De volta ao quarto do hotel, o silêncio me engoliu. Sofia. Como eu ia viver sem ela? Cristine, o velho Salviano, a porra toda da grana – nada disso importava. Só Sofia. Não imaginei que poderia amar tanto uma pessoa assim, ainda mais sendo o fruto de uma traição a mim, mas a criança não tinha culpa de nada, eu é quem não devia ter aceitado a porra do acordo, o vínculo foi criado e agora me sentia asfixiado sem vê-la.
No dia seguinte, acordei com o corpo pesado, os olhos inchados. Era segunda, e o vazio tava pior. Liguei pra Cristine. “Quero ver a Sofia três vezes por semana. Mas não quero falar contigo. Só me diz quando e onde.” Ela ficou quieta um segundo, depois começou a falar, rápido, como se tivesse ensaiado. “Teo, eu juro, vou te dar todo o dinheiro que tenho, os cinquenta mil e mais o que vier do Salviano, o velho tem rios de dinheiro. A gente pode voltar, eu paro com ele, paro com tudo, por favor, ou fico com ele e tiro mais e te dou.” Não respondi. A voz dela demonstrava confusão, era um zumbido, e eu só pensava em Sofia. “Quarta, sexta e domingo”, disse, e desliguei.
Na quarta, às seis, fui ver Sofia. Cristine abriu a porta, mas não olhou nos meus olhos. Sofia correu pra mim, rindo, e eu a peguei no colo, o coração disparado. Passei uma hora e meia com ela, brincando, contando histórias, tentando não pensar no que tava por vir. Quando fui embora, Cristine tentou falar de novo, mas ergui o dedo médio e saí silenciosamente. Minha vida agora seria essa: Sofia três vezes por semana, uma casa nova, e um vazio que eu ainda não sabia como preencher.
Não dava mais pra viver naquele hotel depressivo. Achei uma casa pequena, mas bonita, num bairro tranquilo. Tinha um quintalzinho, uma sala com janela grande, um quarto bacana, sala, cozinha e banheiro. Aluguei na hora. Fui até minha ex-casa numa tarde, peguei tudo que era meu e levei, sentindo um aperto no peito.
Comprei o básico para mobiliar a casa. Pela primeira vez ia me virar sozinho. Arrumei as coisas aos poucos.
As famílias acabaram sabendo. Minha mãe ligou, preocupada, dizendo que “essas crises acontecem” e que a gente ia “se acertar”. A mãe de Cristine deixou recado, pedindo pra eu “pensar na Sofia”. Ninguém sabia da verdade – do Salviano, da grana, dos muitos chifres. Deixei que pensassem que era só uma briga de casal.
Dez dias depois daquela noite na boate do Marcelo, minha vida tava começando a entrar num ritmo estranho, mas meu. As visitas a Sofia – quartas, sextas e domingos – eram o que me seguravam. Dava uma volta com ela, lhe trazia algo. Cristine ainda mandava mensagens, falando de dinheiro ou implorando pra voltar, mas eu ignorava.
Naquela manhã, um número desconhecido piscou no celular. Atendi, meio distraído, e a voz do outro lado me pegou desprevenido. “Teo? É a Analice, da boate.” Meu estômago deu um salto. A imagem dela dançando, a boceta loira no vídeo, voltou como um flash. “Tô com um monte de rolo do Imposto de Renda, contas atrasadas, essas coisas confusas. Queria tirar umas dúvidas.” Fiquei sem palavras por um segundo, não esperava isso. “Claro, posso ajudar,” respondi, tentando soar profissional. “Passa no escritório amanhã, vou te mandar o endereço e me procura.” Ela agradeceu.
