O cara que brotava nos rolês mais exclusivos, sempre de tênis novo, com um relógio que valia um carro popular, mas cujo trabalho ninguém nunca soube qual era. Filho de papai? Herdeiro? Traficante gourmet? As teorias eram muitas, e ele se deliciava com cada uma delas. A verdade, no entanto, era mais suja, mais íntima e infinitamente mais excitante.

A verdade estava ali, no quarto de hóspedes transformado em estúdio. Uma câmera profissional montada num tripé, o laptop aberto numa plataforma de transmissão privada, e ele, Maycon, nu da cintura para baixo, sentado na beirada de uma cadeira de couro preta. Apenas uma regata branca e justa cobria seu torso, um acessório para ser arrancado depois.

O contador de espectadores na tela subia rápido. Homens de todos os cantos do mundo pagavam caro para vê-lo. Para adorá-lo. E ele lhes dava exatamente o que queriam.

Inclinou-se para a frente, ajustando o enquadramento. A câmera focou em seu colo. Seu pau, já semi-duro, repousava pesado sobre as bolas cheias. Depilado, grosso, com uma cabeça que se destacava, quase púrpura na luz branca. Ele o ajeitou com os dedos, rolando a pele para trás lentamente, expondo a coroa úmida. O chat explodiu em emojis de fogo e frases curtas, desesperadas.

“Mostra mais, porra.”

“Deixa eu ver essa rola dura.”

“Empina essa bunda pra gente, delícia.”

Maycon sorriu. Um sorriso de canto de boca, cínico e presunçoso. Ele não lia o chat. Não precisava. Sabia o que eles queriam. Eram todos iguais. Carentes, desesperados por um vislumbre de um corpo que nunca poderiam tocar. Mas ele não estava ali por eles. Não de verdade.

Ele fechou os olhos por um segundo, e o rosto que veio à sua mente não era de nenhum cliente anônimo. Era o de Saulo.

Saulo. Moreno claro, quase dourado. O mesmo tipo de corpo que o seu, mas com uma energia diferente. Mais bruta, menos polida. A barba de Saulo era mais cheia, as mãos mais ásperas, o olhar mais direto. E hétero. Convicto, declarado, inabalável. O melhor amigo. A porra do seu melhor amigo.

O pensamento foi o suficiente. O sangue correu para baixo com violência, e seu pau latejou, inchando até atingir sua plenitude. Duro como pedra, apontando para a câmera como uma arma. Maycon arfou, a excitação era real, visceral. Era sempre assim. Ele performava para milhares, mas em sua mente, a plateia era uma só. Ele imaginava Saulo do outro lado da tela. Talvez num momento de fraqueza, de curiosidade, com a porta do quarto trancada. Imaginava os olhos de Saulo percorrendo seu corpo, a confusão se misturando ao desejo. Imaginava a respiração dele ficando mais pesada ao ver sua rola endurecer daquele jeito.

Com essa imagem queimando em sua cabeça, Maycon começou o show. Levantou-se devagar, virando-se de costas para a câmera. Ele sabia o que eles queriam ver. Flexionou as pernas, empinando a bunda redonda e farta. A luz do LED esculpia cada detalhe: a curva que dividia as duas bandas, o músculo contraído, a pele lisa. Ele passou a mão por ali, devagar, sentindo o próprio calor, o poder que aquele gesto tinha sobre os homens que o assistiam.

Imaginou a mão de Saulo ali. A mão grande, forte, que ele via gesticulando enquanto falavam sobre futebol ou problemas. Imaginou aqueles dedos se enterrando em sua carne, apertando com força, com a urgência de um desejo que não podia ser nomeado. Um gemido baixo escapou de seus lábios. Não era para o chat. Era para a fantasia. Era para Saulo.

Ele se virou de frente novamente, o pau pulsando, uma gota de pré-gozo brilhando na ponta. Ele se aproximou da lente, quase a tocando com o quadril. A câmera agora era o rosto de Saulo. O olhar dele. Maycon segurou a base do próprio pau e começou a se masturbar. Lento, torturante. Cada movimento era calculado. O som da sua pele deslizando contra si mesma era o único ruído além do zumbido do ar-condicionado. Seus músculos abdominais se contraíram, a respiração ficou ofegante. Ele não estava apenas se exibindo; estava fazendo uma oferenda. Estava dizendo, sem palavras, “Olha o que você faz comigo. Olha o seu efeito, porra.”

O tesão era tão intenso que se tornava quase uma dor. Um prazer sujo, solitário e desesperado. O tesão de se exibir, de ser desejado, misturado à agonia de querer a única pessoa que, supostamente, nunca o desejaria. Ele gozou com um grito rouco, o corpo tremendo, o sêmen quente e grosso espirrando em seu próprio abdômen, escorrendo pela pele suada. Por um instante, na névoa do orgasmo, ele se permitiu fantasiar que era Saulo quem o tinha levado àquele ponto.

