Os prazeres e agruras do mundo cuckold: Tramas crueis 1ª parte

Um conto erótico de Lael
Categoria: Heterossexual
Contém 2777 palavras
Data: 02/03/2022 17:43:03
Última revisão: 02/03/2022 17:49:49

Histórias do marido incentivar a esposa para transar com outro existem aos montes, creio que há até um excesso de relatos, alguns há fatos pitorescos e excitantes que merecem ser contados, mas outros são basicamente iguais. Entretanto, há casos de cuckold que fogem totalmente o caminho convencional e esse, para mim, é o mais surreal que ouvi, tanto que além da versão do marido, tive que ouvir a do comedor para entender bem e optei por ficar com a dele. Peço paciência, pois o sexo não virá logo de cara, mas além da história ser interessante, quando o sexo começar, será muito intenso.

Gilson contando:

Esses fatos começam quando eu estavam no 2ª ano do Ensino Médio e me mudei para uma nova escola, simplesmente a 3ª escola em cinco anos, isso porque, minha mãe era separada do meu pai e morava de aluguel, por isso, muitas vezes tivemos que mudar de bairro e de escola, o que me fez ser um adolescente solitário porque quando começava a me enturmar num local, tinha que ir para outro e ser visto novamente como um ET.

Fui ficando cada vez mais retraído, e para piorar, eu era magro, alto, desengonçado e cheio de espinhas e nessa nova escola, além de ser ignorado por quase todos, recebi o apelido de Dragão-de-komodo, por causa da pele detonada pelas acnes e por ser grande. Hoje, parece ser engraçado, mas imagina um adolescente sem amigos, namorada e com autoestima lá embaixo, tendo que ouvir isso.

Na minha sala, havia um tal de Marcio, de longe, o cara mais folgado que já vi na vida. Vestia-se com capas pretas longas, botas, luvas de roqueiro, tudo para fazer um estilo malucão, mas apesar da fachada, era um tremendo mauricinho pelo menos para os padrões do nosso bairro. Mesmo não tendo idade para dirigir, muitas vezes, ele vinha com um Jeep verde todo equipado que era do pai. Sendo um cara todo estiloso e que vinha de carro, Marcio pegava a menina que quisesse na escola, acredito que a cada semana, eu o via pelo menos com duas diferentes.

Na minha sala também havia Regiane, que era disparada a menina mais linda e gostosa da escola. Cabelos castanhos claros, longos que iam até a metade das costas. Olhos verdes e meigos, uma boquinha muito sensual, seios médios quase grandes, cintura fina e um bumbum perfeito e arrebitado. Apesar de estar no Ensino Médio, cansei de ver professores de 40 e poucos comendo-a com os olhos.

Regiane tinha fama de interesseira, namorava um boyzinho de uns 20 anos que tinha um carrão e a enchia de presentes caros. Aliás, ela adorava se vestir como uma Barbie. Eu era doido por ela, mas não me permitia sonhar que poderia ter tal garota. Aliás, eu ainda era virgem e no máximo havia beijado umas quatro garotas, mas nunca tinha nem namorado.

Como citei, eu era vítima de bullying constantemente, colocaram chiclete na minha cadeira e estragaram uma calça minha, faziam piadas quando eu ia apresentar um trabalho, o que me deixa mais atrapalhado, além dos apelidos Dragão-de-komodo, às vezes, cavaleiro solitário, pois ficava quase o tempo todo sozinho. De vez em quando, um ou outro cara conversava comigo.

Bem, explicado esse contexto, vamos ao ano seguinte. Regiane terminou com o namorado e logo caiu na lábia de Marcio ficaram uns meses juntos. Marcio nunca tinha sido legal comigo uma vez, mas vira e mexe pedia para eu colocar seu nome em trabalhos que eu havia feito sozinho. Até que um dia, deixei minha timidez de lado e falei:

-Se você quiser seu nome no trabalho, faça alguma coisa, se for apenas para dar um autógrafo, dessa vez, esquece, porque não vou colocar.

-Coloca logo meu nome nessa porra aí, e deixa de história Dragão-de-komodo.

Ele tinha tanta segurança que eu ia obedece-lo que acabou se fodendo, ficou sem nota e ainda foi mal na prova, mas não me disse nada, além das ofensas rotineiras.

Soube que Regiane e ele terminaram, mas isso era normal, até que com ela durou. Mas um fato estranho começou a ocorrer, ela começou a me olhar de vez em quando e estranhei aquilo.

