Irmão postiço caralhudo

Um conto erótico de Kherr
Categoria: Homossexual
Contém 16824 palavras
Data: 04/05/2023 20:59:06

Irmão postiço caralhudo

Parecia que tinham feito de propósito, escolhido a data à dedo, quando na manhã do dia do meu aniversário, eles discutiam na mesa da copa. Não que as discussões entre eles fossem alguma novidade, elas tinham se tornado mais evidentes há quase um ano, mas aquela estava sendo mais acalorada, cada um atirando na cara do outro tudo o que estava entalado em suas gargantas, talvez há anos.

- Bom dia! – cumprimentei ao me juntar a eles, não obtendo resposta! Era quase certo que nem deram pela minha presença, ou a viram apenas como mais um incomodo a ser solucionado naquela relação desgastada.

- Me parece que a solução é simples e única, cada um segue seu caminho e ponto final! – sentenciou meu pai, o mais controlado da situação, pelo menos aparentemente. – Terminamos hoje, aqui e agora, pois estou farto e não vou me desgastar mais por conta de suas insinuações e atitudes. Saio dessa casa hoje, e na segunda-feira meu advogado entra em contato com você para oficializarmos o divórcio. – continuou, levantando-se e abandonando a mesa.

- Já não é sem tempo! E, só para esclarecer, quem está farta de sua mesquinhez e indiferença sou eu. Não precisar mais olhar na sua cara vai ser um favor! – proferiu minha mãe, exaltada como sempre e não medindo os impropérios que nem convém citar aqui.

Meu pai subiu ao quarto que estava ocupando sozinho há alguns meses para juntar seus pertences, e minha mãe pegou a bolsa e as chaves do carro e saiu. É, não tinham percebido que eu existia. Fiquei ali sozinho, engolindo as frutas com cereais que, naquela manhã pareciam não querer descer pela minha garganta.

- Feliz aniversário, Thierry! Parabéns para você! – exclamei em voz alta, para que a data não passasse em branco.

Meu pai enfiou as malas e outras coisas dele no carro, voltou para o escritório e tirou uma papelada das gavetas colocando tudo numa pasta, deu uma última checagem geral pela casa e foi embora sem se despedir de mim. É, eu não era um dos itens importantes que ele não podia deixar para trás.

Minha mãe só voltou à noite, tinha me mandado uma mensagem no meio tarde dizendo que estava na casa da irmã, que eu não me preocupasse, que mais tarde estaria em casa. Acho que ela nem se lembrou que há exatos catorze anos atrás tinha parido um filho. Então, me perguntei, por que merda do caralho eu vou me preocupar onde você está, a que horas vai voltar para casa e, se vai voltar?

Enquanto corriam os trâmites do divórcio, nossa casa ampla e confortável num bairro nobre de Curitiba foi posta à venda, meu pai estava morando num flat enquanto tratava de seu regresso à França, seu país de origem, junto à multinacional onde ocupava um cargo na alta direção da empresa, e minha mãe fazia tratativas para aceitar o cargo de chefia de uma equipe de gastroenterologia num famoso hospital em São Paulo. Em nenhum momento, fui mencionado ou fiz parte da partilha de bens a que ambos reivindicavam como abutres esfomeados; o que me deu a nítida sensação de ser aquele quinhão desprezível que teria que fazer parte do pacote para um dos lados.

- Você fica com o Thierry! – determinou meu pai, durante a audiência final, à qual eu infelizmente precisei comparecer, e assistir aquele espetáculo deprimente de duas pessoas lavando roupa suja em público. – Até porque estou deixando o país e ainda não tenho residência fixa na França. – emendou, para justificar sua preferência diante do juiz.

- Só se você arcar integralmente com os custos do sustento e manutenção dele! – impôs minha mãe, desincumbindo-se do fardo.

Esse foi o item do divórcio mais problemático a ser resolvido, pois implicava uma ação na justiça francesa que determinasse a retenção e o envio de uma parte dos rendimentos do Maurice para o Brasil para bancar meu sustento. A coisa se complicou quando meu pai quis impedir minha mãe de acessar a conta bancária na qual seriam feitos os depósitos, alegando que ela ia se aproveitar da situação para extorqui-lo ainda mais. Eu, como não emancipado, não podia movimentar uma conta bancária sem o suporte de um adulto responsável. Coube ao meu avô materno assumir esse encargo até a minha emancipação, depois de muita briga e discussão entre os advogados de ambas as partes.

Meu pai me mandou uma mensagem no Whatsapp na véspera de seu voo para Paris, a título de despedida – Embarco amanhã no voo das 09:00 horas para São Paulo e de lá no voo noturno para a França, se quiser podemos nos encontrar no aeroporto. Tchau Thierry! Talvez nas tuas férias eu esteja com tudo organizado e você pode ir me visitar. Fique bem! Abraço, papai! – dizia o texto. Eu não sabia se chorava ou se caía na gargalhada, aquilo era a coisa mais irônica e patética que eu já tinha visto. Cheguei à conclusão que não valia a pena responder à mensagem.

Nos meses seguintes, minha vida deu uma guinada e tanto. A venda da casa de Curitiba foi convertida na compra de um amplo apartamento próximo ao local de trabalho da minha mãe, fui matriculado num dos melhores colégios particulares da cidade, à semelhança do de Curitiba e, no mais, me encaixei naquilo que se esperava de mim, fazer o meu papel de filho obediente e resignado sem trazer qualquer tipo de problema que prejudicasse ou levasse meus pais a terem qualquer dissabor. Ou seja, quanto mais eu me parecesse com qualquer outro móvel da casa, melhor; útil quando necessário, invisível e prestativo. Já não me restava mais nenhuma referência. Meus antigos amigos de escola ficaram para trás, tive que arranjar novos. Meus parentes maternos, que nunca foram muito próximos, se tornaram ainda mais distantes. Minha casa, que guardava boas lembranças da minha infância não nos pertencia mais. Meu quarto, que simbolizava o mundinho que eu conhecia até então, e no qual reinava soberano e feliz, devia estar abrigando alguém com mais sorte do que eu.

Pouco mais de um ano depois, novas transformações. Minha mãe se casou com um empresário e fomos morar na casa dele, junto com o filho de dezenove anos que ele tinha do primeiro casamento. Eu achava que nada podia ser mais bizarro, mas eu não tinha idade ainda para saber do que as pessoas são capazes, das esquisitices que promovem ao tocar suas vidas. Não tínhamos afinidade alguma, apesar do meu padrasto querer se mostrar simpático e acolhedor. Quanto ao filho dele, Lukas, simbolizávamos apenas um acidente de percurso um para o outro. Ele estava prestes a deixar a adolescência para trás, enquanto eu mal tinha entrado nela, o que se traduzia em mais incompatibilidades do que em interesses em comum. O mais próximo que ficávamos era por conta dos quartos vizinhos que ocupávamos no fim de um corredor no andar superior do casarão sem identidade. Todas essas mudanças influenciaram sobremaneira na minha personalidade já tímida, tornei-me um recluso em mim mesmo, pouco disposto a interagir com as pessoas, dado que me parecia que eram elas a nos trazer grandes sofrimentos.

Fiz poucas amizades no colégio e, que ficavam restritas àquele ambiente e àquelas horas que passava lá. Nunca trouxe alguma delas para dentro de casa, uma vez que nunca a senti como sendo minha, bem como nunca fui à casa de nenhuma dessas novas amizades por que não me interessava ver que havia famílias vivendo felizes juntas.

Tanto o novo marido da minha mãe, Eduardo, como ela mesma passavam quase o dia todo fora de casa envolvidos com seus trabalhos, quando não saíam para festas ou programações das quais só voltavam tarde da noite ou no dia seguinte quando o alvorecer já despontava. O Lukas mal parava em casa, tinha uma galera de amigos com os quais sempre tinha compromissos inadiáveis e urgentes, passando horas fora de casa; quando não dias seguidos, quando não tinha aulas na faculdade. Quem efetivamente morava no casarão era eu, duas empregadas e o marido de uma delas, o motorista, o que a fazia parecer mais um mausoléu do que um lar. Se eu quisesse companhia durante as refeições tinha que fazê-las na copa, junto dos empregados, pois raramente havia alguém mais para compartilhá-las comigo. E, quando havia, não tínhamos assunto nem para um bate-papo ligeiro. Tal como ocorrem fenômenos raros na natureza, um eclipse, a eclosão de um vulcão, um tsunami, por exemplo, também houve uma manhã de domingo na qual miraculosamente todos estavam em casa, e o dia ensolarado havia inspirado a cozinheira a servir o desjejum no terraço anexo à piscina.

- A Beatriz, uma colega da escola, está com uma ninhada de beagles da cachorrinha dela e está doando os filhotes, eles são lindos, posso pegar um para mim? – perguntei, já que aquilo impactaria em toda rotina da casa.

- Não! – respondeu prontamente minha mãe. Como se formou um silêncio e ela desviou o olhar na minha direção e viu que eu esperava por uma justificativa. – Um cachorro transitando pela casa só vai trazer tumulto, sujeira e barulheira desnecessária. Definitivamente fora de cogitação, Thierry, trate de se ocupar com coisas mais úteis. – emendou para se justificar.

- Eu prometo que cuido dele! Não vou deixar que tumultue a casa e nem interfira na rotina de quem quer que seja, prometo! – insisti, pois queria muito uma companhia para preencher aquelas horas de tédio.

- E quando estiver no colégio, quem cuidará dele? E quando formos viajar, onde e com quem vai deixar o bicho? Quando ele começar a destruir tudo que encontrar pela frente, pois cachorros fazem isso, quem vai correr atrás do prejuízo? Não, Thierry! Nada de cachorro, entendeu? – sentenciou ela determinada. – O que fazem os rapazes da sua idade? Tente descobrir e empenhe-se nisso. Vá praticar algum esporte, não tem esses tais videogames, pois compre alguns e se distraia com isso. – ela definitivamente não sabia o que era ter um filho adolescente, e nem se preocupava em saber. Engoli minha frustração e deixei o barco seguir sua rota.

Minha vida havia se resumido a frequentar o colégio, único lugar onde eu interagia um pouco com um grupo seleto de amigos e amigas, a passar as tardes fazendo meus deveres escolares e ir ao curso de francês duas vezes por semana, a trocar meia dúzia de frases com os empregados, que me olhavam como se eu fosse um enjeitado, quando me entediava de ficar trancafiado em meu quarto, e receber o professor de piano que também vinha duas vezes por semana me ensinar a dedilhar aquela fileira de teclas. No mais, eu passava a maior parte do tempo entre aquelas paredes às quais designaram um decorador para transformar num quarto de adolescente, e que nada tinha da minha personalidade. Raramente eu me sentava à mesa do jantar, por dois motivos. O primeiro, é que ela era servida tarde quando meu padrasto e a Juliana voltavam do trabalho, e meu estômago era regido por seu próprio relógio biológico que me fazia sentir fome bem antes da refeição ser servida, o que me levava a incursionar pela cozinha logo ao final da tarde e preparar eu mesmo um lanche com o que encontrava na geladeira. O segundo, é que os assuntos que eles conversavam entre eles nunca tinham nada a ver comigo, o que me tornava um ouvinte passivo raramente questionado ou instado a dar alguma opinião que nunca era levada em consideração. Afinal, eu não passava de um moleque que vivia num mundo paralelo.

- Por que está se comportando como um esquisito? Você responde com monossílabos às perguntas que o Eduardo te faz para se entrosar com você. Também não conversa com o Lukas e os amigos que ele traz para cá. O que deu em você? Gosta do papel de problemático, ou só faz isso para chamar a atenção sobre si? – questionou-me a Juliana quando, decorridos alguns meses morando com o novo marido, percebeu que eu não convivia com quem ninguém.

- Vai ver que é porque sou um esquisito mesmo! Ou, como você disse, o problemático, o desajustado! Ainda resta uma tarde com algumas horas livres, por que não me manda para um psicólogo, para ver se ele encontra a gênese dos conflitos do filho perturbado? – respondi.

- Não seja irônico, Thierry! Você já não é mais nenhum bebê para ficar fazendo birra para conseguir as coisas. Trate de se comportar! – ordenou imperiosa.

- Me comportar? Então me diga você como devo me comportar! O que devo ou não dizer, quando devo ou não abrir a boca, como devo sorrir para o Eduardo fingindo que adoro viver na casa dele para deixá-lo contente, que coisas devo fazer para que o Lukas se digne a notar a minha presença, e que não seja apenas para ficar tirando sarro da minha cara na frente dos amigos dele. Me diga, mãe! Me diga quais merdas mais eu preciso fazer para alguém dar-se conta de que eu existo, fala caralho! – berrei, perdendo a compostura diante de tanta insensibilidade.

- Cala essa sua boca suja, Thierry! Não estou disposta a ouvir as tuas sem-vergonhices! – retrucou ela.

- Isso é uma piada, ou o quê? Há pouco não me mandou conversar e interagir com as pessoas, e agora me manda calar a boca depois de apenas algumas frases! E tem mais, você nunca esteve disposta a ouvir nada que viesse de mim, não só as sem-vergonhices! Portanto, vá à merda com seus conselhos e, dê-se por feliz de eu não te criar problemas maiores, pois vontade para isso não me falta. Aí sim, você vai saber o que é ter um filho problemático! – revidei furioso.

- Eu jamais deveria ter aceito a imposição do seu pai para você ficar sob a minha guarda! É mais uma que ele fica me devendo! – resmungou ela. Eu a deixei falando sozinha, e apontei o dedo médio em riste de uma das mãos na direção dela.

- Thierry! – gritou possessa às minhas costas.

Poucas semanas depois, o Eduardo bateu à porta do meu quarto bem antes de seu horário costumeiro de chegar. Trazia uma caixa de papelão relativamente grande com uma fita azul larga amarrada com um laço no topo.

- Espero que tenha acertado na escolha, é para você! – disse ele com gentileza, uma característica dele à qual eu não tinha críticas, pois sempre me tratou assim.

