Entregue a Adair

Um conto erótico de Stocker
Categoria: Homossexual
Contém 3347 palavras
Data: 29/02/2016 23:31:52
Última revisão: 21/03/2016 20:42:04

Esta é a continuação do conto “Entendendo Adair” e de outros anteriores a ele.

***

Estávamos os dois em um longo silêncio, na cama da cabine da sauna. Ele respirava ofegante e seu coração batia forte. Creio que segurara o gozo como costumava fazer, mas desta vez até realmente o máximo que pôde. Seu corpo pesava contra o meu e essa sensação, embora até um pouco incômoda, me deixava realizado.

Eu continuava excitadíssimo: permanecia sob o macho, servia de apoio para seu repouso após o coito. Seu suor desenhava trilhas sobre a minha pele, aproveitando-se da sinuosidade dos meus flancos. Seu membro maciço descansava entre as minhas pernas.

Ele foi se recuperando aos poucos sobre mim. Eu permanecia quietinho, para não atrapalhar. Queria pensar que todo aquele vigor dispensado com os outros dois se devia a mim; que era a mim que ele queria ali, junto a eles, para compartilhar sua virilidade, para ser testemunha e ajudante de seu trabalho de homem. A respiração forte aquecia meu cangote. Ele começou lentamente a beijar minha nuca; um dedo passeou pelo meu braço.

– Eu não via a hora de você chegar. Já tava desistindo – murmurou, e sorri por ver meu desejo se confirmar. – Tive duas vezes que puxar a mão do cara, porque ele não parava de se punhetar e ia gozar.

O cheiro de tantos corpos suados tomava a cabine; o lençol estava encharcado. Ele se levantou, após dar uma lambida em minhas costas.

– Você tá salgadinho, mas esse lençol tá um nojo. Tem de tudo aqui: porra, suor, cuspe.

Fez um sinal para que eu saísse da cama. Puxou o tecido, enquanto eu catava as camisinhas que ele jogara no chão e as embalagens.

– Melhor trocar pelo lençol da sauna. Vamos tomar uma ducha e na volta a gente arruma – falou, saindo, e fui atrás dele.

Já escurecia e percebia-se menos clientes. A sala dos chuveiros estava vazia. Dessa vez, ele não precisou me convidar: eu mesmo tomei a iniciativa de dividir uma ducha com ele. Ficamos abraçados e, mesmo ele sendo um pouco mais baixo, apoiei a cabeça em seu peito, sentindo seus braços envolverem meus quadris. Deixávamos a água cair.

Sentamos num banco do corredor. Adair queria dar um tempo na cerveja, e então ficamos por ali mesmo. Com o movimento de pessoas bem menor, diminuía meu constrangimento com seu volume de voz em público.

– Bombeiro – ele respondeu.

– Bombeiro como? Encanador...?

Ele riu.

– Não, bombeiro. Bombeiro mesmo, de apagar fogo, salvar vidas. Bom, pelo menos eu era; já não sei mais se sou – falou com alguma melancolia. – Agora faço serviço administrativo, só. To encostado. Ninguém cobra minha presença; não cobram horário. Vou levando, até a aposentadoria.

– Você está perto da aposentadoria? – estranhei. – Você tem quantos anos?

– 52. Mas nossa aposentadoria é um pouco mais cedo do que as outras. Periculosidade e tal.

Fiz uma cara de incredulidade, à qual ele respondeu com uma nova risada. Se ele dissesse que tinha 42, eu teria acreditado. Aliás, muito mais do que ao dizer 52. Mas, afinal, devia ser verdade: aumentar a idade não teria o menor sentido.

Talvez aquela fosse a primeira vez que falávamos sobre outra coisa que não sexo. Quando ele me deixara sozinho no bar do terraço, eu me dera conta que sabia muito pouco dele. Estávamos tendo uma relação muito intensa – aquele era apenas o nosso segundo encontro, e ele já me desvendara mais do que qualquer outro fizera em um mês –, mas o que nós mais fazíamos era trepar. Nos intervalos, até conversávamos, mas sobre putaria.