Quando a live terminou e o último espectador se desconectou, o silêncio do apartamento pareceu esmagador. O cheiro de sexo e suor pairava no ar. Maycon se limpou com uma toalha, o êxtase dando lugar a um vazio familiar. Ele olhou para o saldo que entraria em sua conta. Era uma quantia obscena para vinte minutos de exibição. O suficiente para pagar o aluguel, as parcelas do carro importado e ainda bancar a próxima noitada de luxo.

O dinheiro era a desculpa. A liberdade financeira era a justificativa. Mas a verdade nua e crua era que ele era viciado. Viciado na adoração, no poder. Viciado na fantasia de ter Saulo o observando.

Seu celular vibrou na mesa de centro da sala. Era Saulo. O nome na tela pareceu queimar seus olhos. Maycon respirou fundo, tentando apagar o personagem do garoto de programa virtual e vestir a máscara do amigo rico e despreocupado.

“E aí, sumido”, atendeu, a voz propositalmente casual.

“Fala, cara. Tô na merda”, a voz de Saulo do outro lado era um chumbo. Cansada, derrotada. “Rodei a cidade toda hoje de novo. Nada. Nenhuma vaga. Nenhuma entrevista decente. Tô fodido, Maycon. De verdade.”

O contraste era brutal. Há minutos, Maycon era um deus do sexo digital, controlando o desejo de centenas. Agora, ouvia a angústia real do homem que dominava seus pensamentos.

“Calma, porra. Você é bom no que faz, logo aparece algo”, Maycon disse, as palavras soando ocas até para ele mesmo. “Tá onde? Passa aqui em casa. Pedi uma porção de costela daquele lugar que tu gosta. A gente toma uma cerveja e esfria a cabeça.”

“Não sei, cara. Tô sem cabeça pra rolê.”

“Não é rolê, é resgate. Anda logo, antes que eu coma tudo sozinho”, Maycon forçou uma leveza que não sentia. Havia uma pontada de outra coisa em seu convite. Um instinto predatório. Saulo estava vulnerável. Quebrado. E uma parte sombria de Maycon, a mesma parte que se exibia para uma câmera, sentia uma fagulha de oportunidade.

“Tá... beleza. Em vinte minutos tô aí”, Saulo cedeu.

Vinte minutos.

Maycon desligou e olhou ao redor. O apartamento impecável, o cheiro de produto de limpeza caro misturado ao aroma residual que ainda vinha do quarto. Ele precisava apagar os vestígios. Não do ato em si, mas da sua própria vulnerabilidade. Tomou um banho rápido, a água quente lavando o suor e o sêmen, mas não a tensão que continuava a vibrar sob sua pele.

Vestiu uma bermuda de moletom cinza, daquelas que marcavam tudo, e uma camiseta preta. Sem cueca. Um pequeno ato de rebeldia, um segredo só seu.

Quando Saulo chegou, sua aparência confirmava o tom de sua voz. Havia olheiras sob seus olhos, a barba por fazer de alguns dias lhe dava um ar mais rústico e cansado. Ele carregava o peso do mundo nos ombros. Mas, porra, ele continuava lindo. O tipo de beleza masculina que não precisava de produção.

“E aí”, ele disse, forçando um sorriso ao entrar.

“Entra aí, fodido”, Maycon o puxou para um abraço rápido, um toque que durou meio segundo a mais do que o necessário. Maycon sentiu o calor do corpo dele, o cheiro de rua, de suor, de desespero. Era um cheiro real. Intoxicante.

Eles se sentaram no sofá de couro gigantesco. A comida estava na mesa de centro, junto com duas garrafas de cerveja importada suando. A TV exibia um jogo qualquer, sem som.

“Valeu por isso, cara. De verdade”, Saulo disse, pegando uma cerveja. “Às vezes parece que tô sozinho nessa porra.”

“Nunca, irmão. Cê sabe disso”, Maycon respondeu, observando-o de soslaio. Observando a forma como seus lábios tocaram o gargalo da garrafa, como o pomo de adão subiu e desceu enquanto ele bebia.

A conversa fluiu sobre as frustrações de Saulo. A crise, as contas chegando, a humilhação de ser dispensado de entrevistas medíocres. Maycon ouvia, oferecia conselhos vazios e mais cerveja. Mas sua mente estava em outro lugar. Estava na textura da barba de Saulo, na forma como a camiseta esticava em seus ombros largos, no volume sutil que se formava em sua calça jeans quando ele cruzava as pernas.