Comecei a sentir meu coração palpitando quando notei que algo se mexia impaciente dentro dela, e me apressei a desatar o laço e abrir as abas da tampa. Imediatamente, a cabeça agitada de um filhote de beagle apontou na minha direção, enquanto o corpinho rechonchudo sacolejava para todo lado agitando a cauda e querendo pular nas minhas mãos.

- Caraca! Um filhote! É para mim? – perguntei incrédulo. – Mas, a Juliana disse que não queria nenhum cachorro nessa casa! – exclamei, enquanto erguia o animalzinho agitado e o deixava lamber a minha cara.

- Acho que vamos contrariá-la dessa vez! Até porque, agora já está feito! – devolveu ele, me encarando como se fosse meu cúmplice num delito.

- Eu te prometo que vou cuidar dele, que não vou deixar ele destruir a sua casa, juro! – exclamei radiante.

- Eu sei que vai, Thierry! Você é um bom garoto, saberá dar a ele todo carinho e cuidados que ele vai precisar, e pode contar comigo como seu aliado nessa empreitada. – eu não esperava essa reação dele, e lhe devolvi um sorriso sincero e amistoso.

- Valeu, Eduardo! Muito obrigado! Foi demais! – exclamei.

- Tem mais uma coisa, Thierry. Não quero que pense que estou tentando comprar a sua simpatia com esse presente, eu gosto que esteja aqui conosco, e queria que você se sentisse em casa aqui dentro. A casa não é minha, é nossa! Somos uma família e eu queria que nos visse assim. – sentenciou.

- Ok! Obrigado! – fiquei meio sem jeito, talvez tenha sido mesmo culpa minha eu me sentir deslocado naquela casa, e tentaria mudar essa situação pelo bem de todos.

- Isso só vai incentivá-lo a ficar mais mimado! – afirmou minha mãe quando chegou em casa e me viu brincando com meu mais novo companheiro. Vi que o Eduardo piscou na direção dela, e sabia por experiências anteriores que aquele assunto ainda ia render alguns protestos entre os dois.

Como uma espécie de retribuição pelo presente que o Eduardo me deu, eu tentei me aproximar do Lukas, o que era bastante difícil, visto que ele costumava passar por mim como se estivesse competindo numa corrida de Fórmula 1. Como ele nunca se dirigiu a mim, fui eu quem o encheu de perguntas para ver se encontrava um assunto que rendesse alguma conversa. Ele as respondia desinteressado, era pura perda de tempo ficar gastando saliva e o vernáculo com um moleque mal saído dos cueiros que nem seu parente era. Ciente que dali não resultaria nada, acabei desistindo.

É um ledo engano achar que as coisas ruins não podem piorar. O adjetivo esquisito que a Juliana usou para me confrontar estava se mostrando cada dia mais apropriado para me definir. Havia dois anos que aquelas incomodas e impertinentes ereções involuntárias do meu pinto tinham me dado uma trégua, e eu já achava que tudo estava sob controle, até descobrir que os garotos mais atléticos e parrudos do colégio me faziam sentir coisas estranhas quando os via tomando banho e se trocando no vestiário após as aulas de educação física. Que porra é essa agora, Thierry? Esse pinto querendo endurecer só porque você viu um carinha peladão, o que está acontecendo? E aqueles homens com pelos nas partes mais atraentes de seus corpos que aparecem nos filmes e pelos quais você fica babando feito um nenê? E o pulha do Lukas com aquele peitoral e aquela montanha de músculos para todo lado que te faz estremecer todo quando anda pela casa metido naqueles shorts onde mal cabe o volumão que ele tem no meio das pernas? Explica que porra é essa, Thierry? Eu me perguntava toda vez que aquelas sensações tomavam conta do meu corpo.

- Tu é gay! Bicha, veado; manja, Thierry? – foi o que me respondeu a Veronica, minha melhor amiga, minha confidente nos corredores e pátio do colégio, com o que também concordou o Luciano, meu outro melhor amigo, assumidamente gay, que vivia em disputa com a Veronica pela supremacia do título.

- E vocês dois são uns putos para quem não dá para contar nada! – revidei exasperado, mesmo começando a achar que eles podiam ter uma pontinha de razão. Ambos riram na minha cara, como quem diz, quando é que esse veado vai perceber que é gay.

- Será? – eu ainda questionei, fazendo-os cair na gargalhada.

- Se toca, ó perdido! Quais são as garotas mais bonitas do colégio, as mais gostosas, as mais peitudas? – perguntou o Luciano, me testando.

- Sei lá! Eu vou lá me preocupar com os peitos delas? – respondi, percebendo imediatamente que tinha caído na armadilha dele. – Você é bonita, Veronica; a Alice, a Isabela, vocês usam umas roupas muito maneiras. – continuei, para disfarçar.

- Bonita, seu puto? É isso que você acha que eu sou, bonita? Vá à merda, Thierry! Eu sou gostosa, bonita é o caralho! – exclamou a Veronica revoltada com minha resposta.

- Bicha, eu não perguntei qual garota é bonita, eu perguntei qual é gostosa, qual tem os peitos e a bunda que a rapaziada quer cair em cima. – tripudiou o Luciano. – Mas, vamos lá; vamos tentar mais uma vez. Agora me diz quem são os rapazes mais interessantes e cobiçados do colégio. – ele queria me ver encurralado, e estava conseguindo.

- O Junior, o Miguel, o Cauã, o Bernardo, o Nicolas Prates, o Lorenzo, o ... – nesse instante ele me interrompe, sem paciência.

- Tá, tá, tá bom, já chega! Você não vai parar enquanto não mencionar todos os garotos atléticos, gostosões e caralhudos do colégio, já que é neles que você foca seus interesses, seu gay enrustido!

- Gay é você, sua putinha depravada, que só sabe falar de sexo e sacanagens! – revidei

- Isso, vai me xingando, vai! Vamos ver quando finalmente cair a sua ficha o que vai achar de si mesmo. – devolveu revoltado. – O cara nem consegue citar meia dúzia de meninas por quem a rapaziada arrasta um bonde e, pelo contrário, sabe o nome de todos os gostosões pauzudos do colégio. Depois, quer me convencer que não é gay! – exclamou triunfal.

Bem, a discussão e nem a minha dúvida se encerraram por ali. O – Será? – continuava a martelar a minha mente como eu martelava as teclas do piano nas aulas do professor Guilherme – do, la, sol, mi, fa, mi, re, fa, mi, sol, fa, fa, sol – mas o resultado não me parecia tão harmonioso quanto o que saía do piano, o emaranhado de dúvidas continuava na minha cabeça – gay, não gay, gay, não gay, gay. Isso durou até eu ouvir, sem querer, o Lukas comentando com um dos amigos dele que mais frequentava a casa, sobre mim.

- Tenho quase certeza que ele é gay! Não daqueles que você bate o olho e já saca qual é a do cara, mas daqueles que são e só se abrem quando confiam na pessoa. – comentou, com o João Pedro.

- Agora que você falou, eu também tive essa impressão, apesar do pouco que o vi. O que não dá para negar é que ele é lindo para caralho e, caras lindos assim costumam ser gays. Isso sem mencionar aquela bunda! Cara, que bunda é aquela? Lembra do dia do churrasco, antes do Carnaval, que ele estava com uma sunga vermelha e aquele bundão carnudo e tesudo estava todinho bronzeado? Cara, vou te confessar, teve uma hora que me deu um puta tesão que precisei bater uma punheta do banheiro. Se eu pego uma bunda dessas, mano, não largo enquanto não rachar ela ao meio. – sentenciou o João Pedro.

- Ele também já me deixou com o pau estourando dentro da calça. Tenho para mim que ele nem se toca que é tão tesudo e que deixa os caras tarados. – afirmou o Lukas

- Como assim? Será que não é charminho dele? Cara, ele deve se olhar no espelho e sabe que é bonito, só que não esfrega isso na cara de ninguém; o que, sinceramente, para mim, é uma puta qualidade. – devolveu o João Pedro, enquanto eu ficava cada vez mais abismado com aqueles comentários que eu ignorava rolarem a meu respeito.

- Não, cara, não é! Ele é ingênuo pra cacete! Se você o observar brincando com o filhote que meu pai deu para ele, vai perceber que ele brinca como um moleque com um caminhãozinho novo. Não tem malícia, não tem sacanagem. – retrucou o Lukas.

- E você, conta aí! Aposto que já mostrou a sua piroca para ele, só para ver se rola alguma coisa, confessa seu puto safado! – instigou o João Pedro

- Você pode até não acreditar, mas nem chego muito perto dele! Sei lá, ele é muito fechado, passa a maior parte do tempo trancado no quarto, não fala com quase ninguém, acho que ele não gostou da mãe se casar com meu pai e, quanto a mim, acho até que deve ter raiva. – disse o Lukas

- Por que, você aporrinhou ele, ou fez alguma coisa que ele não gostou?

- Que nada! Não fiz porra nenhuma, ele decidiu que não ia com a minha cara e pronto! Não tem motivo algum. – respondeu o Lukas. – Pior, cara, é que eu sempre quis ter um irmão mais novo; tipo, sei lá, para contar as piadas sujas, para ajudar ele nos deveres escolares, ou simplesmente para ficar enchendo o saco dele numa boa. Eu curto e gosto dele, não só por aquele corpão e aquela bundona, mas pelo jeito introvertido e tímido dele. – confessou.

Como eu nunca percebi nada disso, fiquei a me perguntar. Se isso me passou batido, com certeza a questão de ser gay também não tinha sido assimilada. Cazzo, sou gay e não sei! Quem consegue ser mais alienado, não saber da própria sexualidade? Aquele puto do Luciano e a tonta da Veronica estavam certos o tempo todo.

Ítalo é o nome dele, o cara mais lindo do colégio, que vivia cercado pelos colegas do time de basquete e por um bando de garotas, as mais gostosonas segundo avaliação dos rapazes que morriam de inveja dele. Ele estava numa classe à frente da minha, o que só permitia encontrar com ele nos intervalos entre as aulas. Quando o via passar, meus olhos não enxergavam mais nada além daquele corpão cheio de músculos, daquele jeito confiante de andar, daquele rosto que já precisava ser barbeado, e daqueles olhos num tom castanho claro que me deixavam suspirando. Duvido que algum dia ele tenha notado a minha existência, apesar de termos nos cruzado pelos corredores centenas de vezes, ou de eu ficar empoleirado nas arquibancadas da quadra de basquete após as aulas só para vê-lo jogar.

- Tem outra vez um carinha perdido nas nuvens! Saca só a cara de babaca, só faltar babar! – exclamou o Luciano, tirando onda comigo por que um dia me deu a bobeira de lhe contar que sonhava com o Ítalo me dando uns amassos e uns beijos.

- Larga mão de ser besta, Luciano! Nunca mais te conto nada! – devolvi enfezado.

- Daqui a dois sábados é o aniversário dele, vai fazer 18 anos segundo a garota que se arvora namorada dele. Ele já convidou uma galera para a festa na casa dele; lógico que toda aquela trempa de carinhas que anda com ele e as garotas que eles estão afim. A Isabela foi a única da nossa turma a ser convidada, nem preciso mencionar porque, não é? – disse a Veronica com uma pontinha de despeito.

- E daí? Quem é que ia querer ir numa festa cheia de garotas esnobes e caras se achando os machões do pedaço? – indagou o Luciano.

- Preciso responder? – devolveu a Veronica, apontando na minha direção.

- Quem, eu? – questionei. – Por que eu haveria de querer ir nessa festa, se nem na casa dos outros vou para fazer os trabalhos em grupo?

- Por que você é afim do Ítalo, e nem consegue esconder sua paixão platônica pelo marombado! – exclamou o Luciano.

Para variar, estávamos quase começando mais uma das nossas discussões quando a Isabela se aproximou, e que poucas vezes havia conversado comigo para me pedir o caderno de física emprestado por ter perdido a aula de cinemática escalar e vetorial, de trabalho e conservação de energia e de ondulatória que até chegamos a estudar juntos à véspera da prova numa tarde na biblioteca. Depois desses empréstimos, ela começou a espalhar que eu era um fofinho e, subitamente, vi minha popularidade crescer.

- Oi fofinho! Podemos conversar? – disse ao se aproximar de mim.

- Claro! Qual aula você não anotou dessa vez? – fui logo perguntando, pois era o único assunto pela qual ela podia estar me requisitando.

- Não tem nada a ver com as aulas, o assunto dessa vez é outro. Eu queria saber se você não está a fim de ir comigo na festa de aniversário do Ítalo. Ele me convidou, mas estou sem nenhum parceiro e não queria chegar lá sem acompanhante. Você topa? – eu parecia estar em choque, o que a fez me dar uma cutucadas.

- Hã! Na festa do Ítalo? Mas eu não fui convidado. – respondi.

- Ele me disse que se eu quisesse levar alguém não tinha problema. Vem comigo, vai!

- Ah, eu não sei! Não conheço ninguém daquela galera. – ao mesmo tempo que desejava estabelecer uma relação com o Ítalo, por mais inóspita que fosse, temia me enfiar no meio daqueles caras que viviam tirando o sarro com os carinhas mais tímidos, e ficam chamando-os de gays, numa demonstração inequívoca de repudio a qualquer cara que não fizesse o tipo macho heterossexual. De tanto ela me aporrinhar, acabei aceitando, só para não parecer um nerd deslocado.

- Você está se metendo numa fria, está sabendo, não é? – disseram o Luciano e a Veronica quando lhes contei do convite.

- Por quê? Só porque estou indo a um programa para o qual vocês não foram convidados? – retruquei

- Não, seu merda! Por que esses caras vão te sacanear! Será que você é tão burro assim, que não enxerga? – questionou o Luciano.