Morava com a mãe, de quem cuidava devido a sérios problemas de saúde, e não contava com irmãos que pudessem ajudá-lo nessa assistência. Tinha um filho, Adaílson, um pouco mais novo do que eu.

– Você... Então, você é casado?

– Fui. Por cinco anos, só. Eu não me dava bem com a mãe dele. Não me passava pela cachola casar com ela. Era só um passatempo. Mas ela era desamparada, não tinha mais pai nem mãe, então me deu o golpe da barriga. Acho até que o casamento durou muito.

– Ah, você não pode julgar assim... Essas coisas acontecem. Tinha pílula nessa época? Pode ter sido realmente um acidente – contemporizei.

– Tava na cara que não. E eu confirmei logo depois que o Adaílson nasceu, numa conversa dela com uma comadre.

Eu quis desanuviar com uma piadinha:

– Então teu neto vai ser... Adaílton? Adaírzo?

Ele até riu.

– Foi ela quem escolheu o nome. Quis fazer uma média comigo. Pouco antes do pai dela morrer, ela disse a ele que o primeiro filho teria o nome dele, que era Adílson. Ela achou que isso era uma dívida e deu uma adaptada pra agradar o babaca aqui. Então, Adair mais Adílson deu Adaílson. Mas eu já tenho netos; um menino e uma menina. E está vindo um terceiro.

– Você, avô? – aquilo de certa forma me excitou. Eu estava sendo comido por um cara que fizera um filho e que já era avô!

– O Adaílson consegue ser mais otário do que o pai. E olha que ele sabe da história da mãe, sabe da porra toda, e mesmo assim sai botando filho em barriga de piriguete.

Pôs a mão na minha coxa e acariciou.

– Ele é bonitão, pegador. Desses de chamar a atenção. Gosta de fuder uma, depois fuder outra. Elas dão mole; o garoto é gostoso mesmo. Fica se achando e acaba fazendo merda. Cada filho é de uma mãe diferente. E tem pensão, né, Flavinho. Pra elas, ele ganha bem; é tudo um bando de fudida, mas com peitinho no lugar, buceta cheirosa.

– Calma, Adair. Você fala de um jeito que parece que tudo que é mulher é puta. Parece que não gosta de mulher.

– Quem não gosta de mulher? É que essas são assim mesmo como eu to te falando. É que tu não conhece o Adaílson. Aquilo é louco por buceta. Escolhe a mulher porque é gostosa e não vê outra coisa pela frente. E daí se aproveitam dele. E dá nisso. A mãe dele me fez de babaca uma vez, e ele tá pela terceira vez sendo babaca.

Soltou o ar e deu um sorriso, como se dissesse para que não falássemos mais em coisas ruins.

– Mas eu gosto de mulher, sim. Eu curto buceta também.

– Sério? Pelo que você falou, achei que...

– Eu transo muito mais com homem do que com mulher. Quando era garoto, comi metade dos garotos da rua, e mostrei a pica pra outra metade. Mas de vez em quando eu pego uma mulher, sim. Eu curto.

– Então você é bi?

– Bom, oficialmente, até sou, porque eu gosto dos dois. Mas, na prática, eu me acho mais gay mesmo, porque pra cada mulher que eu comi tem cinquenta caras que eu enrabei. Mas, olha, vamos lá pra cima que agora eu quero uma cerva.

Ele já se levantava quando disse isso, e eu o segui.

– Teve uma época aí que eu tava comendo muita buceta. Mas tinha os caras, também. Sexo com casal, ménage masculino, sabe como é?

Ele seguia na minha frente, na escada, e não viu a expressão de ceticismo que, involuntariamente, eu devo ter feito. Essas histórias com casais sempre me pareceram meras fantasias, sonhos de héteros meio gay.

– Houve uma época que teve uma revista que publicava anúncios de casais querendo caras pra transa. Isso é bem antes da internet. Foi aí que eu comecei. Daí parei um tempo, mas depois veio a internet, essa história de chat, MSN, e dava pra sacar mais qual era a do casal. Aí fodi muito.

