Como é ser gêmeo - Parte 1

Um conto erótico de Lucas
Categoria:
Contém 1119 palavras
Data: 27/10/2013 00:13:32

Agora mesmo me sinto deitado do lado de um espelho, vendo a mim mesmo do meu lado, só que meu reflexo está dormindo, enquanto eu não consigo pregar os olhos pensando em tudo que está acontecendo. Acho que são 3 horas da manhã, meus pais ainda estão de viagem, só chegam daqui a um mês, então estamos sozinhos até lá, tomara que consiga entender tudo isso nesse tempo. Dou um beijo na testa do meu reflexo e vou para a cozinha, impossível ficar parado com tudo isso na cabeça, preciso de café, bem quente pra cortar o frio.

Como sempre, eu que faço a comida, então fervo a água e preparo o café e bebo logo em seguida, sem me preocupar com o frio, acabo queimando a língua, o que de certo ponto é bom, a dor me distrai um pouco. Vou correndo para a geladeira, pegar água gelada para diminuir a temperatura. Uma vez minha mãe me disse que isso é errado, o certo é botar água corrente em temperatura ambiente, mas são 3 horas da manhã, e, sinceramente, depois do que ocorreu, eu não dou a mínima para isso. Enquanto estou bochechando sinto um ar quente tomar conta da minha nuca, e então um corpo morno esquenta minhas costas frias, é ele, Rafael, meu reflexo me abraçando forte e depois beijando meu pescoço de uma forma tão intensa que eu não consigo resistir.

Me pergunto como será que vamos viver de agora em diante, mas ele me vira e me dá um beijo na boca e então esse pensamento, ou melhor, qualquer pensamento some da minha mente, me entrego totalmente a ele. Rafael, meu irmão gêmeo, uma imagem perfeita de mim mesmo, meu melhor amigo, meu porto seguro, agora se tornou também meu amante, nunca imaginei isso, ou melhor, se analisarmos bem, ele sempre foi isso...

"Não acredito como os cabelos deles escureceram, eram tão claros, pareciam ouro, eles estão com quantos anos mesmo? Quatro?", minha avó perguntava à minha mãe, 16 anos atrás, enquanto eu e Rafael brincávamos no canto da sala com os bonecos de barro que havíamos acabado de ganhar, enquanto ele se dedicava totalmente à imaginação da brincadeira, eu acompanhava a conversa, como sempre fiz, até que ele segurasse em minha mão, me forçando a voltar a brincar.

A casa da minha avó era perfeita, cheia de brinquedos, com minhas tias mimando eu e meu irmão, sem ninguém nem nada para nos separar, e claro, a presença de Dona Ana, minha avó, melhorava tudo, fazendo nossos doces favoritos, brincando com a gente. Íamos lá todo final de semana, até que um dos piores dias da minhas lembranças chegou, quando eu e Rafael havíamos acabado de completar 13 anos, Dona Ana se foi, com um infarto, não parecia justo, eu não conseguia parar de chorar, por que isso tinha que acontecer? Minha avó sempre foi a segunda pessoa com quem mais conversei até então, só ela e Rafael me entendiam, e agora me sentia órfão.

Rafael se manteve forte, não o vi chorar em nenhum momento, acho que fez isso para conseguir me apoiar, já que eu ridiculamente não parava de soluçar, me sentia idiota por parecer tão fraco na frente de todo mundo, mas foi a minha avó que morreu, e, com Rafael do meu lado, não me importava com mais nada. Mas meu irmão não era tão forte assim, depois de dois meses, ao ver que minha tristeza não havia diminuído, eu o ouvi chorando no banheiro do nosso quarto, e foi aí que percebi que eu estava fazendo mal, com minha atitude infantil de me isolar do mundo por um sentimento que já deveria ter passado. Então me desfiz de toda essa fraqueza, me recompus pelo meu irmão.

