Agora, as coisas começarão a mudar, algumas dúvidas a serem sanadas sobre a minha passividade, mas também novidades no complexo jogo que estava envolvido. Essas mudanças serão apenas a pontinha do iceberg que ainda virá.
Renato voltou na semana seguinte e com ele, os risos da minha cara, vindo de ambos, os olhares debochados deles, eu tendo que dormir no sofá e não tocá-la nos dias em que ele estivesse, no máximo, poderia chupá-la depois dele acabar e ganhar uma punheta, mas isso de vez em quando.
Desde o caos ter se instalado em minha vida, nunca consegui ter uma conversa séria com Cristine para entender certas coisas. Até que uma noite, enquanto estávamos na varanda, o ar fresco da primavera entrando pela janela e o som de uma playlist suave de jazz ao fundo, olhei para ela e perguntei: “Por que você sente tanto prazer em me humilhar na frente dos seus amantes?” Minha voz saiu baixa, misturando mágoa e curiosidade. Ela parou e colocou o copo de vinho tinto na mesinha. “Teo, não é sobre te machucar, juro,” disse, a voz calma, mas firme, com um traço de emoção crua. “É… complicado. Quando estou com eles, sinto essa adrenalina, esse poder de estar no comando de tudo – deles, de mim, e até de você, de certa forma. Falar essas coisas, te provocar na frente deles, é como se eu estivesse testando os limites do que posso fazer, do que nós podemos aguentar juntos. Me excita sentir que controlo a cena toda, que posso te levar ao extremo e você ainda fica aí, me olhando com esse amor devotado e esse tesão. Mas sei que às vezes exagero, que as palavras cortam fundo. Não quero te perder, amor, e não quero que você se sinta menos importante. É só o calor do momento, mas prometo que vou tentar me segurar, ser mais cuidadosa com você.” Ela segurou minha mão, os dedos quentes entrelaçando os meus, os olhos brilhando com uma mistura de culpa e ternura.
Suas palavras ecoavam na minha cabeça, mas não apagavam a dor que eu carregava. Às vezes, quando a via rindo com outros homens ou ouvia aquelas provocações cruéis, uma parte de mim queria largá-la, acabar com tudo, gritar que não aguentava mais, talvez até enchê-la de porradas. Mas só de pensar em viver sem ela, meu peito apertava, o ar faltava, e eu sentia um vazio que parecia me engolir. Cristine era meu tudo. Eu não tinha amigos de verdade, apenas alguns poucos conhecidos, ninguém com quem pudesse compartilhar essa confusão de ciúme, tesão e humilhação que me consumia. Sou filho único, minha família era pequena e eu não podia desabafar com eles – como explicar algo assim sem ser julgado, sem me afundar em vergonha? Ela era minha luz, minha razão de acordar todo dia, mesmo que cada encontro dela me rasgasse por dentro. Perder Cristine seria como perder o chão sob meus pés. Eu imaginava noites em claro, um apartamento vazio, o silêncio me sufocando, e a depressão que na juventude já me visitara, viria novamente, não sei se poderia suportar. Às vezes, pensamentos sombrios cruzavam minha mente – consequências trágicas que eu não ousava nomear, mas que me faziam tremer só de imaginar. Ela era minha vida, e eu me agarrava a ela, mesmo que doesse, mesmo que cada palavra dela na frente de outro homem me fizesse sentir pequeno. Eu a amava, e esse amor era uma corrente que me prendia e me salvava ao mesmo tempo. Vivia no fio, tendo orgasmos espetaculares, pois parecia estar casado com uma super atriz de filmes pornô dos bons tempos, e tinha crises de choro sozinho no banheiro.
Estava difícil segurar aquela barra, e a única pessoa com quem eu poderia, talvez, compartilhar um pouco dessa dor era meu avô Alfredo. Ele era um homem de posses, não um milionário, mas com uma situação financeira sólida, dono de quatro casas boas, mas não luxuosas, na cidade, e aplicações financeiras construídas com anos de trabalho árduo como comerciante. Ele estava doente agora, uma doença rara e mortal que o enfraquecia, mas ainda não o colocava nas últimas. Em uma de nossas conversas, ele prometeu deixar uma casa para cada um dos seus quatro netos — eu, meu primo João, minha prima Camila e meu primo Eduardo — além de uma quantia em dinheiro para cada um. “É um boa ajuda para vocês, Teo,” ele disse, a voz firme, os olhos brilhando com orgulho. “Você é um bom menino, sempre foi.”