Ele pegou as duas garrafinhas com o atendente e seguimos para uma mesa. Havia bem poucos caras no terraço.

– Eu sempre achei que isso fosse meio papo, Adair...

– Papo? – sentou-se. – Tu não sabe de nada. Muito viado enrustido que conta com a cumplicidade da mulher.

– Os maridos...?

– Bom, claro que não todos. Por isso que nessa época da revista não rolava tanto e dei um tempo. Mas, depois, com a internet, você conversava antes, conversava mais. Pegava a coisa no ar; algumas vezes até explicitamente. Então eu escolhia os casais a dedo, pra comer os dois mesmo. Geralmente eram coroas.

– Os caras te davam, na frente da mulher?

– Umas vezes sim, outras vezes só chupavam. Mas pegar, dar uma boa segurada no meu pau, isso todos faziam.

Deu uma arrumada na toalha e ajeitou o cacete. Se pudesse, eu mesmo teria feito isso pra ele.

– Mas aí não é uma questão do cara ser viado. O cara curte ser corno, ver a mulher com outro, mas não vira viado porque pegou no meu pau. É admiração, inveja. O cara nunca pegou num cacete; já rola a curiosidade. Aí quando vê o que eu tenho fica doido; queria ter igual. Não resiste a dar uma boa segurada. Todo cara queria ter um cacete como o meu, então, já viu...

Ele falava isso com aquela desfaçatez natural dele. Eu, claro, me excitava. Depois dessa frase, minha vontade foi de puxá-lo para que fôssemos direto para a cabine.

– Mas comi vários, sim. Na frente da mulher, só dois. Meti no cu dele e dela. Os outros foi quando ela não estava.

– Ué, mas você encontrava os caras depois?

– Nada, playboy... Você não sabe o que rola... Lá pelas tantas a mulher simplesmente sumia. Ia pra dentro do apartamento e deixava o marido com outro cara pelado na cama. Era pra que? Pra gente falar de futebol?

Ele percebeu meus olhos vidrados:

– Tá cheio de orgulho do teu macho, né? – riu solto.

– Você me dá muito tesão, Adair.

– Pra você ter uma ideia como rola a coisa, teve uma vez que o corno cagou o lençol todo. Essa era a parte ruim da coisa, porque, como não tão acostumados a dar, eles não fazem nada antes. Ou, então, porque não acreditam que vão dar, ou não querem acreditar. Então rolavam uns cheques. Mas esse cara cagou mesmo.

– Porra...

– E foi nesse esquema escondido. Quer dizer, escondido entre aspas. E aí, como é que faz com aquele lençol todo sujo?

– A mulher não tava lá, tinha saído...

– É, era nesse esquema. O cara ficou estático; não sabia o que fazer. Mas não dava pra deixar aquele lençol ali na cama. E como é que você vai esconder, com aquele fedor?

Ele mudou de posição na cadeira. Apontou para o bar.

– Vai ver o que tem pra comer ainda. Tá começando a me dar fome.

Voltei, de mãos vazias.

– Só lá embaixo. Aqui não tem mais nada. Mas o cara falou que no primeiro andar pode ser que a gente ainda encontre alguma coisa, no bar de lá – eu disse, me sentando de volta.

– Deixa pra lá. Eu como alguma coisa no caminho.

– Mas, fala. Como é que ele fez, o marido?

– Ele não fez porra nenhuma. Ficou lá encolhido, todo envergonhado, e depois correu pro banheiro e se trancou. Daí passei no banheirinho perto da sala, dei uma boa lavada na pica, deixei perfumada e fui atrás da mulher, que tava na cozinha lavando a louça dos aperitivos. Dei uma encoxada nela, nuazinha, e falei que tinha havido um problema meio sério que a gente tinha que resolver.

– Caralho...

– Flavinho, uma parada muito doida. A mulher não me deixou falar muito, não. Foi no quarto, viu a merda toda e agiu como se... Enrolou o lençol e levou pra lavar, falando sorrindo que a máquina resolvia tudo num piscar de olhos. Parecia anúncio de televisão. Não perguntou nada; não estranhou nada; não quis saber de nada. E ainda examinou o forro pra ver se não tinha manchado ou passado pro colchão.

