As Irmãs Ferreira #8

Um conto erótico de Ceci
Categoria: Homossexual
Contém 1974 palavras
Data: 13/09/2023 19:45:10
Última revisão: 27/12/2023 17:14:37

Não sai da cama para ajudar na ordenha naquela manhã, fiquei deitada chorando por um tempo, me levantei e fui para cama de Clara, fiquei ali deitada sentindo seu cheiro e pensando como seria os próximos dias sem ela, meu coração doía muito

Mas a vida continuava é tive que levantar antes que a minha mãe voltasse e me visse ali naquela depressão, fui na cozinha e tomei um café, graças a Deus não vi ninguém, não queria conversar, saí de casa e fui direto pegar a égua branca, logo estava saindo em direção ao rio, lá eu fiquei quase o dia todo

Quando voltei pra casa tomei um banho e fui jantar, minha mãe estava jantando mas logo que sentei ela se levantou e disse que estava cansada e iria dormir, não comi quase nada e fui me deitar, por mais que eu quisesse dormir eu não conseguia, estar ali naquele quarto sem a Clara era torturante

Não sei a hora que dormi mas foi bem tarde, quando o despertador tocou no outro dia eu acordei com os olhos ardendo de sono, mas me levantei, ficar ali era pior, eu precisava me distrair, enfiei a cara no trabalho nos dias seguintes, evitava ficar sozinha para não ficar lembrando de Clara mas era quase impossível, a noite quando eu ia dormir era pior ainda porque tudo dentro daquele quarto me lembrava ela

Chegou o final de semana e minha tristeza diminuiu um pouco, Clara disse que iria ligar, eu fiquei o tempo todo dentro de casa ou ao redor para não correr o risco dela ligar e minha mãe não me achar, o sábado se foi, o domingo já estava acabando e pro meu desespero o telefone só tocou uma vez e não era ela porque minha mãe não me chamou

Antes de dormir fui no quarto da minha mãe, perguntei ela se Clara tinha ligado e ela disse não, perguntei se ela sabia o porque e se por acaso ela tinha ligado para Clara para saber notícias, ela disse ligou mas não deu certo a ligação e mandou eu ir pro quarto porque ela queria dormir

Nossa eu sai dali arrasada, Clara disse que ligaria mas não ligou, pensei que talvez ela tenha tentado mas por algum motivo a ligação não deu certo como aconteceu quando minha mãe tentou ligar

Talvez ela ligue no meio de semana, mas não ligou, minha mãe disse que tinha tentado ligar outras vezes mas não deu certo aí ligou no trabalho da prima dela que era a dona da casa onde Clara estava e a prima disse que eles não tinha mais telefone em casa, que o marido tinha desativado a linha mas que Clara tinha chegado bem e estava tudo bem com ela

Fiquei aliviada por ter notícias de Clara mas triste por saber que agora seria muito difícil da gente conversar, mas provavelmente nas próximas semana ou no início da outra chegaria a carta dela

Mas uma vez os dias passavam devagar, era torturante pra mim aquela espera, não dormia nem comia direito, mas a semana passou, depois o final de semana e na quarta feira minha mãe saiu para cidade depois do almoço mas não falou nada comigo, perguntei Ana se ela sabia o que minha mãe tinha ido fazer e Ana disse que só sabia que ela ia no escritório do advogado dela

Eu fiquei muito feliz porque provavelmente ela foi buscar as cartas de Clara, como os correios não entregava cartas na fazenda minha mãe dava o endereço do advogado dela para ser entregue suas correspondências, ele além de advogado era um amigo antigo da família e de total confiança

Fiquei o resto do dia olhando para a entrada da fazenda, o sol já estava quase se ponto quando vi de longe o carro da minha mãe apontar na estrada de terra, eu sai da porta e sentei no sofá da sala, ela entrou com alguns sacolas em uma mão e uns papéis na outra, minha ansiedade era enorme mas não falei nada, ela foi até a cozinha e depois de alguns minutos foi pro escritório, eu fiquei ali esperando ela me chamar para entregar a carta de Clara, mas se passaram minutos, horas e nada dela me chamar, por fim ela saiu e foi para o seu quarto

