Um fim de ano em Florianópolis.

Um conto erótico de Beto
Categoria: Heterossexual
Contém 7044 palavras
Data: 10/12/2022 14:17:02
Última revisão: 29/12/2022 09:49:55

Minha família tem a tradição de viajar para casa da minha tia que ficava em uma praia no norte de Florianópolis, para passar o natal e o réveillon. Eu amava isso, família inteira se reunindo em clima de festa.

A casa da minha tia ficava em um condomínio a algumas quadras de distância da praia. Era um condomínio fechado por um muro alto, as casas dentro não tinham muro. No meio do condomínio havia uma pracinha razoavelmente grande e bem arborizada, um campinho de futebol de areia e um salão de festas. As casas eram de médio padrão, maioria ali eram casas de veraneio, poucas pessoas moravam ali.

Meus verões se passaram nessa casa, desde muito novo. Na época que essa história aconteceu, eu estava com 19 anos, meus primos e primas, tudo com 20~28 anos, eu era o mais novo. Para nossa alegria tínhamos vizinhos na mesma faixa etária, o que antes nos proporcionava brincadeiras divertidas, agora rendia festas com bebidas e música.

Nós já tínhamos formado amizades fortes com alguns dos vizinhos dali, todo ano nos encontrávamos, sempre na mesma época. Às vezes aparecia gente nova, que compravam ou alugavam casas para passar essa época festiva.

No dia que chegamos de viagem, ajudei meus pais a descarregarem o carro e rapidamente fui encontrar meus primos que já estavam na pracinha se reunindo com os vizinhos/amigos. Eu tinha chego um dia depois que eles. Foi ótimo reencontrar todos, primos, primas, amigos e amigas do condômino. Para minha surpresa tinham 3 jovens novos ali. A surpresa não veio pelas pessoas novas ali, mas sim, por Emanuela, ou Manu, como o pessoal ali estava chamando.

Que mulher magnífica, cabelos loiros compridos e lisos, olhos azuis, um rosto delicado, seios médios, cintura violão. Comprimentei todos ali da pracinha, os homens com aperto de mão, alguns abraços e as mulheres com beijinho na bochecha. Quando chegou na vez de Manu eu fiquei nervoso, seu perfume doce me embriagou e eu gaguejei quando fui me apresentar. O que obviamente virou piada ali.

– Beto não consegue ver uma moça bonita que fica nervoso– meu primo mais velho falou rindo.

Eles já estavam tomando cerveja há algum tempo, todos riram, inclusive Manu. Fiquei com vergonha, mas depois de algumas cervejas ela foi embora, em partes. Evitei conversar com Manu naquele dia.

Os dias foram passando, de manhã íamos para praia bem cedo e voltávamos por volta das 16~17 horas. Alguém sempre fazia algo para jantar, a maioria das vezes era churrasco ou peixe na grelha. Mais tarde da noite, eu e meus primos íamos na casa do Paulo para beber e se divertir. A casa tinha o salão de festas separado, e era bem no fundo do condomínio, então podíamos fazer barulho a vontade que não incomodava ninguém. A única condição era que iríamos organizar a bagunça.

Manu se juntava a nós também, éramos em torno de uma 15 pessoas, quase todas as noites, bebendo e conversando na casa do Paulo. Demorou um pouco, mas fui perdendo a vergonha de falar com Manu, mesmo com meu primo mais velho todo o tempo me cutucando e tentando me fazer passar vergonha. Eu não tinha intenção nenhuma de dar em cima de Manu, não por não querer, mas achava que ela areia demais para o meu caminhão. Uma certa noite, entre o natal e o réveillon, fomos até a casa do Paulo fazer festa, encontrei um violão largado em cima da mesa.

– Posso tocar? – perguntei para Paulo.

– Você sabe tocar?

– Sei

– Então pode.