– E o marido?

– Saiu do banheiro depois de um tempo, de banho tomado e tudo. Mas ela já tinha trocado o lençol, ligado o ventilador pra sair o cheiro e tava comigo na cama, me mamando. Ele apareceu e ela logo chamou ele pra participar, lambendo a buceta dela. E continuamos na boa.

Eu estava pasmo.

– Adair, que história...!

– Como ficou a coisa entre eles depois, eu não sei. Não fizeram mais contato. Mas isso também não quer dizer nada, porque a maioria queria era um encontro só. Não repetiam.

– Você me deixou excitado.

– É bom mesmo, porque vou te fuder de novo antes da gente ir embora. To com meus colhões aqui inchados; já tá dolorido. Tenho que esvaziar essa porra no teu cu.

Eu me assustei. Ele riu.

– Quem me dera poder te marcar com a minha porra, meu doce. É modo de dizer; fica frio – fez um cafuné.

Eu sorri, dengoso pra ele.

Aproximou a cadeira e começou a alisar minha coxa. Subiu, apertando um mamilo devagarinho. Chegou o rosto perto de mim e me deu um selinho demorado. O terraço tinha uma luz fraca e agora não havia mais do que três clientes. Talvez o atendente tenha visto, mas provavelmente só ele. Não me envergonhei.

– Como tá essa xota? Ainda aguenta bem? Eu vi no banho que tuas bordinhas tão bem inchadas.

– Aguento sim – eu disse, sorrindo, com ele já se levantando e me puxando.

Achei que iríamos para a cabine, mas quando chegamos ao andar ele me puxou em direção às saunas. Entrou rapidamente na sala dos chuveiros e escolheu duas das toalhas que os clientes haviam deixado penduradas. Examinou ambas com certo cuidado, mas sem perder muito tempo, e fez com que eu entrasse na sauna a vapor.

Estava vazia e com o vapor ralo. A temperatura estava bem menos quente do que das outras vezes. Ele tomou a frente e me guiou até um degrau daquela espécie de arquibancada que servia como bancos. Pegou as duas toalhas que escolhera e as arrumou na quina com o degrau de cima, de modo a proteger as costas quando encostasse. Tirou as duas camisinhas que trazia presas à cintura e as pôs ao lado. Tirou a toalha e a esticou, sentando-se sobre ela, com as pernas abertas. O cacete já estava distendido, preparando-se para me possuir mais uma vez.

Fez eu também tirar a toalha. Encaixou-me entre suas pernas, nu à sua frente, um degrau abaixo. Ouvi o barulho da porta abrir e bater em seguida. Um vulto passou por trás de nós e subiu os degraus, sentando a certa distância.

– Esquece ele. O que importa somos nós – me disse, em tom baixo, como raramente fazia.

Abraçou-me pela cintura e me puxou para si. Beijou minha barriga, circulou meu umbigo com a língua e me empurrou um pouco para trás. Com o dedo, deu uma balançadinha no meu pinto e me encarou. Sorriu. Eu correspondi.

Levantou-se, ao mesmo tempo em que me guiava para subir o degrau. Mais uma vez, me pôs de quatro, apoiando meus joelhos na toalha. Posicionou-se para meter, mas antes de começar, ajeitou a toalha amarfanhada à minha frente, que revestia a quina do degrau, para o caso de eu querer apoiar a cabeça e não me machucar. Vi sua mão pegar o envelope da camisinha. Quis ver aquele modo que ele tinha de colocá-la, que eu admirava tanto, mas me mantive na posição que ele me pôs.

Foi enfiando lentamente, e pela primeira vez eu senti centímetro por centímetro todo aquele dote me invadir. Meu reto, deformado pelas sucessivas sodomizações às quais ele me submetera, estava macio, receptivo. O membro deslizava lentamente, sem dificuldade. Abraçou minha cabeça quando seu saco tocou minha bunda. Encheu-me de beijos, pressionando o caralho o máximo que pôde.

