Arrombado sem Dó

Da série Entre Homens
Um conto erótico de alfadominador
Categoria: Gay
Contém 2485 palavras
Data: 22/04/2025 18:05:31

Em um hospital lotado de Cuiabá, o calor de abril transformava o pronto-socorro numa estufa suja, o ar abafado misturando o fedor ácido de desinfetante com o suor que escorria por baixo dos jalecos. A madrugada pesava como pedra sobre os ombros de quem ainda não podia cair.

Vitor, ortopedista de 38 anos, era o centro do caos naquela sala de cirurgia. Ombros largos, corpo forjado em academia e guardado sob tecido branco — mas nem tudo o jaleco escondia. Tatuagens escuras rompiam discretas pelas mangas enroladas, desenhando trilhas de pecado numa pele morena que já vira de tudo. O bisturi cortava carne com precisão brutal, os dedos firmes mesmo enquanto o maxilar rangia de tensão. Não era só mais uma cirurgia. Era mais uma vida no fio.

Do outro lado do corredor, no setor de reabilitação, Caio, 32 anos, fisioterapeuta de andar silencioso e olhar inquieto, lidava com outro tipo de dor. Corpo mais leve, mas não menos firme, o tipo que escondia força nos detalhes. As tatuagens coloridas subiam do ombro, cruzavam o pescoço e sumiam sob a gola da camiseta justa. Arte sobre pele, desejo sobre silêncio.

E o que acontecia entre os dois era isso: silêncio tenso, cheio de imagens que nenhum deles ousava descrever. Olhares secos, demorados, cruzando entre atendimentos. Nenhuma palavra fora do tom. Mas bastava um segundo a mais de contato visual pra que tudo cheirasse a perigo. E putaria.

A corda esticada entre os dois arrebentou num plantão maldito.

O garoto de 19 anos chegou ensanguentado, fraturas expostas nas pernas, o fêmur partido como madeira verde. A moto destruída na BR-364. O caos entrou com ele. Monitores apitando, gente gritando, sangue cobrindo a maca, chão, instrumentos.

Vitor entrou em ação como máquina. Máscara no rosto, olhos cravados no osso estraçalhado. As mãos moviam-se com brutal delicadeza, uma coreografia de guerra. Caio foi chamado pra ajudar na contenção. Entrou suando mais do que devia, mãos trêmulas tentando manter o foco. A presença de Vitor o esmagava. Cada comando dele batia fundo.

Horas depois, nada mais pulsava. O garoto morreu.

A sala afundou num silêncio que rasgava. Vitor tirou as luvas com força, o rosto molhado, o peito arfando como se o corpo quisesse socar o próprio ar. Caio, parado, observava. A frustração encharcava a sala como a chuva lá fora não fazia.

No vestiário, o ar pesava com outro tipo de calor.

Vitor estava sentado no banco, ainda com a calça hospitalar, o jaleco manchado de sangue seco, a tatuagem na nuca vibrando com o suor. As luvas voaram direto na lixeira com violência. A raiva saía por cada poro. Raiva de si, do mundo, de não conseguir salvar tudo e todos.

Caio, encostado no armário, tirava a camiseta devagar. A pele grudada no tecido. As tatuagens brilhando molhadas. O peito subia e descia como se carregasse um segredo.

Os olhares se cruzaram.

Longo demais.

— Preciso de uma cerveja — rosnou Vitor, a voz grave, arranhada, como se saísse de dentro do estômago. — Hoje foi foda.

Caio hesitou. Os dedos tremiam no zíper da mochila. A boca seca. Não pensou. Só respondeu, rápido, como se falasse com a parte do corpo que ele sempre escondeu.

— Posso ir contigo. Não quero ficar aqui.

Vitor ergueu o olhar. Não sorriu. Não respondeu. Só assentiu.

Mas nos olhos dele, alguma coisa se acendeu.

Algo entre predador e homem ferido.

Algo que Caio reconheceu — e quis.

O hospital ficou pra trás com as luzes pálidas ainda marcando o retrovisor. O motor do carro rugia baixo enquanto cortavam as ruas quentes de Cuiabá. A cidade adormecia num calor pegajoso, mas dentro do carro o clima era outro — silêncio carregado, respiração presa, olhares que se cruzavam em flashes, mas voltavam pro para-brisa como se fingissem normalidade.

