Solar - 21

Um conto erótico de Thonny
Categoria: Homossexual
Contém 2190 palavras
Data: 05/11/2016 02:05:44

[Bruno narrando]

Desci correndo e bati algumas vezes no rosto da Clara.

- Não fiz nada\

- (Cortou-me) Ela caiu por minha causa. Na verdade, ela saiu correndo porque a gente discutiu. Temos muitas desavenças. – Álvaro falou descendo as escadas.

- Álvaro!? O que você faz aqui? - Falou Tiago, espantado.

- Vim conversar com o Bruno sobre o estado de saúde do Lucas. Longa história, Tiago.

- Meu Deus! Como isso foi acontecer com minha amiga? – A Ingrid estava chegando com o Victor.

- Amor, se acalma. Você não pode ter emoções fortes por causa da gravidez.

- E como você quer que eu reaja? Minha amiga está estendida no chão. Vocês vão ficar de papo ou levá-la para o hospital?

- Pode nos levar no seu carro, amigo?

- Não precisa pedir. Você a deita em seu colo no banco de trás. Alguém arruma uma toalha para imobilizarmos a cabeça dela.

- Vou pegar. Só um minuto.

Tiago trouxe a toalha, e eu enrolei e fiz a imobilização no pescoço da Clara.

- Ela tinha separado essas malas para o seu Alexandre e o Lucas. Levem, por favor.

- Álvaro, você pega?

- Sim, eu pego.

- Eu te ajudo a levar a Clara.

- Muito obrigado, Victor. Ingrid – olhei para ela -, quando eu voltar explico a situação. O Tiago vai adiantar o que aconteceu.

- Só não deixa nada de ruim acontecer com ela, por favor. – Beijou a testa da Clara.

- No que depender de mim, ela ficará boa logo, logo.

Fomos para o hospital.

[ítalo narrando]

- Seu Alexandre, o senhor não acha que a Clara está demorando muito?

- Tem razão. Você deveria ter ido com ela.

- Eu iria, mas o senhor sabe que ela não quis.

Quando terminei de dizer isso, vi o Bruno e o Álvaro entrando no hospital com a Clara nos braços.

- Seu Alexandre, a Clara caiu da escada. Infelizmente ela está desacordada.

- Como isso foi acontecer, Bruno? Ela estava tão bem horas atrás...

- Acidentes acontecem, seu Alexandre. O que o Álvaro faz com vocês? - Falei achando estranha a presença dele.

Não entendo como ele sempre está por perto quando as coisas ruins acontecem. É incrível.

- Não precisa ficar com ciúmes, fotógrafo de lambe-lambe. Vim só ajudar meu amigo. E tem mais, aqui estão as malas que a Clara foi preparar. Para evitar confusão, estou indo embora para o hotel. - Virou-se para o Bruno. - Me dá notícias, irmão.

Saiu.

- O que aconteceu com essa, moça? - Perguntou o médico.

- Ela caiu da escada da pousada, doutor. Cuida dela, por favor.

- Enfermeiro, me ajude com essa paciente. Temos que levá-la para tirar um raio-x.

O médico levou a Clara com o enfermeiro. O Bruno foi fazer a ficha dela.

- Boa noite, senhores! Meu nome é Felipe Veiga. Sou o novo delegado da cidade. Soube que deu entrada hoje, um jovem vítima de um atropelamento. Algum de vocês é familiar dele?

- Sou Alexandre Villar, pai do Lucas.

O delegado apertou a mão do seu Alexandre.

- Bem, para que eu comece uma investigação, preciso saber aonde o jovem estava indo. Algum de vocês tem essa informação? - O delegado desabotou o terno e sentou-se numa das cadeiras.

- Ele estava indo para minha casa, doutor. Ele e eu somos namorados.

- Interessante, rapaz... Qual o seu nome?

- Me chamo Ítalo. Estava dentro de casa quando ouvi um barulho muito forte, quase não acreditei quando vi o Luquinhas caído no chão. Uma cena horrível!

- É realmente lamentável. Vocês sabem se ele tem alguma desavença?

- Doutor, serei muito franco com o senhor, meu filho é uma ótima pessoa. Há, sim, algumas pessoas que não gostam do Lucas, mas sou incapaz de atribuir a alguma delas a culpa por isso.

- Quer dizer que ninguém fez ameaças, brigou com ele?

- Não que eu saiba\

- (Cortei seu Alexandre) Tem, seu Alexandre. Infelizmente, tem alguém. - Levantei-me triste e olhei sério para todos.

O olhar do doutor César me inquiria, me examinava.

- Quem? Você sabe de alguma coisa? - Falou seu Alexandre.

- É uma suspeita, e é difícil para mim falar isso. Acredito que tenha sido o meu pai. Pouco tempo antes do Lucas ser atropelado, nós havíamos discutido e eu o expulsei da minha casa. Ele me ameaçou ao sair. Pode ser que ele tenha visto o Lucas.

- Excelente informação. Vou verificar se no local existe alguma câmera. Se foi o seu pai, o carro dele deve estar com um amassado.