Paguei ele e deu uma arranhada nas cordas, por sorte ele estava afinado. Comecei a tocar a música Anna Júlia dos Los Hermanos. Surpreendentemente o povo ali cantou junto, com bastante vontade. Quando a música acabou, larguei o violão e voltei a beber, eles queriam que eu tocasse mais, mas na época ou você andava com uma pastinha com as músicas impressas ou decorava elas, não existia smartphone para ajudar. Meu repertório era curto e eu estava com vergonha, Manu estava ali. Dei uma desculpa dizendo que precisava beber um pouco mais para me lembrar das músicas.

– Eu amo essa música – uma voz falou ao meu lado, era Manu.

– Muito obrigado – eu respondi tentando sorrir.

– Aliás, você toca muito bem, parabéns.

Senti um nervosismo na minha barriga, ela sempre estava deliciosamente perfumada. Me senti um idiota por estar me sentindo assim e rezolvi conversar com ela. Além de linda, ela era muito querida. Estava cursando odontologia, tinha 20 anos. A conversa fluía bem, até que Paulo ligou o som em um volume alto e nos interrompeu.

No outro dia eu fui cedo para praia com minha família. Manu chegou logo depois de nós, com sua família. Fiquei apreciando Manu, vi ela tirar a saída de praia e ficar apenas de biquíni, que corpo magnífico, pernas firmes, bumbum redondinho. Eu estava salivando, vi ela passar o protetor solar em todo seu corpo perfeito. Esperou um tempinho e entrou no mar.

– Vai lá conversar com ela – minha prima disse.

– Oi? – eu perguntei assustado.

– Eu vi a encarada que você estava dando nela, aproveite que ela está sozinha. O “não” você já tem.

– Mas o que eu falo?

– Se vira, primo.

Levantei da cadeira e fui. Eu estava nervoso, parecia que meu coração iria sair pela boca. Minha autoestima era horrível, eu estava um pouco acima do peso. Sentia que nada estava ao meu favor. Entrei na água e estava gelada, mas nem dei muita atenção a isso, só pensando no que eu podia falar. Fui entrando no mar e me aproximei de Manu, água estava batendo nas minhas coxas.

– A gente podia continuar a nossa conversa de ontem – eu falei, minha voz saiu trêmula, mas pelo menos não gaguejei.

Manu se virou, como era linda, seu cabelo loiro estava preso em um coque, seu pescoço à mostra me encantou mais ainda. Ela sorriu quando me viu, minhas pernas tremeram.

– Mas é claro, Beto. Gostei da nossa conversa de ontem – ela falou toda alegre.

Fomos interrompidos rapidamente por uma onda maior que veio. Manu segurou seu bíquini para não ser arrancado do seu corpo e deixamos ela passar pela gente. Não era tão forte quanto parecia.

– Eu devo ter emagrecido uns quilinhos… – Manu falou sorrindo, eu fiz uma cara de dúvida, depois ela continuou – com a secada que você me deu agora a pouco.

Eu não sabia onde me enfiar. Meu rosto esquentou rapidamente, pensei em pular na água e sair nadando. Qualquer coisa, só queria me esconder.

– Fica tranquilo, Beto. As vezes é bom se sentir desejada – Manu nitidamente estava se divertindo com minha vergonha.

– Mas… – eu tentei falar.

– Olha só, voltou a ficar gago – Manu deu uma risadinha.

– Não é todo dia que se vê uma loira dessas – eu falei, resolvi entrar na brincadeira.

Manu riu novamente, era uma risada gostosa de se ouvir. Deixamos a brincadeira de lado e começamos a conversar. Ela foi me contando sobre sua vida e eu sobre a minha. Manu era divertida, gostava de brincadeira e zoação. Imaginei ter se passado uns 10 minutos de conversa quando Manu fez um convite.

– Beto, você pode ir lá em casa hoje de tarde? Meu irmãozinho precisa de ajuda para afinar o violão dele.

– Mas eu não sei afinar um violão – respondi. Manu franziu as sobrancelhas como se não tivesse entendido minha resposta.

– Tudo bem, mas qualquer ajuda é bem vinda.

Aceitei seu convite, marcamos que eu iria depois das 15 horas. Manu então saiu da água. Fiquei apreciando ela caminhando até sua família, depois eu fui até a minha e sentei na minha cadeira.

– Essa conversa rendeu, ein – minha prima falou.