Caio mantinha as mãos no colo, os dedos crispados, o maxilar travado como se contivesse mais do que palavras. Vitor dirigia com o olhar fixo, mas o corpo todo traía a tensão. As veias dos braços saltavam, a coxa contraída sob o jeans, o volume nítido na calça desde que deixaram o hospital. Não falavam. Não precisavam. O caminho era inevitável.

Quando chegaram ao prédio, Vitor destravou o portão sem olhar. Caio seguiu atrás, em silêncio, engolindo o nó que não sabia nomear. Subiram pelo elevador. Nenhum dos dois tocou em nada — nem no botão, nem um no outro. Mas o ar dentro da cabine parecia querer explodir.

A porta do apartamento se abriu. O cheiro de couro e cerveja invadiu as narinas como um soco. Luz baixa. Calor acumulado.

Tudo doía de desejo não resolvido.

Foi Caio quem fechou a porta. Vitor já estava tirando os sapatos, sem cerimônia. Os ombros largos surgiram cobertos de suor, tatuagens na pele morena brilhando como marcas de guerra. Ele jogou a camiseta sobre o sofá, virou-se com o olhar de quem não perguntava, só mandava.

— Tira. — rosnou.

Caio obedeceu. A mão trêmula puxou sua camiseta pela nuca, expondo o tronco riscado de tinta, o peito batendo rápido. Antes que pudesse pensar em qualquer coisa, Vitor o agarrou pela nuca e o empurrou contra a parede. A boca colou na dele com uma violência que não permitia ar. Um beijo sem romantismo, sem cuidado. Era invasão. Guerra.

A língua de Vitor invadiu, os dentes rasparam, os lábios esmagaram. Caio gemeu dentro da boca dele, a pele inteira pulsando.

A partir daí… não houve mais espaço pra hesitação.

O cinto deslizou pelas presilhas com um chiado seco, som que preencheu o espaço como uma promessa. Vitor o segurava como uma extensão de si mesmo — firme, decidido, brutal. Levou-o até a poltrona, as veias saltadas nos braços, os olhos escuros fixos na figura agora ajoelhada no sofá. Caio estava ali, entregue, tatuado como um mapa de pecados, o peito arfando, os olhos baixos, mas não submissos — fome escondida atrás da pele suada.

O couro tocou a pele com um estalo surdo. Não era golpe. Era anúncio.

Vitor se abaixou. Os dedos prenderam a camiseta de Caio pela gola e puxaram com força. O tecido se rasgou num estrondo, expondo o tronco marcado, os músculos tremendo, as tatuagens vibrando sob o toque agressivo.

— Tu sabe por que tá aqui? — A voz do ortopedista saiu baixa, carregada de raiva acumulada.

Caio assentiu, os lábios entreabertos, a respiração falha.

— Então fala.

— Porque eu quis — sussurrou, a voz falhando, a garganta seca. — Porque eu não aguentava mais só olhar.

Vitor rosnou como um bicho. Puxou Caio pelos cabelos, forçando o rosto dele pra cima, e o beijou de novo — agora mais fundo, mais violento, os dentes se chocando, seus gostos misturado com suor. A barba por fazer dos dois raspava, feria, excitava.

O ortopedista virou o corpo do fisioterapeuta com brutalidade. Empurrou o peito dele contra o encosto do sofá, os quadris empinados, a bunda à mostra, ainda coberta pela calça colada. Uma das mãos puxou a cintura pra trás, a outra desceu sem cerimônia, puxando a calça até os joelhos, expondo o rabo firme e marcado de Caio.

— Tá tremendo, é? — Vitor sussurrou no ouvido dele, o timbre grave reverberando no osso.

— Tô com tesão. — a resposta veio rápida, quente, desesperada.

Vitor cuspiu entre as nádegas, espalhou com os dedos, esfregou, sentiu a pele reagir ao toque. Seu pau latejava dentro da calça, duro, pedindo passagem. Abriu o zíper e soltou a rola — grossa, pesada, cabeluda, com o cheiro quente de homem que suou o dia inteiro no hospital. A cabeça rubra roçou o cu exposto, espalhou saliva, cuspe e promessa.

Sem aviso, enfiou.

