A ideia surgiu de forma despretensiosa, como tantas outras que nascem em noites de vinho e conversas soltas. Eu e Ana comentamos que passaríamos alguns dias na praia. Nada muito longe, nada muito turístico. Só queríamos silêncio, sol e mar.
Foi quando ela disse:
— E se chamássemos o Caio e a irmã dele? Eles também estão de folga essa semana. — Pelo que sei, a namorada do Caio vai estar trabalhando, e o noivo da Bianca viajou a trabalho. — Ana completou, como quem planta uma ideia no ar.
Caio era um cara bonito, desses que a academia lapida com esmero. Personal trainer, sempre simpático, sem exageros. A irmã dele, Bianca, era mais discreta, mas não menos bela. Enfermeira de hospital, pele bronzeada, sorriso fácil. Os dois tinham uma sintonia rara entre irmãos: riam juntos, se cutucavam com afeto, se olhavam como quem se entende no silêncio. Mas nada que chamasse atenção.
Aceitaram o convite com entusiasmo.
A casa era simples, charmosa. Uma varanda ampla, vista para o mar, e dois quartos. Um com cama de casal, ar-condicionado funcionando perfeitamente. O outro… estava com o aparelho quebrado. Nem tentamos consertar. Estávamos em ritmo de férias e festa. O clima era tão leve que ninguém ligou.
— Dormimos todos no mesmo quarto — eu disse, rindo. — A gente ajeita colchões no chão, improvisa.
— Por mim, tudo certo — Caio respondeu, dando de ombros.
Bianca assentiu. Ana já estava tirando o biquíni da bolsa e pedindo caipirinha. Aliás, vale ressaltar que não faltou caipirinha, rs.
Foi assim. No improviso, tudo começou.
O primeiro banho de mar foi como um batismo para o que viria. As duas desceram de shorts curtos e parte de cima dos biquínis. Bianca usava um modelo branco, e cada gota do mar parecia ter moldado aquele tecido ao seu corpo como uma segunda pele. O biquíni já não escondia, apenas sugeria. Ana, como sempre, exibia sem esforço aquele corpo cheio de curvas, bronzeado com perfeição. Seu biquíni rosa destacava em seu corpo com muita perfeição.
Na areia, Caio chamou atenção de algumas banhistas, mas parecia alheio. Sua sunga tinha um volume de fazer os olhos femininos brilharem. Mergulhava com força, ria alto, tomava cerveja como quem saboreia a liberdade. Bianca nadava com delicadeza, e num momento em que ela saiu do mar, percebi um detalhe: seus seios estavam meio visíveis sob o biquíni colado. Ela não notou, mas Caio sim. Ele olhou. Rápido. Quase imperceptível. Mas olhou. E ficou sério por dois segundos.
O tipo de detalhe que ninguém comenta.
Voltamos no fim da tarde. Cansados, salgados, felizes. Tomamos aquele banho gostoso pós-mar. Risadas de um banheiro para o outro, toalhas pingando no chão. Bianca estava trocando de roupa no banheiro quando Caio abriu a porta, imaginando não ter ninguém ali, e pegou a irmã de seios de fora. Foram segundos... Mas segundos no céu valem por uma eternidade... No entanto, era mesmo um céu ver os seios da irmã ou um inferno?
— Sai daqui, Caio! — ela gritou, tentando cobrir os seios rapidamente.
— Credo, Bi... Até parece que tu nunca ficou pelada — ele rebateu, forçando o riso.
E fechou a porta com pressa.
A princípio pareceu um enrosco de irmãos. Mas será que foi apenas isso?
Eu também vi. Mas fingi não ver. Que seios lindos. Desenhados.
À noite, preparamos um jantar leve. Comemos na varanda, ouvindo o som das ondas. Vinhos abertos, velas acesas. Bianca ria com Ana como se fossem amigas de anos. Caio, deitado na rede, falava sobre musculatura, sono e endorfina. Em certo momento, Ana me olhou e sussurrou:
— Você viu como ele olhou pra ela hoje à tarde?
Eu sorri. Mas não respondi.
Montamos os colchões no chão do quarto. Ana e eu ficamos na cama. Bianca de um lado, Caio do outro. Ventilador ligado no canto, luz apagada. O barulho do mar ainda entrava pelas frestas da janela. E o silêncio entre os quatro parecia esconder alguma coisa.
Deitados, Ana me beijou no pescoço. Sussurrou que estava com saudade de mim. Mesmo ali, com os dois no mesmo quarto, não resistimos.
Tentamos fazer com cuidado, quase sem som — o que, para nós, era quase impossível. A respiração contida, os gemidos abafados. Ela cobriu a boca com o lençol. Eu segurei o ritmo. Mas sabíamos: a cama rangia. O cheiro mudava. O quarto inteiro sentia.
E mesmo assim, não paramos.
Depois, dormimos abraçados. Ou fingimos dormir.
O que só fui saber dias depois é que ninguém dormiu naquela noite.
Caio, sob o lençol, com o corpo quente e o membro rígido, ouviu tudo. Sentiu cada movimento abafado da cama ao lado. Imaginou a cena. E tentou dormir. Não conseguiu.
Bianca, no lado oposto, também estava acordada. Sentia o calor do irmão tão próximo. Ouvia o som ritmado dos lençóis, o gemido abafado de Ana, minha respiração ofegante. O corpo dela reagia. As pernas se apertaram. Os dedos escorregaram pela pele quente.
E cada um, no seu canto, se tocou em silêncio, achando que o outro dormia. Caio bateu até gozar muito. Bianca começou com um dedo. Ela tem uma elasticidade incrível! Logo partiu para mão toda!!! Isso mesmo!!! Gozou abafando seus gemidos.
Em determinado momento da noite dormiram seus corpos estavam unidos de conchinha... Mas nada de maldade, apenas o acaso da noite... Até aí ainda eram apenas dois irmãos...
Naquela noite, os corpos não se encontraram. Mas as barreiras já haviam começado a se romper.
Ainda faltavam seis dias naquela casa.
E ninguém imaginava como tudo iria mudar.