Dentro de Nós - Capítulo 10

Um conto erótico de Thomaz
Categoria: Homossexual
Contém 2897 palavras
Data: 28/12/2014 21:11:29
Última revisão: 07/06/2015 16:50:58

“Os ventos que às vezes tiram algo que amamos, são os mesmos que trazem algo que aprendemos a amar. Por isso não devemos chorar pelo que nos foi tirado e sim, aprender a amar o que nos foi dado. Pois tudo aquilo que é realmente nosso, nunca se vai para sempre”.

Não conseguia acreditar no que havia lido. Samuel, com câncer? Folheei o caderno até suas últimas páginas e todas estavam preenchidas. Encontrei coisas sobre nós, e as li com atenção, lágrimas escorriam do meu rosto e pingavam sobre as folhas brancas e rabiscadas.

“Seu beijo era algo de outro mundo, encontrei nele o que faltava em mim. Com ele me senti completo, e o mundo girava ao redor de nós. Esse um mês juntos me mudou por inteiro, dedicava todo o meu carinho a ele, sem querer nada em troca, só tê-lo por perto me fazia bem. Eu quero lembrar dele, e lembrar de como ele era.”

Logo abaixo dessas palavras, havia uma foto nossa colada na folha. Continuei folheando o caderno e encontrava várias fotos, dele, da família dele, minhas e nossas. Eu não conseguia acreditar que ele estava doente, senti meu coração explodir no peito. Imaginei que ele estaria em algum hospital da cidade (havia cerca de 3 ou 4 hospitais por lá). Pedi ao Eduardo que me levasse em todos. Nos três primeiros não havia registros do Samuel, então minha última esperança era o quarto. Ao chegar lá, corri até a recepção.

- Samuel Recci! – exclamei. A secretária me encarou com os olhos arregalados.

- Como é que é, garoto? – ela pediu que eu repetisse.

- Paciente Samuel Recci, tem tumor cerebral em fase terminal.

- Ah, só um minuto. – ela procura no computador.

- Segundo andar, quarto número 29... – antes de ela terminar eu já me dirigia ao elevador – Ei, moço você não pode...

Não me importava se podia ou não, precisava ver o Samuel urgentemente, saber como ele estava. Quando o elevador se abriu, me deparei com uma sala de espera enorme e logo a frente um corredor que levava aos quartos. Saí do elevador e corri em direção ao corredor até que ouço meu nome.

- Thomaz, o que você tá fazendo aqui? – Beth havia me segurado. Ela estava pálida e com os olhos inchados.

- O Samuel, o caderno, tumor... – falava ofegante.

- Como soube? – ela perguntou, em tom desanimado.

- O primo dele me entregou o caderno com tudo que ele anotava. – disse chorando – Por que não me contaram antes?

- Você não merecia saber, iria sofrer.

- Não mais do que eu já tô! – exclamei, me jogando no sofá da sala de espera.

Anderson se sentara do meu lado. Carolina e Joel estavam sentados à frente, em lágrimas. Levantei-me novamente e parei em frente ao corredor, olhei a placa de todos os quartos, o quarto 29 não era muito longe.

- Vou ao banheiro. – disse, indo em direção aos sanitários, no outro lado da sala.

Ao chegar lá, encontro uma faxineira fazendo a limpeza.

- Oi. – cumprimentei-a, enxugando minhas lágrimas.

- Olá, tem algum amigo seu aqui? – ela perguntou.

- Sim, am... O meu... Meu namorado tá aqui.

- Ah, eu lamento. – eu precisava entrar naquele quarto, mas não sabia onde encontrar as vestes necessárias.

- Ei, senhora. – chamei-a, ela estava saindo do banheiro.

- Sim?

- Sabe onde encontrar essas roupas, que as pessoas usam quando vão visitar pacientes graves?

- Sei sim, mas por que quer? – contei meu plano a ela. Plano não, só daria um jeito de entrar no quarto do Samuel e vê-lo.

Ela me levou até uma sala e abriu um armário, me entregou uma roupa que os enfermeiros usam em cirurgias, máscaras e luvas, e a toca e mais um lenço para enrolar nos pés. Higienizei-me ali, e coloquei as vestes. Acho que não me reconheceriam. Atravessei a sala de espera e Beth olhou pra mim quando me viu passar, eles todos olharam, cumprimentei-os com a cabeça e entrei no corredor rapidamente. Fui diminuindo os passos na medida em que me aproximava do quarto 29. Nos outros quartos também havia pacientes terminais, e outros em tratamento. Eu havia parado em frente ao quarto onde Samuel estava. As cortinas fechadas e a porta também, mas não trancada. Girei a maçaneta com cuidado e entrei, fechando a porta novamente. Havia somente ele naquele quarto, estava deitado na cama do hospital, com aparelhos respiratórios e um tubo fino enterrado em sua veia, no qual era aplicada a medicação. Ele estava sedado, e seu coração batia lentamente. Parei ao lado da cama e fiquei-o observando dormir por muito tempo, segurando a sua mão, até que a sinto ser apertada. Samuel abrira seus olhos pouco a pouco e olhara para mim. Eles brilhavam, e vi uma lágrima escorrer. Ele não falava nada, eu também chorava. Percebi que tentou abrir um sorriso, mas estava sem forças.