Caio gritou. Um som seco, abafado no próprio braço, que ele usou pra morder. O sofá rangia. O veludo arranhava os joelhos dele. Vitor segurava os quadris com força, socando devagar, mas fundo, cada investida afundando até o talo, marcando território.

— Toma. Essa. Porra. — Vitor cravou cada palavra entre uma estocada e outra. — Meses me olhando com essa cara de virgem safado... achou que eu não ia te foder?

Caio só gemia. Apertava o sofá com os dedos, a coluna arqueada, o cu escancarado recebendo tudo.

O estalo da pele contra a pele dominava o quarto, junto dos grunhidos, dos gemidos, do som do suor escorrendo entre os corpos.

Vitor metia com ódio, com fome, com o peso de tudo que foi calado por meses. Os gemidos de Caio viraram súplicas, depois ordens invertidas — pede mais, geme mais alto, abre mais esse rabo, vagabundo.

O ortopedista não parava. Uma das mãos foi pro pescoço do fisioterapeuta, puxando, apertando de leve, só o bastante pra mostrar quem mandava. O rabo de Caio já pingava, o cu latejava aberto, o pau dele colado no sofá, duro, babando.

Vitor se inclinou, mordeu o ombro tatuado.

— Vai gozar, porra?

— Só se tu deixar.

— Então segura. Eu ainda não acabei contigo.

As estocadas vieram mais fundas, mais secas, até o som do impacto virar trilha de guerra. Vitor segurava a cintura de Caio com as duas mãos como quem finca bandeira em território conquistado. O quadril avançava com fúria, cada batida enterrando mais fundo aquela rola latejante no rabo do fisioterapeuta, que agora gemia sem vergonha, sem filtro, sem moral. O rosto colado no encosto da poltrona já arranhava de tanto atrito, os olhos marejados de gozo e brutalidade.

O ar pesava. Fedia a cu arrombado, a suor quente, a saliva cuspida entre as nádegas e a testosterona concentrada em dois corpos colidindo até perder a razão. O couro do cinto pendia da cintura de Vitor, balançando a cada investida, como um aviso mudo de que ali não tinha carinho — tinha posse.

— Tá sentindo essa porra abrindo tuas entranhas, Caio? — a voz veio entre dentes, suja, arrastada, o grave da garganta do ortopedista raspando como faca cega. — Tá se abrindo bonito, vagabundo.

Caio tentou responder, mas a única coisa que saiu foi um gemido abafado, a voz embargada pelo volume de ar que mal conseguia puxar. A boca aberta contra o veludo, a saliva se acumulando, escorrendo no canto dos lábios.

O ortopedista não diminuiu. Pelo contrário.

Puxou os cabelos de Caio, forçando a cabeça pra trás, expondo o pescoço suado. Encaixou os dentes na curva da pele e mordeu com força. O fisioterapeuta gritou, o corpo inteiro reagindo, tremendo como um animal no cio, o rabo piscando em torno da vara enterrada até a base.

— Vai me fazer gozar nesse cu largo, é isso que tu quer, fisioterapeuta de merda? Quer minha porra plantada dentro de ti?

Caio, tomado, raspou a voz:

— Quero tua porra inteira, Vitor... até a última gota.

O corpo do ortopedista se curvou sobre o dele, o suor pingando dos dois, e ali, com os dedos cravando nas costelas de Caio, Vitor gozou.

Veio com um urro abafado, uma sequência de estocadas violentas, os quadris batendo contra a bunda do fisioterapeuta com força, até os jatos grossos espirrarem lá dentro — quentes, pesados, impossíveis de segurar.

O rabo de Caio pulsava, escorrendo gozo quente, e ele gemeu como uma cadela satisfeita, ainda empinando, ainda querendo mais.

Vitor permaneceu ali, cravado, o peito colado nas costas tatuadas, respirando como um touro após o abate. O corpo inteiro latejava.

— Tu não sai daí até escorrer tudo — sussurrou no ouvido de Caio, lambendo o suor que escorria pela nuca. — Esse cu agora tem dono.

E o fisioterapeuta só conseguiu sorrir, sem forças, o rosto grudado no veludo rasgado, sendo exatamente o que sempre quis ser: o buraco de descarrego de um macho fodido da cabeça.

A poltrona de veludo preto, agora profanada, rangia sob o peso da fúria final. O encosto manchado tremia com os espasmos do corpo submisso curvado à sua frente, e o som abafado dos quadris batendo contra carne ecoava pelo apartamento como um mantra sujo de destruição e posse.