- Que motivo eles têm para me sacanear? Nunca fiz nada de ruim para eles? – indaguei

- Não, tu é burro mesmo, não adianta! Esses caras são capazes de tudo para ferrar com caras como eu e você! Se liga, o tonto! – respondeu

A paixão cega! Nada é mais verdadeiro do que essa afirmação. E eu, um palerma inocente e ingênuo, acreditava piamente na paixão unilateral que sentia pelo Ítalo, achando que, me aproximando dele, ele se derreteria de amores por mim, e viveríamos felizes como num conto de fadas. Adolescentes são assim, o cérebro mal tinha conseguido estabelecer as primeiras sinapses primitivas e nós já achávamos que sabíamos de tudo, quando literalmente a totalidade do que havia em nossas mentes era fruto de pura fantasia. E, foi com esse espírito, que eu acompanhei a Isabela a tal festa, até tendo perdido uma tarde inteira no shopping atrás de um presente para o homem dos meus sonhos; adentrando voluntariamente como um cordeiro inocente no covil de leões implacáveis.

A casa estava cheia, um DJ se encarregava de deixar a galera animada, demoramos mais de meia hora para encontrar o anfitrião aniversariante, cercado pelos seus fiéis aduladores. O Ítalo mal olhou na minha cara, mas quando agradeceu sem nenhum empenho o pacote que lhe entreguei com o coração quase a saltar pela boca, notei o sorriso de satisfação pela Isabela ter vindo, uma vez que o convite havia sido estendido a ela para satisfazer o desejo de um dos bobalhões que estava ao lado dele. O sujeito só faltou beijar os pés dele quando viu a Isabela, e a abraçou desengonçado dando um beijo nas bochechas dela, já planejando outros à medida que a noite fosse prosseguindo em lugares bem mais inacessíveis do corpo dela. Pouco depois, me vi sozinho. A mão boba do sujeito parece ter despertado na Isabela aquela inquietude úmida que assola as vaginas das garotas quando se veem lisonjeadas por um macho com potencial de se transformar no pai de sua prole.

Para não parecer um poste, circulei pelas salas, terraço e jardim com um copo de refrigerante que um dos garçons me serviu depois de me encarrar incrédulo, pois até então, ele só tinha recebido pedidos de bebidas alcoólicas que a moçada despejava goela abaixo como se fosse uma cachoeira. Não me atrevi a chegar perto de nenhuma das rodinhas onde risadas e conversas animadas aconteciam de forma natural. Eu não conhecia ninguém e, os que tinha visto no colégio nunca haviam trocado uma única palavra comigo. Mais uma vez o puto do Luciano estava certo, entrei numa fria. O bom senso mandava que eu saísse à francesa, mas cada vez que o Ítalo passava perto de mim, sem me notar, a besta aqui alimentava uma esperança descabida.

Quando resolvi entregar os pontos, me conscientizando que ele jamais viria ter comigo, e me preparava para deixar a festa, fui interceptado por dois daqueles asseclas parrudos dele.

- Não sabia que o Ítalo tinha convidado virgens para a festa dele! – exclamou um, atravessando-se no meu caminho e me obrigando a parar.

- Deve ser para presentear os amigos! – exclamou o outro, me cercando por trás.

- Você não é aquele bonitinho que anda com aquela garota brega e o veadinho? Como é mesmo seu nome? Fofinho? Não é fofinho, como te chamam? – começou o achaque.

Não respondi a provocação e tentei me esquivar saindo pela lateral, mas fui novamente interceptado pelo corpão de um deles.

- Calma aí, aonde você vai? Converse com a gente, ou o gato comeu a sua língua? Se comeu ele escolheu a parte errada. Eu teria começado por essa bunda gostosa. – disse debochando, ao mesmo tempo que sua mão se fechava sobre uma das minhas nádegas. O achaque já estava atraindo a atenção de mais pessoas e logo me vi cercado de uma plateia querendo ver o circo pegar fogo.

- Pode me dar licença, por favor? Não estou a fim de papo com vocês! – revidei, procurando passar pelo cerco.

- Olha só pessoal, como ele é educado! Por favor! Ele pediu, por favor, Cadu, vamos mostrar que também somos cavalheiros. – continuou o esculacho.

Nisso vi o Ítalo se aproximando, também atraído pela risada alta daquele bando de cretinos que se pôs a assistir às ofensas. Por um segundo achei que tinha vindo me livrar de seus colegas babacas, mas quando ele mesmo começou a me azucrinar, senti um desapontamento tão ferino no peito que chegou a me faltar o ar.

- Galera, acho que o que o nerdzinho veio procurar na minha festa não pode ser mostrado em público. – começou ele, fechando sua mão pesada sobre a minha nuca e me instando a acompanhá-lo até um canto mais ermo onde prometeu que todos me mostrariam seus cacetes, para que eu escolhesse aquele que estivesse a fim de mamar.

Me recusando a segui-los, fui praticamente arrastado até um canto do jardim onde havia uma pequena construção que abrigava o maquinário da piscina e algumas ferramentas, levando alguns safanões pelo caminho. Antes mesmo de chegarmos ao local, os dois que haviam começado o achaque, já tinham tirado os cacetões para fora e os balançavam acintosamente diante do meu corpo paralisado pelo medo. Porém, foi quando o Ítalo tirou o caralhão dele e me perguntou se eu não queria mamar o leite dele, é que descompensei e humilhado ao extremo, senti as lágrimas rolando pelo rosto. Enquanto as risadas aumentavam, eu saí correndo tendo a rua como único objetivo. O Ítalo morava numa rua um pouco erma, mas quando a alcancei, corri por umas centenas de metros antes de me recostar no muro de uma casa e tentar me acalmar para chamar um Uber. Por diversas vezes durante o trajeto o motorista me perguntou se eu estava bem, ao que eu respondia apenas abanando a cabeça, pois o choro me impedia de pronunciar qualquer coisa.

Ao chegar em casa, corri direto para o meu quarto, passando feito um raio pelo Lukas, João Pedro e outro colega deles de quem não me lembrava o nome papeando nos sofás da sala, uma vez que o Eduardo e a minha mãe estavam viajando em férias.

- Thierry! Vem cá, garoto! O que aconteceu, por que está chorando? – perguntou o Lukas, sem obter resposta. – Cacete, o que deu nesse moleque agora? – perguntou aos amigos embasbacados.

- Pelo visto deram uma surra no moleque! – aventou o amigo sem nome.

- Será que descobriram que ele é gay e bateram nele? – questionou o João Pedro.

- Ele é gay? – perguntou o sem nome, surpreso com a informação.

- Não se sabe ao certo, tudo indica que sim, pelas deduções do Lukas e minhas, - respondeu o João Pedro.

- Dá um tempo, João Pedro! Não sabemos de nada, você fala como se o garoto fosse mesmo gay; ao passo que não tem nada confirmado. – advertiu o Lukas.

- Vai lá ver se ele precisa de alguma coisa, cara! É seu irmão, não é? – sugeriu o João Pedro.

- Ele não é meu irmão! É o filho da mulher que casou com meu pai, não tenho porra de parentesco algum com ele. – reafirmou o Lukas.

- Que seja! Postiço ou não, é como se fosse! Quer que eu tente dar uma força?

- Estou sabendo qual é tipo de força que quer dar para ele, se manca tarado filho da puta! – sentenciou o Lukas. – Não te mete nisso! – emendou.

- E você, não vai fazer nada? Quem é o filho da puta aqui? O moleque estava desesperado, você não viu.

Ignorei as batidas repetidas na porta do quarto. Estava tão desiludido que só queria sumir, feito fumaça carregada pelo vento, e chorar com a cara afundada no travesseiro até não restar mais uma única lágrima a ser vertida por aquele cretino que eu achava um dia se tornar meu namorado. Após uma pausa, as batidas na porta recomeçaram, eu até já estava cochilando e, como também as ignorei, a porta se abriu e ele entrou.

- O que foi que aconteceu? – perguntou, quando já estava ao lado da cama.

- Nada! – respondi secamente, virado de costas para ele. Notei que continuou ali parado, talvez hesitando na abordagem.

- Alguém te machucou? – perguntou, sem receber uma resposta. Novos minutos de silêncio, e ele continuava ali. – Estou falando com você, me responda!

- Saia daqui!

- Não antes de você me dizer quem foi que fez esse monte de roxos nos teus braços e pescoço. – apesar de eu estar encolhido, ele viu os vergões arroxeados destacados sobre a pele muito alva.

- Ninguém!

- Que motivos tinha esse “ninguém” para fazer isso com você? – estava claro que ele não ia me dar sossego.

- Sai daqui, Lukas! Não se mete na minha vida! – exclamei exasperado. Ele ficou exatamente onde estava, como se lhe houvessem criado raízes nos pés, apenas me observando, deixando se passar mais de um quarto de hora.

- Chega para lá! – ordenou, de repente.

- O quê?

- Chega para lá! – repetiu, tirando parte do virol de cima de mim e se enfiando comigo na cama.

- O que pensa que está fazendo?

- Nada! – respondeu, com a mesma brevidade que eu fizera com ele. Eu estava sem forças para discutir depois da zoação e dos safanões que levei na festa, e resolvi que não compraria mais uma briga para tirá-lo de lá.

Ele não me perguntou mais nada, apenas se aproximou mais de mim, a ponto de eu sentir o calor que o corpo dele emanava e sentir sua respiração resvalando na minha nuca. Era ele quem ocupava a maior parte da cama, e aquela quentura que vinha dele, teve o poder de me acalmar tirando aqueles pensamentos tenebrosos sobre o bullying da minha mente. Mesmo não estando olhando na direção dele, eu sabia que estava acordado tentando entender o que se passara comigo.

- Me abraça! – pedi num quase sussurro. Ele se aconchegou mais e passou o braço musculoso e pesado sobre o meu tronco. Sem dizer mais nada, adormecemos.

Quando acordei era dia claro e estava quase caindo da cama, pois o Lukas estava todo esparramado sobre ela. Não pude deixar de olhar para ele ali deitado, de costas, com as pernas peludas bem abertas, um braço erguido e pousado sobre o travesseiro, o outro esticado ao longo do corpo. Nunca tinha atentado para o tórax vigoroso dele que se insuflava cada vez que inspirava, nem para a largura e solidez de seus ombros, embora o tenha visto muitas vezes só de short à beira de piscina. Também não pude deixar de focar o olhar no tamanho daquele troço que estava dentro da cueca dele, enorme e enrijecido àquela hora da manhã. Debaixo da ducha, aqueles vergões arroxeados me pareceram maiores do que quando fui me deitar e estavam sensíveis ao toque.

Ele acordou, mas continuou deitado na minha cama. Ao ouvir o som do meu celular recebendo uma mensagem, deixou a discrição de lado e o tomou nas mãos, lendo o texto digitado pela Isabela.

- “Oi fofinho! Como você está? Me desculpe pelo que aconteceu na festa. Eu não sabia que o Ítalo e os amigos dele iam fazer aquilo com você. Juro que se eu soubesse que iam aprontar não teria te pedido para me acompanhar”. – leu ele

- “Oi! É, foi bem chato! Como é mesmo o nome dos amigos do Ítalo que fizeram aquilo?” – digitou o Lukas, se fazendo passar por mim.

- “Bernardo é o do cabelo raspado e o que estava sem camisa é o Lorenzo.” – digitou ela em resposta. – “Eles te machucaram?”, “A Marta me disse que eles te levaram para um canto do jardim longe do pessoal e estavam fazendo coisas antes de você ir embora correndo” – continuou.

- “Não foi nada!”, “Outra hora a gente se fala!” – digitou o Lukas.

- “Jura que não está bravo comigo?” “Eu gosto de você, fofinho!” “Não queria perder a sua amizade” – afirmou ela.

- “Está tudo bem, não se preocupe!” – digitou apressado o Lukas, percebendo que eu voltava para o quarto.

- O que ainda está fazendo aqui? – perguntei, quando o vi ainda deitado na minha cama.

- Quem é esse Ítalo que bateu em você? – perguntou exigente

- Não é da sua conta! Saia daqui e me deixe em paz! – retruquei, pois se fosse começar a dar explicações teria que acabar admitindo que estava interessado no Ítalo, dali para ter que assumir que era gay seria um passo e, com isso, todos iam ficar sabendo da minha sexualidade me desmascarando frente a tudo aquilo que eu vinha guardando só para mim.

- Pois bem, não quer contar, não conta! Mas, assim que meu pai ou sua mãe ligarem para cá, vou contar tudo para eles saberem o que você anda aprontando. – ameaçou.

- Sai daqui, Lukas! Sai! Você não é nada meu, não se meta na minha vida! Sai, cara! – berrei furioso.

***

- Como foi a festa? – perguntou a Veronica na segunda-feira quando nos encontramos no colégio, uma vez que o Luciano, ao lado dela, não se atreveu a perguntar devido a minha cara de poucos amigos.

- Uma merda! – respondi carrancudo. – Não quero falar sobre isso, nem hoje, nem nunca!

- Arre, que o bicho está pegando! – exclamou o Luciano

- Você, principalmente, é bom nem começar com suas gracinhas para cima de mim. – desferi agressivo

- E é na gente que você vai descontar a sua raiva? – perguntou a Veronica

- Eu não avisei para você que ir a essa festa ia dar merda? Você não ouve ninguém! Só sonha com o Ítalo achando que ele vai dar bola para você. – atreveu-se o Luciano, tomando um pouco de distância para se assegurar de minha mão conseguir alcançá-lo.

- É você avisou, seu sabichão! Você sempre sabe de tudo, é o espertalhão, é cheio dos conselhos, é um bosta de um cara que se faz de meu amigo! – revidei, descontando nele a frustração pela festa fracassada.

- E você é um cretino que prefere se iludir com esse bando de babacas parrudos do que dar ouvidos a quem realmente gosta de você! Vá se foder, seu ingrato! – despejou furioso ao se afastar.

- Ele não tem culpa pelo que fizeram com você na festa. É injusto da sua parte tratar ele assim! – disse a Veronica.

- Se vocês já estão sabendo de tudo por que ficam me zoando?

- Não estamos sabendo de tudo! É que aquele desgraçado do Bernardo anda dizendo por aí que você fez um boquete nele, no Lorenzo e no Ítalo durante a festa. Por isso ficamos preocupados com você! É verdade o que ele anda espalhando? – quis saber

- Claro que não! Eles estavam me forçando a fazer e como me neguei, me deram uns safanões. – esclareci.

