Cristina - entre a puta e a santa.

Da série Cristina
Um conto erótico de Jonas
Categoria: Heterossexual
Contém 4098 palavras
Data: 08/12/2023 10:18:11
Última revisão: 09/12/2023 10:47:18

Conheci Cristina num curso de autoconhecimento, há vários anos atrás. Em Caetés, Minas.

Cabelos escuros, olhos castanhos, cinquenta anos, talvez. Eu chegando na casa dos quarenta, na época eu estava me separando e ela já era divorciada, aposentada do Banco do Brasil.

Simpática, inteligente, elegante, o tipo de mulher que agrada, tanto na conversa como no visual. Pelo menos pra mim. Altura mediana, segura de si, serena, transpirava um certo ar sensual, mas sem exagero.

Uma pessoa encantadora para se bater um bom papo como foi os que tivemos naqueles poucos dias escondidos num aconchegante hotel construído dentro de uma pequena mata, um pouco do que sobrara da Floresta Atlântica perto de Belo Horizonte.

Cristina tinha o perfil que se encaixava com o tipo de mulher que eu adoraria transar quando eu tinha meus quinze anos: madura, experiente e discreta. Alguém que não te deixaria constrangido na sua primeira relação com uma mulher. Isso é um terror para um certo tipo de garotos, os mais introvertidos, como era o meu caso.

Claro que com mais trinta eu não tinha mais os receios da adolescência, mas o fato é que eu nunca fiquei com o esse tipo mulher que era parte importante dos meus sonhos, pelo menos os eróticos.

E, ainda que não fosse frequente volta e meia surgia essa figura feminina que cabia perfeita dentro do modelo desejado na adolescência. Um rito de passagem que nunca foi comprido.

Foi por isso que Cristina entrou para esse meu seleto grupo de mulheres que eram mais do que amigas, tias ou vizinhas. Mulheres que nos sonhos mais devassos seriam capazes das maiores sacanagens, sempre com muita 'classe' e uma dose de 'elegância'.

Esse tipo de mulher não precisa ser perfeita, esbelta, linda. Elas são gostosas, a sensualidade brota suave pelo jeito que riem, que olham, e principalmente como ajem. A imperfeição faz parte do fascínio por elas.

Eram, e ainda são o que poderia ser chamado de as Damas do Sexo, as amantes ideias para o sexo.

Nunca dei um nome a esse grupo, estou dando aqui. Existem outros grupos de mulheres que eu fui criando ao longo da vida: as amorosas, as delicadas, as indecentes, independentes, dominadoras, submissas.

Quanto mais velho e tarado eu vou ficando mais os tipos femininos se multiplicam. Uma doença constrangedora em certos momentos.

Mas as Damas sempre foram especiais e frustrantes. Como aconteceu com Cristina naqueles poucos dias em que nos tornamos colegas num curso de autoconhecimento, por que afinal permaneceu intocável, e inatingível com as outras desse seleto clube.

Adorei os nossos papos, adorei vê-la nos exercícios de relaxamento, ainda mais quando vestida numa calça de lycra, na preta ela ficava incrível, na azul foi difícil concentrar nos exercícios de meditação. Pena que não veio assim todos os dias.

Lógico que fodi Cristina, de todos jeitos, de todos os modos. Mentira, é claro, deitei com ela nos meus sonhos e só.

Até que na noite do último dia, depois depois da palestra do monitor. Ficamos no hall do hotel conversando e comendo pão de queijo com um café quentinho.

Fazia frio naquela noite, ventava, parecia que ia chover. Cristina parecia distante, o olhar perdido, quase muda.

"Aconteceu alguma coisa Cris?"

"Não, nada. O dia de hoje foi pesado pra mim, e agora esse filme que o Tulio passou pra gente, me deixou ainda mais balançada. Bem que avisaram que essa técnica de meditação mexe com a gente. Puxa!"

"É, falaram mesmo, tem gente por aí que somatizando. Hoje eu nem consegui jantar, meu estômago ficou embrulhando."

"Melhorou?"

"Melhor, agora melhor."

Ainda ficamos um tempo ali, o restante do pessoal já havia se recolhido aos bangalôs. O vento agora uivava, pelo jeito ia cair uma tempestade daquelas, tivemos que correr para os nossos quartos. O dela ficava ao lado do meu.

"Boa noite, Jonas."

"Boa noite."