Mas meu avô era um homem de outros tempos, conservador até o osso. Divórcio, separação, qualquer coisa que quebrasse o sagrado laço do casamento era pecado mortal pra ele. “Casamento é pra vida toda, Teo,” ele me dizia, batendo o dedo na mesa com força, mesmo com a saúde fragilizada. “Se você largar sua mulher, não me procure mais. Não quero saber de homem que não honra a esposa.” Eu sabia que, se contasse a ele sobre Cristine — os amantes, Renato dormindo na nossa cama, as humilhações que eu engolia —, ele não entenderia. O desgosto o mataria antes da doença. O velho me olharia com nojo, talvez me deserdasse, ou pior, morreria com o coração partido, achando que falhou em me criar como homem. Eu não podia desabafar, não com ele, não com ninguém da família. Minha mãe, tão rígida quanto ele, me julgaria um fraco, um covarde. Meus primos, distantes, não entenderiam. Eu estava preso, carregando o peso de Cristine e do que ela fazia comigo, sem ter para onde correr, sem um ombro amigo para dividir a dor. O silêncio me engolia, e cada noite com ela era uma batalha entre o amor que me segurava e a vergonha que me afogava.
Cristine continuou seus encontros com outros homens, cada um trazendo uma dinâmica única à nossa relação. Se contasse todas as transas, teria que escrever dezenas de capítulos, mas para que entendam quantos foram, contarei resumidamente. Antes de Renato, ela citou que teve outros dois, que eu nunca soube que eram, depois dele, teve o coroa e o moleque virgem, mas a lista ainda cresceria. Sem contar Renato que era o fixo.
O próximo foi Marcus um engenheiro civil de 40 anos do escritório de Cristine, era um homem negro, alto, com mais de 1,90m, músculos definidos e uma presença dominante que encantava a todos e casado. Seu pau enorme impressionava, e Cristine ficou obcecada por ele. Eles tiveram dois encontros intensos na nossa cama, onde eu assisti, com ela se entregando à paixão crua e gemendo alto sob suas estocadas vigorosas na boceta, embora ele não tenha explorado o cu dela, pois com seu dote, certamente a estouraria.
Depois desse, veio Rafael, um médico de 35 anos, era um perfeito galã de cinema com cabelo preto penteado para trás, olhos azuis penetrantes e um sorriso perfeito que exalava sofisticação. Seu corpo magro, mas definido, com uma tatuagem celta no ombro, complementava seu charme. Ele e Cristine tiveram três encontros ardentes em um motel, com ele a levando a orgasmos intensos na boceta e no cu, com uma habilidade precisa. Eu não assisti a esses momentos, o que intensificou meu ciúme, mas também meu tesão ao imaginar e depois ver as fotos e vídeos que eles fizeram.
Cada vez mais despudorada, ela saiu com dois de uma vez, João e Pedro que eram pintores de uma obra que Cristine acompanhava no escritório. João, atarracado, com barba cheia e peito peludo, exibia força bruta e cicatrizes de trabalho. Pedro, mais alto e magro, tinha tatuagens confusas cobrindo os braços inteiros, com um sorriso torto cheio de provocação. Eles transaram com Cristine duas vezes em um motel, com uma energia crua e selvagem. Eu assisti enquanto ambos a possuíam, alternando entre boceta e cu, com os dois comendo o cu dela em sessões intensas, deixando-a exausta e realizada.
Cristine não queria que Renato soubesse dos outros, pois o filho da puta, além de debochar de mim, era do tipo mandão e achava que só ele comia ali.