Estávamos na metade do mês de maio e minha escola se preparava para a Festa Junina e já tinha um tal de correio elegante, onde você pagava para que levassem um cartão com uma mensagem em forma de coração para alguém que você quisesse paquerar.

Certo dia, no meio da aula, sou chamado na porta e recebo um desses cartões. Tinha a seguinte mensagem.

“A sua timidez mexeu comigo. Você é bem mais maduro que os outros carinhas da sala. Não ligue para eles, são uns crianções. Estou encantada pelo seu jeito e queria muito conversar com você, saber o que pensa e sente” Assinado: Gatinha da Gucci.

Fiquei bem surpreso com aquilo e nem imaginei quem poderia ser. Nos dias seguintes, novos bilhetes passaram a chegar. Jader, um cara que de vez em quando conversava comigo, quis saber quem era a garota e eu disse que não sabia, pois ela colocava apenas Gatinha da Gucci. Na hora, ele se espantou:

-Caramba! É a Regiane! Ela tem esse apelido porque usa umas calças caras dessa marca.

Eu não acreditei, mas a o apelido tinha fundamento. Mais alguns dias e os bilhetes continuaram chegando, cada vez mais românticos e aí a própria Regiane começou a acenar para mim na sala, dar oi, mas nos bilhetes, ela me pediu para esperarmos mais um pouco, pois tinha acabado de terminar com Marcio e não queria ficar com fama de “galinha” na escola, mas que em breve marcaria um dia para conversarmos, pois não aguentava mais de vontade de ficar comigo.

Até ali, posso dizer que aquelas semanas foram as mais felizes da minha vida, passei até a me importar com minha aparência, comecei a tratar das porras das minhas espinhas, me vesti melhor dentro do possível. Estava achando que aquele mês de junho seria inesquecível, era ano de Copa do Mundo e eu adorava ver os jogos e até imaginei como seria, namorando com Regiane e curtindo a seleção brasileira. Pensava nela o dia inteirinho.

Para Jader, eu contava que estava gostando dela e que não via a hora e ele me incentivava dizendo que todos na sala ficariam de queixo caído quando eu chegasse à escola com ela.

Regiane finalmente decidiu marcar nosso encontro para o dia 12 de junho, Dia dos Namorados. No último bilhete, sem rodeios ela disse: “Acho que é uma data importante para todos saberem que estamos apaixonados”. Mesmo não dispondo de muita grana, fui a um shopping para lhe comprar um presente. Nem tinha ideia do que poderia ser, mas acabei escolhendo um urso de pelúcia de tamanho médio.

Nós nos encontraríamos na saída da escola, em uma praça que ficava quase em frente e onde muitos estudantes ficavam. Fui bem arrumado e quando a vi me esperando em pé, próximo a um banco, tremi de nervoso. Tentei disfarçar, abri um sorriso e disse:

-Até que enfim vamos poder conversar sem ser por bilhete, hein? Toma, só uma lembrancinha.

Regiane fez cara de surpresa e disse:

-Bilhetinho? Do que você está falando?

Nessa hora gelei, mas ainda achei que pudesse ser uma brincadeira, pois ela vinha me olhando com ar de paquera e me fazendo acenos.

-Os correios elegantes...Gatinha da Gucci...Você marcou para hoje

-Olha...Como é seu nome mesmo? Gilson? Wilson? Eu não tenho a menor ideia do que você está falando.

Eu já começava a imaginar que tinha caído numa trollagem, mas antes que tivesse tempo de falar ou fazer qualquer coisa para sair dali, vejo Marcio surgindo, vestido como um palhaço, com um lenço preto de caveira, capa preta, luvas, botas e dizendo:

-Opa! Já tá me traindo, Gilson? Eu sou a Gatinha da Gucci. Deixa eu ver o presentinho que você me comprou, amor?

Junto com ele, estavam uns cinco caras da sala, dentre eles, Jader, que tinha ajudado na farsa, mas havia muito mais gente sabendo inclusive de outras salas, todos ali por perto aguardando o que para eles seria uma grande zoeira. Marcio arrancou o presente das minhas mãos, viu que era um urso e o puxou pela orelha:

-Olha aí, galera, o Dragão-de-komodo achou que ia ficar com a minha mina, comprou até presentinho em tudo.

Regiane disse:

-Tadinho do menino, gente. Achou mesmo que estava recebendo bilhetes meus, eca!