- Ítalo, porque não me falou isso antes? Você sabe o quanto eu estou preocupado e me esconde uma coisa dessas. Eu não vou responder por mim se foi o seu pai. - Seu Alexandre levantou-se furioso.

- Seu Alexandre, eu não fiz por mal. Não pense que quero defender o meu pai.

- Sou incapaz de acreditar que um homem tão respeitado como o Humberto fez uma coisa dessa. Meu filho, não adianta ficar bravo com o Ítalo, ele não é responsável por isso. - Falou alisando as costas do seu Alexandre.

- O Lucas não tem sorte nos relacionamentos, pai. Apesar de você ser um excelente rapaz, Ítalo, seu pai é um psicopata.

- Vou investigar esse caso com muita calma. Seu Alexandre, o senhor tem a minha palavra.

- Obrigado, doutor.

- Ítalo, se importaria em conversar comigo em particular? Ainda não é um depoimento formal.

- Não, vamos. Com licença...

- Já, já voltaremos.

- Vão sem nenhum constrangimento. - Falou o doutor César.

[Íris narrando]

- Humberto, tem mais alguma coisa que está me preocupando. - Coloquei o garfo no prato e limpei a boca com o guardanapo.

- Que delícia essa massa! O que te preocupa?

- Como você vai fazer para esconder o seu carro? Se foi tão grave o impacto nele, obviamente a frente deve estar destruída.

- Eu levei para uma oficina bem afastada. Eles estão cuidando do carro com bastante descrição. Dinheiro funciona como uma mordaça, querida. Pobre quando tem a oportunidade de se dar bem e ganhar uma grana, dorme abraçado até com o diabo.

- E você confia nessa gente? Nem daqui nós somos. Eles podem dar com a língua nos dentes.

- O que paguei é mais do que eles ganham em dois anos. Eles ficarão calados.

Voltei a comer, mas ainda continuava preocupada.

[Ítalo narrando]

- Dois cappuccinos, por gentileza.

A atendente me entregou os cafés.

- Obrigado.

Sentei-me na mesa e entreguei uma xícara ao delegado.

- Muito obrigado pelo café. Não precisa se incomodar e muito menos pagar pelo meu.

- Não há problema, delegado.

- Me chame apenas de Felipe. Temos quase a mesma idade, acredito.

- Eu tenho vinte e dois. E você?

- Tenho vinte e três. Me formei em Direito no ano passado, consegui passar na OAB e fui aprovado no concurso. Cheguei em Solar antes de ontem. Vi que apesar do tamanho da cidade, ocorrências não tem faltado. Mas, mudando de assunto, a quanto tempo você namora o Lucas?

- Bem pouco. Pouco mais de um mês. Foram muitos altos e baixos nesses mais de trinta dias.

- Você falou que seu pai o ameaçou, como foram essas ameaças? Ele citou o Lucas? Já lhe adianto que isso não é um depoimento, pois você terá que ir na delegacia ainda. Caso não queira responder, te faço outra pergunta.

- Por mim tudo bem, Felipe. Meu pai não aceita o meu namoro. Eu sou bissexual. Até uns meses atrás eu era noivo de uma mulher, a Íris, mas já tinha terminado tudo quando conheci o Lucas. A Íris está aqui em Solar e foi ela quem fez meu pai vir até aqui. Ele me procurou, a gente discutiu e ele me disse que eu pagaria muito caro. Ele quer ser político, mas acha que os conservadores não o elegerão por causa da minha sexualidade. Depois de quase sairmos no braço, eu o expulsei da minha casa e poucos minutos depois essa tragédia aconteceu. Se não foi ele - o que duvido muito -, não consigo imaginar quem tenha sido.

Felipe me olhava fixamente. Ele estava intrigado com essa história e podia ver isso em seu olhar.

- Ítalo, vou descobrir quem fez isso com o seu namorado. Você tem a minha palavra. Será minha primeira investigação aqui. Segundo o que me informei, a funcionária da pousada do seu sogro caiu da escada. Tenho, agora, outra investigação em mãos.

- Eu acredito no seu trabalho, Felipe.

- Esse é o meu telefone. Qualquer novidade, você pode me ligar. O Lucas é um rapaz de muita sorte. Você se preocupa muito com ele.

Peguei o cartão das mãos do Felipe.

- O Lucas deu um novo sentido a minha vida. Por vezes, Felipe, quando eu estava com a Íris, me sentia perdido, desconectado da felicidade, sabe? O Lucas me fez ver a vida de uma outra maneira. Ele é um travesso, e eu o entendo, afinal ele só tem dezoito anos. Eu sempre quis alguém como ele em minha vida.

- Quero conhecê-lo melhor quando essa situação acabar. Quero conhecer o seu amor. Já digo de antemão, ele também tem muita sorte em ter você na vida dele. - Felipe pegou na minha mão. - Você me parece ser um rapaz muito especial, Ítalo. - Soltou minha mão após falar isso. - Temos que voltar para a sala de espera. Colherei mais informações sobre os acidentes do Lucas e da Clara. Vamos? - Senti ele corar de vergonha. O que aconteceu?