Apesar da luxúria que vivia, era impressionante como Cristine não dava pinta aos outros da puta que era, sempre bem arrumada, cheirosa, linda e gentil. Até que um dia, ela trouxe uma ideia que me deixou sem ar. Era uma quinta-feira, e estávamos na sala vendo um documentário policial. Ela virou pra mim com um sorriso malicioso e disse: “Amor, quero fazer algo diferente. Pesquisei sobre casas de swing e achei uma ótima, um lugar chique, discreto. Quero ir, Teo. Quero muitos homens, todos me desejando, me usando. Você vem, né? Vai assistir, como sempre e cuidar para que não passem do limite.” Fiquei preocupado, a ideia de Cristine com tantos homens, estranhos, fodendo-a, chupando-a, gozando nela, era demais. Mas depois senti tesão ao imaginá-la no centro de um grupo, nua, suada, gritando.
Ela beijou meu pescoço, o perfume dela me envolvendo, e eu senti o tesão vencer o ciúme, mais uma vez. “Você é louca, Cris,” disse, tentando rir, mas era mais para não contraria-la.
No dia marcado para irmos à casa de swing, voltei pra casa às 18h, e Cristine estava se arrumando: “Tô nervosa, amor, mas tão animada. Vai ser uma noite pra nunca esquecer.” Ela me beijou, o gosto de pasta de dente na boca, e eu senti o ciúme queimar, mas o tesão era mais forte.
Ela escolheu um vestido preto minúsculo, o decote tão profundo que os seios pareciam prestes a pular, a saia curta revelando as coxas grossas. Sem calcinha, sem sutiã, o vestido era a única barreira, e o batom vermelho escuro destacava os lábios carnudos. O perfume dela, com notas de baunilha e jasmim, enchia o quarto. “O que acha, amor?” ela perguntou, girando, a bunda balançando. “Tá uma vadia,” respondi, tentando brincar, e ela riu, beijando-me. “Exatamente o que eu quero ser hoje, Teo.”
Chegamos à casa de swing às 21h30, um prédio discreto na zona sul, com uma fachada preta e luzes vermelhas suaves. O interior era chique, com sofás de veludo, paredes escuras, e um cheiro de perfume caro misturado com algo mais primal, sexo e suor. A música eletrônica pulsava baixo, e casais, homens e mulheres circulavam, alguns com máscaras, outros nus, os corpos brilhando sob as luzes. Cristine atraiu olhares imediatamente, o vestido preto destacando cada curva, os seios balançando a cada passo, e ela sorria, confiante, como se fosse a dona do lugar. Eu a seguia, o coração disparado, o ciúme e o tesão me rasgando, sentindo-me pequeno, um espectador na vida da minha própria mulher.
Cristine me olhou com um brilho cruel e disse: “Vem, Teo. Hoje você vai ver quem eu sou.” Ela caminhou até uma área reservada, uma cabine de glory hole, uma parede preta com buracos circulares, luzes vermelhas iluminando o espaço. Começaram a surgir paus duros de tamanhos bem diferentes e formas variadas. Cristine se ajoelhou, o vestido subindo pelas coxas, e disse, com um sorriso provocador: “Tá vendo, Teo? Vou ser a vadia deles. Senta aí e assiste.” Eu me sentei num sofá, o couro frio sob minhas mãos, o coração batendo forte, o pau duro na calça.
Ela começou com o primeiro, um pau médio, com veias saltadas. Lambeu a ponta, a língua circulando a cabeça, descendo pelo comprimento. O som molhado enchia a cabine, e gemidos abafados vinham do outro lado da parede. “Chupa, sua puta,” uma voz dizia, e ela obedecia, chupando com fome, a saliva escorrendo pelo queixo, pingando no vestido. Ela enfiava o pau até a garganta, o som abafado misturado com os gemidos, e, quando sentiu o pau pulsar, tirou-o da boca, deixando o jato quente espirrar no chão, limpando os lábios com as costas da mão. Passou pro próximo, um pau longo, fino, brilhando de tesão.
Ela chupou ao todo oito, alternando ritmos, lambendo as bolas, enfiando os paus na garganta, a saliva pingando no chão, molhando o vestido, os seios quase pulando do decote. O cheiro de sexo enchia a cabine, um aroma forte, úmido, misturado com o perfume dela, e os gemidos dos homens formavam um coro obsceno. Sempre que um deles estava prestes a gozar, Cristine tirava o pau da boca e os punhetava, deixando o gozo cair no chão ou na parede, no máximo em seu pescoço, nunca na boca. “Tá vendo, Teo? Eu sou uma vadia,” ela disse, entre um pau e outro, o rosto brilhando de saliva. Eu tremia de tesão e raiva. Imaginá-la sendo usada por tantos, humilhando-me, me levava à loucura, e meu pau doía de tão duro.