No dia seguinte, estava no escritório, revisando uns relatórios, quando o silêncio caiu. Olhei pro lado e vi o motivo: Analice. Caralho, ela parou o lugar. Uma blusinha de seda vermelha com um decote que era quase um crime, mostrando mais do que escondendo. Calça preta colada, desenhando cada curva do corpo, salto alto que fazia o quadril balançar, cabelos loiros presos num coque perfeito. Maquiagem impecável, olhos verdes brilhando. Os caras no escritório ficaram mudos, alguns até esqueceram o que tavam fazendo. Ela carregava uma pasta grande, sorriu ao me ver e veio direto, os saltos ecoando. “Teo!” disse, com um entusiasmo que me desarmou. Me cumprimentou com um beijo no rosto, o perfume dela me envolvendo por um segundo.
Sentamos na minha mesa, e ela me passou a pasta. “É tudo isso aqui,” disse, apontando pros documentos. Folheei rápido e já vi que tava uma zona. Declarações do IR com erros gritantes, recibos bagunçados e uma porrada de contas atrasadas. “Tem muita coisa errada, Analice,” falei, tentando manter o foco nos papéis e não no decote. “Vou precisar de uns dias pra organizar e te dar uma resposta.” Ela mordeu o lábio, parecendo preocupada. “O que me tira o sono são as dívidas, Teo. São muitas.” Olhei os números e vi que era sério – cartão de crédito estourado, empréstimos, parcelas atrasadas. “Dá pra renegociar,” expliquei. “Em alguns casos, não digo todos, mas alguns, os credores aceitam cortar mais de cinquenta por cento. Talvez até mais. Mas vou analisar uma a uma.”
Ela arregalou os olhos, surpresa. “Sério? Tipo, metade ou mais?” Assenti, e ela sorriu, aliviada, mas tinha uma ingenuidade ali que contrastava com a mulher que dominava o palco da boate. Apesar de toda aquela beleza, daquele jeito que fazia qualquer um babar, Analice parecia perdida com números, quase uma menina. Terminamos de conversar, e fiquei com a pasta. “Valeu, Teo. Tô mais tranquila.” Hesitou, depois perguntou: “Quer tomar um café?” Não pensei duas vezes. “Claro. Tem uma padaria aqui perto”
Saímos do escritório, os olhares dos outros eram de espanto. Na padaria do seu Antonio, sentamos numa mesa de canto, pedimos dois cafés e dois pães de queijo que tinham acabado de sair do forno. Analice ria, falava da boate, de como gastava tudo que ganhava no OnlyFans e nos shows privados de cam. “Sou péssima com dinheiro, se ganho 10 mil numa semana gasto 12, o duro é que não tô ganhando, mais tudo isso,” admitiu, com uma expressão chateada.
Ali, Analice não era a sedutora da boate, com olhares calculados e movimentos que hipnotizavam. Era só uma garota, jovem, quase ingênua, rindo dos próprios erros enquanto mordia o pão de queijo.
Ela limpou a boca delicadamente com o guardanapo, os olhos verdes brilhando, e continuou falando, como se fôssemos amigos de anos. “Sabe, Teo, se eu topasse fazer programa, nossa, já tava rica. As garotas de programa de luxo que conheço cobram cinco, dez mil por uma horinha. Dez mil, cara! Imagina isso.”
Eu levantei a sobrancelha, meio surpreso com a franqueza. “Quando comecei no OnlyFans, recebi um monte de propostas. Teve cara oferecendo, dez, vinte, vinte e cinco mil pra sair comigo. Um empresário, véio, mas cheio da grana, começou com dez mil. Eu disse não, e ele subiu pra quinze, depois vinte, até chegar em trinta e cinco mil. Trinta-e-cinco pilas, Teo! Tava louco, mandava mensagem todo dia, dizia que queria me ‘tirar dessa vida.” Ela fez aspas com os dedos, rindo.