Eu não aguentei e fui atrás dela e perguntei se Clara tinha mandado alguma carta, ela disse que sim, que tinha acabado de ler e me mostrou um papel nas mãos, ela disse que se eu quisesse podia ler, eu disse que não precisava, aí minha mãe disse que ela tinha mandado um abraço pra todo mundo

Perguntei se ela só tinha mandado aquela carta e minha mãe disse que sim, aí agradeci, dei boa noite e fui pro meu quarto, antes de chegar na cama minhas lágrimas já cobriam meu rosto, ela não ligou, não escreveu a carta para mim, eu não estava entendendo nada, Clara prometeu que ligaria, que escreveria, porque ela não estava cumprindo sua promessa

Eu chorei naquela noite, juntou a saudade, a tristeza por ela não ter me mandado nada, eu não sabia o que fazer, depois de tanto chorar e ficar pensando em um monte de motivos para ela não ter me mandado uma carta eu acabei adormecendo

Acordei no outro dia mas simplesmente não tive coragem de sair da cama, era umas 9 horas quando minha mãe me chamou, eu disse para ela entrar, ela perguntou se eu não ia levantar, eu disse que estava com uma cólica muito forte e ia ficar na cama até melhorar

Ela então disse que ia escrever uma carta para Clara e se eu queria mandar algum recado, eu disse que era para mandar um abraço como ela mandou para mim, minha mãe se levantou e se foi, eu podia escrever uma carta e pedir pra minha mãe enviar mas se ela não me escreveu algum motivo tinha então resolvi ficar no meu canto até ver o acontecia, talvez ela me mande algo nas próximas semanas

Mas não mandou, só tive notícias que ela mandou outra carta no fim do outro mês porque minha mãe disse que ela tinha escrito e mandado um abraço

Os meses foram se passando, eu me sentia sozinha porque não podia desabafar com ninguém, uma tristeza foi tomando conta de mim, eu mal sorria, os poucos momentos de felicidade era no meio dos peões ou cavalgando para algum lugar com Sebastião ou Jorge

Patrícia notou minha tristeza e veio perguntar o eu tinha mas desconversei e disse eu não tinha nada, que eu estava bem, tenho certeza que ela não acreditou mas não insistiu, todo domingo eu ia no rio chorar e curtir minha dor, a saudade cada vez apertava mais

Faltava uma semana pra terminar o mês de junho daquele ano, Clara logo estaria na fazenda de ferias e eu poderia matar minha saudade e ter as explicações que eu tanto buscava

Na sexta feira eu acordei e segui minha rotina normal, mas quando voltei da ordenha eu vi que o carro da minha mãe não estava na garagem, fui na cozinha e perguntei Ana se minha mãe tinha saído e Ana disse que ela saiu bem cedo pra ir pra rodoviária para pegar o ônibus para a capital

Como assim minha mãe viajou!?!

Perguntei Ana se ela tinha ido buscar Clara mas Ana disse que não, que ela levou umas malas e disse que ficaria o mês lá porque Clara não poderia vir passar as férias na fazenda aí minha mãe foi para lá ficar com ela

Eu só não cai sentada com aquela notícia porque eu tinha acabado de me sentar para tomar um copo de café, meu mundo caiu naquele momento, aí perguntei Ana porque minha mãe saiu assim de uma hora para outra e não me levou, Ana disse que não sabia mas minha mãe disse a ela que Clara ligou a noite avisando e minha mãe resolveu ir de repente

Eu nem terminei tomar o café, sai da cozinha para não chorar na frente de Ana, eu não lembro muito o que aconteceu dali para frente mas voltei a mim e eu estava sentada no chão debaixo de uma mangueira chorando e Patrícia abraçada comigo, eu pensei em sair dali mas eu precisava daquele abraço, eu apertei Patrícia contra meu peito, coloquei meu rosto sobre seus ombros e não disse nada, eu só chorei muito

Depois de um bom tempo ali chorando abraçada com minha amiga eu me afastei, enxuguei meu rosto e disse

Ceci: Obrigado pelo ombro

Patrícia: amigos é pra essas coisas

Você está melhor?

Te vi saindo da casa igual uma doida e vim atrás de você

Ceci: na verdade não estou não mas vou ficar, não se preocupe

Patrícia: quer conversar sobre o que está acontecendo com você?

