Este conto é baseado em uma experiência pessoal vivida com minha parceira. Compartilho aqui com respeito e liberdade, na intenção de mostrar que o erotismo pode ser tão emocional quanto físico.
Eu nunca pensei que escreveria isso, mas a experiência que vivi naquela noite ainda pulsa na minha pele.
Foi a primeira vez que eu e minha mulher dividimos a cama — e ela — com outro homem.
Tudo começou com um convite elegante, misterioso.
A tal “Sala Vermelha”.
Prometia sensações, entrega e respeito.
Era mais do que sexo — era confiança testada ao limite.
Ela hesitou no início.
Conversamos por semanas, alinhamos tudo: segurança, limites, o tipo de homem, o ambiente...
E então fomos.
A casa era linda, o ambiente quente. Luzes baixas, sofás confortáveis, lareira acesa.
E ele estava lá.
Não sabíamos o nome, e nem importava.
O olhar era firme, mas respeitoso. Corpo bem cuidado, presença serena.
Ela entrou de mãos dadas comigo. Eu senti sua respiração mais curta, mas seus olhos estavam vivos.
Havia nervosismo — e desejo.
Eu a beijei no pescoço, enquanto ele tocava seu braço, sentindo sua pele arrepiar.
Foi quando percebi: estávamos prontos.
Despi-la foi como abrir um presente que se espera há muito tempo.
Ela se deitou no centro do sofá, e nós a cercamos.
Um de cada lado.
Um em cada ritmo.
Beijos alternados, toques sobrepostos.
Ela gemia, se contorcia, sorria entre os dentes.
Quando ela pediu com a voz rouca: “os dois”, o mundo pareceu parar por um instante.
Eu me posicionei atrás dela.
Ele, à frente.
Ela era nossa ponte.
E naquele vaivém coordenado, fomos três corpos num só ritmo, três vontades no mesmo fluxo.
Ela chegou lá. E levou a gente com ela.
No fim, não houve ciúme.
Houve ternura.
A pele dela entre a minha e a dele.
O silêncio confortável de quem viveu algo intenso, mas leve.
Sem culpa.
Sem mentira.
Só verdade e carne.
Não sei se repetiremos.
Mas sei que ali, naquela sala vermelha, abrimos algo que vai muito além da fantasia.