Fiquei quieto, tentando processar. “Nunca cogitou aceitar?” perguntei, curioso. Analice, suspirou, olhando pra mesa, como se organizasse os pensamentos. “Olha, eu não ligo de me mostrar. Fazer cam, dançar nua no palco, fazer uma lap dance pelada – isso é tranquilo, gosto de ter esse poder sobre os homens, eles não podem me tocar. É trabalho, é arte, sei lá. Também não sou nenhuma puritana, gosto de sexo e muito. Mas, lha, deitar com alguém que eu não tô afim? Não rola. Não tenho coragem, Sinto nojo só de pensar em um cara que eu não quero me tocando, sabe? Por mais grana que seja.” Nessa hora me lembrei de Cristine transando com velho com cara de maracujá murcho e físico de chassi de grilo desidratado. “Nem uma stripper tem coragem de fazer as nojeiras que minha esposa faez”. Pensei em tom de lamentação.
Ela se inclinou um pouco, a voz mais séria. “E tem outra: eu sou descontrolada pra caramba com dinheiro. Se eu ganhasse cento e cinquenta, duzentos mil num mês, era capaz de gastar o dobro. Juro, Teo, eu torraria tudo!” Riu de novo, mas agora com um toque de autocrítica. “E tem outra coisa, no começo, pagam uma fortuna, te tratam como rainha. Mas depois? O valor cai. Em alguns anos, eu estaria transando por duzentos reais com uns caras cada vez piores, um mais nojento que o outro. Sem chance. Não dá pra mim.”
Resolvi lhe dar um conselho, mas com uma pegada de quem está apenas jogando conversa fora. “Esse mundo que envolve beleza, modelo, sensualidade ou até mesmo sexo é bem cruel, o que tem de mulher linda que posou para revistas masculinas, fez filmes, dançava, fez programas e ganhou os tubos no passado, mas hoje estão quebradas, algumas pedindo ajuda ou até se expondo nesse tal de onlyfans, umas até com mais de 60. Seria legal, você aproveitar que ainda tem tempo e começar a guardar dinheiro agora para viver de renda depois ou ter um negócio, próprio, bem, sei lá, não quero me meter. Analice assentiu. “Não, está certo, mas não sou disciplinada, acho que preciso de alguém que fique com o dinheiro ou gasto tudo”.
Já tínhamos terminado o café, mas a conversa seguia, até que Analice, olhando pra mim com um sorriso meio maroto. “Teo, tô com vontade de perguntar uma coisa, mas não sei se devo…” Hesitou, brincando com a xícara. “Vai, claro,” falei, curioso. Ela riu, um riso nervoso, e se inclinou um pouco. “Então, na noite que esteve na boate, o Marcelo ofereceu para te pagar uma dança, sabe, uma lap dance, eu no teu colo e você não quis: Eu brinquei com ele, tipo, ‘O que foi, Marcelo, teu amigo não curtiu meu tipo ou não é chegado?’” Ela riu de novo, mas tinha uma pontada de curiosidade na voz.
Fiquei sem graça, sentindo o rosto esquentar. “Não é isso, Analice,” comecei, pigarreando. “Você é linda, sensual demais, qualquer cara ficaria louco. Mas, pra ser honesto, eu não tava legal. Tinha me separado da minha mulher três dias antes. Minha cabeça tava e ainda está uma bagunça.” Suspirei, olhando para o lado, e algo dentro de mim abriu. “E tem mais, talvez a gente seja parecido. Você disse que não tem estômago pra transar com alguém sem vontade, né? Eu penso parecido sobre lap dance. Claro, se você tivesse dançando pelada no meu colo, eu ia ficar excitado, não sou de ferro. Mas saber que você ou outra não tá curtindo, que é só trabalho? Não me deixaria bem. Um momento íntimo desses deve ser curtido pelos dois.”
Ela arregalou os olhos, surpresa, mas não disse nada, então continuei. “Agora, os shows no palco? Isso eu acho sensacional. Não é só pela nudez, tem toda uma dança, uma coreografia, um jeito de prender a atenção. É tipo arte, pelo menos para quem tem a menta aberta”.