“O foda é que a grana acabou. De vez”, Saulo confessou, olhando para o próprio colo, a voz embargada. “Não sei o que vou fazer no próximo mês.”

O silêncio que se seguiu foi denso. Carregado. E naquele momento, Maycon viu a brecha. A oportunidade. O poder que ele exercia no mundo virtual podia, talvez, se manifestar no mundo real. Ele podia ser o salvador. O provedor. E a que custo?

“Se precisar de grana, cê sabe que pode me pedir”, Maycon disse, a voz mais baixa, mais íntima. “Qualquer valor. Não se preocupa com isso.”

Saulo levantou o olhar. Havia gratidão, mas também vergonha. A dinâmica de poder entre eles se alterou visivelmente naquele instante. Maycon não era mais apenas o amigo; era o recurso, a solução. O homem com o dinheiro misterioso.

“Eu não posso aceitar, Maycon. Porra, a gente é amigo.”

“Amigo serve pra isso, caralho. Deixa de orgulho besta”, Maycon insistiu, inclinando-se um pouco mais para perto. A distância entre eles diminuiu. O cheiro de Saulo ficou mais forte. “Eu te ajudo. Sem problema nenhum. A gente dá um jeito.”

A gente dá um jeito. A frase pairou no ar, ambígua, perigosa.

Saulo ficou quieto, ponderando. O desespero lutava contra o orgulho em seus olhos. E enquanto ele lutava, o olhar de Maycon desceu, inevitavelmente, para a boca dele. Para o volume em sua calça. Para o corpo forte e viril que, em sua mente, ele já havia possuído tantas vezes diante de uma câmera fria e impessoal.

Agora, a fantasia estava ali. Real. Vulnerável. A poucos centímetros de distância. E o tesão que Maycon sentiu não era o de exibição. Era um tesão diferente. Mais sombrio. O tesão da posse.

A frase de Maycon — “A gente dá um jeito” — ficou suspensa no ar denso do apartamento, pesada como uma sentença. Saulo continuava ali, no sofá de couro, a garrafa de cerveja esquecida na mão, o olhar perdido. O orgulho e o desespero travavam uma guerra silenciosa dentro dele, e Maycon assistia a cada batalha, cada hesitação, com a paciência de um predador.

“Esquece a grana, então”, Maycon quebrou o silêncio, recostando-se e adotando um tom falsamente resignado. “Não quero que você fique se sentindo um merda por minha causa. Mas você não pode continuar assim, cara. Se matando pra conseguir uma vaga de mil e quinhentos paus enquanto as contas viram uma bola de neve.”

Saulo esfregou o rosto com as duas mãos, um gesto de pura exaustão. “E qual é a alternativa, Maycon? Vender droga? Virar puto? Eu não tenho um padrinho rico, porra.” A amargura em sua voz era palpável.

Maycon deixou um sorriso de canto de boca escapar. Era a deixa perfeita. Ele se levantou, caminhou até a janela e olhou para as luzes da cidade lá embaixo, um mar de possibilidades. Ele não era um padrinho rico. Era algo muito mais complicado.

“Puto é uma palavra feia”, disse ele, ainda de costas. “Eu prefiro ‘produtor de conteúdo’. Ou ‘artista performático’.” A ironia pingava de cada sílaba.

Saulo franziu a testa. “Que porra cê tá falando?”

Maycon se virou. O olhar dele estava diferente. Havia perdido a máscara de amigo casual; agora era direto, cortante, quase desafiador. “Você vive me perguntando de onde vem minha grana. O carro, o apartamento, os rolês. Acha mesmo que caiu do céu?”

Ele caminhou lentamente de volta, parando em frente a Saulo, que teve que erguer a cabeça para encará-lo. A dinâmica de poder estava invertida. Saulo estava sentado, diminuído pela sua crise. Maycon estava de pé, imponente.

“Eu não roubo e não trafico”, continuou Maycon, a voz baixa, conspiratória. “Eu trabalho. Daqui de casa. Algumas horas por semana.”

A curiosidade de Saulo finalmente venceu a miséria. “Trabalha com quê? Day trade? Herdou alguma coisa e não me falou?”

Maycon riu, um som curto e sem alegria. “Algo mais... pessoal.” Ele hesitou por um instante, não por vergonha, mas para saborear o momento. O momento em que a amizade deles mudaria para sempre. “Eu faço lives. Em sites privados. Sites de assinatura.”

O cérebro de Saulo processou a informação lentamente. Live... site privado... O quebra-cabeça começou a se montar, mas a imagem final era tão absurda que ele se recusava a aceitá-la. “Tipo... live de joguinho? Twitch?”

“Não exatamente”, Maycon disse, e seu olhar desceu para o próprio corpo, como se o avaliasse. “É mais um show. Uma performance. As pessoas pagam pra assistir.” Ele fez uma pausa dramática. “Pagam pra me assistir.”