Depois de chupar os oito, com o rosto brilhando de saliva, Cristine tirou o vestido, ficando nua, os seios fartos, a boceta molhada, brilhando sob as luzes vermelhas. Escolheu dois homens: um negro musculoso, com um pau grande, semelhante ao de Marcus; e um jovem magro, com tatuagens e um pau longo. Eles colocaram camisinhas, o látex brilhando sob a luz. O negro a pegou de quatro num sofá, enfiando o pau na boceta, socando com força, o som dos corpos batendo ecoando. Cristine gemia: “Me fode, caralho!” O jovem enfiava o pau na boca, fodendo a garganta dela, mas tirava antes de gozar, o jato preso na camisinha. Os dois a fodiam em ritmo, os corpos suados, brilhando, e Cristine gozava, o corpo convulsionando, os gritos abafados pelo pau na boca.
Depois que terminaram, os dois gozando nas camisinhas, Cristine, ainda ofegante, escolheu mais dois homens: um coroa grisalho, com um pau grosso, e outro jovem, com piercings e um pau médio. Novamente com camisinhas, o coroa a pegou por trás, metendo na boceta com firmeza, enquanto o jovem a fodia na boca, tirando antes de gozar, o orgasmo contido no látex. Cristine gozava várias vezes, o corpo tremendo, suado, brilhando sob as luzes vermelhas.
Exausta, ela caiu no sofá, ofegante, o corpo brilhando, e me chamou: “Vem, amor.” Só então pude fodê-la. o cheiro forte de sexo, suor e o doce dela, sem o gosto de outros homens, apenas o dela, me levando à loucura. Desci pro cu, lambendo a pele quente, o sabor dela me fazendo gemer. Era humilhante, mas eu queria mais, queria devorá-la, sentir cada traço dela. Cristine gemia, acariciando meu cabelo, e disse: “Agora acrescenta na tua listinha, mais 4 me comeram e ainda chupei outros 8, seu corno”.
Semanas após aquela noite na casa de swing, Renato se tornou uma presença constante, uma sombra que se instalava em nossa casa duas vezes por semana. Ele sempre com um sorriso arrogante que parecia sempre me desafiar. Cristine o trouxe para nossa vida como se fosse natural, como se eu tivesse que aceitar que ele dormia na nossa cama, comia na nossa mesa, sua risada ecoando pelas paredes enquanto eu engolia o ciúme como se fosse veneno. Não sei o que era pior, ele foder minha mulher ou como me tratava, como se eu fosse um coadjuvante, um cãozinho que Cristine mantinha por pena.
As provocações começaram pequenas, quase sutis, mas cortavam como faca. Uma noite que ele passou em casa, estávamos na sala, Cristine sentada no colo dele, rindo de algo que ele sussurrou. Ele me olhou por cima do ombro dela, os olhos brilhando com malícia, e disse: “Teo, já que você não tá fazendo nada, que tal pegar uma breja para o macho da tua mulher? Irritado, respondi: “Vai se foder, cara! Pega você”. Ele ameaçou resmungar, mas Cristine disse: “Não briguem, meninos! Eu pego, pois meu macho merece”.
Na semana seguinte, ele foi mais longe. Jantávamos na cozinha, eu, Cristine e ele, a mesa cheia de comida, eu gostava de cozinha de vez em quando e foi o que fiz. Renato cortava o bife, o garfo brilhando na mão, e disse: “Teo, você cozinha bem, hein? Parece até empregadinho da casa. Vou te arrumar um avental.” Ele riu alto, e Cristine deu uma risadinha, como se fosse inofensivo. “Para, Renato, deixa ele,” ela disse, mas sem convicção, os olhos brilhando de diversão. Eu engoli seco, o garfo tremendo na mão, o sangue subindo à cabeça, mas me calei, o tesão e a raiva se misturando, me prendendo à cadeira.