- Dorme. – disse, em tom suave acariciando seu rosto e enxugando suas lágrimas. Ele movimentara o rosto sobre a minha mão e então fechara os olhos. Sentei-me na poltrona que havia no lado da cama e fiquei com sua mão abraçada a minha.

Percebi que alguém havia entrado no quarto ao ouvir a porta fechar, era o médico.

- Oh céus, quem deixou você entrar aqui? – ele se aproximara de mim.

- Desculpa, é que eu precisava ver como ele estava. Eu, eu já vou sair. – digo, soltando a mão de Samuel, e levantando-me da poltrona.

- Espere, o que você é dele? – perguntou. Não sabia se respondia se era amigo ou ex-namorado.

- Somos amigos, muito amigos. – digo. Ele olha para a minha roupa.

- Onde encontrou isso?

- Com a faxineira, mas ela não tem culpa, eu que pedi. – ele olhara pra mim e então olha pra porta.

- Bom, já está tarde e a mãe dele virá passar a noite aqui no quarto. Você precisa ir embora.

- Tudo bem... – eu olho para Samuel, ele continuava dormindo – Ele vai ficar assim até morrer?

- Não. Ele ficará aqui até a dor aliviar-se por si só. Em dois dias ele já poderá ir pra casa e só terá de tomar uns novos medicamentos para não sentir a dor forte. Ele poderá viver normalmente por um ano ou dois ainda, quem sabe até mais. Ele não reagiu ao tratamento quando começamos e ele decidiu não tentar mais. Ainda não o considero paciente terminal, se ele tentasse o tratamento e desse certo... Ainda pode sobreviver. Mas ele insiste em não aceitar.

O que o médico acabara de dizer me deu esperanças de que Samuel poderia não morrer por conta do tumor. Quando Samuel recebesse alta eu tentaria a todo custo convence-lo a retomar o tratamento, sabia que ele tinha chances de sobreviver e lutaria por isso. Mesmo o câncer sendo uma doença altamente fatal, ainda mais no cérebro, Samuel teria que usar suas forças para continuar vivo, e não fazer como estava fazendo até então. Ele havia se entregado a doença, abraçado a morte.

- Ele vai fazer o tratamento! – disse, e o médico abre um sorriso.

- Espero ouvir isso dele daqui uns dias.

- E você vai ouvir, ele vai sair dessa! – abracei o médico. Fui até o lado da cama, retirei a máscara e beijei a testa de Samuel, colocando-a novamente e então deixei o quarto. Passei de novo pela sala de espera e Beth me parou.

- Viu o Samuel? – ela tirou a máscara e a toca de mim. Os outros me olharam com os olhos arregalados.

- Vi. Ele não é terminal, se ele tentar novamente a quimioterapia e ela fizer efeito, ele tem chances de cura. – falei isso e vi Carolina abrir um enorme sorriso. Fui até a sala onde estavam minhas roupas e me vesti, retornando a sala de espera.

- Dona Carolina, vista isso e já pode ir pro quarto. – dizia o médico. Olhei para ele e ele piscou para mim, com um sorriso no rosto. Retribui e fui até o elevador.

Ao chegar lá embaixo, a moça da recepção me encarava, mas não liguei. Tinha visto o Samuel e como ele estava, e ainda tive a alegria de saber que seu câncer podia ser curado, já era o suficiente.

- Porra, onde cê estava? – perguntou Eduardo, sentado em um banco no lado de fora do hospital. Não disse nada, apenas puxei-o e mandei me levar embora.

Chegamos em casa e corri para o quarto, peguei o caderno e voltei a ler o que ele havia escrito.

“Quando descobri meu tumor, identificado como maligno, o câncer, eu perdi todas as esperanças da vida. Pedi que minha família não revelasse aquilo para absolutamente ninguém. Somente nós sabíamos. Fui diagnosticado não tão cedo, mas também não era tarde. Fizemos a cirurgia de retirada do câncer, e então começamos a primeira sessão de quimioterapia. Foi horrível. Fizemos se não me engano cinco sessões semanais. Mas as células cancerosas continuavam a crescerem e multiplicar-se. Havia perdido as esperanças. Sofrer os efeitos da quimio em vão, decidi que iria deixar o câncer me matar, o que desesperou os meus pais. Eu havia feito aquela escolha.”