- Claro. - Falei com um meio sorriso para quebrar o clima.

Voltamos para a sala de espera.

[Bruno narrando]

Quando o Ítalo chegou com um homem que descobri ser o delegado, meu coração quase sai pela boca. Eu sentia que seria ouvido pelo delegado em breve. Ninguém cai da escada de uma hora para outra.

Passados uns trinta minutos da nossa chegada ao hospital, o médico trazia notícias da Clara.

- A paciente já está consciente. Ela não sofreu traumatismo craniano e disse não ter sido empurrada. Ela quebrou o braço e está com alguns hematomas. Ela vai ficar em observação. A pedido dela, eu abri uma exceção para que o Bruno a visite. Apenas ele por hoje. Vamos, rapaz?

- Obrigado, doutor.

Caminhei pelo corredor do hospital já imaginando tudo o que ouviria da Clara.

- Cinco minutos. Nada mais que isso. Pode chamar se precisar de alguma coisa.

Entrei no quarto.

- Que bom que você está bem. Não iria me perdoar se acontecesse alguma coisa grave com você. - Tentei pegar na mão dela, mas ela não deixou.

- Por quê? Só me diz o porquê, Bruno? Tanto que nós nos amamos, fomos felizes juntos... Da minha parte, pelo menos. Vejo que não foi o suficiente. Me trair logo com ele? Sacanagem! Se você tivesse dito a mim que era bissexual, eu teria entendido. Você sabe que o Álvaro é um mau caráter e faz isso. Estou decepcionada, Bruno. Pode ser que eu te entenda no futuro, mas não vou dizer que estou legal agora. - Ela chorava e olhava para a frente.

- Clara, eu gosto muito de você e fui sincero durante todo esse tempo, mas eu amo o Álvaro. Você vai contar para o seu Alexandre?

- Deveria, mas em respeito ao que vivemos, não. Quando houve aquele roubo na pousada, você estava envolvido, não foi? O Álvaro não agiu sozinho.

- Eu o ajudei. Não posso negar.

- Eu sempre desconfiei, mas meu amor não me deixou enxergar. Olha, Bruno - ela olhou nos meus olhos -, você vai pegar suas coisas e vai se demitir da pousada. Não quero ver você tão cedo. Se você puder, vá embora de Solar, pois sei que nada mais o prende aqui. A partir de hoje, está tudo acabado entre nós. Te dou dois dias para o seu Alexandre não desconfiar.

- Mas como vou fazer isso?

- Dá seu jeito, inventa uma desculpa, mas some da minha vida e da vida dos meus amigos.

- Se você prefere assim\

- (Cortou-me) Eu não prefiro, pois não é uma opção. Eu quero isso, porque é uma solução. Ainda que paliativa porque sofrerei muito, mas é a única que tenho. Eu sei que vai doer muito, mas uma hora vai passar. O amor que sinto vai acabar. Eu só te pergunto uma coisa: você acha que o Álvaro vai ficar com você? Só em sonho.

- Não sei, tudo é novo para mim. Posso te dar um beijo?

- Não quero sua pena. Agora, pode ir.

Dei as costas e saí do quarto. O que seria da minha vida agora?

[Ítalo narrando]

Pela cara do Bruno, a conversa com a Clara não foi nada boa.

Passado alguns minutos, o médico nos informou que a UTI móvel do Lucas havia chegado.

- Já assinei a transferência. Adianto, a corrida agora é contra o tempo.

Continua...

Olá, queridas leitoras e queridos leitores! Faz uma semana que postei o outro capítulo. Infelizmente não consegui postar antes. A falta de tempo por conta da faculdade é enorme. Mas, como prometido, aqui está mais um capítulo escrito em meu tempo livre.

Entramos na reta final da história, muita coisa ainda vai acontecer. Teremos o casamento da Ingrid e um assassinato misterioso nele. Por isso eu já apresentei o delegado. Delegado esse que vai dar uma movimentada e tanto na estória. Fiquem de olho.

No mais, agradeço cada voto, cada comentário e cada e-mail recebido. Tudo isso é feito com amor para vocês.

Cíntia, Red e Mari, muito obrigado por sempre comentarem e votarem. Amo vocês!

Até o próximo capítulo na semana que vem. Beijos a todos!

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Comentários

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volta logo e faz msm uma continuaçao de irrestivel sim plz kkk mas fala serio o lucas tem oq nessa bunda? mel? lol e faz o conto mas longo omi

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gostei muito, ate que em fim alguém que não se interessa pelo Lucas mas, esse sentimento do delegado pelo Italo ai,ai. Espero pela continuação.

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Quando se tem amor envolvido, ninguém é racional, todos se deixam levar pela emoção 💘🙍💔!!!! Continua logo!!! 👏👏👏👏✊🙌😍 💖😉

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Merece meu amor!!! Bom dia querido! 🌷🌷🌷

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