Voltou para trás. Senti suas mãos firmes em minhas ancas. Começou a movimentar-se suavemente dentro de mim, silencioso como nunca havia sido. Parecia estar saboreando minhas entranhas, aproveitando todos os detalhes daquele território que ele sabia que já era seu.

Eu havia escondido o rosto, sentindo aquelas penetrações profundas mas serenas, apoiando a testa na toalha que ele havia posto para proteger-me da aspereza da quina ladrilhada. Levantei a fronte cautelosamente para observar o cliente que havia chegado. Ele se mantinha sentado, ainda à distância, mas sem a toalha. Suas pernas estavam escancaradas. Seu pau estava ereto, sem qualquer pudor, mas ele não o tocava. Acompanhava todos os nossos movimentos, atentamente, sem disfarce.

Adair mantinha o ritmo lento, explorando meu cuzinho arrombado. Pensei que talvez já tivesse terminado de me fazer a cuceta de encomenda para seu tamanho, como havia prometido no hotel. Fiquei feliz ao pensar que provavelmente eu já estivesse totalmente moldado para ele.

Foi acelerando, mas com calma. O membro entrava e, quando quase saía, ele pressionava novamente dentro de mim. A velocidade aumentou. O outro cliente saiu de seu lugar e, sem trazer a toalha, sentou-se bem próximo, no degrau à altura da minha cabeça. Adair pareceu ignorá-lo, o que eu também fiz, embora meus olhos estivessem à altura de seu cacete. Ele punhetava sem pressa.

Adair explodiu, e quis imaginar que todo aquele fluído se espalhava por mim, em vez de contido pela camisinha. “Merda de aids, sífilis e o caralho...”, pensei em meu devaneio.

Meu macho finalmente ejaculava, vivendo o prazer masculino em toda plenitude. O outro cara acelerara sua punheta, mas parou assim que Adair descansou sobre as minhas costas. Eu não alcançara o orgasmo, mas não sentia a menor falta. Meu macho, aquele cinquentão esporrento que se orgulhava de seu caralho grosso, me usara e estava satisfeito.

Não demorou muito para que ele se levantasse. Ainda de quatro, olhei para trás e vi quando, meio cambaleante, desceu, abriu a torneira e se jogou sob a água gelada. Sentei-me, recobrando as forças, e o admirei por alguns instantes. Fui até ele e, à medida que chegava, o vapor fraco ia deixando ainda mais nítido aquele caralho ainda inchado. Ajoelhei-me, tirei cuidadosamente a camisinha e joguei-a de lado, como ele fazia.

Olhei para cima. Ele mantinha a cabeça erguida, recebendo de frente os jatos d’água, com os braços arqueados, o peito aberto. O outro homem ocupou a ducha ao lado, observando-nos ainda com aquele cacete rijo – que ele parecia mais acariciar do que propriamente punhetar. Beijei os pés de Adair sentindo a água escorrer por meus lábios. Fui subindo por suas pernas e lambi o saco. Quis beijar o caralho, mas quando começava a fazê-lo ele me puxou para cima. Estalou-me um selinho rápido e desligou a torneira.

Deu uns tapinhas nas costas do outro, com um sorriso camarada, e me tomou em direção à porta. Saímos ambos nus; o caralho dele ainda sem retrair-se, balançando pesadamente enquanto andávamos. Um funcionário esvaziava a lata de lixo do corredor agora vazio. Virou-se para nós, levantando a cabeça e nos percorrendo de baixo para cima. Nossos olhares se cruzaram. Eu estava com a cintura enlaçada pelo braço de Adair, protegido por ele. Descemos, sem voltar à cabine para pegar o lençol que eu trouxera.

Resoluto, ele recusara meu oferecimento de levá-lo até em casa. No terminal de ônibus, ainda dentro do carro, perguntei se nos veríamos novamente. Ele riu.

– Claro que vamos nos ver novamente.

Eu sorri, tranquilizado.

– Posso te ligar pra marcarmos? – perguntei, ainda com certa insegurança.