Pelos corredores e pátio um bocado de gente me encarava como se eu fosse uma bicha vadia, os cochichos pelas minhas costas pipocavam de todos os lados, e eu sentia minha reputação se arruinando. Como eu ia provar que tudo não passava de uma invenção daqueles três que tinham fama de ser os gostosões do colégio? A palavra de um cara retraído e de poucos amigos como eu não valia nada perto da fama que eles gozavam.

- Corram para as janelas, andem suas molezas! – berrava o Luciano, invadindo a biblioteca correndo e desconcentrando todos que estavam nela. – O Ítalo, o Bernardo e o Lorenzo estão levando o maior cacete de um cara no portão do colégio. – continuou, nos arrastando até as janelas de onde se avistava a frente do colégio. – Um contra três e eles estão levando a pior; olha a cara estropiada do Lorenzo, quase nem consegue mais ficar em pé. – narrava entusiasmado o Luciano, como se estivesse narrando uma partida de futebol.

- Minha Nossa! – exclamei quando vi a cena e identifiquei o espancador. – O que é que esse maluco pensa que está fazendo?

- Arrebentando a cara daqueles três babacas! – exclamou em jubilo o Luciano.

- Você conhece aquele cara? – perguntou a Veronica, mais focada na expressão do meu rosto do que na briga que se desenrolava lá embaixo.

- Não! Claro que não! – respondi apressado.

- Então por que disse que ele é maluco, como se já o conhecesse? – insistiu ela.

- Ele parece um daqueles cavalheiros medievais lutando por justiça, sem temer os inimigos. Olha o tamanho da moto do cara, é como se fosse o cavalo dele. – balbuciava o Luciano, impressionado com seu herói anônimo. – Parece o mocinho bom dos filmes que enfrenta sozinho um bando de caras maus e põe todos eles a nocaute. Eu queria estar na garupa daquela moto e abraçar daquele corpão de homem. – suspirava ele.

- Você anda assistindo filmes demais e fantasiando a realidade! – devolvi. – Tenho que ir!

- Vai para onde, não ficamos combinados de estudar para a prova de amanhã? – questionou a Veronica, ante minha repentina mudança de planos.

- Tenho um compromisso urgente! – respondi, juntando minhas coisas e saindo correndo

- Que compromisso, caralho? Até meia hora atrás você tinha a tarde toda livre! – interveio o Luciano.

- Pois acabei de arranjar um! Tchau! – nem esperei pela resposta.

Entrei em casa e fui direto procurar pelo Lukas. Ele e o João Pedro estavam sentados na varanda dos fundos.

- Ficou maluco, foi isso! Eu não falei para você não se meter nos meus assuntos? O que foi aquilo na porta do colégio? – indaguei furibundo.

- Só fui resolver uma pendência! – respondeu irônico.

- Que raios de pendência, você não tinha que estar na faculdade?

- Era uma pendência urgente, tive que faltar às aulas! – retrucou, trocando um olhar cúmplice com o João Pedro. – Aquele sujeitinho e amiguinhos dele estão avisados de que, se voltarem a mexer com você, na próxima vão se arrepender de terem nascido e vão sair com as caras mais arrebentadas do que hoje. – emendou

- Eu não pedi para você fazer nada disso! Por que se mete na minha vida?

- Por que não quero ver ninguém mexendo e zoando com você e, principalmente, te deixando com o corpo coberto de hematomas como aqueles filhos da puta fizeram. E, em vez de ficar me xingando, você devia estar me agradecendo. – respondeu.

- Agora sim, é que não vão mais parar de encher o meu saco, graças a você!

- Te garanto que não! Quer apostar quanto comigo que nunca mais vão te azucrinar? – eu me afastei bufando, lidar com aquele sujeito era impossível.

Fui largar minhas coisas no quarto, tomar um suco na cozinha e respirar para a raiva passar. Durante a discussão, tinha reparado que ele estava com umas escoriações nos braços e debaixo do queixo, sobre as quais ele segurava lenços umedecidos que haviam se tingido de sangue.

- Precisa fazer uns curativos nesses machucados para não infeccionarem. – disse, ao voltar ao terraço munido do material para os curativos. – Deixa eu ver esses machucados. – falei, com a voz branda e solícita, ao limpá-los.

- Foram só algumas escoriações, nada sério! – respondeu ele, mas deixou que eu cuidasse dele, sob o olhar inquisitivo do João Pedro. – Ai, isso dói! Vai querer me esfolar? – resmungou, quando passei as gazes embebidas na água oxigenada para remover o sangue coagulado e aplicar o antisséptico, antes de cobri-las com os curativos.

- Obrigado! – agradeci, enquanto fazia os curativos, fazendo surgir um sorriso na cara dele e na do João Pedro. – Mas não pense que vou me tornar seu amiguinho por conta disso! – exclamei soberbo.

Fofocas se espalham como um rastilho de pólvora. No dia seguinte, o colégio inteiro sabia que os durões tinham levado uma surra do meu irmão.

- Então aquele tesão veio te defender? Ai como eu queria ter um irmão desses! – disse o Luciano, assim que entrei na sala de aula.

- Deixa de viadagem! Ele não é meu irmão! – retruquei enfático.

- Não tem como, nasci assim, não dá para mudar! – respondeu ele, me deixando momentaneamente sem entender sua resposta.

- Por que nunca nos contou que tem um irmão? E ainda mais um desses, de fazer a gente suspirar. – disse a Veronica.

- Porque não tenho irmão, ora essa! Só por isso!

- Não é o que estão dizendo! – exclamou o Luciano

- E o que é que esse bando de fofoqueiros sabe sobre mim? Nada!

- Então fala logo quem era aquele cara, cacete! Me apresenta para ele, pergunta se ele curte gays, me leva para estudar na sua casa para eu ficar íntimo dele. – o Luciano devia estar com o cu pegando fogo.

- Ele não leva jeito de curtir gays, apresenta ele para mim, tenho mais chances do que você. – meteu-se a Veronica, despeitando o Luciano.

- Dá para vocês dois pararem com essa idiotice? Um com fogo no cu e a outra com siririca na buceta! – repreendi. Até eu não ter deixado tudo esclarecido, eles não me deram um segundo de sossego.

Com a mesma ênfase que eu não permitia que o Lukas se metesse nos meus assuntos, eu me abstinha de me intrometer nos dele. Não era porque residíamos sob o mesmo teto que eu me importava com o que acontecia com ele. Porém, e talvez porque nossos pais estivessem viajando e ele era a única pessoa com quem eu cruzava nos ambientes da casa, afora os empregados, percebi que ele andava muito abatido e tristonho. Como era ele quem praticamente sozinho agitava aquela casa, trazendo-lhe remotamente uma aparência de ser habitada, quando estava chateado boa parte energia desaparecia por completo.

Era o segundo dia que quase não o vi, o inseparável amigo João Pedro não aparecia pelo mesmo período, e ele praticamente nem tocou no celular, algo raro nele, que fazia do aparelho seu elo com o mundo agitado em que vivia. Estávamos no inverno, o sol mal aquecia, mas encontrei-o sozinho e meditativo numa das espreguiçadeiras ao redor da piscina quando voltei do colégio. Passou quase a tarde inteira ali, sem falar com ninguém, perdido em seus pensamentos, outra coisa rara de acontecer. Digo isso porque eu tinha para mim que aquele sujeito não pensava; não pensava não, não raciocinava, uma vez que pouco se aproveita do sai de sua boca.

- Aconteceu alguma coisa com o Lukas, Joana? – perguntei à cozinheira quando fui à cozinha para saber se algum dos empregados sabia de alguma coisa.

- Não sei não, Thierry! Desde ontem ele está esquisito, não está? Andou assim o dia inteiro ontem, não foi à faculdade, saiu à noite e voltou tarde pelo que parece, pois ninguém o viu chegar, e nem relou no pedaço de torta salgada que deixei para ele. Hoje está assim desde a manhã, também não foi à faculdade e está lá fora como você poder ver, parecendo um zumbi. – a Joana era excelente em suas funções e ótima quando se queria saber de algo naquela casa.

Naquela noite, antes de ir dormir, como sempre, eu levava o cachorro para dar uma volta no jardim para que ele pudesse fazer suas necessidades fisiológicas e passar a noite tranquilo no cesto perto da minha cama. Na ida, ao passar pela porta do quarto do Lukas ouvi os acordes depressivos de Let Her Go, e na volta, os tristes de Hymn For The Weekend; definitivamente ele estava curtindo alguma melancolia, pois normalmente as paredes daquele quarto vibravam com rock pesado e música eletrônica. Contrariando todos os meus princípios bati à porta, e não obtive resposta. Tornei a insistir, e nada. Volta para o seu quarto e esquece, deixa o maluco curtir a deprê dele em paz, dizia meu subconsciente. Me pergunta quantas vezes eu dei ouvidos ao meu subconsciente? Nunca.

- O que foi que aconteceu? – perguntei, quando entrei no quarto e o vi deitado de bruços quase nu não fosse a cueca, com os braços cruzados sobre o travesseiro e cara afundada dentro deles.

- Vaza! – rosnou gentil, bem ao estilo dele.

- Alguém te magoou? – perguntei, insistindo como ele tinha feito há dias atrás quando voltei daquela fatídica festa.

- Dá o fora do meu quarto, moleque! - grunhiu

- Posso fazer alguma coisa por você?

- Pode! Some daqui e me deixe em paz se não quiser levar uns safanões. – sem dúvida, ele estava puto com alguma coisa. Permaneci parado ali, só observando, se ele tinha sido persistente eu também podia ser.

Meu olhar percorria aquele corpão que a cada dia tinha o poder de me enfeitiçar mais, em decúbito ventral aqueles ombros pareciam mais largos e robustos, os bíceps pareciam estar me implorando – me acaricie – as nádegas grandes estavam cobertas pela cueca branca, as coxas grossas, fortes e peludas mais se pareciam com troncos de árvore. De repente, me tomei de carinho por aquele sujeito, e uma baita vontade de colocá-lo no meu colo me fez sentir um frenesi sensual.

- Chega para lá! – exclamei. Aquele diálogo tinha algo de dèjá vu, ou era apenas um delírio meu?

- O quê? – perguntou; pareceu-me que ele também estava tendo essa sensação.

- Chega para lá! – repeti, deitando-me ao lado dele

- O que pensa que está fazendo?

- Nada! – respondi. Mas ele soube o que eu fazia ali, estava lhe retribuindo a mesma atenção e cuidado que ele tinha tido comigo.

Eu até já estava esperando pelo mesmo pedido que fiz a ele naquele dia – Me abraça – porém, contrariando minha expectativa, ele fez o que jamais esperei, lançou-se sobre mim e, sem dizer nada, colou sua boca na minha e ficou prendendo meus lábios ora entre os seus ora entre os dentes, em mordiscadas suaves. Aquele frenesi que eu já estava sentindo se transformou em espasmos que sacudiam toda minha musculatura. O primeiro beijo que alguém estava colocando na minha boca. Dá para acreditar, um beijo de boca, um beijo demorado, sensual, quente e úmido, um beijo de um cara; um cara! Eu me sentia flutuando nas nuvens. Meu primeiro beijo. Como um simples beijo podia ser tão gostoso, dar tanto tesão? O único jeito de descobrir é retribuindo. Cacete, como eu gostaria de me lembrar como as pessoas se beijavam nos filmes, o que é que precisava ser feito? Enquanto eu procurava pela resposta, o Lukas continuava com a boca colada na minha, movendo-a sem pressa, chupando meus lábios, colocando a língua dentro da minha garganta, me fazendo sentir o sabor de sua saliva.

- Caralho Thierry, você é a porra, sabia? – grunhiu ele com sua voz grossa, sem desgrudar a boca da minha, enquanto suas mãos começavam a deslizar pelo meu corpo que parecia estar tendo uma convulsão. Eu não entendi o que ele quis dizer com aquilo, mas também não estava preocupado em descobrir, eu só queria que ele continuasse a me beijar. Meu primeiro beijo. O beijo de um cara.

Quando ele escorregou para o lado, saindo de cima de mim, o pauzão dele estava enorme e duro. Ao se virar passei meu braço ao redor da cintura dele, ele o segurou com ambas as mãos e aconchegado em conchinha adormeceu depois de alguns minutos. Quem não conseguiu pregar o olho fui eu, se aquilo tinha sido um sonho eu não queria acordar nunca mais. Todos os meus sentidos continuavam alerta, as horas passando, o ressoar da respiração serena dele, o cheiro dele impregnado nos travesseiros, o quarto todo com aquele aroma de macho, a quentura de sua pele encostada na minha, a ereção que inicialmente cutucava minhas nádegas perdendo a rigidez à medida que ele entrava em estágios mais profundos do sono. Que dia épico, era tudo que conseguia pensar.

Na manhã seguinte, atrasado para o colégio, pois tinha perdido a hora, voltei correndo para o meu quarto para tomar uma ducha e me vestir. Antes de sair de casa, dei uma última espiada no quarto dele e o Lukas continuava dormindo tranquilo, agora de barriga para cima e com a cueca formando uma barraca cujo esteio sustentador era aquele caralhão que estava duro entre suas coxas.

- Com licença professor, posso entrar e fazer a prova? – perguntei, chegando esbaforido ao colégio completamente esquecido de que a prova era na primeira aula.

- Restam apenas 25 minutos, Thierry! Creio que não vai conseguir responder a muitas questões, a decisão é sua. – respondeu ele.

- Vou tentar assim mesmo! – respondi, pois a disposição em que me encontrava naquela manhã parecia gigantesca.

- Aconteceu alguma coisa, você nunca chega atrasado no colégio? - quis saber a Veronica quando o primeiro horário terminou. – Você está com uma cara! – emendou, me encarando inquisitiva.

- Cara de safado, você aprontou alguma merda, está escrito aí na tua testa. – complementou o Luciano. Eu apenas consegui esboçar um sorriso abobalhado, a noite anterior e todas aquelas sensações inusitadas estavam mais vivas do que nunca na minha cabeça.

