Como eu posso te ajudar? cap 1

Um conto erótico de Gui MR
Categoria: Homossexual
Contém 1863 palavras
Data: 25/10/2016 20:34:45
Última revisão: 25/10/2016 20:42:57

Esse conto transitará entre uma historia de amor e ódio, brigas e reconciliamentos, aceitação e negação, medos e determinações. Essa é uma história real, com pedaços ficcionais. Espere tudo, mas também não espere nada. Meu nome é Guilherme, sou de São Paulo capital. Tenho 22 anos, mas a minha história começará a partir dos meus 17 anos, que foi entendi que não igual demais garotos.

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CAPÍTULO 1 - MEU PASSADO

Sempre fui uma criança muito divertida, muito travessa, muito aventureira e que gostava de falar muito e se divertir. Quando há almoço em família e acontece aquela sessão nostalgia na mesa, as minhas travessuras sempre são revisitadas e tem momentos que eu mesmo não consigo acreditar que era tão levado assim.

Mas tudo começou a mudar conforme eu crescia. Quando estava na sexta série eu me vi apaixonado por uma garota. Hoje em dia eu sei que era mais uma admiração do que paixonite de criança. Tive meu primeiro beijo com ela e também a minha primeira decepção. Sempre estudei em escola pública e um certo dia haveria um campeonato interclasse de futebol. A escola inteira estava na arquibancada e pátio da escola. Uma amiga veio me contar que a Carol (a menina do qual eu gostava) estava me chamando na frente da sala do 6ºB. Achei estranho porque eu não tinha tanto contato com ela e essa sala ficava meio escondida no andar subsolo da escola. Quando cheguei estava ela, ao lado da minha irmã que também estudava na minha escola (falarei mais sobre ela pra frente) e uma amiga dela. Quando cheguei a Carol me disse que queria ficar comigo. Se eu pudesse me enxergar nesse momento eu tenho certeza que seria que nem cena de filme quando o personagem pisca os olhos para tentar entender o que aconteceu e fica com aquela cara de "ué?". Enfim, era o meu sonho naquele momento e eu tinha que aproveitar. Ficamos o dia escolar inteiro, eu estava me sentindo nas nuvens. Era tão bobinho que nem excitado eu fiquei, foi mais felicidade por ter beijado a garota que eu deseja e que sempre olhava durante o intervalo, com seus cabelos loiros e sua risada divertida. Tudo isso aconteceu numa sexta feira. Cheguei em casa e contei para a minha mãe pois queria me gabar por isso, tinha conseguido ser o primeiro do grupo de amigos a perder o BVL (beijo de língua). No segunda seguinte eu já havia planejado durante o final de semana como seria cada instante que passaríamos juntos. Chegaria pegando em sua mão, cumprimentando ela com um selinho e contado que tinha pensando nela durante o final de semana inteiro. Mas quando fui pegar na mão dela, ela me dispensou dizendo que só ficou comigo pois descobriram que eu tinha uma queda nela e as amigas dela fizeram uma aposta para ela me beijar e descobrir se eu era viado, pois segundo ela, jeito eu já tinha.

Foi a partir deste momento que me mundo caiu e eu comecei a repensar minha vida e meus gostos. Eu viado? Mas viado não é homem que quer ser mulher? Eu sou feliz sendo homem, não é isso não. Viado acha homem bonito. Ok, nisso eu posso concordar. Eu achava normal achar outros meninos bonitos. Desde essa idade eu achava a maior besteira do mundo um homem não falar que outro homem é bonito. Que babaquice né? Mulheres falam para outras o quão bonitas elas estão o tempo todo. Porque nós homens também não nos expressamos assim? Mas então será que seria possível eu ser gay? Não, mesmo que possível isso não pode acontecer.

Comecei a evitar esses pensamentos, reprimir meus sentimentos e tentar sobreviver a cada bullying que praticavam em mim. Passei pelo ensino fundamental sem beijar mais ninguém. Fechei pra mim a minha sexualidade e enfim cheguei ao ensino médio. Mudei de escola e desde o primeiro dia já previa que seriam os 3 piores anos da minha vida. As crianças já seriam adolescentes e todo mundo sabe o quão cruéis eles podem ser. Mas eu estava disposto a sobreviver a isso. E tudo aconteceu como o esperado. Consegui camuflar todos meus desejos pelos caras enquanto eles jogavam futebol sem camiseta. Consegui me concentrar nos estudos e não perder meu tempo olhando para os meninos durante as aulas como as meninas faziam. Consegui desconversar toda vez que algum amigo me perguntava porque eu nunca havia ficado com nenhuma garota nessa nova escola que eu estava estudando. Consegui até mesmo praticar bullying em um colega que tinha trejeitos afeminados. Chegava em casa me sentindo um lixo, mas aquilo não podia me abalar. Ninguém poderia descobrir ou ter certeza que eu era gay. Nem mesmo eu me aceitava deste jeito. Pra mim, eu ia ter que começar a gostar de garotas, fingir amá-la, casar com ela e viver uma mentira. Mas com certeza isso era melhor do que ser viado e ser uma vergonha pra minha família.

Ao passar dos dias eu comecei a entender melhor o que era ser gay pesquisando na internet e entrando em comunidades no Orkut. De um lado estava o Gui que vivia um vida aparentemente hetenormativa na escola e quando estava sozinho nos meus pensamentos, eu me libertava e começava e pensar nos caras bonitos da minha escola, até mesmo da minha sala de aula. Se eu conseguisse seguir a minha vida desse jeito tudo bem, pois ninguém poderia ler meus pensamentos e saber o que eu realmente gostava. Poderia viver uma mentira sim.

