Capítulo 1
Meu nome é Anna Rottler, e vou contar um pouco da minha história... Sou descendente de alemãs e russos, minha mãe é alemã então meu pai só pode ser russo.
Eles se conheceram em uma viagem de minha mãe à Rússia para tratar de negócios com a empresa de meu pai, o interesse pessoal foi imediato. Bastou uma noite no motel Racty e eles assinaram um acordo nupcial, afinal as duas partes tinha muito a perder.
Dois anos depois eu nasci e o acordo nupcial foi modificado, a minha vida valia muito dinheiro, meu pai deixaria quando morto mais de 90% de sua herança para mim (imagina o quanto eu fui paparicada por todos da família).
Meu pai era católico, seguia fielmente as leis de Deus, ele acreditava na bíblia e fazia sua família seguir os mandamentos. Minha mãe é ateia, o único Deus que a fascina vem com o rosto estampado em notas de cem.
Com o tempo o relacionamento deles foram se desgastando, meu pai fundou uma igreja e passava muito tempo trabalhando nela, minha mãe arrumou um amante fixo. Eu era uma menininha, talvez 5 anos ou 6 quando o vi sair do quarto de hóspedes ajeitando as vestes, bêbado, com um sorriso debochar no rosto, falando:
- Eu vou ser dono de tudo isso e você irá para um internato capetinha, hahahahahahaha.
- Dyoxe, menos.
- Quem é este homem mamãe?
- Um amigo da mamãe, ele bebeu demais, não está falando coisa com coisa.
- Mãe porquê a Senhora estava trancada no quarto com ele? A Senhora está de camisola...
- Minha menina, há coisas na vida que você não entende, fique tranquila, está tudo bem. O amigo da mamãe já está indo embora e nós, nós vamos ao shopping comprar aquela boneca linda que você tanto quer. Seu pai não precisa ficar sabendo que o amigo da mamãe esteve aqui, tudo bem?
Eu queria muito aquela boneca, meu pai não descobriu por mim que minha mãe o traia, até mesmo porque eu não sabia o que tinha acontecido naquele quarto e o que acontecia a cada vez que via aquele "amigo" da mamãe em nossa casa sempre que papai ia trabalhar na igreja.
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Quando cheguei da escola vi meu pai muito nervoso, ele gritava com minha mãe, tinha fotos em mãos, mostrava para ela, ela chorava pedindo perdão. Nunca vi minha mãe chorar, a situação era séria. Tinha 11 anos quando isso aconteceu, meu pai sofreu um infarto, foi hospitalizado.
Minha mãe me mandou para um hotel-fazenda na Rússia, meus tios eram donos. Duas semanas depois minha mãe mandou me buscar, meu pai saiu do hospital, estava em casa e exigiu que eu voltasse.
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Sexta-feira, 12 de Dezembro, de 2012 foi a última vez que vi meu pai com vida. Ele estava indo atrás de apetrechos para minha festa de 15 anos no Domingo, o carro dele teve uma falha mecânica no freio, capotou na estrada, rolou barranco abaixo, explodiu.
Antes de sair de casa, sentados à mesa na hora do café da manhã, ele disse para mim que iria se separar de minha mãe, que ela o traia, que há muitos anos não era a esposa dedicada que ele esperava, mas ele suportou viver mais alguns anos com ela sobre o mesmo teto para que eu fosse criada em família, porém agora eu era uma moça e poderia compreender melhor os fatos.
Beijou meu rosto, disse que me amava, que alguns relacionamentos chegam o fim e o fato dele ir embora não podia interferir no meu relacionamento com minha mãe. Ele estava se separando de minha mãe e não de mim, ele ia estar sempre comigo.
Infelizmente, duas horas depois fomos avisados do acidente, e de sua morte.