Analice ficou quieta por um segundo, depois abriu um sorriso, daqueles que iluminam o rosto. “Nossa, Teo, essa resposta foi realmente diferente.
Analice e eu nos despedimos. “Te ligo quando estiver pronto,” prometi, e ela foi embora, os saltos ecoando na calçada. Fiquei olhando, pensando como ela era um furacão – linda, ingênua, perigosa.
Nos dois dias seguintes, mergulhei na pasta dela. Era um caos: declarações de IR erradas, recibos bagunçados, dívidas empilhadas. Corrigi tudo, separando o que era justo do que era abusivo. Montei um relatório caprichado, listando cada dívida – cartão estourado, empréstimos, contas atrasadas – com um plano pra renegociar. Algumas, com juros absurdos, podiam ser reduzidas em 60% se ela negociasse firme. Outras, mais honestas, dava pra parcelar em prazos longos. Terminei exausto, mas satisfeito. Mandei uma mensagem pra Analice: “Tudo pronto. Amanhã, 10h, no escritório?” Ela respondeu com um “Perfeito! 😊”.
No dia seguinte, cheguei cedo, mas nada me preparou pra quando ela entrou. Caralho, Analice parou o escritório de novo. Uma blusinha verde sem manga que destacava bem a curva dos seios. A saia lápis branca, colada até os joelhos, marcava cada centímetro do corpo, com uma fenda lateral subindo pela coxa, revelando a pele num convite perigoso. Nos pés, sandálias de salto alto douradas, que faziam as pernas parecerem infinitas. O cabelo loiro solto, e a maquiagem – batom vermelho, olhos delineados – era puro impacto
Sentamos, e comecei a explicar o relatório. Mostrei os erros corrigidos no IR, as dívidas abusivas e como renegociar as outras. “Se seguir isso, Analice, corta pelo menos metade do que deve,” falei, apontando pros números. Mas ela franziu a testa, confusa, folheando o relatório como se fosse outro idioma. “Nossa, Teo, isso é muito complicado… não entendi quase nada.” Suspirou, mordendo o lábio, e me olhou com uma mistura de súplica e charme. “Você não pode ir comigo na semana que vem? Tipo, negociar essas coisas? Sozinha, eu vou me perder, vão me enrolar.”
Pensei por um segundo. Minha agenda tava apertada. Mas aqueles olhos verdes e a vulnerabilidade dela me pegaram. “Tá, eu te ajudo,” cedi. “Mas, Analice, assim...numa boa, tenta usar uma roupa mais… discreta. Pra dar um ar de seriedade, sabe? Esses caras dos bancos e lojas respeitam mais.” Ela riu, jogando o cabelo pra trás. “Tá bom, tá bom! Prometo que vou de calça jeans e blusa fechada!” Vibrou, batendo palminhas, e de repente disse: “Ei, por que não vem na boate amanhã ou sábado? Assim a gente conversa mais”
A ideia de vê-la no palco, com aquele corpo que já me tirava o sono, era tentadora, mas minha cabeça tava em Sofia, em Cristine, na merda toda. “Te aviso,” respondi, vago, e nos despedimos.
Na sexta, fiquei em casa, olhando o celular, pensando na boate. No sábado, mesma coisa. Não fui. Me arrependi depois, poderia ter visto aquela mulheraça nua novamente. Abri o celular, entrei no OnlyFans dela e achei um vídeo perdido. Analice, numa lingerie preta minúscula, dançando devagar, tirando tudo, a boceta loira brilhando sob a luz. O vibrador apareceu, deslizando, e ela gemia baixo, os olhos fechados. Toquei uma punheta, rápido, com raiva de mim mesmo.