Ela custou a destrancar a porta e entrar, só então eu abri o meu e entrei. Um cheiro de mofo misturado com o perfume de terra molhada. Fui direto para o chuveiro, um banho quente para uma noite boa de sono, ainda mais regado a uma chuva. Pena que amanhã seria o dia do retorno, durou tão pouco e uma certa tristeza começava a tomar conta.

O que é bom nunca dura.

Deitei, me cobrindo com a manta, o barulho dos trovões sacodindo as janelas, o brilho azul dos raios através das cortinas, não foi difícil dormir. Ainda pensei na Cris rindo, me chamando de querido. Que eu lhe lembrava alguém. Quem será?

Apaguei. Tive uns sonhos estranhos. Me revirei na cama, o peso das mantas deixava ainda mais aconchegante. Mas os sonhos eram agitados.

Acordei assustado. Custei a entender o que estava acontecendo. Eram batidas na porta, nervosas.

"Um momento já estou indo."

Acendi o abajour e calcei os chinelos, tropecei no tapete e quase joguei no chão a poltrona. Destranquei a porta e uma rajada de um vento congelante invadiu o quarto.

"Cris!"

Ela tinha um braço cruzado sobre o robe, o outro ela tentava segurar os cabelos se agitavam feito loucos, as mechas se contorciam como serpentes.

"Desculpa, eu não estou conseguindo dormir. Posso entrar?"

"Entrar? Claro, entra, entra."

"O Túlio já foi dormir, e eu não sou tão próxima assim pra acordá-lo. Você já estava dormindo?"

"Não, acabei de deitar."

Menti.

Cristina sentou na beirada da cama, displicente cruzou as pernas ficando de lado. Desatou o nó do robe e a camisola azulada apareceu definindo suas formas. Haviam transparências que deixavam notar o volume das coxas, o contorno dos seios.

"Os exercícios de hoje mexeram comigo."

Ela parecia aflita, ainda mais com os cabelos revoltos.

"Foi é? Tanto assim?"

Sentei ao lado, mais avastado para não assusta-lá.

"Você não Jonas?"

"Um pouco, ainda me confundo, não sei se sou eu me descobrindo ou se é a minha imaginação fértil."

A luz do abajur iluminava metade do rosto dela. Seus olhos brilhavam de uma maneira estranha. Um olhar fundo, havia um sentimento ali, havia algo nela que estava prestes a transbordar.

Minhas orelhas queimaram, lembrei dá minha tia, a que se tornou a primeira das Damas. As imagens das duas se misturaram, Vani rindo e Cristina com um ar de mistério.

Um silêncio pesado entre nós. As janelas batendo e batendo.

"Hoje mais cedo, no exercício, vieram umas lembranças que eu tinha esquecido, foi muito forte. Coisas que estavam escondidas dentro de mim. Eu não lembrava mais, não do jeito apareceram pra mim, parecia tão real. Como se eu estivesse vivendo aquilo de novo."

"Eles falaram que é bom quando isso acontece. Disseram que a pessoa não pode temer. Basta sentir, sem pensar."

"Pois é, e eu fiz, mas os sentimentos foram muito... como é que eu posso explicar? Me deixaram balançada, sei lá, sem chão... Eu não consigo me expressar. E agora também não consigo dormir."

"Calma, é normal que aconteça essas coisas. Respira, que vai te ajudar."

O cheiro de lavanda me invadiu o olfato. Imaginei Cristina se perfumando depois do banho. A marca escura de um mamilo se desenhou contra o tecido, uma protuberância formando um bico.

Segurei sua mão que se apoiava na cama. Ela respirava fundo e às vezes piscava os olhos. Cruzamos os dedos, sinal de que ela se acalmava.

"Meu pai..."

Os olhos dela ficaram marejados, a voz embargou. Cristina tentava se controlar. Suspeitei de algo proibido, o 'pai'?

"Era muito castrador, muito bruto com a gente. Nós éramos quatro filhos, duas mulheres e os homens. Mas ele era exigente era com as filhas. Ninguém podia, háhá!, 'mijar fora do vazo'. Desculpa. Ai, meu nariz."

Ela fungava e o nariz escorria.

"Não tem o que desculpar. Eu pego um papel pra você."

Voltei dobrando o papel higiênico. Entreguei, ela riu aceitando.

"Tinha um carinha, um garoto que eu acabei gostando. Ainda nos tempos do colégio, sabe como é?"

"Todo mundo passa por isso. O primeiro amor."

"Mas não foi o primeiro amor. Terceiro, quarto, sei lá. Eu tinha uns dezesseis. Ele era super bacana, igual a você, um riso lindo, um papo gostoso."