Li isso e então fique lembrando das palavras do médico, não dormi naquela noite.

Fiquei na cama até às 6 horas, depois levantei e conversei com a minha mãe sobre o Samuel, falei pra ela da doença e ela ficou chocada. Nem ela conseguia acreditar. Ficamos conversando sobre isso até a hora de eu ir para o serviço.

Estava eu no caixa do supermercado, pensando em tudo. Via os outros caixas lotados de clientes na fila, e o meu sem ninguém para passar as compras. Olhei para o gerente e ergui os braços. Então vi William acompanhado de uma mulher, ela carregava um carrinho cheio de compras e ia dizendo a ele o que pegar nas prateleiras. Achei a cena engraçada, ela falava e ele ficava procurando as mercadorias todo encabulado. Ela veio com o carrinho na direção dos caixas e para, olhara para cada um a procura de um que estivesse liberado. Acho que William não tinha me visto ainda, mas agora tinha me visto. Ele olhara para mim e abrira um largo sorriso. Sussurrara algo para sua mãe e ela sorrira também, vindo com o carrinho até o caixa em que eu estava atendendo.

- Bom dia. – cumprimentei-os. A mãe de William, Dona Dalva, tinha deixado o carrinho ali com William e se dirigira aos armários.

- Bom dia. – ele respondeu, tirando as compras do carrinho e colocando sobre a esteira. Em um momento em que ele foi colocar uma mercadoria na esteira e eu fui pegar uma para passar na máquina, nossas mãos se tocaram. Ele estava quente.

- Foi mal. – disse, puxando a mercadoria e passando-a na máquina.

- Me conta, falou com o Samuel? – perguntou ainda tirando as compras do carrinho.

- Sim... – respondi apenas isso, e mudei minha feição.

- O que aconteceu? – ele também mudara a feição, agora expressava preocupação.

- A gente conversa sobre isso na aula... No jardim. – soltei um sorrisinho sem graça.

- Tudo bem. – ele sorriu também, as compras haviam acabado. Sua mãe retornara então disfarçamos.

- Só um minuto. – disse, olhando para Dona Dalva. Ela fez sinal de “sim” com a cabeça e olhou para a tela do computador. William colocara as compras, agora empacotadas de volta ao carrinho, e piscara para mim.

- Tchau. – ele saiu do mercado. Retirei a nota e entreguei a Dalva.

- R$ 478,45 – disse, esperando ela entregar o dinheiro ou seja o que for, importante é que pagasse. Compras encerradas. Atendi mais alguns clientes e quando vi já era hora de ir embora.

Peguei carona com um colega do serviço e ao chegar em casa me arrumo para ir pra escola. Saio bem mais cedo e ao invés de ir em direção ao colégio, vou ao hospital. Seu caderno estava em minha mochila. Liguei pra Beth, para que descesse e me acompanhasse a recepção.

- Am, vim ver o Samuel. – disse à secretária.

- Você? – perguntou, com uma cara feia. Olhei ao meu redor.

- Quem mais seria? – vi ela digitar algo no computador. Beth aparecera ao meu lado.

- Oi, Thomaz. – ela conversara com a secretária, passara meus dados e então recebo um crachá de visita.

Subo junto a Beth e fico na sala de espera com eles. Anderson estava com olheiras fundas, Beth também. Caroline e Joel dormiam no sofá.

- Então, o médico disse alguma coisa? – perguntei, sentando-me no sofá.

- Não, ele só veio chamar minha mãe antes de você sair, depois nem apareceu mais aqui pra dizer nada. – disse Beth, com voz cansada. Paro em frente ao corredor e vejo o médico vindo em passos lentos. Sorrio e ele também.

- Ele está vindo. – digo, Beth e Anderson levantam em um pulo.

- Olá, bom dia para vocês. – diz, com uma prancheta nos braços.

- Como ele tá? – perguntei. Ele olha para as anotações que havia feito e abre um sorriso satisfatório.

- Vem comigo. – ele acenou para que eu o seguisse, e me levou até o quarto onde Samuel estava.

- Thomaz? – Samuel abrira um sorriso ao me ver. Estava completamente diferente do dia anterior, não estava pálido, sua aparência estava normal, seus batimentos segundo a tela estavam normais e ele já não usava o aparelho respiratório.

- Samuel, tá tudo bem? – corri para perto da cama e o abracei.

- Eu tô ótimo, em compensação a ontem. – sorriu.

- É, eu poderia te liberar hoje mesmo, Samuel. Mas espera só até amanhã! – diz o médico, fazendo mais algumas anotações.

- Cara por que você não me contou antes? – eu olho no fundo dos seus olhos. Seu sorriso some e ele encara o doutor por alguns segundos.

- Ah, tudo bem. – diz o médico, saindo do quarto.