Na segunda-feira, antes de sair, liguei pro meu chefe. “Preciso passar o dia fora amanhã, Sr. Mendes, resolvendo um caso importante.” Ele ficou uma arara, mas no final disse: “Resolve, Teo, mas não vira rotina!” Arrumei o blazer marrom, camisa branca bem passada, calça social preta e sapatos polidos. Queria causar boa impressão aos credores.
Na terça, combinei com Analice de encontrá-la às 8h, num café perto do primeiro banco. Quando ela apareceu, quase não a reconheci. Nada dos decotes matadores. Vestia uma blusa social bege, mangas compridas, justa o suficiente pra mostrar o corpo, mas discreta. A calça preta de alfaiataria era elegante, caindo perfeita, e os sapatos de salto baixo pretos davam um toque sério. Os cabelos loiros estavam presos num rabo de cavalo alto, com maquiagem leve – só um gloss e um toque de rímel.
Começamos o dia no banco, onde uma dívida de cartão tinha juros abusivos. Falei grosso com o gerente, um cara de óculos que tentou me enrolar. “Esses juros são indevidos, artigo 42 do CDC. Quer que eu leve pro Procon?” Mostrei os cálculos, bati o pé, e ele cedeu, cortando 55% da dívida e parcelando o resto em 24 vezes. Analice, ao lado, anotava tudo, os olhos brilhando de admiração. “Caraca, Teo, você deu uma dura no cara, parecia um delegado de filme!” sussurrou, enquanto saíamos. Sorri, mas mantive o foco.
Fomos pra mais três lugares – uma financeira, uma loja de departamentos, e outro banco. Em cada um, usei os relatórios que preparei, citei leis, pressionei gerentes. Consegui descontos de 40% a 65% nas dívidas, com parcelas que Analice podia pagar. Ela ficava quieta, mas eu via ela me olhando, impressionada, como se eu fosse um super-herói. No último banco, o gerente tentou aumentar os juros, e eu quase levantei da cadeira. “Se não baixar pra 1,5% ao mês, a gente vai pro judiciário. Quer arriscar?” Ele engoliu seco e cedeu. Analice segurou o riso, mas depois, na rua, me abraçou. “Tu é brabo, Teo! Nunca vi ninguém peitar assim esses urubus!”
No fim do dia, tínhamos reduzido as dívidas em mais de 60% no total, com planos de pagamento viáveis. Exaustos, paramos num barzinho simples, pedimos duas cervejas geladas e brindamos. “Tô chocada, Teo. Sério, achava que tava ferrada pra sempre,” disse ela, o rosto iluminado. Tomou um gole, e começou a falar sem parar – da boate, dos sonhos de viajar, de como se sentia leve pela primeira vez em meses. Eu escutava, notando como ela parecia se sentir segura comigo ali. Era estranho, mas bom, sentir que eu tava fazendo diferença pra alguém.
Voltei pra casa à noite, o corpo moído, mas com a cabeça leve. Deitei na cama, pensando em Sofia, na cerveja com Analice, no dia que deu certo. Já era tarde quando o celular vibrou. Uma mensagem dela: “Boa noite, Teo! Tô indo dormir pensando em você e no que fez por mim hoje. 😊” Li e reli, o coração disparando. Analice era um perigo, mas, caralho, tava difícil não pensar, ou melhor, sonhar com bobagens.
Na sexta, na parte da tarde, o celular vibrou. Era ela: “Teo, vem na boate hoje? Tô com saudade de te ver! 😏” Sorri, mas tava exausto do trabalho e precisava ver Sofia. Respondi: “Hoje não vai dar, Analice. Tô morto.” Ela mandou de volta um monte de emojis de carinha chorando: “😢😢😢 Sério? Me abandona não!” Ri, e algo me fez ceder. “Tá, amanhã eu vou. Prometo.” Ela respondeu com um “Ebaaa! Te espero! 🔥”
No sábado, tomei um banho, coloquei uma camisa polo preta, calça jeans escura e um perfume decente. Cheguei à boate do Marcelo por volta das 22h30, o lugar já pulsando com luzes coloridas e música alta. Marcelo me viu na entrada, deu um tapa no meu ombro. “Porra, Teo, voltou! Tô te devendo aquela lap dance, hein?” Riu, mas eu desconversei. “Tô de boa, só vim curtir.” Ele apontou pra uma mesa perto do palco. “Senta ali, é o melhor lugar. As garotas estão tá on fire hoje.” Agradeci e fui, pedindo uma cerveja pra disfarçar o nervosismo.