"Entendo."

"Vinicius era o nome dele, o Vini. Safado! Quando a gente ficava sozinho, só queria me beijar."

"Garotos, a maioria é assim."

"Só que ninguém lá em casa sabia, muito menos papai. A curiosidade se misturando com os hormônios, sabe como é! Foi muito forte, não foi só ele que queria."

"Nem me fale, ainda mais com os homens."

"Por que os homens, você acha que as meninas não ficam? Preconceito. Se os homens soubessem."

Prestei atenção no pé de Cristina, ela era daquelas em que os dedos e o pé formam um conjunto admirável. Os dedos juntinhos, proporcionais, as unhas pintadas num vermelho escuro. Brilhava o esmalte em cada dedo.

"Achei que fosse mais com os homens."

"Bobo! Somos iguais a vocês, os homens é que são muito simplistas. Pra maioria ou somos santas ou putas. As duas coisas não se misturam na cabeça de vocês."

"Latinos. A cultura."

"Antes fosse, já namorei estrangeiros e no fundo é tudo igual. Um homem tudo pode, pode transar com quem quiser, fazer as maiores sacanagens, mas as meninas se fizerem viram putas."

Raspei a garganta sem saber o que falar, só me vinha à ideia que ela só precisava desabafar. E eu era o único disponível naquela hora.

Um raio forte iluminou o quarto, não demorou muito veio um estrondo como se tivessem detonado uma bomba ali do lado.

"Nossa, vai chover forte."

"Vai mesmo, aliás, já está começando. "

"Gosto da chuva, se pudesse saia pra me lavar. Tô precisada."

Ela forçou um sorriso, mas a tristeza voltou a tomar conta do seu rosto. Voltou o silêncio inconveniente. Ela abotoando e desabotoando o pequeno botão da camisola, dava para ver os seios apertados, a curvatura de ambos, a respiração inchando os dois. Ela com o olhar perdido no xadrez da colcha.

"Seu pai desconfiou?"

Ela balançou a cabeça num sim.

"Disse que viu no meu olhar."

"No seu olhar?"

Cristina me olhou fundo com aqueles olhos castanhos, as pupilas pretas.

"O Vini me ligou um dia lá em casa. E seu Humberto, papai, ouviu a gente conversando. Eu nem sabia que ele estava por perto. E nesse dia o Vini estava enfoguetado, era muito engraçado, me disse monte de besteiras. Eu, curiosa, queria entender tudo aquilo."

"Mas ele falava abertamente, sem medo de alguém ouvir?"

"Não sei se havia alguém de onde ele ligou. Eu ria e ouvia, e de vez em quando provocava. Nossa quanta bobagem! A gente era muito jovem."

"E como foi que ele desconfiou, seu pai?"

"Os olhos, disse que meus olhos brilhavam. Meu riso. Riso de uma 'prostituta', de 'vagabunda'! Hoje eu ouvi nitidamente ele me xingando assim, nem lembrava que fora assim, na minha cara. Como se eu valesse nada. Eu não sabia onde enfiar a cara."

"Que chato! E ele era daquele tipo turrão, bravo?"

"Huh! Antiquado, cheio de regras. E ele fez muito pior, me pôs de castigo e contou pra todo mundo lá em casa que a filha mais velha era uma puta. E ainda xingou mamãe. Disse que a culpa era dela."

Cris colocou a mão no peito como se sentisse uma dor. Respirou fundo e começou a soluçar. Abracei. Apertei contra o meu corpo enquanto ela soluçava. Suas lágrimas quentes me molharam o ombro.

Eu nem sabia o que dizer. Nada me vinha na mente, zero. Ela chorava, às vezes soluçava, pelo jeito tinha coisa muito mais pesada que ela não queria contar a estranho. Foi ate cansar, ainda enxugando as lágrimas e o nariz ela me disse ainda deitada no meu ombro:

"Sabe hoje eu descobri, o velho não viu nada nos meus olhos, não foi assim que aconteceu, eu estava no quarto e ela na sala. Ele ouviu pela extensão, hoje eu lembrei claramente do click dele retirando o fone e depois voltando desligar. Eu lembro de pensar, 'uai tem alguém ouvindo minha conversa?', não sei como esqueci disto?"

"E ele ouviu tudo?"

"O importante, bem na hora que o Vini me dizia que ele estava se masturbando pensando em mim, que ia gozar que ia gozar na minha cara. Eu ri dizendo que duvidava. Ele então perguntou se eu deixava na boca e eu que sim. Foi nessa fora que eu ouvi o segundo click, quando papai desligou extensão e pouco depois apareceu na minha frente com cara de bravo. Ninguém podia mexer comas filhas, já os filhos, sabe como é."