O choque no rosto de Saulo foi visceral. Descrença, depois repulsa, e então, por baixo de tudo, uma faísca inegável de curiosidade. Ele olhou para o amigo, para o corpo esculpido que Maycon não fazia questão de esconder, para o estilo de vida que ele ostentava, e as peças se encaixaram com um estalo doentio.

“Você tá me dizendo que... você tira a roupa na internet por dinheiro?” A voz de Saulo era quase um sussurro.

“Eu faço muito mais do que tirar a roupa”, Maycon corrigiu, a voz firme, sem um pingo de remorso. “Eu vendo uma fantasia. Vendo poder. Vendo o corpo que todo mundo quer ter ou quer foder. E eles pagam, Saulo. Pagam bem pra caralho.”

Saulo ficou em silêncio. A imagem de Maycon, seu amigo, seu parceiro de futebol e cerveja, se exibindo para estranhos... era grotesca. Mas a imagem do dinheiro, da liberdade, do fim das contas atrasadas... era sedutora.

“Vem”, Maycon disse, fazendo um gesto com a cabeça em direção ao corredor. “Vou te mostrar meu escritório.”

Aquilo não foi um convite, foi uma ordem. Saulo se levantou, as pernas meio trêmulas, e o seguiu. Era como ser levado à cena do crime. Cada passo pelo corredor parecia amplificado. O apartamento, antes um símbolo de sucesso, agora parecia um cenário de depravação.

Maycon abriu a porta do quarto de hóspedes. O ar ali dentro era diferente. Mais frio, mais estéril. A única mobília era a cadeira de couro preta, um pequeno armário e o tripé com a câmera profissional apontada para o centro do cômodo, como um sentinela de metal. A peça central, no entanto, era o anel de LED.

“Meu instrumento de trabalho”, Maycon disse, apertando um interruptor.

A luz branca e fria inundou o quarto, dura e impiedosa. Era a mesma luz da confissão, do interrogatório. Ela arrancava qualquer sombra, qualquer ilusão. E Maycon se posicionou bem no centro dela.

“A luz é tudo”, ele explicou, a voz assumindo um tom profissional. “Ela que define cada músculo, que faz o suor brilhar. É ela que transforma pele em arte.” Ele passou a mão pelo próprio peitoral, coberto pela camiseta preta. “Mas tá quente aqui com essa porra ligada.”

E então, num movimento fluido e deliberado, ele puxou a camiseta pela gola e a tirou por cima da cabeça, jogando-a no chão.

Saulo prendeu a respiração.

Sob a luz cirúrgica do LED, o corpo de Maycon era quase irreal. O peitoral largo e definido, os gomos do abdômen perfeitamente alinhados, os oblíquos afundando na direção da bermuda de moletom cinza. Uma fina camada de suor, talvez do banho recente ou da pura tensão do momento, brilhava em sua pele, e a luz a transformava em prata líquida. Cada veia em seus bíceps era um mapa. Ele não era mais o "amigo Maycon". Ele era um produto. Uma escultura de carne, desejo e arrogância.

“É isso que eles compram”, Maycon disse, a voz mais rouca. Ele se virou de costas, como se estivesse demonstrando um produto. Saulo viu a extensão de suas costas, o músculo se contraindo a cada movimento, a curva da lombar que mergulhava na bermuda. E viu a forma como o tecido cinza se esticava, agarrando-se àquela bunda redonda e pesada. A mesma bunda que ele já tinha visto de jeans na balada, mas que agora, naquele contexto, parecia obscena. Proibida.

“Eu começo assim”, Maycon continuou, virando-se de frente de novo. O volume em sua bermuda, que antes era apenas uma sugestão, agora parecia um fato inegável sob a luz direta. “Às vezes só de cueca. Depende do que o público pede. Do que eu tô a fim de entregar.”

Saulo não conseguia falar. Sua boca estava seca. Ele apenas observava, paralisado por uma mistura de repulsa e fascínio. Era errado, mas ele não conseguia desviar o olhar. Ele estava vendo o segredo do amigo, nu e cru. Estava vendo a fonte de todo aquele poder e dinheiro. E era o corpo dele. Um corpo que ele conhecia, mas nunca tinha visto de verdade. Não assim.

Maycon se aproximou, diminuindo a distância entre eles até que Saulo pudesse sentir o calor que emanava de sua pele. O cheiro dele era uma mistura de loção pós-banho e do almíscar primal do suor.

“Você olha pra mim e vê seu amigo”, Maycon sussurrou, o olhar fixo no de Saulo. “Eles olham pra mim e veem um objeto de desejo. Um pedaço de carne perfeito pra baterem punheta. E a grana que eles me dão por essa ilusão... Saulo, a grana resolveria todos os seus problemas. Em uma noite.”

