Chegamos ao último capítulo dessa série de contos.
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Ver que o Marcos tinha problemas logo de início e que se preocupava com quem está ao seu redor, apesar de tudo, foi bom, afinal de contas ele é humano, e as vezes esqueço que pessoas lindas são imperfeitas como todo ser humano, elas têm defeitos, problemas, medos... Mas também tem qualidades. Marcos além de ser lindo, era educado, carinhoso e companheiro. Talvez o companheirismo fosse o que mais eu admirava nele, entendo como companheirismo quando há lealdade, cumplicidade e fidelidade, apesar de só ter falado pessoalmente duas vezes com ele, nas nossas conversas de anos pelo computador pude perceber isso, pela forma que ele falava, da forma como ele descrevia sua relação com as pessoas de seu vínculo, pela maneira que me tratava, enfim, agora essa qualidade também me deixava com medo, não sabia bem porque, mas o que ele me disse mexeu ainda mais com minha cabeça.
(Voltando a conversa pelo telefone)
{Marcos} - Eles estão bem, e era exatamente sobre isso que eu queria conversar com você pessoalmente, são muitos detalhes.
{Eu} - Eles? Ela atingiu alguém? E você não respondeu, o que ele é pra você?
{Marcos} - Ela era minha namorada, aquela que eu havia te falado, mas o que não te disse é que eu me envolvi com ela depois da gente terminar, nada sério, foram alguns encontros... Tá vendo? Tem muita coisa que você precisa saber, te pego no terminal daqui a uma hora.
{Eu} - Ok
Tomei meu café, me arrumei e fui pegar o ônibus pra chegar no terminal. Chegando lá o carro dele já estava estacionado em frete ao terminal, ele acenou para que eu entrasse, fui recebido com um selinho (aquilo deixou mais tranquilo).
Fomos à praia, durante a semana o movimento não é tão intenso, então seria um bom lugar pra conversar. No caminho ele tentou amenizar o clima, falamos sobre várias outras coisas, rimos, beijávamos quando o carro parava no sinal vermelho, até que chegamos, fomos numa parte mais afastada e ficamos ali sentados olhando o mar (o céu estava nublado).
{Marcos} - Eu não precisaria contar nada a você, mas agora faz parte da minha vida, sinto uma obrigação de fazer isso. Mariana foi minha namorada por um tempo, foi bom nosso namoro, mas mesmo depois da gente terminar ela não conseguia me esquecer e me procurava, eu acabava cedendo. Meses antes de te encontrar naquela manifestação, eu havia saído com Mariana, fomos numa festa da faculdade, bebi muito, e quando acordei estava na cama com ela na casa que havia acontecido a festa. Ela disse que transamos de camisinha, tinha muita gente naquela casa e consequentemente várias camisinhas no sexto do banheiro, como ter certeza que uma era minha? ela disse que mesmo tendo certeza, iria tomar a pílula do dia seguinte. Resumindo, Mariana está esperando um filho meu. A reação dela naquele dia era por não aceitar que nosso namoro tivesse terminado, além do fato de estar ali beijando outro homem.
{Eu} - Nossa, que história! Não sei nem o que falar...
{Marcos} - Lucas, eu não sei se te amo, sinto algo forte por você... E estou contado isso porque não quero segredos entre a gente, sendo amor ou não, te quero por perto, e esse detalhe não vai mudar nada entre a gente.
Segurei sua mão e ficamos olhando para o mar.
{Eu} - Também quero ficar com você, me sinto bem ao seu lado, mas entenderei se você optar por seguir a vida ao lado dela, como uma família tradicional.
Ele me abraçou e ficamos em silêncio. Nesse momento a palavra companheirismo voltou a me atormentar, o homem que sempre tinha respostas se calou, e percebi que também não estava sendo nada fácil para ele decidir como agir diante daquela situação. Ele não é daqueles que se conformaria em mandar pensão, é muito apegado a família, com certeza queria muito acompanhar cada momento do crescimento do filho(a).
Nosso momento foi interrompido por uma chuva, corremos para o carro, fomos almoçar e em seguida fomos para um hotel, ficamos ali na cama, ele sentado e eu deitado eu seu colo, contando histórias das nossas vidas, rindo bastante, então levantei e fiquei sentado também de frente pra ele e começamos a nos beijar, queria aproveitar o máximo aquele momento com ele, e pelo visto ele também, fui jogando na cama e ele por cima de mim, me beijando, passando a barba no meu rosto, beijando meu pescoço, e eu o abraçando, pegando naqueles braços enormes. Derrepente já estávamos pelados, sentir aquele corpo em cima do meu era delicioso, com o pau roçando no meu, ele sentou na cama para que eu pudesse chupar, e como era delicioso, era fácil entender porque a Mariana não esquecia aquele homem (rsrsrs). E fomos de ladinho agora, uma pegação gostosa, Marcos colocou a camisinha e meteu bem devagarinho, doeu um pouco, mas ele foi com carinho até me acostumar e depois foi mais forte, depois fiquei de quatro, fudemos até a gente gozar, fomos pro banheiro e mais pegação... e assim repetimos isso outras vezes naquela tarde, depois dormimos agarradinhos.
Começamos a namorar e, claro, aquilo se repetiu outras vezes. Dentre nossas progamações de casal, passeávamos (rolou até beijão na ponte que trocamos olhares na manifestação rsrs), íamos bastante no cinema, e rolava algumas pregações básicas (rsrs). Ficamos assim por meses, percebia que quanto mais se aproximava o dia do nascimento da filha dele, mais ele ficava diferente. Até que a Júlia nasceu (era uma menina linda), depois disso passamos a nos ver com menos frequência, mas já estava digamos que preparado para aquilo.
Depois de sete meses nosso namoro acabou, Marcos decidiu ficar com Mariana e a bebê, ele disse que tinha muita pressão na família e acabou cedendo. Não acredito muito nisso, mas aceitei. Nada é para sempre. Termino esse conto com uma frase de John Green, perfeita para esse final, "alguns infinitos são maiores que outros". Ainda que nosso infinito tenha sido pequeno, foi intenso, e guardarei com enorme carinho no meu coração.
*Fim*
Terminou, obrigado por todos que acompanharam. Mais uma vez agradeço aos votos e, principalmente, aos comentários, adoro esse retorno de vocês. Antes que perguntem, esse conto é baseado em fatos reais da minha vida, grande parte é ficção, mas tem uma pitada de realidade... se quiserem conversar deixo o meu email: gayazarado@gmail.com. Beijos 😚