- Vão se catar! É a minha cara de sempre! – devolvi. As últimas criaturas que precisavam saber do que rolou entre o Lukas e eu eram esses dois; ou eu estaria nas manchetes de todo colégio por pelo menos um mês inteiro.

Cheguei em casa ao mesmo tempo que o João Pedro descia da motocicleta na garagem, e resolvi abordá-lo para saber se ele estava sabendo do que aconteceu com o Lukas.

- Por quê, o que tem de errado com ele? – foi o que me devolveu.

- É justamente o que eu quero saber. Você não sabe de nada?

- Só que ele não entra em contato comigo há três dias e até agora não me respondeu as mensagens que enviei. Você sabe de alguma coisa? – disse, me devolvendo a pergunta. Esses caras com muitos músculos, realmente não deviam ter muita massa encefálica.

- Se soubesse não estava te perguntando! – respondi. – Deixa para lá, vou descobrir por mim mesmo!

Entrando em casa a Joana me informou que o Lukas tinha saído no meio da manhã. Apesar de saber que era uma intromissão, mandei uma mensagem para ele no celular.

- “Oi! Me perdoe por estar te contatando. Eu só queria te dizer que tive a melhor noite da minha vida!” – meu dedo tremia sobre a tela, hesitando se devia ou não apertar o ícone de enviar, até que um lance de coragem conseguiu fazê-lo. Um emoji com uma carinha piscando e um coraçãozinho ao lado da boca apareceu na minha tela segundos depois.

Não precisei me transformar num Sherlock Holmes para descobrir porque o Lukas andava acabrunhado. A garota com quem ele estava saindo tinha-o trocado por outro carinha, desafeto dele inclusive. Ele trocava de ficantes como trocava de cueca, mas aquela parecia ter deixado o coração dele abalado, pois nunca o tinha visto assim quando terminava uma relação. Mesmo o João Pedro, melhor amigo e confidente, só soube que a garota tinha dado um pé na bunda do Lukas, algumas semanas depois, quando também tiveram a conversa que vou tentar reproduzir com a maior fidelidade possível, procurando me lembrar de cada frase que trocaram no quarto do Lukas, sem desconfiarem que eu estava com a porta-balcão do meu quarto aberta e, me esforçando para ouvir o que falavam. Nunca fui bisbilhoteiro, mas quando ouvi meu nome sendo pronunciado, fiquei com as antenas ligadas.

- Você fez o quê? – indagou o João Pedro abismado

- Isso mesmo que você ouviu, mas fica na surdina, cara! Até agora não sei se foi uma cagada, ou sei lá, não quero nem pensar para não pirar. – respondeu o Lukas.

- Você beijou o moleque na boca e ele dormiu com você! Caralho, mano, essa é foda! – exclamou o João Pedro, ainda inconformado com a informação.

- Psiu cara! Isso não pode sair daqui, porra!

- Mas como foi isso? Você deu em cima do moleque e o trouxe para cá para comer o rabão dele? – o João Pedro já soltava a imaginação.

- Vá se foder, cara! Não foi nada disso, vê se não inventa merda! – recriminou o Lukas. – Ele que entrou aqui de livre e espontânea vontade, veio me perguntar se tinha acontecido alguma coisa comigo, tipo o que eu fiz naquele dia em que deram uns safanões nele. Eu estava tão puto pelo que a Regina fez comigo que minha vontade era socar as paredes e mandar tudo à merda. E cá estava eu, na boa, remoendo minha raiva quando ele ficou parado aí, mais ou menos onde você está, me aporrinhando com perguntas para ver se eu entregava o jogo. Não adiantou mandar ele vazar, mandar ele à merda, ele continuava aí parado, até ameacei dar umas porradas caso não sumisse. O garoto é tinhoso feito o cão, ficou me desafiando. De repente, ele me manda chegar para o lado e se deita na cama como se fosse sua. Meus punhos meio que se fecharam involuntariamente para botar ele para correr, mas aí sinto o toque da pele dele encostando na minha. Te juro Pedro, foi como se eu tivesse encostado num fio elétrico, senti um troço que mexeu com meu corpo inteiro, cara. – relatava o Lukas.

- Tipo o quê? Bom ou ruim? – o João Pedro nem se aguentava esperar.

- Tipo sei lá, tipo um choque mesmo! Mas, um choque bom cara! Um choque que me deu um puta tesão. Já falamos sobre o Thierry e até concordamos dele ser um moleque super tesudo, e acho que foi isso, ou o jeito carinhoso como ele me abordou que me fez deitar em cima dele e lhe tascar um beijo que era para ser de raiva, mas que foi se transformando num dos melhores beijos que já troquei com alguém. Cara, imagina um daqueles beijos foda, daqueles que te levam direto para a transa, pois foi tipo esse. Tenho quase certeza que o moleque nunca tinha beijado alguém, ficou meio perdido, sem saber como fazer; porém, foi retribuindo de um jeito tão carinhoso que minha pica endureceu na hora. Ele se tremia todo debaixo de mim, acho que de medo, mas também de tesão. Um troço inexplicável, cara!

- E afinal, você comeu o cu dele ou não? – no meio da pergunta o João Pedro precisou apertar a cabeça da rola que se mostrava inquieta à medida que o Lukas relatava o ocorrido.

- Ficou maluco, cara! Se faço uma porra dessas estou fodido! Até o que rolou está me deixando preocupado, se esse moleque resolve abrir a boca e contar toda essa merda, meu pai me capa. O que ele vive me enchendo para não provocar nem fazer nada com esse moleque você não imagina. Meu pai quer que ele se sinta bem aqui em casa, o que parece nunca vai acontecer. Agora imagina se ele fica sabendo que eu dei uns amassos no garoto no meu quarto quase pelado. Sem mencionar que ele é adolescente e, se a mãe dele descobre, é capaz de me denunciar para a polícia, como abusador.

- Pô, mas você não estava sozinho nessa, não foi o moleque que veio atrás de você? – ponderou o João Pedro.

- Sim, foi ele quem veio me procurar, mas daí até eu provar que focinho de porco não é tomada, já era!

- E ele como reagiu? Ficou puto, esbravejou, o que ele fez?

- Nada cara! Na hora, como eu te disse, ele retribuiu o beijo, retribuiu como quem estava gostando, saca! E, no dia seguinte, me mandou uma mensagem perguntando se eu estava bem, ainda querendo saber o que se passava comigo.

- Ele não vai abrir a boca! Estou para dizer que ele curtiu esse beijo, e talvez até estivesse contando com uma transa. Sabe porque penso assim? Lembra daquele dia que você foi ajustar as contas com aqueles caras que bolinaram com ele? Lembra como ele ficou preocupado com os machucados nos teus braços e queixo e, do modo como ficou fazendo os curativos. Para mim esse moleque está gostando de você, ele não dá pinta de ser gay, mas boto a minha mão no fogo que é, e está a fim de você, mano! – sentenciou o João Pedro, tirando conclusões.

- Cara, se for isso, ele vai me deixar pirado! Depois daquele beijo não penso noutra coisa que não repetir a dose e, se ele me vier com aquele jeitinho tímido e assustado junto, eu não sei se consigo segurar o cacete dentro da calça. – afirmou o Lukas. Nesse momento, eu me estremeci todo outra vez só de ouvi-lo afirmando aquilo com tanta convicção e, inexplicavelmente meu cuzinho piscava também pela primeira vez.

A Veronica e o Luciano não me deixavam em paz, alegando que eu estava diferente, que estava escondendo alguma coisa deles, que eu não me concentrava em nada e eu negar não estava adiantando muito, pois o fazia sem nenhuma convicção. Minha cabeça andava mesmo avoada e focada no sabor e no tesão que aquele beijo do Lukas tinha deixado em mim. Também tive a impressão que nosso beijo curou a tristeza dele, pois já no dia seguinte ele voltou a ser o velho Lukas de sempre. Isto é, não bem o de sempre, o de antes, pois agora não passava mais por mim sem me lançar um sorriso, puxava assunto, ia se encontrar comigo na cozinha para fazermos as refeições juntos, o que espantou até a Joana, e ficava me observando como nunca tinha feito antes; o que me deixava um pouco sem jeito e sentindo uns calores estranhos.

- Comprei um jogo de videogame novo, quer vir ao meu quarto e disputar para ver quem leva a melhor? – convidou o Lukas, num feito inédito, apenas alguns dias depois, ao vir ao meu quarto quando eu estava preparado para ir dormir.

- Só um pouco, não posso me atrasar para o colégio amanhã. – respondi, eufórico com o convite. – Me dá uns 10 minutos e já apareço lá, pode ser?

- Estou te esperando!

Minha mente não fez outra coisa que não encher a minha cabeça de sacanagens. O Lukas me chamar para o quarto dele àquela hora, só podia ser para repetir aquele beijo e talvez fazer outras coisas como ele mesmo havia declarado ao João Pedro. Naqueles dez minutos eu arranquei a cueca que estava debaixo do pijama, escovei os dentes, lavei meu cuzinho pela primeira vez, fazendo a chuca como tinha visto numa pesquisa à Internet, conferi se estava com uma cara boa e ajeitei os cabelos para que ficassem displicentes, mas ainda atrativos.

- Para que precisou desses dez minutos? Ficou se embonecando? – perguntou quando apareci à porta do quarto dele, notando a mudança visível. Eu corei o que confirmou as suspeitas dele. – Deita aí! Vou ganhar de lambada, quer valer quanto? – emendou, abrindo espaço na cama para eu me reclinar.

Ele era muito competitivo, acho que me chamou para me provar que era mais habilidoso e mais safo do que eu, o que me deixou um pouco inseguro no começo, até porque ficamos tão próximos que a todo momento nossos braços resvalavam um no outro, o que me desconcentrava todo. Ele ganhou fácil a primeira partida, o que me fez pedir a revanche. Ganhei a segunda, com a mesma facilidade que ele havia ganho a primeira, o que o deixou cabreiro. Quando eu estava vencendo a terceira, ele se agitava tanto sobre a cama que o jogo mais parecia uma partida de basquete, uma vez que nossos corpos se chocavam a cada movimento dele para me intimidar e me fazer perder a ligeireza no acionamento do joystick. A concentração se diluía à medida em que aquele roçar de peles deixou de ser casual e nós nos empurrávamos mutuamente. Perdendo feio, e se dando conta de que não venceria mais aquela partida, ele jogou o joystick de lado e veio me dar uma chave de braço como forma de demonstrar sua revolta por eu o estar vencendo. Nessas ele percebeu que não havia mais nada debaixo da bermuda fina do meu pijama cobrindo minhas nádegas, notou meu hálito rescindindo ao creme dental, sentiu o calor e o perfume da minha pele, e se lançou sobre mim.

- Isso não vale! – protestei, ao não conseguir mais prosseguir com o jogo. – Quem é o bom agora, hein? – indaguei, com um olhar desafiador.

- Você é um tesão moleque! Um tesão do caralho! – rosnou ele, tão próximo do meu rosto que só conseguia encará-lo com os lábios trêmulos.

Ele ficou me encarando, todo corpo dele cobria o meu e, por estar usando apenas um short, os pelos de seu tronco e das pernas resvalavam na minha pele lisa. Minha respiração começou a ficar agitada e, lentamente, como por instinto, eu fui aproximando minha boca da dele, procurando pelo prazer que ainda fantasiava na minha memória. Ele abriu um sorriso ao perceber o que eu queria e ficou esperando até que o primeiro toque sutil dos meus lábios cobrisse os dele, e então, me agarrou com uma pegada forte e consumou o beijo lascivo pelo qual os dois tanto ansiavam. Foram dois, três, quatro, numa sequência cada vez mais frenética e urgente, enquanto nossas mãos passeavam livres pelo corpo do outro num desejo carnal devasso. Meu pau nunca ficou tão rápido duro sem eu sequer tocá-lo. O do Lukas não ficou atrás, num piscar de olhos o caralhão parecia uma rocha dentro do short dele. Aos poucos, ele se pôs de joelhos sobre a cama e baixou o short, fazendo o cacetão saltar lá de dentro com a chapeleta exposta e toda melada. Apesar de não ser nenhum expert em rolas, a dele além de imensa, era a coisa mais linda e máscula que eu já tinha visto; sua imponência impunha respeito, força, dominação. Meu palmo não conseguia cobrir todo o comprimento dela, faltando alguns centímetros até chegar à cabeçorra, também a circunferência não cabia na minha mão fechada, um intrigante emaranhado de veias saltadas dava-lhe um aspecto intimidador ao latejar forte dando pinotes a cada batimento cardíaco do Lukas. Na base dela, já dentro de um denso matagal de pelos pubianos, pendia o sacão cavalar tornando o conjunto ainda mais viril. Ele ficou em silêncio me exibindo sua masculinidade e me deixou observar embasbacado cada detalhe que estava me fascinando. Como um traquinas espevitado que precisa xeretar tudo com as mãos, as minhas tremiam querendo pegar aquela benga e sentir sua textura. Toquei-a de leve, inseguro, erguendo meu olhar em direção ao dele para ver se ele aprovava meu gesto ousado; a expressão libidinosa que brilhava em seu rosto foi a resposta que eu precisava. Era um tronco sólido, pesado, quente e buliçoso com um aroma almiscarado inebriante que vertia um abundante fluido viscoso e translúcido que logo melou meus dedos. Aproximei meu rosto de sua virilha e vagarosamente fui colocando a cabeçorra na boca, pois era tudo o que cabia daquela jeba colossal. Aquele sumo viscoso era ligeiramente salgado, e eu o sorvi sugando com os lábios fechados ao redor da glande esponjosa. No mesmo instante, o Lukas soltou longa e ruidosamente todo o ar acumulado em seus pulmões, grunhiu meu nome e agarrou meus cabelos. Chupei-o por mais de um quarto de hora, lambendo o caralhão todo até chegar às bolas que também foram carinhosamente abocanhadas e lambidas; mordisquei com sutileza e devoção a pele morna deixando o Lukas perplexo e cheio de tesão, anunciando a todo momento, quando também tirava apressado o pauzão da minha boca, que ia gozar se eu não parasse com aquilo. Eu nem pensava parar, a perspectiva de saborear o esperma de um macho estava me deixando alucinado de prazer.