O olhar de Saulo desceu, inevitavelmente, para o torso nu de Maycon, para a linha de pelos que descia pelo abdômen e desaparecia dentro da bermuda. Ele imaginou Maycon ali, sozinho, se tocando para a câmera. A imagem era revoltante e, ao mesmo tempo, provocava um calor estranho em seu corpo.

“Por que... por que você tá me mostrando isso?”, Saulo conseguiu perguntar, a voz falhando.

Maycon deu um passo para trás e, sem quebrar o contato visual, enfiou os dedos no cós da bermuda e da cueca boxer que usava por baixo, empurrando o conjunto para baixo. Ele as chutou para o lado. Agora estava ali, diante do amigo, vestindo apenas uma cueca preta, justa, que mal continha sua masculinidade. O volume era ainda mais pronunciado, a forma de seu pau e bolas claramente desenhada no tecido elástico.

“Porque eu tô cansado de te ver na merda”, disse Maycon, a voz dura, mas com um subtexto que Saulo não conseguia decifrar. “E porque eu vejo potencial.”

Ele caminhou até Saulo, parando a centímetros dele. Saulo podia ver os pelos da perna de Maycon, a contração dos músculos de sua coxa. Podia sentir a respiração dele.

“Olha pra você, cara”, Maycon disse, mais baixo ainda. “Você tem o mesmo corpo que eu. É malhado, viril. Você tem essa barba, essa cara de macho fodido que deixa qualquer um louco. Eles pagariam uma fortuna pra te ver. Pra te ver tirar a roupa. Pra te ver gozar.”

As palavras caíram como pedras no estômago de Saulo. Ele queria recuar, queria socar a cara de Maycon, queria sair correndo daquele apartamento. Mas ele não se moveu. O desespero financeiro era uma âncora. E, para seu horror, uma parte dele estava... curiosa. Uma parte dele olhava para o corpo quase nu de Maycon, para a confiança animal que ele exalava, e sentia uma fagulha.

Maycon viu a hesitação nos olhos dele. Ele sabia que tinha fisgado algo.

“Eu não tô falando pra você se vender”, ele mentiu suavemente. “Eu tô falando pra você ser esperto. Usar o que você tem.” Ele estendeu a mão e, por um segundo, Saulo pensou que ele o tocaria. Mas a mão de Maycon apenas gesticulou para o próprio corpo, depois para o de Saulo. “Isso aqui”, ele disse, a voz carregada de significado, “é um ativo. Uma ferramenta. Você só precisa aprender a usar.”

Ele se aproximou ainda mais, o rosto a um palmo do de Saulo. O cheiro de Maycon era avassalador.

“Pensa nisso”, ele sussurrou. “Sem dívidas. Sem chefe. Grana fácil. Se quiser... eu posso te ensinar. Posso te colocar no jogo.” A pausa que ele fez foi carregada, intencional. “A gente pode fazer uma grana juntos.”

Juntos.

A palavra ficou ecoando no silêncio do quarto, entre a luz fria, o cheiro de pele e a imagem de Maycon, semi-nu, oferecendo a Saulo não apenas uma saída para sua crise, mas um convite para um mundo de desejo explícito. A proposta não era apenas sobre dinheiro. Saulo sentiu isso em cada fibra do seu ser. Havia algo mais no olhar de Maycon. Uma fome, uma promessa. Era um convite para descer ao inferno. Um inferno que, de repente, parecia perigosamente tentador.

O silêncio no quarto-estúdio era uma entidade viva. Pesado, denso, vibrando com a proposta indecente de Maycon. Saulo estava parado, o corpo rígido, o olhar fixo em algum ponto vago além do ombro do amigo. A imagem de Maycon, de pé, vestindo apenas uma cueca preta que emoldurava sua masculinidade de forma agressiva, estava queimada em sua retina. A luz fria do LED despia não apenas o corpo dele, mas a alma de Saulo, expondo o pânico, a vergonha e, pior de tudo, uma corrente subterrânea de curiosidade doentia.

Cada segundo de silêncio era uma tortura. Em sua mente, as contas vencidas, o aluguel atrasado e a cara de decepção de seus pais guerreavam contra o orgulho, a moralidade e a imagem de si mesmo que ele construíra por 29 anos. O homem hétero, o cara direito, o trabalhador. Tudo isso se desfazia em pó diante da oferta crua e primal de Maycon. Dinheiro. Poder. Usar o próprio corpo como ferramenta.

Maycon não o apressou. Ele esperou, dono da situação, a respiração calma, o corpo relaxado, como um caçador que sabe que a presa já está na armadilha.