"Mentira! Não acredito que vocês nunca namoraram! Nem você, Rafael? Não acredito mesmo!", dizia a Amanda, a menina mais idiota da sala, lembro bem desse dia, no colégio, todos nós tínhamos por volta de 15 a 18 anos, eu tinha 16. Nunca tive nada contra essa garota, mas ouvir esse comentário me deixou com uma raiva extrema dela, por que não acreditar que nunca tínhamos namorado? O que tem demais se nunca havíamos beijado nenhuma garota? E por que se voltar tanto pro Rafael? Qual o motivo dessa atenção especial? Essa conversa me tirou do sério, não aguentaria mais um segundo da voz aguda dessa menina, saí da sala o mais depressa que pude, mas, infelizmente pude ouvir ela comentando com os outros,"Nossa, o que será que deu nele? Deve ser louco, ou tímido demais haha espero que você não seja assim tão tímido, Rafinha.", garota oferecida, imbecil, vaca, idiota, na minha cabeça só se passava xingamentos, ofensas à essa menina, mas logo bati a porta e corri para o andar de baixo, onde tropecei e caí logo em frente à Lúcio, meu professor de matemática.

"Lucas, está tudo bem? Você está com cara de choro, machucou algo??", ótimo, agora estava chorando na frente do professor, só tentava reparar o dano que havia me causado, não queria parecer um idiota chorão na frente dele, o melhor professor que já tive. Sinto ele me ajudando a me levantar, sua mão me segura forte, com uma pressão que eu nunca havia sentido, perdi o equilíbrio por alguns segundos tentando entender o que eu acabei de sentir, será que? Não, eu tentava mudar de pensamento, aquilo não podia ser, então caí novamente, mas no professor. Lúcio me abraçou forte, senti seu corpo em contato com o meu, cada músculo, que não eram poucos. Meu ouvido em seu peito, conseguia ouvir seus batimentos cardíacos, senti o abraço começar a se tornar um aperto forte, enquanto eu entrava em maior contato com seu corpo e seus batimentos começavam a ficar mais acelerados, do mesmo modo que os meus. estava sentindo uma leve satisfação nesse aperto, não ouvia mais nada além dos batimentos do meu professor, minha vontade de permanecer ali por mais tempo, pensava na minha vontade de sentir mais aquele corpo, em como as nossas roupas nos atrapalhavam, como deitar com ele seria melhor, como ficar em pé estava cansativo, no sono que estava ficando, sono? Tudo isso mudou quando vi a poça de sangue que se formava no chão, no rastro vermelho que escorria até as pontas dos meus dedos e pingavam num ritmo bem acelerado, aumentando a poça rapidamente.

Uma voz começava a se formar por perto, não conseguia distinguir de onde vinha, mas Rafael me contou que vinha por trás, a voz começou a ficar cada vez mais alta, gritava pelo meu nome, chorava enquanto o fazia, era ele, meu irmão, até que ele me alcançou, me senti protegido e tudo se apagou.

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 12 estrelas.
Incentive ContosNovos a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.

Comentários

Foto de perfil genérica

meio confuso , perdeu o sentido do inicio dai foi pra outra parte , mas gostei !

0 0
Foto de perfil genérica

adorei gosto muito de ler contos! estou louca p/realizar algumas fantasias fora do meu casamento, meu marido esta viajando, meu e-mail para contatos é: casadasapeca@r7.com

contate só quem tiver real interesse, um macho que me satisfaça de verdade e me de carinho! bjs

0 0
Este comentário não está disponível
Este comentário não está disponível
Este comentário não está disponível
Este comentário não está disponível
Foto de perfil genérica

Fico feliz com os elogios, e motivado a escrever mais! A segunda parte já está publicada, mas por algum motivo não aparece quando clica no meu nome, então vou colocar aqui o link: http://www.casadoscontos.com.br/texto/2013101797

Agradeço muito a vocês por isso, espero que também gostem da segunda parte, estou ansioso para escrever a terceira!!

Lucas

0 0
Foto de perfil genérica

nossa ja amei seu conto!vou acompanhar! não demora pra postar viu!! 10

0 0

Listas em que este conto está presente

Ler com urgência
Contos que eu tenho que ler rapidamente.