Após uns dois shows, as luzes do palco principal baixaram, e a música mudou pra um grave sensual, tipo um pulso que fazia o corpo vibrar. Analice surgiu, e meu ar sumiu. Vestia uma minissaia cinza, tão curta que era quase um cinto, mostrando as coxas bronzeadas. A blusinha, também cinza, era justa, com um decote que mergulhava entre os seios, o tecido brilhando sob os refletores. Os cabelos loiros caíam em ondas soltas, e os olhos verdes cravaram nos meus. Ela deu um sorriso pra mim e piscou.
No pole, ela era outra coisa. Subiu na barra de ferro com uma leveza de bailarina, as pernas se enrolando no metal. Girou devagar, o corpo arqueado, a minissaia subindo, revelando uma calcinha preta minúscula, mal cobria a bunda. Desceu num movimento fluido, a bunda deslizando pela barra, roçando o metal com uma lentidão provocante, como se estivesse fazendo amor com o pole. Apoiou uma mão no chão, a outra na barra, e abriu as pernas, a calcinha esticada, desenhando cada curva da boceta. Rebolou de leve, o quadril traçando círculos, os olhos de vez em quando me procuravam, um convite silencioso que me deixou sem ar. A multidão gritava.
A blusinha foi a primeira a cair, jogada pro lado com um giro. Os seios, livres, brilhavam com um toque de óleo, os mamilos rosados duros sob as luzes. Ela voltou pro pole, subindo de novo, agora de costas, a bunda empinada enquanto deslizava, a calcinha escorregando um pouco, mostrando mais do que escondendo. Num movimento brusco, agarrou a barra com as duas mãos, levantou o corpo e abriu as pernas num ângulo impossível, a boceta quase exposta pela renda fina. Desceu rebolando, os quadris ondulando, cada gesto tão erótico que parecia desafiar a gravidade.
A minissaia saiu em seguida, e a calcinha não durou muito. Ela a tirou devagar, deixando-a cair no palco, e ficou nua, a pele brilhando, o corpo uma escultura viva. Voltou pro pole, mas agora veio pro meu lado do palco. Se ajoelhou no chão, de frente pra mim, curvou as costas para trás e dançou tão perto que senti o calor dela. A boceta, loira e depilada, tava a centímetros do meu rosto, os movimentos dela tão precisos que quase me tocaram. Fiquei de pau duro e suspirei quando acabou
O show de Analice ainda queimava na minha cabeça. De repente, a vi vindo na minha direção, agora com um vestidinho preto, curto, deixando as coxas à mostra. Os cabelos loiros soltos, o rosto brilhando de suor e maquiagem. Sentou na cadeira ao meu lado, cruzando as pernas como se fosse a coisa mais natural do mundo.
“E aí, Teo, curtiu?” perguntou, com um sorriso que misturava provocação e algo mais suave, quase genuíno. Fiquei desarmado. Ela não tava correndo atrás de clientes pra lap dance, como as outras garotas faziam, circulando entre as mesas. Parecia à vontade, como se quisesse mesmo estar ali comigo. “Você foi ótima como sempre,” respondi, tentando soar como normal ver sua boceta loira a centímetros do meu rosto. Ela riu, inclinando-se um pouco. “Valeu, seu fofo.” Tocou meu braço de leve, e o gesto me pegou desprevenido. Era íntimo demais, como se fôssemos mais que o contador e a stripper que se conheceram por acaso.