Finalmente, a voz de Saulo rasgou o silêncio. Foi um som rouco, quebrado, quase inaudível.

“Eu topo.”

As duas palavras pareceram sugar todo o ar do cômodo. Maycon não sorriu. Ele apenas assentiu, lentamente, como se aquela fosse a única resposta possível o tempo todo. A vitória em seus olhos era contida, mas absoluta.

“Ótimo”, ele disse, a voz calma, mas com um tom de comando. “Mas não vai ser hoje. Você não tá pronto. Amanhã. Mesmo horário. Esteja aqui. Com a cabeça no lugar.” Ele pegou a bermuda do chão e a vestiu, quebrando a tensão. “Agora vaza. Preciso me preparar.”

A dispensa foi fria, calculada. Maycon estava estabelecendo as regras. Saulo era o novato, o ativo a ser lapidado. Ele apenas concordou com a cabeça, incapaz de formular uma frase, e saiu do apartamento como um sonâmbulo, o cheiro de Maycon e a imagem de seu corpo semi-nu impregnados em sua mente.

Na noite seguinte, Saulo voltou. A hesitação ainda estava lá, mas agora vinha misturada com uma ansiedade febril. Ele passou o dia inteiro num misto de pavor e excitação. Imaginou a cena mil vezes. Tentou se convencer de que era só um trabalho, um teatro. Mas cada vez que fechava os olhos, via o corpo de Maycon sob a luz branca, e seu próprio corpo reagia contra sua vontade.

Maycon o recebeu já sem camisa, vestindo apenas uma bermuda folgada. Ele estava calmo, focado.

“Entra. Tira a roupa.” A ordem foi direta, sem preâmbulos.

Saulo engoliu em seco. “Tudo?”

“Não. Só a camisa e a calça. Fica de cueca por enquanto.” Maycon se virou e foi até o pequeno armário no canto do estúdio, de onde tirou um frasco de óleo corporal. “O show tem etapas. A gente constrói a tensão.”

Com as mãos tremendo, Saulo obedeceu. Tirar a roupa na frente do amigo, naquele contexto, era o ato mais difícil e humilhante de sua vida. Cada peça de tecido que caía no chão parecia levar junto uma camada de sua identidade. Quando ficou apenas de cueca boxer, sentiu-se completamente exposto, vulnerável. Seu corpo, que na academia era motivo de orgulho, agora parecia inadequado, uma peça de carne num açougue.

“Senta aqui”, Maycon apontou para uma das duas cadeiras de couro que agora estavam posicionadas lado a lado, de frente para a câmera.

Saulo sentou. A pele fria do couro contra suas costas o fez arrepiar. Maycon se aproximou, despejando uma quantidade generosa do óleo em suas palmas. O cheiro era neutro, limpo.

“Vira um pouco”, ele ordenou.

Antes que Saulo pudesse protestar, as mãos de Maycon estavam em seus ombros. Grandes, quentes e cobertas de óleo. Ele começou a espalhar o líquido pela pele de Saulo, com movimentos lentos e firmes. Deslizou pelos ombros, desceu pelos braços, subiu pelo pescoço. Não era uma carícia. Era um trabalho. Uma preparação. Mas o toque era inegavelmente íntimo. A pele de Saulo se eriçou. Ele fechou os olhos, a respiração presa na garganta. Os dedos de Maycon eram fortes, profissionais. Eles conheciam a anatomia do desejo.

Maycon passou para as costas, espalhando o óleo com longos movimentos que iam da nuca até o cós da cueca. Saulo sentiu seus músculos se contraírem a cada passagem. Então, Maycon se inclinou, sua boca perto do ouvido de Saulo.

“Relaxa”, sussurrou. “Eles sentem o seu nervosismo pela câmera. Você não é a vítima aqui. Você tá no controle. Você é o prêmio que eles nunca vão ter. Pensa nisso.”

Aquelas palavras, a forma como foram ditas, viraram uma chave dentro de Saulo. A vergonha começou a dar lugar a uma fagulha de outra coisa. Raiva. Poder. Ele se virou para frente, o corpo brilhando sob a luz do LED, e encarou seu reflexo na lente escura da câmera. Ele parecia outra pessoa. Uma versão perigosa de si mesmo.

Maycon se sentou na cadeira ao lado, o corpo já preparado, igualmente brilhante. Lado a lado, eles eram um estudo em contraste e similaridade. Dois deuses de academia, dois machos alfa prestes a se venderem para uma plateia anônima.

“Vou ligar”, Maycon avisou. “Não fale nada. Apenas me siga. Olhe pra mim. Olhe pra câmera. E o mais importante: sinta.”

A luz vermelha da câmera se acendeu. Estavam ao vivo.