"E depois, e esse Vini?"

"Nunca mais vi. Papai me tirou do colégio, me mandou pra casa dos tios em Piracicaba, me fez perde o ano. Quando voltei me matriculou em outro colégio e me proibiu que encontrar o Vinícius. Eu estava apavorada na época, não queria confusão com o pai."

Um relâmpago riscou o céu de novo e um outro estrondo sacudiu as portas e janelas do bangalô.

"Nossa, como é que eu volto agora pro meu quarto? Será que demora?"

"Sei lá, depedendo o jeito é você dormir aqui."

Falei sem pensar, falei olhando a janela tentando enxergar lá fora, mas a chuva era tanta que parecia um névoa, fora o barulho. Quando me virei para a Cris, ela sorria. Um sorriso relaxado, um misto de frescura e uma dose de safadeza.

"E a gente vai dormir na mesma cama?"

"Bom, eu posso dormir na poltrona."

"Naquilo? Não, ali eu não deixo. A gente dívide a cama."

Ela riu me besliscando a bochecha, com os dedos em cunha. Trovejou de novo, mais longe. E a chuva caindo como se fosse uma tromba d'água.

"Então tá! Que lado você quer?"

"Você é que escolhe, o bangalô é o seu."

"Se importa de ficar no lado da parede?"

"Tá ótimo!"

Deitamos, a cama era larga, mas não era o suficiente, o jeito foi ficar de lado e ela fez o mesmo. Eu de costas pra ela, ela de frente pra mim. Apaguei o abajour.

"Boa noite."

"Boa noite. Tem tempos que eu não deito com um homem."

"Nem eu."

O riso virou uma gargalhada. Ambos.

"Bobo!"

Ela me deu soco nas costas e se mexeu atrás de mim, parecia que alguma coisa a incomodava.

"Que foi?"

"Nada, é só a calcinha, não durmo com elas, incomoda. Você não?"

Eu me virei e fiquei de barriga pra cima, ela deitada de lado, mal dava pra vê-la, a não os olhos e os dentes.

"Eu não uso calcinhas."

"Você dorme de cueca?"

"Sim senhora."

Voltei a virar de costas pra ela por que ela estava meio espremida contra a parede. Relampejou forte, e o trovão veio na sequência.

"Eu não aguento, tiro tudo. Às vezes durmo sem nada."

Pensei nela nua, o triângulo da vagina, em meio as coxas largas, a curvatura das ancas, os seios. Uma ereção inconveniente apareceu, não era pra menos, o pior é que me incomodou, tive mexer no calção. Ela percebeu.

"Que foi?"

"Nada... só me arrumando."

"Tô te atrapalhando, não tô?"

"Não! Que isso. Você está mais tranquila agora?"

"Chorar faz bem, sempre me alivia."

"Todo mundo. Ainda mais um choro como o seu."

"É veio de dentro. É bom, foi bom. É como tomar banho, um banho quente."

Ficamos em silêncio ouvindo a chuva, a luz de um poste iluminava a cortina.

"Posso encostar em você?"

"Hmmm? Encostar?"

"Tô com frio, posso?"

"Pode, pode sim."

A ereção voltou firme, dura, latejando. Se ela soubesse, se desconfiasse que o 'amigo' estava excitado por ela.

Um tesão imaginar Cristina nua. Vi ela subindo a camisola e encostando a xana na minha bunda, esfregando e me dizendo como queria que eu a comesse, ali. 'Me come Jonas que eu estou precisando. Agora, já!' Ela de pernas abertas, a vagina se abrindo em meio aos pentelhos crespos, um sumo molhando seus pêlos, a boca rasgada e ela fazendo caras e bocas dizendo as maiores sacanagens.

Cris pousou a mão no meu ombro e se encostou no meu corpo. Ela se aninhou atrás de mim, a mão desceu até se apoiar no meu quadril. Eu latejava, congelado, com as mãos debaixo do travesseiro e as pernas dobradas uma sobre a outra tentando esconder a ereção.

"Quentinho. Que bom!"

Pra quê ela foi falar aquilo? Raspei a garganta tentando pensar em outro assunto, mas quanto mais eu tentava, a imaginação voltava a ver Cristina movendo os lábios, pedindo, querendo, quase implorando. 'Me come, me come meu bem, eu deixo, eu quero.'