A gargalhada foi geral e a própria Regiane riu me vendo ali, de ombros caídos, estático e com a maior cara de otário. Marcio a abraçou por trás, jogou o urso de pelúcia no chão e disse:

-Agora dá linha, Mané, porque senão é capaz de uma dessas espinhas suas estourar e sujar a gente de pus. Apostei 50 pilas com uns camaradas que achavam que você ia ser esperto para saber que nunca, nuncaaaaaaaa! Uma mina como a Regiane ia dar bola para você, mas não basta ser esquisito ainda tem que ser burro, otário do caralho.

Eu ainda demorei alguns segundos para absorver aquilo, tinha caído numa cruel pegadinha digna dos filmes para adolescente. Os gritos, assovios e vaias vinham aos montes e até que não tinha sido avisado antes, ficou sabendo e parou para assistir, como quem para numa estrada para ver um acidente. Comecei a andar de cabeça baixa, anestesiado em meio à gritaria.

A única sorte que tive é que naquela época os celulares que filmam ainda não tinham sido lançados ou haveria grandes chances de eu me tornar o um famoso fracassado na internet.

Em casa, eu cheguei a quebrar algumas coisas em meu quarto em meio a uma crise de choro. Não entendia como poderiam ter sido tão cruéis. O fato chegou ao ouvido da direção da escola que chamou os pais de Marcio e Regiane, mas como a maioria das instituições de ensino veem alunos como clientes, só foram advertidos.

Eu entrei numa crise de depressão profunda, não queria nem sair da cama, fui a vários médicos e nenhum adiantava de nada. Na escola, recebi o apoio de três ou quatro pessoas, mas depois do que ocorreu, não confiava em ninguém. Com medo de serem punidos, Marcio e Regiane nem olhavam para mim, mas o resto sempre tinha um olhar ou de riso ou de pena. Foram meses terríveis.

No auge do meu desespero, já em dezembro, num sábado à tarde, nervoso, diria que quase louco, peguei uma tesoura grande que minha mãe tinha e fui até a rua de Marcio, a minha intenção era cravá-la no peito dele e foda-se. Fiquei um longo tempo lá, mas o filho da puta, para sua sorte, devia estar em outro lugar, no caminho de volta, tive mais uma crise de nervos e sem pensar, cravei a tesoura em meu antebraço, só me lembro de ver muito sangue e escurecer tudo.

Fui ajudado por alguns caras que estavam do outro lado da rua bebendo numa padaria e levado às pressas para o hospital.

Como o ano letivo tinha acabado, não precisei passar a vergonha (mais uma) de ter que ir à escola, mas algumas pessoas ficaram sabendo e numa manhã, minha mãe me avisa que Regiane e os pais dela estavam na porta querendo se desculpar. Claro que não aceitei que entrassem.

Em mais uma tentativa de me fazer melhorar, um terapeuta me disse:

-Sabe, existem pessoas que com medo de serem elas próprias, acabam criando um personagem totalmente diferente em termos de personalidade e muitas acabam se dando tão bem que num dado momento se transformam mesmo no que criaram. Você não tem vontade de se imaginar sendo outra pessoa, mais confiante, conhecendo outros que não sabem do seu passado?

Fique pensativo sobre aquilo, mas achei que poderia funcionar em outro lugar.

Após meu ato de loucura, um tio distante meu que vivia nos EUA, mas que estava passando férias no Brasil, me convidou para ir morar com ele e trabalhar em uma de suas churrascarias que ele tinha na Flórida. Decidi ir, passei a trabalhar em Miami e ainda fazia um curso tecnológico na área de informática. Era uma rotina puxada, mas eu ganhava muito melhor do que se estivesse no Brasil. Decidi fazer o que o terapeuta me disse e mesmo sendo absurdo, comecei a me sentir mais confiante e comunicativo, mesmo em um país estranho.

Nos meses seguintes, minha vida e meu estilo mudaram completamente. Virei maratonista, minhas malditas espinhas finalmente sumiram, finalmente perdi a virgindade, depois disso, tive várias transas e uma só uma namorada fixa, uma americana chamada Samantha, foi com ela que comecei a aprender mais sobre sexo e como dar prazer a uma mulher, aquela loira natural era muito quente na cama. Futuramente descreverei outras transas minhas, mas apenas para citar que aos poucos, as coisas estavam melhorando em todos os campos.

Após três anos, consegui um emprego, no Vale do Silício na Califórnia, lá é um polo de tecnologia muito importante e comecei a aprender muita coisa. Apenas para não me alongar após mais três anos envolvido em um projeto que me consumia durante 18, 19 horas por dia, junto com um americano Tyler, desenvolvemos um aplicativo que foi apresentado com sucesso em uma feira e disputado por grandes corporações, o que no final nos rendeu uma venda de alguns milhões de dólares.