- Eu não queria que soubesse. – diz somente isso.

- Por isso não me deixava ver seu caderno. – retirei-o da mochila.

- É, você leu? – perguntou, sem graça.

- Não todo, mas tô lendo quando posso. – folheio o caderno – Você explica tudo aqui.

- Explico de forma que eu possa entender quando ler, de um modo que eu possa pensar.

- Samuel, o doutor me disse ontem que você tem chances de cura caso volte às sessões da quimio. Você ainda não é terminal.

- Não sou terminal, mas não vou voltar a fazer a quimio, você não sabe os efeitos dela. Fiz várias sessões e eu continuei com o câncer, não quero fazer de novo e descobrir que nunca vou me livrar disso, prefiro morrer pouco a pouco.

- Não fala isso, Samuel! Você não pode desistir, precisa se ajudar! Eu preciso muito de você do meu lado, e não sabe o quanto me doeu descobrir que você tinha câncer no cérebro e que um dia iria esquecer tudo o que a gente viveu, eu não quero que esqueça! E o que você escreveu nesse caderno não vai te ajudar a lembrar, você estaria lendo a história de um Samuel que você nem conhecerá mais. – ele prestava atenção em cada palavra que eu dizia.

- Do que adianta se lembrar do que a gente viveu se não estamos mais juntos?

- Samuel, eu realmente não quero te olhar um dia e você não se lembrar mais de mim, não quero. E pensa na sua família, eles precisam de você, eles te amam e te querem bem. Você está matando eles também. Eles não merecem esse sofrimento e nem você. – Samuel abaixara a cabeça – Não acaba com você mesmo, olha a sua idade, você tem muita vida pra viver pela frente cara, se liga!

Eu tinha essa mania de mandar as pessoas se ligarem, mas o Samuel precisava se ligar mesmo.

- Vamos falar com o médico e você vai começar o tratamento de novo. – segurei sua mão, ele estava sério, parecia com medo.

- E se não der certo? – sim, ele estava com medo de acontecer de novo, de não fazer efeito e o câncer continuar crescendo.

- Vai dar certo. – o abracei - Eu confio em você.

- Então eu volto com o tratamento. – diz, me soltando. Pulei de alegria por dentro, mas por fora só soltei um sorriso de satisfação.

=

Oi pessoal, por hoje é só. Como já disse, o ritmo da história agora vai ficar mais lento, claro que com algumas passagens curtas de tempo. Ah, tenho que me desculpar pela demora na postagem, como estou de férias \o/, estou viajando, e é difícil ter uma parada pra escrever, rs. Mas sempre que eu tenho um tempinho livre eu escrevo algumas linhas, até fechar o capítulo. Não tenho uma ideia de quando vou postar o próximo, talvez na semana que vem ou seguinte. Obrigado por vocês lerem, votarem e comentarem porque é essencial :D Obrigado de novo por acompanharem, muito mesmo! Conto com vocês então, beijo!

geomateus; Kayob; Ru/Ruanito; Leitora de Histórias; niel1525 - obrigado por acompanharem ;D

Guga Oliver - Obrigado pelo comentário e pelos elogios rsrs. Continue torcendo porque é barra kkkkkk E vou continuar sim :D

Anjo Apaixonado - E aí Lipe, não comentei seus últimos contos pela falta de tempo, mas saiba que li(e amei) e já votei neles, não demora pra voltar lá!! E em relação ao conto aqui, muito obrigado por comentar, e eu também tô torcendo pra que isso não aconteça :x Até a próxima!

LuHoff - ooooooi, e aí? Obrigado pelo comentário mais uma vez, estava com saudade kkk' Li seu conto e deixei meu voto lá já, você é muito bom, e é a minha inspiração! Quando der irei comentar lá :D E que bom que está gostando, e o que disse é verdade, é assim mesmo com o que a gente gosta, é difícil quando chega ao fim :x Obrigado mais uma vez, e até a próxima :DDD

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Comentários

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Saudades *-* Feliz Natal e que 2015 seja um ano maravilhoso p VC Willc!!

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Ah vey, estou amando esse conto, você realmente tem uma história e tanto pra contar... continua que estou curioso pra saber o aue vai acontecer.

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Amei. É triste a situação do Samuel. Fico com essa esperança de cura e que ele tenha encontrado alguém que o ame. Thomaz fez certo pq se não o amava do mesmo jeito que o Samuel o amava, não era certo estar com ele por gratidão. Foi linda a sua declaração Will. Já estou ansiosa pelo próximo mas escreve no seu ritmo, não se preocupe com a demora. Abraços :)

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poxa cara demorou mas tenha certeza que esse capitulo compessou e muito, parece que estou vivendo a historia junto com você quase chorei no cap anterior e nessa eu vibrei com essa nova esperança :)

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