Fiquei sem saber o que pensar. Era a Analice sedutora do palco, jogando charme como parte do trabalho? Ou a garota ingênua que me pediu ajuda com as contas, que tomou cerveja comigo falando sem parar? “Ela é demais pra mim,” pensei, tentando me segurar na realidade. Mas ela continuou ali, falando do show, de como quase caiu no pole uma vez, rindo como se fosse minha amiga de anos. Perguntou um pouco sobre mim. Ela escutava, atenta, os olhos verdes fixos nos meus, e eu não sabia mais onde terminava a personagem e começava a pessoa.
Depois de uns minutos, ela se levantou. “Vou me trocar, tenho outro show. Não foge, hein?” Piscou e sumiu pros bastidores. Fiquei na mesa, perdido, a cerveja morna na mão. Quando o palco escureceu de novo, Analice voltou, e caralho, era outro nível. Agora vestia um body vermelho brilhante, recortado nas laterais, que abraçava o corpo como uma segunda pele. Foi mais uma apresentação excitante e fiquei de pau duro novamente, como quase todos ali.
O show acabou, e ela voltou pra minha mesa, agora com um shortinho jeans e uma regata preta. Conversamos mais, ela rindo, eu tentando não me afogar no charme dela. Mas o cansaço bateu, e eu sabia que precisava ir. “Tô indo, Analice. Tô bem cansado,” falei, me levantando. Ela fez um biquinho. “Já? Ainda tenho mais um show!” Me desculpei, meio sem graça. “Desculpa, de verdade. Semana foi punk.” Ela deu de ombros, parecendo não ter gostado. “Tá, mas não some, hein?” Acenei e saí.
No estacionamento, tava quase no carro quando ouvi passos rápidos. Era ela, ainda de shortinho e regata, o cabelo solto balançando. “Teo, espera!” Parei, surpreso. Ela cruzou os braços, o olhar sério, mas com um toque de vulnerabilidade. “Ok, Teo, sem jogos. Você tem preconceito por eu ser stripper? Ou é ingênuo ao ponto de não perceber um flerte?” A pergunta me surpreendeu. Fiquei mudo, o coração disparado, sem saber se era um teste ou a verdade nua e crua. Analice tava ali, me encarando, esperando uma resposta, e eu não tinha ideia do que dizer.
“Preconceito?” perguntei, franzindo a testa, como se a palavra não fizesse sentido. “Como assim?” Ela bufou, meio bronqueada, e se encostou no capô do meu carro, o corpo tenso. “É... tipo achar que eu e as meninas da boate estamos abaixo do teu padrão” A voz dela tinha um misto de raiva e mágoa; “Que bobagem, Analice,” falei, dando um passo pra perto. “Você é maravilhosa, caralho. Linda, talentosa. Se te chateei por não ficar até teu último show, me desculpa, de verdade. Não foi por isso.”
Ela continuou com os braços cruzados, o rosto virado pro lado, ainda na bronca. Eu ri surpreso: “Superior? Desculpa, Analice, juro que não foi isso,” falei, coçando a nuca. “Não sabia se era a stripper sendo atenciosa com um cliente ou… uma amiga me agradecendo por ter ajudado essa semana com os seus problemas”.
Analice me olhou, os olhos semicerrados, como se avaliasse cada palavra. Então, sem aviso, deu dois passos pra frente, colocou as mãos no meu rosto, os dedos quentes contra minha pele. “Nenhuma das duas,” disse, a voz baixa, quase um sussurro. Antes que eu pudesse reagir, ela me beijou. Os lábios dela eram macios, com gosto de gloss e e o mundo parou. Reagi por instinto, abraçando-a forte, com uma pegada firme. Puxei ela contra meu corpo, sentindo as curvas dela se moldarem ao meu peito, e o beijo se aprofundou, demorado, quente. Minha mão deslizou pelas costas dela, apertando-a mais, e ela respondeu, os braços envolvendo meu pescoço, o corpo colado no meu.