- Você não desiste, não é moleque. Tesão do caralho, vou esporrar na tua boca se não parar com isso! – avisou, antes de eu lançar um olhar suplicante na direção dele, fazendo-o estremecer e ejacular o gozo que vinha tentando desesperadamente segurar.

Os jatos fartos e espessos encheram minha boca e eu os engoli afoitamente, sentindo sua cremosidade e sabor intenso. Com o olhar atônito, ele se deliciava me vendo devorar sua porra.

- Caceta garoto! Quem te ensinou a mamar uma rola desse jeito? – grunhiu satisfeito.

- Você é tão saboroso! – balbuciei maravilhado.

- Tesão de Thierry, não brinca com isso, está me deixando maluco, sabia? – retrucou, pincelando o cacetão melado de porra na minha cara e enfiando o polegar que recolheu o esperma que estava ao redor dos meus lábios para dentro da boca.

Em seguida, ele me desnudou por completo, deslizando suas mãos vigorosas sobre meus ombros, tronco, mamilos, ventre, nádegas e coxas, como se estivesse explorando um território imaculado. A depender da intensidade com a qual me apertava em alguns lugares meu arfar se transformava num gemido, quase um miado carregado de sensualidade e entrega. Tornei a procurar pela boca dele, por aqueles beijos que causavam um verdadeiro rebuliço pelo meu corpo e faziam meu cu piscar de tanto tesão. O Lukas sentiu o assanhamento do meu cuzinho quando uma de suas mãos entrou devassamente no meu rego estreito e ele começou a brincar com um dedo sobre as minhas preguinhas anais. Pensei que ia desfalecer de tão intensos que ficaram os espasmos que inquietavam meu corpo.

Virei-me ligeiramente de lado, afastando as pernas para franquear minha bunda carnuda e roliça aos toques lascivos dele. Ele já não tinha mais nenhuma dúvida do que eu queria, e isso só o atiçou ainda mais. Reclinando-se sobre a minha bunda, ele afastou as bandas rijas expondo o reguinho liso e imaculado, no fundo do qual vislumbrou o buraquinho rosado diminuto que se agitava por conta dele. Convulsionei quando a língua úmida dele lambeu minha fendinha anal, soltando um gemido de tesão. Ele intercalava as lambidas com enfiadas lentas do dedo restrito apenas à portinha do meu cu, aumentando meu suplício prazeroso. De quando em quando, ele cravava com força os dentes nas minhas nádegas, deixando-as marcadas e me fazendo sentir arrepios quando os pelos duros da barba dele pinicavam minha pele sensível.

Aos poucos, ele voltou a me cobrir com seu corpo pesado, movendo a pelve e fazendo o cacetão deslizar dentro do meu rego apartado. Eu gemia desejoso, ele arfava pesado sequioso. Guiando o caralhão com uma das mãos, ele forçou a cabeçorra contra minha rosquinha anal, empurrando-a para dentro num movimento compulsivo e brusco. Meu grito agudo e plangente ecoou sonoramente pelo quarto quando as pregas se rasgaram, depois de haverem chegado ao limite de sua elasticidade, ainda insuficiente para deixar aquele cacetão grosso penetrar meu cu. Meu grito quase o ensandeceu de prazer e tesão.

- Posso segurar na sua mão! – gani, enquanto ele esperava, me dando um tempo para que os esfíncteres dilacerados se adaptassem ao seu membro indômito.

Ele deslizou as mãos sobre os meus braços até elas se encaixarem nas minhas, quando as agarrei com os dedos encaixados nos dele. Quanto mais ele empurrava o caralhão para dentro do meu cuzinho, com mais força eu agarrava aquelas mãos que me davam segurança para aguentar a intrepidez daquele macho sedento, ganindo para aplacar toda aquela dor que começava a se espalhar pelo meu ventre. O Lukas socava com força num vaivém cadenciado, metendo a caceta grossa até o talo no meu cuzinho, enquanto o bater sonoro de sua virilha contra as minhas nádegas ditava o ritmo com o qual me fodia. O prazer só veio depois de alguns minutos de muita dor, quando cheguei a pressentir o momento em que aquele cacetão ia aflorar na minha boca me empalando por inteiro.

- Rabão tesudo da porra, Thierry! Caralho como tu é gostoso moleque! – rosnava ele, tomado pelo tesão e pelo prazer de sentir meu anelzinho anal apertando sua rola.

- Lukas! Lukas! – balbuciei entre os ganidos, ao sentir minhas entranhas preenchidas por aquele macho que estava me fazendo descobrir um mundo de luxúria e prazeres jamais sonhados. Nesse devaneio libertino me esporrei todo liberando o gozo e toda aquela tensão que me consumia.

Ele soube que ao pronunciar seu nome com aquela voluptuosidade tinha chegado ao clímax ao mesmo tempo que ele, como se tivéssemos sincronizado nossos prazeres, e gozou ejaculando fartamente os jatos de seu esperma cremoso e pegajoso que iam inundando meu cuzinho com sua virilidade. Ele demorou a tirar o pauzão do meu cuzinho que o encapava cheio de carinho ao se contrair ritmicamente mastigando sua carne latejante. Eu estava tão extenuando que mal tinha forças para me mexer, mas continuava segurando as mãos dele e as beijava, quando ele não cobria sua boca com a minha, como forma de me recompensar pela entrega irrestrita e pela dilaceração das minhas pregas nas quais afloravam gotas de sangue proclamando a virgindade perdida.

Dormi enrodilhado nu nos braços dele com a sensação de não ser mais o mesmo Thierry de antes. Algo em mim havia se transformado, não sei se foi a perda da inocência, ou se foi esse novo e inusitado sentimento pelo Lukas que crescia dentro de mim e que, ao mesmo tempo em que me enchia de satisfação, trazia consigo um receio que eu não sabia explicar.

- Bom dia! – disse ele sorrindo a centímetros do meu rosto na manhã seguinte. – Tudo bem com você?

- Bom dia! Tudo! – respondi, feliz por estar ali, por sentir o calor do corpo dele enroscado no meu.

- Eu te machuquei, não está sentindo dor? – continuou, como se tivesse certeza daquele ardor que abrasava meu cuzinho.

- Um pouco! – respondi tímido, ao constatar que nesse aspecto eu era a parte frágil de nós dois. – Acho que não vou para o colégio hoje! – emendei

- Não se sente bem? Não foi minha intenção te machucar! – devolveu preocupado

- Não, não é isso! Só não estou a fim, acho que não ia conseguir me concentrar nas aulas. – respondi. Ele sorriu.

- E com o que sua cabecinha ia estar ocupada? – perguntou, querendo ouvir a resposta para se sentir ainda mais recompensado pelo que houve entre nós.

- Você! – respondi sincero. – Você e na umidade que você deixou dentro de mim, como se ainda estivesse aqui dentro. – emendei

- Caralho, Thierry! Quer me deixar doido, moleque, falando isso assim com essa carinha de inocente? – devolveu

- Me beija Lukas! – exclamei, fitando-o firme e afetuoso. Beijos tórridos e prolongados nos mantiveram na cama até a metade da manhã, comungando de um sentimento que ia além do fraterno.

Faltava uma semana para o regresso dos nossos pais da viagem de férias, eu passei todas as noites dela na cama do Lukas, me entregando lascivamente ao sexo ardente que se consumou ao longo delas, até exaurir as nossas forças.

O fato do Lukas e eu não andarmos mais às turras e até conversando civilizadamente estava deixando nossos pais contentes. Mal sabiam eles o que rolava nos bastidores quando nos viam trocando algumas ideias, assistindo a alguma coisa na televisão, jogando videogame ou simplesmente relaxados ao redor da piscina.

- Que bom que você resolveu se dar bem com seu irmão, já não era sem tempo! – disse a Juliana ao constatar nossas conversas constantes.

- Ele não é meu irmão! Ele não é nada meu! – respondi, ante aquele olhar de complacência dela.

- Bem, é como se fosse! Estava na hora de vocês serem um pouco mais gentis um com o outro para melhorar o clima dessa casa. – sentenciou.

- Não, não é como se fosse! Ele continua sendo o filho do cara com quem você se casou, nada além disso! – devolvi

- Você é insuportável Thierry! Nasceu para criar problemas! – exclamou, resumindo seus sentimentos por mim.

- Que infelicidade a sua eu ter nascido, não é? Sabe o que sempre me pergunto, por que você e o Maurice resolveram ter um filho já que detestam crianças? – questionei, pois sabia que isso ia deixá-la irritada.

- Por que seu pai queria que a imagem de bom marido e pai se juntasse ao cargo de executivo competente na empresa. – respondeu com uma sinceridade fria.

Eu começava a compreender a gênese dos meus conflitos com meus pais. Na realidade nenhum dos dois tinha o desejo de ter um filho, eram outros interesses que os levaram a me conceber e agora que a relação entre os dois já não existia mais, restei eu, ainda não emancipado a lhes atravancar as vidas. Foi duro e triste chegar a essa conclusão. Saber que você é apenas tolerado por seus pais por não saberem o que fazer com você depois que você entrou na vida deles dói fundo na alma.

Eu não queria, mas estava me apegando muito ao Lukas, talvez para suprir aquela falta de amor paternal, embora estivesse gostando dele por ser homem, por ter me feito gay, se é que se pode dizer isso após ele ter tirado a minha virgindade. E foi a ele que comecei a dedicar todo aquele amor reprimido que carregava em meu coração, o que vinha tornando nossa relação cada dia mais próxima, mais íntima, e da qual ambos pareciam estar gostando.

- Quem são vocês, o que fazem aqui? – perguntou o Lukas, completamente surpreso e inconformado, quando repentinamente parou de me beijar e mover seu dedo dentro do meu cuzinho naquela tarde na sala de TV pouco depois de eu ter acabado de mamar o caralhão dele engolindo todo seu gozo.

- Veronica! Luciano! Que raios estão fazendo aqui? – indaguei estupefato ao ter sido flagrado naquela intimidade toda, ao me deparar com as caras incrédulas daqueles dois.

- Desculpe, nós não sabíamos .... – começou a Veronica sem conseguir terminar a frase, tão atordoada que ficou com o que presenciou.

- É que a empregada nos disse que você estava aqui, então fomos entrando! Perdão, a gente não sabia que ia encontrar vocês transando! – disse o Luciano, com aquele seu jeitão mais atrevido e bisbilhoteiro, enquanto seu olhar focava no cacetão duro do Lukas.

- Mas que merda é essa? Qual é a de vocês aparecerem na minha casa sem terem sido convidados? – indaguei furioso com aquela intromissão indesejada.

- Desculpe cara, é que .... – respondia o Luciano.

- É que o quê? Seus bisbilhoteiros do caralho! E que folga é essa de ir invadindo a casa sem mais nem menos? Mas que merda! – despejei esbravejando.

O Lukas, completamente sem graça, guardou o cacetão rapidamente na bermuda, enquanto eu puxava a minha até a cintura para cobrir a bunda que estava sendo bolinada despudorada e vorazmente.

- Lukas, estes são a Veronica e o Luciano, uns colegas do colégio! Este é o Lukas, filho do marido da minha mãe. – apresentei, fuzilando a ambos com um olhar mortífero.

- Oi! – retrucou o Lukas. – Vou conversar com a empregada! – emendou, nos deixando.

- Oi! – respondeu o Luciano entusiasmado, sem que o Lukas lhe dirigisse o olhar. – Então foi você quem quebrou a cara daqueles três babacas que zoaram com o Thierry, eu não sabia que você era o irmão dele. Amei o jeito que você o defendeu indo tirar satisfações daqueles cretinos. – falava o Luciano ao reconhecer o Lukas.

- Qual é a tua Luciano? Vai calar essa boca ou não? Estou com vontade de trucidar vocês dois, sabiam? Aposto que essa ideia genial de aparecer aqui em casa sem convite e sem aviso foi sua, Luciano! É a tua cara, bisbilhoteiro e se metendo onde não deve! Dessa vez vocês passaram dos limites! – eu estava tão furioso que só pensava em esganar o pescoço daquele idiota que mal prestava atenção às minhas palavras depois de ter visto o cacetão do Lukas.

- Eu falei que ia dar merda, não falei? – disse a Veronica dirigindo-se ao Luciano. – Desculpe Thierry, a ideia foi desse maluco. – tentava se isentar a Veronica.

- E você, como sempre, se deixou levar pela cabeça desse destrambelhado, futriqueiro! – esbravejei

- Ele só está puto assim porque nós o pegamos com a boca na botija, ou na pica, melhor dizendo! – exclamou petulante o Luciano.

- Chega Luciano! Sai daqui! Não quero nunca mais que me dirija a palavra! E tire essa expressão de cachorro que viu uma salsicha da sua cara, seu cretino! – retruquei, perdendo a cabeça.

- Salsichão, você quer dizer! Por que aquilo que eu vi no meio das pernas do seu irmão é o maior salsichão que eu já vi! Sortudo! – devolveu ele caçoando.

- Isso já é demais! Ele não é meu irmão, já falei isso mais de mil vezes, porra! Se você não sumir da minha frente agora, eu juro que vou meter um soco no meio da sua cara! – revidei, partindo para cima dele, o que o fez correr em direção à porta, por estar ciente de que tinha extrapolado.

- Não me faltava mais nada! Agora o circo está completo! – exclamei quando demos de cara com o João Pedro apeando da motocicleta na garagem. Ele me encarou inquisitivo. – Desculpe, Pedro, não é nada com você, é que o dia está sendo péssimo!

- Oi Thierry! O que aconteceu, foi esse cara? – questionou o João Pedro, já invocando com o Luciano.

- Afff! Não esquenta, não. Ele só está assim porque acabou de ser flagrado trepando com o irmão. Você também estava lá naquele dia, era o cara na outra moto, agora estou reconhecendo! É por isso que você não quer que a gente venha a sua casa, Thierry, quer ficar com todos esses bofes só para você, seu egoísta! – exclamou o Luciano, ao examinar o João Pedro da cabeça aos pés.