Ceci: queria mas não posso, me desculpe mas é um problema que não posso dividir com ninguém

Patrícia: eu sei qual é o seu problema, mas não vou insistir, se algum dia você achar que sou confiável a ponto de me contar a verdade vou estar por aqui

Ceci: duvido que você saiba, mas não é que não te ache confiável, é que realmente não posso falar

Patrícia: eu sei sim Ceci, eu vi os olhares de vocês duas, vocês podem ter enganado os outros mas a mim não

Eu não sabia o que falar depois que ela disse aquilo, eu entrei em choque eu acho, ela percebeu e disse

Patrícia: o segredo de vocês duas está seguro comigo, pode ficar tranquila, e não precisa falar nada, só queria deixar claro isso, vou estar por aí quando quiser conversar

Ela disse isso, se levantou e saiu andando e eu fiquei ali sentada no chão sem saber o que fazer

Pensei bem e resolvi não confirmar nada para Patrícia, se ela tocasse no assunto de novo eu me faria de boba e negaria até o fim, depois que me acalmei voltei para casa, não adiantava mais chorar, Clara não ia vir e mais uma vez ela quebrou uma promessa que fez

Eu não chorei mais aqueles dias, apesar da tristeza que sentia eu acho que não tinha mais lágrimas para chorar, e também não ia resolver nada

A semana foi passando, na quinta feira fui surpreendida ao ver minha mãe chegando de carro, me deu uma pequena esperança de poder ver Clara com ela mas logo que o carro chegou mais perto minhas esperanças se foi, minha mãe estava sozinha

Ela desceu do carro e foi para dentro de casa, eu fui atrás dela, quando entrei a achei no quarto guardando as malas, entrei e perguntei o que tinha acontecido para ela voltar antes do previsto, e se Clara estava bem

Mãe: não que seja da sua conta mas ela está ótima

Ceci: nossa mãe o que foi isso?

Eu só perguntei, me desculpe

Mãe: você é muito boba Maria Cecília!

Você acha não vejo você ai triste pelos cantos por causa da Clara!?!

Ceci: é que sinto falta da minha irmã

Mãe: pois ela não está nem aí com você!

Bom vou te dizer porque voltei antes, sua irmã brigou comigo e me mandou embora Ceci, sabe porque?

Ceci: não faço ideia mãe

Mãe: ela falou que iria estudar mas em vez disso ela arrumou foi um namorado, eu não queria saber dela namorar antes de terminar os estudos mas ela não me ouviu, ainda brigou comigo, sua irmã não está nem aí pra mim nem para você, esqueci que ela existe e vai viver sua vida

Só virei as costas e sai, eu não podia acreditar, Clara estava namorando, por isso não ligou, não escreveu, ela não queria saber de mim, ela me traiu, me fez de boba, como eu pude ser tão idiota assim!?!

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Continua...

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Comentários

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A conversa dessa mãe tá muito sem sentido, ainda mais por ter mudado com Cecília. Enfim, temos que aguentar a curiosidade né Paulo, pq se Forrest postou dois, acho q vaoli matar a gente até o próximo.

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A mãe com certeza tá envolvida , mas o amor ❤️ da clara não era tão forte assim.

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Foto de perfil de Paulo Taxista MG

Puts 😕😔 não acredito tem caroço nesse angu, a mãe está mentindo, ela já sabe delas talvez quem sabe, mais se for verdade que ela arrumou um namorado aí sim vai ser uma tristeza pra Ceci. Me deixou de boca aberta esse capítulo.

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Foto de perfil de Paulo Taxista MG

Agora aguardar os próximos capítulos, seta que Ceci vai resolver tbm estudar e ir pra BH, estudar qualquer coisa relacionada a fazenda, administração, veterinária ou algo do tipo, mais como diz o Forrest logo aparece como novidades.

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Vamos ver se suas teorias estão certas nos próximos capítulos kkkk

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Adoro estórias assim ,amor, paixão , sofrimento, desprezo etc.

A vida é assim.

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Meu que foda .

Ser traído e abandonado assim é cruel.

Parabéns 👏👏👏👏👏 excelente conto .

Na espera do 9° capítulo

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