"Hmmmm! Gostoso"

"Que foi?"

"Nada, esquece. Bobagem minha, rapaz. Dorme. Dormir com chuva é ótimo."

Dormir como eu pensei.

"Boa noite."

"Boa noite."

Ela se afastou e virou de costas pra mim. Um balde de água fria de novo, como sempre. Será que ela percebeu que eu estava? Idiota.

Mesmo achando que não, mesmo demorando, acabei dormindo. Aquela chuvarada ajudava. Só que o sonho foi ficando confuso, agitado, um sonho erótico, eu louco para descer o calção e fuder a cama que fosse Cristina. Às ela, às vezes minha tia, a vizinha do 601, cada uma mais safada, me pedindo coisas, me fazendo coisas. Nuas e safadas se rebolando e implorando pelas maiores sacanagens.

Tia Bete mostrando a bunda, implorando por um anal. Suzana, a vizinha me mostrando os peitos. E Cris ajoelhada me chupando o pau, a boca sugando com força, engolindo tudo.

O sonho se misturando com a chuva, as bocas sedentas das três me mordendo, lambendo o corpo inteiro. Senti meu pau molhar, escorrer pelo calção.

Uma voz vinda de longe, quase um sussurro, entrou pelo sonho, se misturou comigo.

"Jonas, por que você está assim?"

"Que! Como assim?"

Acordei sonhando. Å

"É, assim."

"Assim como?"

Eu ainda não sabia se era o sonho ou se era ela. Cris me abraçava as costas. Seu corpo encostado no meu, senti um calor vindo da cintura dela. Estiquei o braço e passei a mão na coxa, só com a ponta dos dedos, a pele tenra se arrepiou.

Ouvi a respiração forte da amiga.

"Você quer um carinho, tá precisando Jonas?"

"Carinho?"

"É, um carinho aqui."

Ela fala baixinho como se alguém pudesse nos escutar. Sua mão desceu suave e me apalpou a pélvis. Cristina encostou a xana, na minha bunda, senti seus pentelhos, um forno aceso.

Imaginei ela nua, completamente despida, os bicos dos seios duros me marcando as costas, sua buceta latejando.

Mesmo de lado, veio um beijo torto de línguas agitadas. Cristina colocou a mão dentro do meu calção e me segurou com força sem desgrudar sua boca da minha.

"Aaannh! Jonas, querido."

Os gemidos se sucediam. Fui me virando deitando de barriga pra cima. Cris ficou por cima de mim, e aos poucos foi descendo, desabotoando a camisa do pijama, beijando os meus mamilos e depois o umbigo. Sua buceta me arranhava a coxa, um suor quente melava a minha pele.

A amiga tirou meu calção e me envolveu com os dedos. Veio uma masturbação jeitosa. Era tudo o que eu sonhava. Uma delas a me tocar até alma.

"Aaaiii Cris!"

Ela riu e me ergueu na direção do seu rosto. Senti seus dentes me arranhando a pele nua da cabeça do pênis, seus dedos riscavam os meus sacos. Ela gemia de tempos em tempos.

"Hmmm! Quentinho e azedinho. Adoro!"

Riu e lambeu, sugou como uma puta experiente, uma língua agitada lambendo a cabeça como uma serpente. As mordidas falsas, as chupadas longas e fundas até quase chegar na garganta. Meu Deus, era um sonho!

Mesmo com a chuva caindo dava para ouvir os barulhos molhados daquele boquete incrível.

"É assim que eu quero, na boca."

A punheta ganhou ritmo ainda mais com a saliva que descia pela verga dura.

"Hã! Hãhahá! Jonas, menino! Vem, vem!"

Da punheta agitada ela me engoliu todo, de só uma vez, até o fundo, até seu rosto encostar no meu corpo, até eu lhe sentir a garganta.

Me arrepiei inteiro, olhando o teto. Aquilo era tão bom como uma buceta quente. Cristina chegou a tossir, engasgar, sem me tirar.

Agarrei seus cabelos e movi a pélvis contra seu rosto, comi a boca da nova amiga. Fodi Cristina sem nenhum pudor. Foi até chegar ao ápice. O limite extremo até o orgasmo intenso, libertador.

Ejaculei na boca. Cris engoliu a porra, sentiu meu gosto azedo se misturando com a saliva. Gememos incontroláveis, inda mais eu, enquanto regurgitava o creme branco.