– Que nada, foi rapidinho.

– Rapidinho, Beto? Vocês ficaram quase 1 hora ali.

Me assustei com a informação. Mas fazia sentido, eu estava encantando por Manu. Não contei para ninguém que iria na casa dela de tarde, afinal, achei que nada demais. A família de Manu saiu da praia ao meio dia, a nossa ficou. Chegou perto do horário, eu já estava seco, apenas coloquei minha blusa, chinelo, tirei areia das pernas e fui para o condômino. Toquei a campainha e Manu abriu a porta para mim. A casa parecia estar vazia, Manu foi me guiando, subimos as escadas e fomos até um quarto, ela pediu para eu entrar e fechou a porta. Olhei ao redor e não tinha nenhum violão.

– E o violão? – eu perguntei e Manu riu alto.

– Beto, não tem violão…

Meu Deus como eu fui burro, quando me toquei do que estava acontecendo, comecei a rir de vergonha e animado. Manu se aproximou, colocou a mão no meu rosto e sua boca veio até a minha, nossos lábios se encontraram, passei a mão em seu corpo e a abracei forte, sua língua entrou em minha boca, procurando a minha. Que beijo molhadinho e delicioso. Uma das mãos de Manu estava segurando minha cabeça e a outra nas minhas costas. Meu pau ficou duro rapidamente e pulsou, Manu sentiu e parou o beijo para sorrir. Tirou a minha camiseta, e antes que eu pudesse tirar a saída de praia dela, ela beijou e mordeu meu pescoço, depois foi descendo lentamente.

– Devo estar com protetor solar ainda – eu falei preocupado.

– Não está – Manu respondeu rápido e voltou a me beijar – está com o gostinho salgado da praia, bem gostoso.

Lentamente foi descendo até que se ajoelhou e puxou meu calção para baixo, meu pau saltou para fora. Manu segurou ele e o abocanhou. Passava a língua na parte de baixo enquanto fazia um boquete maravilhoso, segurava firme a base do meu pau. Aproveitei o momento, até que avisei Manu que estava prestes a gozar e ela parou, ficou de pé e nos beijamos novamente.

– Por sorte, você trouxe camisinha? – Manu perguntou.

– Não tinha entendido o seu convite – falei decepcionado comigo mesmo.

– É uma pena, estava louquinha para dar para você – ela falou sorrindo – vamos fazer o seguinte, você me chupa agora e se for bom, eu faço um boquete até você finalizar na minha boca.

– E se for ruim?

– Se for ruim, você vai para casa e não tocamos mais no assunto – Manu falou, ela estava se divertindo com esse joguinho.

– Você é muito exigente…

– Exigente, Beto? Eu estou te punindo, você que não percebeu as entrelinhas do convite que eu te fiz, poderia estar me comendo.

Eu ri, mas com vontade de chorar. Manu tirou a saída de praia, depois o bíquini, seus seios eram lindos, redondinhos, os mamilo rosinhas e bem delicados. Antes mesmo que Manu pudesse tirar a parte de baixo, eu já estava caindo de boca nos seus seios, comecei beijando seu peito e a abraçando com força, eu gostava de sentir pele na pele, Manu agarrou meu cabelo e com seu outro braço, arranhou minhas costas. Dei uma leve mordiscada em seu mamilo e Manu gemeu, de prazer a assustada.

– Nossa, geralmente eu não gosto disso, mas foi muito bom – ela falou.

Parei o que estava fazendo e fui beijá-la. Durante o beijo, fui empurrando ela para trás, até cairmos na cama, desfiz o nó da calcinha do biquíni e o tirei. Como que podia aquela menina ficar cada vez mais gostosa. Que bucetinha linda, totalmente raspada, rosinha e delicada como todo o resto do seu corpo.

– Deus se empenhou MUITO para fazer você – eu falei bobo, enquanto apreciava seu corpo. Manu riu.

– Nossa, amei esse elogio.