O chat, que aparecia numa tela discreta ao lado, explodiu instantaneamente. Comentários sobre a surpresa, a dupla, o corpo novo. Maycon os ignorou completamente. Seus olhos estavam em Saulo.

“Começa devagar”, ele murmurou, a voz baixa, apenas para Saulo ouvir. “Toca em você mesmo. Sente o óleo na sua pele.”

Maycon começou o exemplo, passando as mãos lentamente pelo próprio peitoral, descendo pelo abdômen, apertando os próprios bíceps. Era uma performance de autoadoração. Saulo o imitou, hesitante. O toque em sua própria pele oleosa era estranho, mas a sensação, sob o olhar intenso de Maycon, começou a se transformar.

O pau de Maycon já estava semi-rígido dentro de sua cueca. Saulo sentiu o seu próprio começar a despertar, uma mistura de pânico e excitação pura e animalesca. Era real. Estava acontecendo.

“Agora”, Maycon disse, a voz um rosnado baixo. “Tira.”

Com um movimento sincronizado, eles engancharam os dedos nos elásticos de suas cuecas e as puxaram para baixo.

O ar pareceu ficar mais pesado. Ali estavam eles. Completamente nus. Dois corpos masculinos, viris, em seu auge, expostos sob uma luz que não perdoava nada. Os paus, em diferentes estágios de excitação, pendiam pesados. O de Maycon, já familiarizado com a performance, estava mais duro, mais escuro. O de Saulo, contraído pelo nervosismo, mas inegavelmente começando a inchar, a latejar com um fluxo de sangue que ele não conseguia controlar.

Eles se olharam. Um olhar que atravessou toda a história de amizade deles e a incinerou. Agora eram cúmplices. Parceiros de crime.

“Pega na sua rola, Saulo”, Maycon ordenou, a voz rouca. “Mostra pra eles. Mostra pra mim.”

Maycon segurou o próprio pau, a mão envolvendo a base com firmeza. Ele começou a se masturbar, lento, o olhar fixo em Saulo. Saulo, hipnotizado, obedeceu. Sua mão, trêmula e oleosa, envolveu seu próprio membro. O primeiro toque foi um choque elétrico. Ele arfou.

O som no quarto era apenas o de suas respirações se tornando mais rápidas e o barulho úmido de pele deslizando contra pele. Era um ritmo primitivo. Maycon era metódico, a mão subindo e descendo com uma cadência experiente, a cabeça de seu pau ficando cada vez mais vermelha e inchada. Saulo era mais caótico, o movimento quase desesperado, como se quisesse punir a si mesmo por estar sentindo prazer.

Mas ele estava sentindo. Porra, como estava.

Ver Maycon se tocando, o corpo perfeito contraído de prazer, o pau pulsando em sua mão, era a coisa mais fodida e excitante que Saulo já tinha visto. Ele não estava mais pensando nos espectadores anônimos. A plateia dele era uma só. E estava sentada ao seu lado.

Seus paus estavam completamente duros agora, brilhando de óleo, apontando para a câmera. O tesão era uma névoa espessa no quarto. Um tesão cru, sujo, inegável.

“Isso... assim mesmo...”, Maycon gemeu baixo, os olhos semicerrados. “Olha como você fica duro, porra... Olha pra essa rola...”

As palavras sujas, vindas da boca de seu melhor amigo, eram um veneno e um afrodisíaco. Saulo acelerou o ritmo, o quadril começando a se mover involuntariamente na cadeira. Ele estava perto. Perto demais.

Então, Maycon fez seu movimento.

Enquanto sua mão direita continuava seu ritmo implacável em seu próprio pau, sua mão esquerda se moveu, flutuando no espaço entre eles por um segundo antes de pousar na parte inferior das costas de Saulo. Saulo se enrijeceu, um choque percorrendo sua espinha. O toque era fogo. A mão de Maycon desceu, lenta, torturante, seguindo a curva de sua coluna, até chegar ao topo de sua bunda. Os dedos dele se espalharam ali, sentindo a forma, o peso.

E então, ele apertou.

A mão de Maycon envolveu a banda direita da bunda de Saulo, os dedos se enterrando na carne firme. Não foi um toque gentil. Foi um toque de posse. De domínio.

Um gemido rasgado escapou da garganta de Saulo. Não foi um gemido de dor. Foi de puro e absoluto choque de prazer. Seus olhos se arregalaram, fixos nos de Maycon. Naquele instante, o mundo exterior desapareceu. A câmera, o chat, o dinheiro. Tudo sumiu. Havia apenas aquele aperto, aquele toque proibido, e o tesão insuportável que explodiu dentro dele, aniquilando qualquer resquício de resistência.