Vitor, arqueado sobre Caio, mantinha os dedos cravados nas laterais do corpo do fisioterapeuta, os músculos do antebraço saltando sob a pele, veias latejando como cordas prestes a arrebentar. Os ombros tensionados, o maxilar travado, os olhos semicerrados com o gozo iminente que subia, grosso e inevitável, pelos rins, pela espinha, pelo ódio do desejo contido.

O estalo veio com a brutalidade de quem não sabia mais parar. Um último avanço rasgou qualquer barreira que restava, e o corpo inteiro de Vitor se projetou pra frente, enterrando-se com força no cu alargado de Caio, que gemeu alto, um som embolado entre dor, rendição e alívio. E então explodiu.

Jorros quentes e espessos jorraram de dentro dele como se o próprio corpo cuspisse o que passou meses represando. A porra se acumulou fundo, escorrendo em seguida pela fenda exposta, deslizando lenta pela lombar tatuada de Caio, que sentia cada gota queimando a pele como se fosse parte do ritual. Parte do pertencimento.

Mas o ortopedista não parou. Ainda ofegante, ainda dentro, ainda duro, puxou-se pra trás e com o pau escorrendo, borrifou o restante sobre o corpo do fisioterapeuta. A cabeça vermelha da rola pingava gozo espesso que traçava caminhos aleatórios pelas costas e pelos flancos de Caio, marcando como se fosse tinta de guerra. Um gesto de domínio. Um selo.

Caio estremeceu, o próprio clímax atravessando-o de forma tão intensa que o fez ver tudo branco por um segundo. O pau dele esguichou sobre o veludo da poltrona, o jato respingando no tecido manchado, misturando-se ao suor e ao cheiro forte de sêmen. O corpo dele se contorcia em espasmos involuntários, o cu ainda pulsando, tentando prender o ar que havia sido tomado à força.

O ar do apartamento ficou denso. Quente. Parado.

O silêncio caiu pesado, como uma nuvem carregada prestes a desabar, mas tudo já havia desabado. Só restava o som da respiração dos dois — ofegante, engasgada, quase animal.

Vitor se afastou com lentidão. O pau semi-ereto ainda brilhava. O peito subia e descia como um motor desregulado. A tatuagem na nuca reluzia de suor, o rosto ainda marcado pela intensidade da descarga. Os olhos, antes cravados em Caio com fúria, agora carregavam algo mais... algo quebrado. Algo que pedia silêncio.

Caio permaneceu ali. De joelhos, encurvado, com o rosto colado no encosto da poltrona. O corpo sujo, exposto, glorificado. A pele marcada de vermelho, de porra, de dedos. O orgulho das tatuagens agora era só pano de fundo pro cenário de rendição absoluta.

A poltrona, outrora símbolo de conforto, agora era altar. Trono. Campo de batalha.

O veludo, rasgado em tiras, molhado de esperma, suor e saliva, testemunhava o fim de uma guerra interna que nenhum dos dois sabia nomear. Um desejo que não se conversava, só se comia.

Ali, entre restos de gozo e cansaço, os dois estavam mais nus do que jamais estiveram.

A pele exposta era detalhe. A entrega tinha sido mais funda.

Vitor se encostou na parede, os olhos ainda no corpo de Caio. Não disse nada.

Caio respirou fundo. Um gemido quase rouco escapou da garganta.

Ainda não sabia se ria, chorava ou pedia mais.

Mas uma coisa era certa: nunca mais seriam só colegas de plantão.

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Comentários

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Uau! Sua escrita é um tesão de todo jeito! Abatendo seus leitores com palavras hehehe. Quem sabe um dia abate um de verdade...rs

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Brutalmente erótico e fascinante... A gente lê quase sem respirar de tão intenso... Perfeito!⭐⭐⭐

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Essa antologia será violenta. Quero os sentidos de geral em pane.

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Só para tirar uma dúvida minha...rsrsrs... Seu perfil antes se chamava Relatos Cuiabanos?

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Sim, sim, Tito.

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Blz!!! Eu tinha quase certeza, mas fiquei com um pouquinho de dúvida... Mas o estilo é definidor... E eu sigo desde o início. Abraços cara!

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