- Quer que eu o bote para correr? – perguntou o Pedro.

- Não, deixa que eu mesmo faço isso, obrigado! – respondi. – O Lukas deve estar na cozinha dando um esporro na empregada, vá com calma que acabaram de estragar o dia dele. – avisei ao Pedro.

- Dois! Não acredito que você seja um veado tão safado! Sempre tão quietinho enquanto come pelas beiradas sem ninguém desconfiar. – exclamou o Luciano

- Se um dia chegamos a ser amigos, essa amizade termina aqui! Era isso que você queria, não é? Ter assunto para as tuas fofocas e poder espalhá-las por todo colégio, como sempre faz! Você é um grande merda! Um merda! - devolvi

- E você um puto de um egoísta, seu idiota! – revidou ao partir.

O Lukas foi até educado e compreensivo com a empregada ao chamar a atenção dela para que nunca mais deixasse alguém ir entrando nos ambientes sem ser anunciado. Quando se deparou com o João Pedro, comentaram sobre o ocorrido dando risada. Enquanto eu fui terminar de acertar as minhas contas com a Veronica que, arrependida por ter se deixado levar pelo Luciano, começou a chorar e me pedir perdão.

- Vocês forçaram a barra, e isso eu não vou desculpar! Eu nunca trouxe ninguém para essa casa porque ela não é minha, eu já falei isso para vocês, e mesmo assim vocês insistiram. Não estava brincando quando disse que minha amizade com o Luciano acabou, eu quero que ele se foda! – disse a ela.

- E comigo também?

- Vou te dar um voto de confiança, mas nunca mais faça isso comigo. Eu tenho meus motivos para resguardar tanto a minha vida privada, e não quero ver ninguém tecendo comentários sobre ela. – respondi. Não a abracei porque estava zangado demais.

Se havia algo que o Luciano era incapaz de fazer, era ficar com aquela bocona dele fechada. Numa conversa que teve com a Veronica pelos cantos do colégio, ele voltou a mencionar o que presenciou entre o Lukas e eu, mais pelo fato de ter ficado deslumbrado com o cacetão do Lukas. E isso, infelizmente, foi captado fortuitamente por ouvidos alheios e acabou virando algo semelhante a um furo de reportagem. Em poucas horas, o colégio inteiro estava sabendo que eu era chegado em chupar uma rola grande e grossa. Quando comecei a ser achacado pelos vilões do colégio já era tarde para ele correr atrás e tentar remediar a situação. Só então ele passou a acreditar que tinha posto fim à nossa amizade. Como tinha prometido naquele dia em que fomos flagrados, não falei mais com ele, e quando veio me procurar dizendo que não tinha contado nada a ninguém, que alguém tinha se aproveitado do que ouviu ele comentando, já não lhe dei mais atenção. Já não se passava mais um dia em que não deixavam algum papelzinho com frases ofensivas, desenhos pornográficos, ou que ao passarem por mim nos corredores ou mesmo dentro das salas de aula me lançassem risadas debochadas, frases sarcásticas ou fizessem sinais de alguém chupando uma pica. Os mais atrevidos chegaram a me chamar no banheiro pondo seus cacetes para fora para que eu os chupasse. Minha vida virou um inferno.

- Por que está voltando todos os dias do colégio com essa cara? – quis saber o Lukas, revoltando-se e se dispondo a ir quebrar a cara de mais uma meia dúzia que estivesse bolinando comigo.

- Só vai piorar a situação, é melhor ignorar como estou tentando fazer. – respondi

- Aquele veadinho do seu amigo me paga! Isso não vai ficar assim. – sentenciou, revoltado com o Luciano.

No dia em que o Luciano voltou às aulas com o olho roxo, depois de dois dias ausente, eu soube que o Lukas tinha ido tirar satisfações com ele. Quem me passou os detalhes foi a Veronica que achou que não era motivo para tanto o Lukas ter dado uns safanões no Luciano.

- Eu juro que não sabia que ele ia fazer uma coisa dessas, mas sendo o Lukas não é de se estranhar. – afirmei quando ela me contou

- Quem sabe o Luciano não se emenda daqui para a frente. Essa mania dele ficar falando de tudo e de todos só podia acabar mal um dia. – disse ela.

- Entende agora por que eu nunca o quis lá em casa? O Luciano não se controla, não pensa nas consequências daquilo que fala dos outros. – afirmei. – Se o que vocês viram chega aos ouvidos da minha mãe ou do pai do Lukas, nós estamos ferrados, e o Luciano não pensou em nenhum momento nessa possibilidade e no quanto isso nos prejudicaria. É por isso que fiquei tão puto com ele. – retruquei.

O Lukas e eu redobramos os cuidados, mas não deixamos de vivenciar nenhum momento prazeroso um nos braços do outro, os coitos que aconteciam cada vez com mais frequência, as trocas de olhares que nos tornavam cúmplices de uma paixão secreta que o passar do tempo só tornava mais sólida.

Entrei na faculdade no mesmo ano em que o Lukas se formou. No meu aniversário de dezoito anos foi ele quem primeiro me cumprimentou, pois acordou enrodilhado no meu corpo nu. O Eduardo me ligou no meio da manhã se desculpando por ter esquecido de me cumprimentar durante o café da manhã, e a Juliana só se lembrou no final do dia quando o Eduardo me entregou um relógio de presente. Eu já não estranhei, ela costumava se lembrar da data apenas se alguém mencionasse ou, um ou dois dias depois.

- Ah, é verdade Thierry, estava tão ocupada que só me lembrei agora! Meus parabéns Thierry! – disse ela, sem o menor constrangimento quando o Eduardo veio me abraçar e entregar o presente, dizendo que era deles dois, o que eu sabia não ser verdade.

- Bem, já que você se lembrou agora, eu tenho um pedido a te fazer. Na verdade, para você e para o Maurice. Eu quero que vocês me deem um apartamento onde eu possa morar. – ela quase se engasgou com a garfada que acabara de colocar na boca.

- Como é que é? Você quer o quê? Ficou maluco, Thierry? Você não precisa de um apartamento, tem tudo o que quer nessa casa. – sentenciou ela exasperada

- Essa casa é do seu marido, nunca foi e nunca será a minha casa! O que eu considerava minha casa você e o Maurice desfizeram sem nem ao menos me perguntar como eu me sentia com isso. – devolvi

- Essa ladainha outra vez, Thierry! Tenha santa paciência!

- Sim, essa ladainha outra vez! Para você e o Maurice não custa nada me darem um apartamento para morar, não quero nada extravagante, apenas um lugar simples para chamar de meu. Isso é pedir demais por acaso?

- Quem você pensa que somos, um banco que financia todas as tuas vontades e loucuras? Um carro; com um carro eu concordo e posso providenciar. Mas, um apartamento nem pensar! – disse ela

- E quais teriam sido essas minhas vontades e loucuras que vocês financiaram? Vocês nunca fizeram nada além de custear meus estudos e meus gastos pessoais que sempre foram espartanos. Eu não preciso de um carro, não quero um carro! Eu quero ter onde morar, só isso!

- Todos os rapazes da sua idade sonham e querem um carro, você tinha que ser o diferente, não é Thierry? - cobrei-a durante dias seguidos, mesmo ela se mostrando sem a menor paciência para me ouvir.

- Olá Thierry, meus parabéns! Dezoito anos, não é, como será a comemoração? – perguntou o Maurice, quatro dias depois do meu aniversário.

- Não teve comemoração, como nunca teve! E só para te lembrar, já foi há quatro dias atrás! – devolvi

- Andei tão ocupado numa viagem que precisei fazer para a empresa que devo ter me esquecido, perdão! – eu já nem me lembrava mais de quantas vezes tinha ouvido desculpas desse naipe.

- Já conversei com a Juliana e quero que vocês me deem um apartamento para eu morar. Agora sou maior de idade e não preciso mais ficar morando de favor nessa casa. – exigi

- Você endoidou, Thierry? Isso está completamente fora de cogitação! Trate de não nos aborrecer com suas molecagens! – por que aquilo também não me soava como uma novidade? Eu continuei persistindo, não lhes daria um minuto de sossego enquanto não me dessem o apartamento. Nunca me deram amor, e nem mesmo o preço de um apartamento cobriria o valor daquele vazio que havia no meu peito.

Ouvi parte da conversa da Juliana com meu pai para convencê-lo a aceitar minha exigência quanto ao apartamento.

- No início também fiquei indignada e achei descabida a exigência que nos fez, mas depois, refletindo melhor sobre o assunto, percebi que estaria comprando meu sossego ao lhe dar o apartamento. Pense bem Maurice, é a chance de amenizarmos o fardo que o Thierry representa em nossas vidas. Com ele tendo seu canto e levando a vida como bem entende, ficamos livres do problema. – sugeriu minha mãe. Menos de duas semanas depois, ela veio me informar que eu podia procurar um apartamento modesto que seria adquirido com os dois dividindo os custos.

- Não foi fácil convencer seu pai, porém ele acabou cedendo, para sorte sua! Mas, vou logo te avisando Thierry, essa é a última concessão que fazemos às tuas vontades de menino mimado.

- Não se preocupem, o menino mimado não vai pedir mais nada de vocês! E também não venha me dizer que não foi fácil convencer o Maurice, pois eu ouvi muito bem os seus argumentos irrecusáveis. Como foram mesmo as tuas palavras – é a chance de amenizarmos o fardo que o Thierry representa em nossas vidas – não foi isso?

- Você conseguiu o que queria, não conseguiu? O que mais você quer Thierry, continuar a nos aporrinhar o tempo todo como sempre fez?

- Eu só quis uma única coisa a minha vida toda, sentir nem que fosse por uns breves momentos o amor dos meus pais, sentir que represento alguma coisa na vida de vocês, e não um fardo como você mencionou. E isso eu nunca tive, eu não sei o que é ser amado pelos meus pais, pois vocês jamais sentiram nada por mim. – retruquei

- Você está sendo dramático e patético, Thierry! E não está mais em idade para essas infantilidades! – devolveu arrogante.

Quando encontrei o que procurava, um apartamento modesto, mas jeitoso, voltei ao assunto. Poucas semanas depois, eles o adquiriram e, antes mesmo de ele estar completamente preparado me mudei da casa do Eduardo sob uma série de protestos indignados da minha mãe.

Decorrida uma semana e alguns dias, ao regressar da faculdade, o porteiro anunciou a visita inesperada do Eduardo. Atendi-o já prevendo problemas que provavelmente minha mãe estava articulando em represália à minha decisão de morar sozinho. No entanto, após varrer com o olhar o apartamento que pouco mais tinha além das paredes, ele me surpreendeu.

- Vai se sentir feliz aqui? – perguntou, iniciando a conversa.

- Com certeza! – respondi enfático. – Não quero parecer mal-agradecido pelos anos que morei em sua casa, mas nunca me senti fazendo parte dela, entende Eduardo? Não por você nem pelo Lukas que se viram obrigados a me aturar, mas pela relação tumultuada que você mesmo pode constatar com a minha mãe. No fundo, eu sei que ela se sente melhor por ter se livrado de mim. – continuei.

- Eu lamento que você nunca tenha se adaptado à minha casa, a mim e ao meu filho; eu tentei facilitar as coisas para você, mas vejo que não consegui. – disse ele, desolado.

- Eu sei disso, Eduardo, e te agradeço por tudo que fez por mim durante esses anos. A culpa não é sua nem do Lukas, mas da indiferença dos meus pais, que nunca me fizeram sentir fazer parte de uma família. – admiti

- Quero fazer mais por você, me permita custear toda a mobília para deixar o apartamento mais confortável, do jeito que você quiser, é o mínimo que posso fazer. – ofereceu-se

- Não é justo, Eduardo! E nem necessário, eu vou ficar bem, acredite.

- Eu faço questão, Thierry! Aceite, eu gostaria de me sentir mais próximo de você, como um pai mesmo. Sei que não vou substituir o Maurice, e nem é essa a minha intenção, mas gostaria que você sentisse em mim um apoio e um amigo com quem sempre vai poder contar. Me deixe pagar pela decoração, vai me dar muito prazer. – disse ele, me convencendo.

- Posso te confessar uma coisa? Você foi o mais próximo de uma figura paterna que eu já tive, e te respeito e admiro por isso. – ele se emocionou com a minha revelação e veio me abraçar.

- O Lukas também não se conformou com a sua saída lá de casa. Não corte relações com ele. Ele gosta muito de você, você sabe. – fiquei sem jeito quando ele tocou nesse assunto, e me questionei se ele estava sabendo do que vinha acontecendo entre mim e o filho dele.

- Não vou, diga a ele que podemos nos ver a hora que ele quiser. – retruquei

- Você sabe que isso não será o suficiente para ele. – essas palavras me deixaram intrigado, e formaram um breve silêncio entre nós; ele ficou em dúvida se devia continuar, e eu pressentindo entrar num terreno perigoso. – O Lukas me contou o que fez com você, como se quisesse se redimir de uma culpa, até cogitando que sua mudança tivesse a ver com o que vinha acontecendo entre vocês. – eu corei na hora e fiquei sem palavras. Ele sabia de tudo.

- Me perdoe se desrespeitei a sua casa, eu nunca quis .... – ele me cortou antes de eu concluir meu pedindo de desculpas.

- Não, não é isso, Thierry! Isso jamais passou pela minha cabeça. O Lukas gosta de você, sente atração física e emocional por você, e eu não o culpo, nem o julgo. Tão pouco a você! Se vocês se gostam, vão em frente! – eu estava estarrecido.

Naquele mesmo dia, o Lukas veio ter comigo. Já era tarde da noite e ele veio não só para me dizer que tinha aberto o jogo com o pai, como pretendia fazê-lo com a minha mãe, sabendo que ela ia fazer uma cena quando soubesse que tinha desvirginado o filho dela e trepado com ele às escondidas durante os últimos anos.

- Você não precisa fazer isso! Aliás, é melhor que não o faça. Quando minha mãe descobrir que sou gay as coisas entre mim e ela vão piorar mais ainda. Deixe como está! – sugeri.