– Pode, não. Deve. Eu vou à sauna no domingo. Chega lá às duas; dessa vez você pega a cabine. É a 10, não esquece.

Já abria a porta do carro.

– Liga no sábado, pra confirmar.

Do carro, acompanhei seus passos até o ônibus. Esperei que ele se virasse, para que eu mandasse um beijo, mas ele seguiu. Dei a partida, ansioso para chegar a casa, comer alguma coisa e então ejacular, a sós.

***

Este conto teve início com o texto “Admirando o calibre de Adair”.

A história completa se desenrola nos seguintes textos, em ordem cronológica

(Os links para cada um dos textos estão na página do meu perfil de autor, em

http://www.casadoscontos.com.br/perfil/:

1. “Admirando o calibre de Adair”

2. “No hotel, com Adair”.

3. “O preço para ter Adair”

4. “Guiado por Adair”

5. “O desafio de Adair”

6. “Exposto por Adair”

7. “Sob o teste de Adair”

8. “Entendendo Adair”

9. “Entregue a Adair” [você está aqui]

10. “Presença de Adair”

11. “Além de Adair”

12. “Adair, dono de mim”

13. “Um outro Adair”

14. “Marcado por Adair”

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Comentários

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Não há nada de anormal na ausência de ereção de Flavinho. Isso é muito comum no caso de passivos absolutos, como ele, que teve a virilidade pouco ou nada desenvolvida (não confundir com masculinidade). Com a vivência sexual, o indivíduo vai reprimindo cada vez mais esta fraca virilidade que ele pode ainda ter, devido a sua educação, até simplesmente atrofiá-la por completo. Dessa forma, a ereção naturalmente não ocorre. Ou seja, o passivo passa a ver cada vez menos seu pênis como centro de seu prazer, desviando-o quase que exclusivamente para a próstata (penetração anal) ou, em menor escala, também para outras zonas erógenas estimuladas por seus homens ao longo da vida (boca, mamilos, períneo etc). Grosso modo, é como se ele fizesse uma autocastração gradativa, praticamente involuntária, mas que para ele não é uma perda, mas um ganho. Esse processo também faz com que ele não sinta a necessidade de masturbar-se para ter prazer quando é sodomizado (ao contrário de outros tipos de passivos, que formam a maioria) nem veja a ejaculação como objetivo do ato sexual, pois o realiza por outras formas de orgasmo. Os relatos de nosso amigo mostram isso claramente. Assim, a inexistência de ereção por parte do autor nada tem de anormal e, na minha opinião, é bastante adequada para o perfil dele e para o que os parceiros esperam dele. Para muitos de nós, que efetivamente usamos nossos membros, essa atrofia pode parecer condenável e negativa, mas não para ele e seus parceiros (e o relato mostra que Adair parece gostar e estimular esse comportamento de Flavinho).

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Esse cara fez isso tudo com vc gostoso pra caralho e vc nao ficou de pau duro nunca, fala serio, mas me amarrei no teu conto. Continua pra gente q ta muito bom

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Um amigo que me passou o link desse conto e eu achei um tesao. Parabens. Comecei a ler tudo do inicio e ate agora estou gostando cada vez mais. Fiquei ate tarde lendo e nao sei como vai ser para acordar para trabalhar!!!!!

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acabou aqui ou vai ter continuaçao? continua sim

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Bicho,lendo teus contos faz sentir a cuceta piscar.So mesmo quem já esteve com um macho dominador q explora o nosso lado passivo sabe o qto isso é bom.Sensacional sua sequencia, aguardando a próxima .nota 10

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adorei, como sempre um tesao só, acho q galerinha ta se punhetando geral com esse teu conto. soh nao entendo pq vc nao diz pra gente o tamanho do pau do adair, ia dar pra imaginar mehlor se vc dissese qto mede?

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Essa descrição da foda dentro da sauna, foi tao detalhada, tao sentida que eu lendo senti a penetração no meu próprio rabo, como se o Adair estivesse entrando em mim, me abrindo e me fudendo como se eu é que estivesse no conto. Afff

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