O estopim veio numa sexta-feira. Renato estava na nossa sala, sem camisa, o corpo suado de malhar, Cristine ao lado dele, rindo de alguma piada. Ele olhou pra mim, sentado no canto, e disse: “Teo, me diz uma coisa, como é ser o cara que limpa a bagunça depois que eu fodo sua mulher? Deve ser foda, né? Tipo lamber o prato que eu já comi.” Ele riu, e Cristine riu junto, um som que me cortou como vidro. Algo estalou dentro de mim. Levantei do sofá, o sangue pulsando nas têmporas, e gritei: “Chega, porra! Você não vai mais falar comigo assim na minha casa! Seu filho da puta, eu te mato!”
Renato se levantou, o sorriso debochado ainda no rosto, os olhos brilhando com desprezo. “Calma, Teozinho, é só brincadeira. Tá nervoso por quê? Não aguenta a verdade?” Ele deu um passo à frente, o peito inflado, e continuou: “Você deixa eu foder a sua mulher, deixa ela gozar no meu pau, e agora quer bancar o machão? Senta aí, vai, não quero te bater.” Eu não aguentei mais. Avancei, o punho erguido, e ele foi mais rápido, acertando um soco forte na minha cara. A dor explodiu no meu maxilar, o mundo girou, e eu cambaleei, o gosto de sangue na boca.
Mas a raiva era maior que a dor. Com um grito, me joguei contra ele, meu punho acertando seu rosto com toda a força que eu tinha. O soco pegou em cheio, o som do impacto ecoando na sala, nunca tinha acertado uma porrada tão forte, tanto que ele revirou os olhos ao ponto de ficarem brancos, suas pernas e braços simplesmente amoleceram e desabaram e caiu para trás. Sua cabeça bateu com um estalo contra a quina da mesa de centro, e ele desabou no chão, imóvel, os olhos fechados, um fio de sangue escorrendo da têmpora.
Cristine gritou, um som agudo, desesperado. “Renato! Meu Deus, Teo, o que você fez?!” Ela correu até ele, caindo de joelhos ao seu lado, as mãos trêmulas tentando sentir o pulso, o rosto pálido de pânico. “Ele tá morto, Teo! Você matou ele, caralho!” Lágrimas escorriam dos olhos dela, o corpo tremendo enquanto sacudia Renato, que permanecia inerte, o peito subindo e descendo lentamente, quase imperceptível. “Você é um idiota, Teo! Era só uma brincadeira, e você fez isso! Olha pra ele, porra!”
Eu fiquei parado, o punho ainda cerrado, o sangue pingando do meu lábio, o coração batendo tão forte que parecia que ia explodir. O ciúme, a raiva e o medo me consumiam, mas ver Cristine daquele jeito, chorando por ele, me rasgou por dentro. “Cris, eu... ele me bateu primeiro, ele—” tentei dizer, mas ela me cortou, os olhos faiscando de fúria. “Cala a boca, Teo! Você não sabe aguentar brincadeira, nunca soube! E agora olha o que fez! Se ele morrer, é culpa sua!”
De repente, Renato gemeu, um som baixo, rouco, o corpo se mexendo lentamente. Cristine soltou um suspiro de alívio, as mãos correndo para o rosto dele. “Renato, você tá bem? Fala comigo!” Ele abriu os olhos, grogue, a mão indo à cabeça, onde o sangue já coagulava. “Porra... que merda foi essa?” murmurou, a voz fraca, os olhos desfocados. Cristine o abraçou, o corpo tremendo de alívio, e correu para pegar um pano úmido na cozinha. Voltou rápido, limpando o sangue da testa dele, acariciando seu rosto com uma ternura que eu nunca tinha visto. “Tá tudo bem, amor, eu tô aqui,” ela sussurrava, ajudando-o a se sentar no sofá. Renato, ainda zonzo, olhou pra mim e se deu conta do que ocorrera, na verdade, ele não desmaiou por causa da batida na quina da mesa, mas sim, pela porrada na cara, que o nocauteou em pé, o resto foi um quase acidente fatal. Ele desviou o olhar de mim como quem quer esconder algo.