- Não quero que haja segredos entre nós. Se ela não aceitar problema dela. Eu quero você para mim, Thierry, e não vou me esconder de ninguém por conta disso. Eu te amo, Thierry, e sei que você também me ama. – ele era bem mais ousado do que eu pensava; e corajoso, linda, máscula e maravilhosamente corajoso.

- Você sabe que eu te amo, é? Como chegou a essa conclusão, seu convencido? – indaguei, quando não resisti mais àquele sorriso charmoso e viril que estava me atiçando.

- Tenho certeza! Você mesmo me dá provas do seu amor toda vez que eu entro em você e você me aconchega nesse cuzinho apertado. – devolveu lascivo, procurando pelo calor e sabor da minha boca. Minutos depois, eu gemia debaixo dele, sentindo o caralhão impulsivo latejando nas minhas entranhas.

Pensei que a casa viria abaixo quando num domingo na casa do Eduardo, o Lukas e eu revelamos à minha mãe o que vinha acontecendo entre nós.

- Não faltava mais nada, não é Thierry? O que você quer mais para chamar a atenção? Você gay! É a cereja do bolo, não é Thierry? Gay! Deixa seu pai saber disso, Thierry! Deixa o Maurice saber que agora o filho problemático dele também é gay! O que eu fiz para merecer tudo isso, é o que me pergunto desde que você nasceu. – despejou ela furiosa e inconformada, enquanto o Eduardo tentava trazê-la à razão.

- Eu não vou me justificar mais para você, Juliana! Nem para você, nem para o Maurice! Vocês não merecem que eu gaste meu latim dando explicações a vocês. Eu amo o Lukas, e ponto final!

O Maurice me ligou tão indignado quando ela no dia seguinte, ao receber a notícia dela. Ele descarregou o vernáculo sobre mim até eu simplesmente desligar o telefone na cara dele. Resolvi que dali por diante, os trataria com a mesma indiferença com a qual sempre fui tratado por eles.

O Lukas veio morar comigo, o que eu não demorei a perceber que era para garantir a sua posição de meu homem, não dando mole para que outro eventual gaiato se aventurasse nos domínios dele. Ele estava trabalhando com o Eduardo nas empresas dele depois de formado, ajudando o pai a dar novos impulsos nos negócios. Eu ainda tinha quatro anos de faculdade pela frente antes de me tornar totalmente independente dos meus pais, e não via a hora de isso acontecer. Enquanto aguardava esse dia, viver meu amor pelo Lukas estava sendo uma experiência nova e gratificante. Eu nunca havia me sentido tão seguro e amado como agora, ao lado do homem que não poupava esforços para me fazer feliz.

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Comentários

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Nossa curti bastante, melhor que a outra história do irmão postiço, onde um rapaz perde a mãe e vai morar com o pai no Estados Unidos, lá ele primeiro fica com vizinho, é esse cara infelizmente não queria levar a sério o relacionamento deles, o irmão postiço acaba se apaixonando é larga tudo, e vem pro Brasil atrás do seu amor, onde ele protege ele e dar todo amor. Ajudando a recuperar as empresas da sua mãe, e recuperando o prejuízo que deram a ele, durante os anos que não tinha a idade necessária pra assumir a empresa, pelo menos aqui na duas histórias eles foram viver felizes no final.

Ps esse conto merece uma parte dois, tipo com o passar desses 4 anos de relacionamento, depois do Thierry e Lukas, se casam é começam a construir de verdade a vida a dois, tendo filhos pra completar a felicidade dos dois. Pensei demais, talvez mais acredito que seria legal, chegar num final de história feliz

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Ps com pais iguais desse personagem, tem aos montes, tem filho só pra botar no mundo, eles crescem tristes, depressivos e cheios de trauma, devida a falta de amor dos pais.

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Oi Paulo! Você já deu um final feliz para essa estória. Gosto quando os leitores criam por conta própria um desfecho para os contos que não ficaram totalmente expressos. Cada um tem seu jeito de ver as coisas e, com certeza, com mais criatividade do que eu. Abração forte, meu querido!

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Hehe, pensar um final feliz é tudo que nos queremos né, pois e isso que todos nós queremos.

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Mais um conto PERFEITO! Sou fã mesmo! Amo contos enormes (assim como o pau do Lukas rsrs).

Cara, vc manda muito bem. Eu consigo viajar na narrativa, amar e odiar personagens, sentir tesão e me emocionar... É surreal!

Parabéns pelo talento!

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Obrigado Sonhador22! É exatamente isso que eu, e todo escritor, quer; que seus leitores se envolvam na história, amem, odeiem, sofram junto com os personagens, chorem e se alegrem. Se isso aconteceu com você ao ler minhas estórias só posso me sentir lisonjeado!! Super abraço, meu querido!

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Uma história gay com final feliz, isso é super inédito!!! Por vezes comparei sua escrita com a do André Martins, provavelmente você conheça, ele é um puta dum escritor pornográfico kkk E já notei sua marca registrada em seus contos, que as vezes fica um pouco broxante por ser um padrão, que é colocar o passivo sempre com bundão e o ativo como um cavalo kkk mas beleza, acaba que seus contos vão além desses detalhes sexuais, tem uma profundidade de um tamanho e sensibilidade que minha nossa, parabéns 💖

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Olá Magna-Mater! Você tem razão, histórias gays com finais felizes são raros e não sei porque os autores, cineastas e por aí vai, fazem questão de criar finais desastrosos para os personagens, como se o amor gay fosse algo sempre ligado ao drama, à tragédia, o que não é. O que você considera um padrão broxante, passivo bundudo, ativo cavalo, é o que na verdade desperta a sensualidade dos personagens. Sei que esse não é estereótipo comum, mas quando se interessa por alguém, costuma ser assim que o vemos, com qualidades e atributos que só nos enxergamos; e é isso que levo aos meus contos. Como você bem frisou, também procuro ir além das questões sexuais, afinal uma paixão e um relacionamento são feitos de muitos outros detalhes que completam a ligação entre duas pessoas. Obrigado pelo seu comentário e grande abraço!

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Eu acompanho seus contos há algum tempo, mas criei uma conta pra comentar e avaliar esse aqui! Achei perfeito, excitante, envolvente... Os artifícios que você usou pra colocar as falas de outros personagens foram muito bons! Eu amei. Rendeu o bolo! Haha

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Puxa Asthar, criar uma conta só para fazer um comentário ao meu conto, não podia ser mais lisonjeiro. Fico muito grato e agradeço seu elogio! Valeu, super abração!

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Eu realmente fico impressionado que algo mas pessoas consigam se apegar ao tamanho do conto quando as histórias são tão envolventes que, eu particularmente, nem me dou conta disso...

Acho seu contos tão completos em tantos níveis que não deixam margem para esse pormenor.

Absolutamente incrível mais este conto e sempre com esse toque de amor que acalenta os nossos corações.

Abraço carinhoso!

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Pois é Grilo falante, já diz o ditado - Não se consegue agradar a gregos e troianos - e nem é esse o objetivo pelo qual escrevo. Gosto de histórias, de fatos que ocorrem nas vidas das pessoas, de situações pelas quais passamos, de relacionamentos que vivemos ou presenciamos, é disso que gosto de falar e, às vezes, isso requer uma certa extensão para que o leitor se sinta envolvido e participante. Ocorre que vivemos uma época de imediatismo, as pessoas se comunicam nas redes sociais cada vez menos com palavras, elas foram substituídas por figurinhas, por abreviações, por sequencias de números e, infelizmente, o que se vê é uma juventude cada vez mais analfabeta, cada vez menos disposta a ler duas ou três páginas de um livro. Não sou velho, mas não me conformo com tanto imediatismo. O que me anima a continuar são leitores como você, que dedicam parte de seu tempo a emergir numa estória e se deixar levar pela imaginação. muito obrigado, e forte abraço!

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Ai gente…. Que conto INCRÍVEL!!!!

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Obrigado Gestor 27, fico lisonjeado com seu comentário! Abração!

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Oi li um conto seu de legião romana Puta que pariu adoro sacanagens com soldados romanos tenho um fetiche por eles tem como escrever um conto com uma suruba de soldados romanos tem relatos que estudavam prisioneiros de guerra mas eu queria mesmo um bacanal só de soldados romanos detalha as roupas dele cuecas coxas bundas peludas por favor vc escreve bem

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Valeu pelo comentário Dudujp! Me alegra que tenha gostado do conto do legionário romano! Concordo com você quanto ao fetiche que aqueles homens despertam com seus corpos sarados, vestimentas curtas que deixam montanhas de músculos criando o imaginário de qualque gay. Quando surgir a inspiração de um novo conto com legionários prometo que me empenharei em deixá-lo bem excitante. Abração!!

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Vc tem email telegram zap pra gente trocar ideias?

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Bom de mais. Poderia ser redundante mediante tantos elogios que já foram feitos, só não concordo com as críticas sobre o tamanho, adoro seus textos e como você escreve, adoro por ser completo sem precisar ficar esperando dias e dias por um novo capítulo, seus contos são envolventes e prendem minha atenção, seria capaz de passar um dia inteiro lendo se necessário fosse. Como já disse, são irretocáveis, cenas deliciosamente descritas, histórias profundas e na maioria das vezes com finais felizes. As partes sexuais, deliciosas, sempre me levam a loucura, independente de tamanhos e grossuras penianas, porque sinceramente isso não é o mais importante, mais sim o prazer que transborda em suas palavras fazendo com as cenas sejam tão reais que eu me sinto presente e até participando. Sempre aguardando ansioso pela próxima surpresa, agradeço e mais uma vez parabenizo por compartilhar esses momentos maravilhosos que me transportam a um mundo de sonho maravilhoso. Forte abraço.

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Obrigado por mais este comentário elogioso ao meu trabalho Roberto! É sempre bom quando o leitor sente algo com o texto. Super abração, meu querido!

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Que conto fantástico cara, bem escrito, bem desenvolvido, perfeito! Eu sei que o objetivo é incentivar a imaginação, mas eu posso perguntar o "tamanho oficial" do pau do Lukas? Pura curiosidade de fã kkkkk

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Oi GusCastro! Grande cara, grande não, cavalar, daqueles que não deixam uma única prega anal inteira! KKKKKKK Obrigado por ler e comentar meu conto, um super abraço!!

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Sou muito seu fã Kherr e sinceramente fiquei estasiado em saber que vc continua escrevendo aqui. Vou arrumar tempo para ler todos o seus contos e me deliciar com todos!!

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Olá Eleaidin! Sinto-me imensamente lisonjeado com seu comentário e por se dispor a ler os meus contos. Espero que goste dos que ainda não leu e ficaria imensamente grato se me desse sua opinião sobre eles. Forte abraço!!

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Kherr você me decepcionou, esse conto poderia claramente ser 10 vezes maior, que ele ainda seria pequeno, não sei por que você está fazendo essas histórias tão “reduzidas” ultimamente hahahahaha.

Sei que tem gente aí que só consegue ler tirinha de jornal, mas acredito que falo pela maioria quando digo que você pode fazer as histórias com tamanho que elas precisam ter tranquilamente, ou do tamanho que você achar melhor, porque a turma aqui que adora seu trabalho, sua escrita, e admira seu talento, vai ler com a mesma paixão que leria um panfleto, desde que fosse escrito por você.

Sobre o conto em si, adorei o tom romântico que você deu para Thierry e Lukas. Uma linda história de amor, e que desta vez teve um final feliz, né?! HAHAHAHAHA. Aguardando ansiosamente por suas próximas histórias, um grande abraço

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Oi Gilberto! Sinto tê-lo decepcionado escrevendo um texto tão pequeno, afinal foram só 30 páginas!!! Eheheheheh!! Abração carinhoso!!

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Tesão do caralho!

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Grato Vitinho165!! Se meu conto te deu tesão só tenho que agradecer!! Abração!

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Top!Belíssimo conto!

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Muito obrigado Caio2022!! Grato pelo comentário! Abração!

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Kherr, o que eu mais gosto dos seus contos é o tamanho deles. Se tem uma coisa que me desanima é ter que esperar dias para ler a continuação de um conto.

Toda semana eu espero um conto seu para ler.

Abraços!!!

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Olá Oillian! Obrigado pelo comentário e por ler meus contos. Como você pode constatar pelos comentários o tamanho dos meus contos não é uma unanimidade, alguns acham que são longos e chatos, outros entendem que uma história tem começo, meio e fim que demandam um texto que prenda o leitor. Um super abração para ti também, meu querido!!

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Na próxima explica que é um conto, não uma novela.kkkkk

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Kherr curto demais os seus contos, a forma q vc escreve, parece que você consegue pegar o leitor e levar até a cena pela a forma que voce escreve.

Comecei a escrever alguns contos inspirado por você, gostaria muito de trocar uma ideia, pegar algumas dicas, será que você tem um email que consiga entrar em contato?

Já pensou em escrever um conto na época Brasil colônia?Eu iria amar!

Desculpa mandar mensagem por aqui, se caso queira falar comigo, comenta em algum conto ou me chama no telegram @porti_porti

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Olá Porti! Não, nunca imaginei uma estória se desenrolando no Brasil colônia, mas acho que pode render um belo conto. Como você mencionou que também começou a escrever eu sugiro que desenvolva um conto abordando essa época. Vou ler os teus contos e te dou uma devolutiva. Por hora, um super abração e bote a criatividade a funcionar!!

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Como sempre, nos brindando com esse conto magnífico. Obrigado.

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Obrigado Mike! Me alegra que tenha gostado! Abração!

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Perfeito!

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Fico feliz que tenha gostado LeonS! Obrigado pelo comentário e pela leitura. Super abraço!

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Amo muito as suas histórias de romance adolescente e essa foi perfeita (o único ponto negativo foi não ter acontecido nenhum desastre com a Juliana e com o Maurice)

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Obrigado Tomás! Pais relapsos e centrados apenas em suas próprias vidas existem de montão por aí, infelizmente. O Thierry foi vítima de um casal assim, e certamente carregará para sempre esse falta de amor familiar. Abração carinhoso!

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