De 23 para 24 anos, eu conseguia uma situação financeira confortável e confesso que cheguei a abusar depois disso. Comprei uma linda casa, BMW, saía com mulheres lindas, cheguei até a me envolver com drogas, não ao ponto de me viciar, mas cheirei cocaína por um tempo, inclusive fazendo aquele velho clichê dos filmes, de cheirar uma carreira de pó na bunda de uma modelo, fiz isso numa orgia em Los Angeles, junto com Tyler que também tinha enfiado o pé na jaca.

Entretanto, uma coisa que só ocorre há cada 100 anos ou mais nos EUA, explodiu no ano de 2008 e foi ligada ao mercado imobiliário, ficaria longo e cansativo explicar, mas creio que todos se lembram vagamente do que ocorreu e arrebentou com a economia americana. Nos meses seguintes, milhares de imóveis que valiam U$ 3, 4, 5 milhões estavam sendo vendidos por até 10% do valor por bancos e entidades financeiras.

Apesar de estar numa vida insana (estava morando com duas mulheres ao mesmo tempo, uma brasileira morena cavalona cujo cheiro da boceta jamais me esquecerei e uma americana ruiva que topava absolutamente tudo), vi nesse caos do mercado uma oportunidade e após conversar muito com alguns especialistas, decidi investir quase tudo que eu tinha comprando imóveis para que no futuro se valorizassem. Só deixei uma quantia boa para me manter por uns anos e minha casa e o resto comprei em casas na Flórida, especialmente em Orlando e Miami. Insisti para que meu tio fizesse o mesmo, mas ele achou loucura.

Bem, resumindo a história após uma peneira muito boa, consegui dezenas de imóveis e que se na época, custaram U$ 150, U$ 200 mil cada, dois anos depois estavam valendo. Mais de U$ 2 milhões cada, alguns U$ 3. Meu tio e outros que não acreditaram na rara oportunidade de negócio se desesperam, mas eu, ganhei na mega da mega da virada.

Tyler, que também tinha feito o mesmo, lucrou horrores, vendemos, quase todos os imóveis na alta, mas ainda montamos um negócio de administração de casas de aluguel para temporada em Orlando, porém eu já não precisaria trabalhar mais, deixei os negócios nas mãos dele e comecei a estudar a possibilidade de voltar para o Brasil. Eu estava então com 28 anos.

Numa noite, após mais uma de minhas farras, impregnado pelo cheiro de sexo e bebida (já tinha parado com a cocaína), decidi olhar o Facebook e sabe-se lá porque motivo, me veio à cabeça a filha da puta da Regiane, me lembrava de cor e salteado o seu nome e sobrenome e numa rápida procura, a encontrei. Ela continuava linda e para minha surpresa ainda estava com Marcio e tinham um casal de filhos. Quando vi uma foto retrô dos dois juntos, ele com aquela capa preta patética e ela com aquele estilinho Barbie, senti uma espetada severa no braço em que em que me furei com a tesoura, todo desespero, vergonha, sofrimento que passei, voltaram em segundos, e parece que o personagem de homem forte que interpretei desde que o terapeuta meu sugeriu tinha morrido e o fracote da adolescência voltado. Tive dificuldades para respirar, mas aos poucos me acalmei, decidi esquecer meu passado, porém o meu novo eu deveria ajudar aquele adolescente que ainda existia dentro de mim, implorando por vingança.

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Comentários

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Provavelmente será mais um puta conto de superação e volta por cima recheado de muuuito dramas e sexo...rs...já estou ancioso pelos capítulos que viram...rs

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Amigo Laeal maravilha tu é demais parceiro nota mil.

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Será que o cuckold da história é Marcio? Tá parecendo,pois o narrador vive uma relação convencional.

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Opa. Esse promete. Como é do estilo do escritor, o Lael joga o protagonista no fundo do poço, para depois resgatá-lo. 3 estrelas

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Gosto muito da forma como vc escreve mais os contos acabam e fica aquele gostinho de quero mais aí em alguns vc faz uma segunda temporada e coloca no e-mail que NINGUÉM responde eu já passei vários e-mails querendo comprar os contos sem resposta, para melhorar o atendimento vc não poderia criar um site para cadastrar os interessados mediante a Pagamento para ler os contos?

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Olá, Janu, acredito que haja algum problema com seu e-mail, pois das centenas de pessoas que já entraram em contato comigo, vc é o único que diz não ter recebido resposta. Te passarei novamente o meu e-mail: laelocara@gmail.com

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Interessante, espero um caminho diferente dos outros , Vingança é sempre bom

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