Cristine não me olhou, toda a atenção voltada para Renato, como se eu nem estivesse ali. Ela o levou pro quarto, ajudando-o a deitar, e passou a noite cuidando dele, trazendo água, compressas, murmurando palavras que eu não conseguia ouvir, mas que doíam mais que o soco que levei. Num dado momento, eu o ouvi dizendo: “Nem doeu a porrada dele, o problema é que tropecei no tapete e bati na mesa” e Cristine, fingindo acreditar disse: “Sei disso, ele é um fraco, jamais daria conta de te encarar”. Eu fiquei na sala, o sangue seco no lábio, o peso do que aconteceu me esmagando.
Na semana seguinte, Renato voltou, a cabeça enfaixada, mas sem o sorriso arrogante de antes. A briga parecia tê-lo abalado, e, para meu alívio, as provocações cessaram. Ele mal me olhava agora, mantendo uma distância fria, quase profissional, como se eu fosse apenas um detalhe na casa. Cristine, por outro lado, tomou uma decisão que mudou tudo. “A partir de agora, Teo, eu e Renato vamos usar a edícula,” ela anunciou, o tom firme, os olhos brilhando com uma determinação que não admitia discussão. “Quero um espaço nosso, onde a gente possa ficar à vontade, sem os seus surtos de louco. E você pode ficar no quarto”. A edícula, que já era bonitinha, com paredes pintadas de branco, uma janela grande com cortinas leves e uma cama de casal confortável, foi transformada por ela num espaço quase mágico. Cristine comprou um colchão de casal novo, macio, com molas ensacadas, e decorou o lugar com lençóis de cetim vermelho, almofadas aveludadas em tons de roxo e dourado. Ela pendurou cortinas pesadas de veludo para dar privacidade e colocou um pequeno tapete no chão, tornando o quartinho um ninho luxuoso para seus encontros com Renato. “Quero que seja perfeito,” ela disse, admirando o resultado, os olhos brilhando de orgulho, como se estivesse criando um palco para seus prazeres, sabendo que cada detalhe me cortaria mais fundo.
Algumas noites depois, quando tentei tocar Cristine, recebi mais um duro golpe. Estávamos na cozinha, ela lavando a louça, o cabelo solto, a blusa justa marcando os seios. Passei a mão na cintura dela, sentindo o calor da pele, e sussurrei: “Cris, deixa eu te tocar, por favor.” Ela se virou, os olhos frios, e afastou minha mão como se eu fosse um estranho. “Não, Teo. Você não toca mais. Isso é seu castigo.” A voz dela era dura, sem espaço pra negociação. “Você quis brincar de machão, agora aguenta. Renato me dá o que eu quero. Você agora nem ficará com as sobras.”
O golpe foi mais forte que qualquer soco. Meu peito apertou, o ar sumindo e a dor se misturando num nó que eu não conseguia desfazer. “Cris, por favor, eu te amo,” implorei, a voz tremendo, mas ela só balançou a cabeça, voltando pra louça. “Você é meu, Teo, mas agora é assim. Se não aguenta, já sabe onde fica a porta.” Naquela noite, ouvi os gemidos dela na edícula outra vez, mais altos, mais cruéis, como se ela quisesse que eu sentisse cada segundo. Renato ria, o som misturado com os gritos dela, e eu fiquei na sala, as mãos tremendo, o corpo preso entre o desejo e a humilhação, sabendo que o castigo de Cristine era o mais cruel que ela já tinha me dado.