O aperto de Maycon se intensificou, e ele mesmo gemeu, um som gutural. Vendo a reação de Saulo, a entrega em seus olhos, ele foi levado ao limite. A mão dele em seu próprio pau se moveu mais rápido, mais forte. Saulo, sentindo a mão do amigo em sua bunda, perdeu todo o controle. Seu corpo se arqueou, sua mão se movendo num borrão frenético.

Eles gozaram quase ao mesmo tempo. Um grito abafado de Maycon, um arquejo engasgado de Saulo. O sêmen quente e grosso espirrou, sujando seus próprios abdomens, suas coxas, o couro das cadeiras. O cheiro de sexo e suor encheu o ar, denso e avassalador.

Por um longo momento, eles ficaram ali, ofegantes, os corpos tremendo com as ondas do orgasmo. Maycon desligou a câmera com um clique.

O silêncio que se seguiu foi o mais alto que Saulo já ouvira.

Eles se encararam. Nus, sujos, expostos. A linha tinha sido cruzada. O toque tinha acontecido. Não havia como voltar. A amizade estava morta. E no lugar dela, algo perigoso, elétrico e terrivelmente excitante acabara de nascer. Mas nenhum deles ousou dar o próximo passo. Apenas se olharam, o ar crepitando com a transgressão que acabaram de cometer. Juntos.

O ar no estúdio era um caldo grosso de suor, óleo corporal e o cheiro salgado e pungente de sêmen recém-derramado. Estavam ali, Maycon e Saulo, nus, ofegantes, os corpos brilhando sob a luz fria do LED, que Maycon não se dera ao trabalho de apagar. A evidência do que tinham feito estava sobre eles, escorrendo por seus abdomens, manchando o couro preto das cadeiras.

A live tinha acabado, mas o show, o verdadeiro show, estava apenas começando.

Saulo não conseguia se mover. Seu corpo tremia com as réplicas de um orgasmo que tinha sido mais violento e visceral do que qualquer outro que já tivera na vida. Sua mente era um caos. O que tinham feito? O que ele tinha feito? Tinha se masturbado ao lado de seu melhor amigo. Tinha gemido quando ele apertou sua bunda. Tinha gozado pensando nele. A amizade deles estava em ruínas, e sobre os escombros, uma tensão sexual crepitava, visível e perigosa.

Maycon foi o primeiro a se mover. Ele se levantou da cadeira, o corpo esguio e musculoso se desenhando contra a luz. Não havia hesitação em seus movimentos. Havia apenas uma determinação sombria e faminta. Ele caminhou lentamente e parou bem na frente de Saulo, que continuava sentado, o olhar perdido, o pau ainda semi-duro e sujo em seu colo.

Maycon não disse nada. Apenas o encarou. Seus olhos, que antes dirigiam a cena com uma arrogância fria, agora queimavam com uma necessidade crua. Era a mesma fome que Saulo via em seus olhos durante a live, mas agora não era uma performance. Era real. E era toda dirigida a ele.

Saulo ergueu o rosto, e seus olhares se encontraram. Naquele contato visual, todas as barreiras desabaram. O medo, a vergonha, a confusão de Saulo, tudo foi consumido pela certeza absoluta que ardia nos olhos de Maycon.

E então, Maycon se inclinou e o beijou.

Não foi um beijo gentil. Foi uma colisão. Uma tomada de posse. A boca de Maycon era dura, exigente, a língua invadindo a de Saulo sem pedir permissão. Tinha gosto de suor, de adrenalina e de um desejo que fora reprimido por anos. Saulo, por um instante, ficou paralisado pelo choque, mas então, uma onda de calor subiu por seu corpo, e ele respondeu com a mesma ferocidade. Suas mãos subiram pelas costas oleosas de Maycon, os dedos se cravando nos músculos, puxando-o para mais perto.

Era um beijo bruto, sujo, a trilha sonora de anos de tensão não resolvida explodindo de uma só vez. Dentes se chocavam, gemidos eram engolidos. Não havia mais roupas para arrancar. A nudez, que minutos antes era parte de um show, agora era a matéria-prima de uma necessidade desesperada.

Maycon quebrou o beijo, os dois ofegantes, as testas coladas. “Porra...”, ele arfou, a voz um rosnado. “A porra do seu gosto...”

Sem esperar resposta, ele se ajoelhou. O gesto foi tão repentino e submisso que o cérebro de Saulo demorou a processar. Maycon, o deus do controle, o manipulador, estava de joelhos na sua frente. Ele olhou para o pau de Saulo, ainda úmido de gozo, e lambeu a ponta, limpando-o com a língua.

Saulo soltou um som engasgado, uma mistura de surpresa e prazer avassalador.

“Maycon, que porra...?”

“Cala a boca”, Maycon murmurou contra sua pele. “Eu esperei demais por essa merda...

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