O beijo de Analice no estacionamento me incendiou. Quando nos separamos, ofegantes, a testa dela encostada na minha, achei que o mundo ia parar ali. Mas ela não parou. Com uma pressa que me pegou de surpresa, abriu a porta do carro e entrou, pulando pro banco de trás. “Vem,” disse, a voz rouca, os olhos verdes brilhando na penumbra. O estacionamento tava tranquilo, só o zumbido distante da boate e a luz fraca de um poste.
Entrei atrás dela, fechando a porta, e ela já tava em cima de mim, as mãos no meu pescoço, me beijando com fome. Agarrei ela, as mãos descendo pelas costas, sentindo o shortinho jeans e a regata preta que não escondiam nada. Tirei a regata num movimento rápido, os seios dela livres, os mamilos rosados duros. O shortinho e a calcinha foram pro chão do carro em segundos, e lá tava ela, completamente nua, a pele suada do palco brilhando. O cheiro dela me atingiu como uma onda – um misto selvagem de suor fresco, perfume doce e algo mais cru, animal, como mel quente com um toque salgado. Era inebriante, me deixando doido.
Puxei ela pro meu colo, mas logo a deitei no banco, os cabelos loiros espalhados. Beijei o pescoço, desci pros seios, chupando os mamilos, sentindo ela se contorcer. Minha boca traçou o caminho até a boceta, suada pela dança, os pelinhos loiros molhados. O cheiro ali era ainda mais forte, uma mistura de suor, excitação e aquele mel natural que parecia vazar dela. Enfiei a língua, lambendo os pequenos lábios médios, o clitóris firme sob minha boca. Ela gemeu, as coxas tremendo, e eu chupei com vontade, a língua explorando cada dobra. Levantei os olhos, vendo o rosto dela, os olhos fechados, a boca entreaberta. Desci mais, chupando o cuzinho suado, o gosto salgado me levando à loucura. Voltei pra boceta, o clitóris pulsando, e ela agarrou meu cabelo, puxando.
De repente, parei, o peito subindo e descendo. “Não, Analice,” falei, a voz rouca. “Você não é mulher pra ser comida dentro de um carro. Vamos pra outro lugar.” Ela abriu os olhos, aflita, o rosto vermelho. “Tudo bem, Teo, mas primeiro termina o que começou. Quero gozar na tua boca.” A urgência na voz dela me incendiou. Voltei com tudo, a língua trabalhando o clitóris com maestria, chupando, circulando, enquanto enfiei dois dedos na boceta, que tava encharcada, mel escorrendo como se não tivesse fim. O cheiro, agora mais forte, enchia o carro, uma mistura de sexo e suor que me fazia querer socar a rola nela ali mesmo. Mas segurei, focando nela, os dedos entrando e saindo, a língua dançando no clitóris.
Analice começou a gemer alto, a cabeça balançando de um lado pro outro. “Vai, Teo, isso, isso!” gritou, os quadris subindo, se esfregando na minha boca. De repente, deu um tranco, os músculos da boceta apertando meus dedos, e ela gozou, gritando, os quadris tremendo, batendo contra meu rosto. O mel dela escorreu, quente, doce, e eu chupei tudo, sentindo ela se desfazer. Quando parou, ofegante, ela olhou pra mim, os olhos arregalados. “O que foi isso?” disse, rindo, o rosto ainda vermelho, o corpo mole no banco.
Fiquei olhando pra ela, o pau latejando na calça, o cheiro dela ainda na minha boca. Analice era um furacão, e eu tava no olho do tornado, sem saber se sobrevivia ou se queria ser levado.
Fomos para o banco da frente e de lá direto para um motel. A noite prometia e muitas mudanças viriam a partir dali, para todos, incluindo Cristine.