Dois meses só na punheta e o castigo não terminava, Foi então que Melissa apareceu, como uma faísca no meio da escuridão. Ela tinha 20 anos, trabalhava no mesmo escritório que eu. Melissa era noiva, o anel brilhando no dedo, mas isso não parecia detê-la. Muitos já tinham comentado de sua semelhança impressionante semelhança com a atriz Keira Knightley, quando essa tinha seus 20 e poucos: o rosto delicado, com maçãs do rosto altas e definidas, olhos castanhos profundos que pareciam carregar um mistério, sobrancelhas escuras e arqueadas que davam um ar de suspense. Seu queixo era delicado, levemente pontiagudo, com uma linha suave que complementava a estrutura elegante do rosto, dando-lhe um charme quase aristocrático, mas com um toque de rebeldia. Os lábios eram finos, mas expressivos, com um leve sorriso que sugeria confiança e provocação. O cabelo castanho-escuro caía em ondas suaves até os ombros, emoldurando o rosto de uma forma que fazia todo mundo no escritório virar a cabeça. O corpo dela era esguio, com uma postura elegante, seios pequenos e firmes que marcavam a blusa social, uma cintura fina que descia para quadris delicados, e pernas longas que ela exibia com saias lápis que terminavam logo acima do joelho. Cada movimento dela parecia calculado, mas, longe do nosso chefe, ela tinha um jeito de moleca: ria alto, jogava o cabelo para o lado com um gesto exagerado, fazia caretas brincalhonas quando pensava que ninguém importante estava olhando, como se soltasse uma versão mais leve e travessa de si mesma.
Apesar de acha-la linda, sempre a vi meio que como uma moleca, não tive pensamentos libidinosos. Até ela passar a dar em cima de mim. No início, eram olhares prolongados durante reuniões, os olhos dela encontrando os meus enquanto mordia a caneta, um leve sorriso no canto da boca. Depois, passou a se aproximar mais, pedindo ajuda com relatórios, o corpo inclinado sobre minha mesa, o perfume doce de jasmim invadindo meu espaço, a mão roçando a minha “sem querer” enquanto apontava algo na tela. “Teo, ainda bem que tem você aqui,” ela dizia, a voz macia, quase um sussurro, os olhos brilhando com algo que não era gratidão. No intervalo do café, ela se sentava perto, a perna roçando a minha de leve sob a mesa, puxava conversa, a mão pousando no meu braço por um segundo a mais do que o necessário, às vezes com uma risadinha de moleca que contrastava com a postura profissional que mantinha perto do chefe. Eu sentia o calor subindo, o coração disparando, o tesão que Cristine controlava agora despertado por essa garota que parecia me querer, mesmo sendo noiva.
O ponto de ruptura veio numa sexta-feira, no final do expediente. O escritório estava quase vazio, as luzes das baias apagadas, o silêncio quebrado apenas pelo zumbido do ar-condicionado. Melissa ficou para terminar um relatório, e eu, tive que ficar também. Estávamos na sala de reuniões, só nós dois, papéis espalhados sobre a mesa, o brilho da tela do laptop iluminando o rosto dela. Ela se inclinou para me mostrar algo, o cabelo caindo sobre o ombro, o decote da blusa deixando entrever a curva dos seios. “Teo, você já pensou em fazer algo... fora das regras aqui no escritório?” ela perguntou, a voz baixa, os olhos fixos nos meus, um sorriso provocador nos lábios, o jeito de moleca aparecendo na forma como ela inclinou a cabeça, quase desafiadora. Antes que eu pudesse responder, ela deslizou a mão pelo meu braço, os dedos leves, mas firmes, subindo até o ombro. “Você parece tão... preso. Não quer se soltar um pouco?”
Eu perdi a cabeça. O desejo, a frustração, a distância de Cristine, tudo explodiu dentro de mim. Puxei Melissa contra mim, minhas mãos agarrando sua cintura fina, sentindo o calor do corpo dela através da blusa. Ela não resistiu, pelo contrário, pressionou-se contra mim, os lábios encontrando os meus num beijo faminto, a língua dela dançando com a minha, o sabor de menta do chiclete que ela mascava. Minhas mãos desceram para os quadris dela, apertando a carne firme, e ela gemeu baixo, as mãos puxando minha camisa, os dedos deslizando pelo meu peito. “Teo, me come” ela sussurrou, a voz rouca, enquanto eu a levantava, sentando-a na mesa, os papéis caindo no chão. O tesão me dominava, apagando Cristine, Renato, meu avô, tudo. Só existia Melissa, o corpo dela, o desejo que eu não podia mais conter, e a promessa de algo que, pela primeira vez em meses, parecia meu.
Rolaria ali uma trepada selvagem, mas eu nem poderia imaginar as muitas confusões que o tempo traria para foder ainda mais minha vida, mas, ao menos, eu iria desfrutar um pouco daquela magrinha deliciosa.