Quando o último jato molhou a língua, Cris me olhou lá debaixo, no meio da minha cintura, encolhida sobre o meu corpo. Parecia uma fera saciada, sua boca aberta, um sorriso de vitória, uma baba leitosa pingava na cama.

"Satisfeito Jonas? Era isso que você queria?"

Me beijou a ponta da pica e piscou como uma safada. Foi subindo, foi deitando no meu corpo. Suava, sua vagina exalava um calor úmido.

"Ui! Moço, que loucura!"

Me abraçou com a cabeça no meu ombro, a sua perna sobre o meu sexo, me alisando o peito. Cris estava cansada, quase tanto como eu, ficamos assim um tempo, até que ela perguntou.

"E aí, gostou?"

"Nossa!"

Ela virou a cabeça na direção do teto, pensativa, seu cabelo fazia cócegas no meu queijo.

"Háhá! Será que a filha do seu Humberto é mesmo uma 'puta', será?"

"Você não é puta, Cristina. Você é como as outras."

"Eu sou sim, entre quatro paredes eu sou sim. E gosto! Por que..."

"Hum?"

Ela voltou o rosto na minha direção, me mordendo o pescoço. Sussurrou.

"Por que eu posso, eu gosto, eu quero. Com quem eu quero. Só na cama."

"Mas você gozou?"

"O quê? Tá preocupado com isso. Que bom! Pelo menos alguns se preocupam. Sim, meu bem! Gozei, gozei junto com você. Que disse que uma mulher precisa se tocar pra ter um orgasmo, uh?"

"Nem percebi."

Ela riu me dando um abraço.

"Tá vendo como vocês não sabem nada de nós? Humm! Bommm! Aiaiii! Tá me dando sono. Chove?"

"Pouco, só um chuvisco."

Ela bocejou forte e procurou o travesseiro. Virou de costas e saiu de cima de mim, dormiu nua. Nem vi quando ela tirou a camisola. Parecia tão relaxada, como se fôssemos casados.

***

Acordei com o som de gotas caindo na terra, não era chuva, talvez a calha da casa. A primeira coisa que eu vi foi o abajour de porcelana em cima do criado. A luz nublada entrava iluminando a cortina e o piso.

Parecia que um trator tinha passado por cima de mim. Dormi e acordei de novo, mais duas ou três vezes, não tinha pressa de sair. Meu vôo para Goiânia era só de tarde. Foi aí que eu percebi uma coisa estranha, como se faltasse algo. Virei de lado e cadê a Cris?

Sumiu.

Achei estranho, mas, talvez ela não quisesse dar bandeira para que o pessoal do curso percebesse o que tinha rolado com a gente.

Me convenci disso e levantei, ainda meio zonzo. Eu queria relembrar de tudo, mas eu não sei por que eu estava com pressa.

Olhei as horas antes de sair para o café da manhã. Eram nove da manhã. Eu não sabia a que horas Cristina sairia, tinham pessoas que vieram de automóvel e eu não sabia se ela era uma dessas.

Entrei no refeitório e haviam umas poucas pessoas do nosso grupo reunidas numa mesa. Sentei com elas e não demorou muito para alguém comentar.

"Cristina e a Rute sairam agora à pouco. Disseram que estavam atrasadas, era para sair mais cedo."

Foi uma ducha de água fria. Eu nem sabia o que pensar, até duvidei que tivesse acontecido mesmo tudo aquilo noite passada, talvez não passasse de um sonho. Mas era impossível que aquilo tudo tivesse saído da imaginação.

Depois do curso acabei criando coragem e inventei uma desculpa esfarrapada de que fiquei de mandar uma encomenda para ela e conseguir o endereço com o Tulio. Cristina morava longe, no sul de Minas.

Naquela época poucos tinham celular, eu mesmo era dos que não tinha. Optei por enviar uma carta, achei que seria melhor do que ligar, ainda mais interurbano.

Mandei, ainda com muita esperança e uma ponta de dúvida. Os dias foram passando e nada de receber algum retorno. Um, dois meses, acabei acreditando que ela não queria falar do assunto.

Depois eu fiquei achando que escrevi alguma bobagem que ela não gostou. Vai saber o motivo?

Mas foi inesquecível, isso foi. Quade inacreditável.

Com o tempo eu fui esquecendo, nunca mais encontrei Cris nos cursos que eu fazia. Achei que tivesse deixado o grupo.

Qual não foi a surpresa num encontro em Poços de Caldas. Inesperado e porque não incrível! Só que isso fica para uma outra estória.

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Comentários

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Vários contos muito excitantes vale a pena conferir