Nunca me achei bonito, nem mesmo hoje em dia. Sempre fui um pouco abaixo da estatura normal. Hoje em dia meço 1,73, mas nesse período se eu chegasse a 1,58 era muito. Durante meus 15 anos, estava no meu segundo ano do ensino médio e já havia ganhado certa popularidade na minha escola pois tinha participado de um concurso para eleger o novo colírio da Capricho. Até hoje essa história está marcada como um passado negro pra mim, todos meus amigos que sabem me zoam. Mas o que realmente importa sobre esse período é que eu tive meu primeiro amor virtual, afinal pessoalmente ninguém poderia saber nada de mim. Sempre fui muito neurótico e medroso em relação a isso.

Léo era o seu nome. Ele era uns 2 anos mais velho que eu e eu o conheci ocasionalmente pelo Twitter. Ele era irmão de um conhecidinho da internet. Começamos um seguindo o outro, trocando tuítes sobre bobagem até que eu pedi o seu MSN Messeger. Conversamos a noite inteira naquele dia. Acordei no dia seguinte e já havia uma mensagem dele pra mim desejando um bom dia. Sorri. Desejei um bom dia e uma boa aula pra ele, pois ele estava fazendo cursinho para entrar na faculdade. Conversamos durante o tempo livre de ambos e no fim da noite nos desejamos boa noite. Essa era basicamente a rotina para nós durante uns 3 meses. Só conversávamos sobre a vida, sobre os estudos, contávamos um para o outro um pouco mais sobre nossos gostos. Apresentávamos músicas um para o outro e foi assim que eu comecei a enxergar que minha vida estava girando em torno de conversar com ele. Mas tinha medo de tudo. E se ele fosse apenas um cara legal que está a procura de um amigo? E se eu me declarasse para ele e ele se revoltasse e espalhasse por aí que eu era viado? Mas e se ele sentisse o que eu estava começando a sentir também?

Passei um dois dias sem conversar com ele. Quando entrava no msn era apenas offline e sempre aparecia que tinha mensagem dele. Não sabia o que fazer, mas decidi que iria responder. E foi isso que eu fiz assim que cheguei em casa no dia seguinte. Respondi que estava um pouco confuso com o rumo da nossa "amizade" e eu gostaria de saber se ele me via apenas como um amigo ou se sentia algo a mais. Quando apertei o botão de enviar a mensagem senti me coração quase sair da garganta. Eu realmente tinha mostrado quem era pra ele? Eu tinha me aberto pra alguém sobre minha sexualidade!

Quando apareceu que ele havia respondido, esperei uns 5 segundos antes de abrir a janela da conversa e esses foram uns daqueles segundos que parecem horas pra gente. Mas tive uma surpresa, ele tinha respondido que também sentia algo a mais por mim. Não consegui me conter, abri o maior sorriso do mundo, me remexi na cadeira e senti como se minha vida não estava mais sendo sem cor, havia uma esperança alí, talvez eu poderia ser gay e alguém me amar por isso, mesmo que não fosse minha família.

Não sabia nem o que responder, mas respondi com um: - você não sabe a felicidade que foi ler essa mensagem, estou feliz, estou sorrindo!. E foi assim que definimos que nosso carinho um pelo outro estava marcado como além de bons amigos.

Leo com o passar dos dias foi me contando um pouco mais sobre a sexualidade dele. Disse que por o irmão dele ser conhecido no meio e ele vir do interior, ele não havia contado pra ninguém sobre gostar de garotos. Apenas uma prima sabia, porque ela havia se assumido pra ele primeiro. Mas eles não tinham tanta convivência, então não ajudava muito.

Ele sim era um cara bonito. Era alto, tinha o sorriso mais gostoso do mundo, olhos azuis como o céu no seu dia mais ensolarado. Tinha uma barba com poucos pelos e bem curtinhos, mas eu sempre imaginava como seria um dia tocá-la. Será que isso seria capaz?

Nosso romance foi desenvolvendo, crescendo e pelo menos pela minha parte foi ficando cada dia mais impossível de ficar sem falar com ele. Até que certo dia estava tomando banho, tinha deixado o computador ligado, mas com o meu msn deslogado.

Voltei do banho e encontro minha irmã e minha mãe sentada na frente do computador e assim que eu volto, minha mãe me diz:

"-Guilherme, que palhaçada é essa?"

Quando chego mais perto, tinha um mensagem do Leo e nela dizia o seguinte:

"Gui, eu sei que você foi tomar banho, mas eu gostaria de dizer uma coisa pra quando você logar de novo ler isso aqui. Cada dia que eu passo conversando com você eu me sinto mais especial e você está fazendo um bem pra mim que eu nem sei como agradecer, você está sendo tudo que eu poderia imaginar. Não vejo a hora da gente se ver e eu poder beijar a sua boca e sentir o seu sabor.

Um enorme beijo do seu ursinho, Leo"

Olho para a minha mãe e irmã e não sei o que responder, só sei que aparentemente minha vida e minha felicidade acabou.

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Olá leitores, espero que tenham gostado deste primeiro capítulo. Ele é mais para vocês conhecerem um pouco mais sobre o meu passado e um pouco mais sobre quem sou eu. Pretendo descrever melhor minha família e concluir essa situação bem difícil que aconteceu no final do capítulo. Por favor comentem o que acharam do conto pra dar aquela força pra continuar. Obrigado e até mais.

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Comentários

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ACHO QUE SUA FELICIDADE ACABA DE COMEÇAR ISSO SIM. CHEGA DE BULLIYNG, CHEGA DE SER MOTIVO DE CHACOTA. AGORA SIM, VAI PODER VIVER SUA SEXUALIDADE DE FORMA VERDADEIRA E INTENSA. CHEGA DE SE FECHAR, DE SE ESCONDER.

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Gostei, sim. Espero que sua família não tenha te rejeitado.. Isso seria muito triste.

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