Dou muito valor a preliminares, naquele dia eu estava me dedicando. Fui de boca para o meio de suas pernas, dei um beijinho de leve na coxa, perto da virilha. Fiquei brincando aos arredores antes de ir para sua buceta. Deu para ver sua pele se arrepiando. Fui então para seu clitóris, iniciei lambendo ele, bem de leve, o gostinho salgado e delicioso da sua bucetinha foi inundando minha boca. Manu gemeu nos primeiros movimentos que fiz e agarrou meus cabelos. Suas pernas apertaram a minha cabeça quando comecei a introduzir meu dedo indicador, sem parar de chupá-la.

– Por favor, vem me comer – Manu tentou falar no meio dos seus gemidos.

Eu fiquei em silêncio, continuei chupando sua bucetinha com bastante vontade.

– Beto, vem me comer! – Manu falou alto e puxou meu cabelo até eu desgrudar da sua buceta.

– Tem certeza, Manu?

– Eu não aguento mais. Você me promete que não tem nenhuma doença?

– Prometo – falei prontamente.

– Então, por favor, vem.

Concordei, levantei e me ajeitei no meio de suas pernas, Manu colocou a mão no meu pau e esfregou a cabecinha na sua buceta, depois colocou na entradinha. Fiz alguns movimentos até entrar tudo, Manu revirou os olhos, eu senti uma onda de prazer percorrer meu corpo.

– Nossos filhos seriam lindos, mas ainda não estou pronta. Então, por favor, goza fora, aonde você quiser, mas fora – Manu suplicou.

Eu tive que rir e concordar. Comecei a comê-la, Manu arranhava levemente minhas costas, nossos gemidos estavam sincronizados. Estava sentindo um prazer enorme, sua bucetinha era apertadinha e bem molhada, quando colocava meu pau todo para dentro, eu sentia uma voltinha da sua buceta fazer pressão bem na cabecinha do meu pau, estava muito, mas muito bom. Nossos olhares estavam fixos um no outro, era lindo ver aqueles olhos azuis penetrando os meus.

– Eu não vou durar muito – eu falei ofegante e parando o movimento.

– Vamos mudar de posição, então. Deita aqui – Manu deu dois tapinhas na cama.

Deitei e Manu rapidamente sentou em mim. Eu estava alucinado de prazer, Manu cavalgava com maestria. Para a minha sorte, ela variava bastante o ritmo e a intensidade, assim eu conseguia me segurar mais. Aproveitei para passar a mão em seu corpo todo, peguei em seus peitos, Manu gemia bastante e razoavelmente alto. Estava indo tudo certo, até que Manu parou, puxou e segurou meus braços em cima da minha cabeça, veio com a sua boca até a minha e começamos a nos beijar. Meu pau pulsava dentro da sua buceta.

Sem parar o beijo, Manu começou a rebolar sua bunda, meu pau parecia estar só com a metade para dentro, ela girava aquele quadril de uma forma diferenciada, subia e descia, rebolava. Eu estava alucinado de tesão e prazer.

– Manu, eu não vou aguentar – eu falei calmo.

– Aguenta mais um pouco – Manu falou e voltou a me beijar.

Tentei desviar a atenção, mas não dava, cada rebolada era alucinante. Ao mesmo tempo que sua língua se esfregava na minha, e eu amo um beijo de língua. Eu virei o rosto para o lado, estava muito bom e precisava diminuir. Manu soltou uma risadinha no meio de seus gemidos, ela se divertiu comigo tentando não gozar. Achei que ela iria parar, mas não, em vez disso, começou a beijar meu rosto e pescoço.

– Manu, para! – eu falei, agora ficando um pouco inquieto.

Eu gosto muito desse tipo de sexo, com pegação do início ao fim. Pelo jeito Manu também, por que ela não parou de me beijar. Senti uma mordida de leve em meu pescoço.

– Eu estou quase, Beto – Manu tentou falar entre seus gemidos.

– Eu não vou aguentar – falei, agora desesperado.

– Aguenta sim – ela falou, seus gemidos aumentaram, e a velocidade da sua sentada também.

– Por favor, saí – eu já tinha me entregue.

– Segura!

– Saí!

Eu estava me segurando com todas minhas forças. Mas Manu estava feroz, seu corpo tremeu com seu orgasmo, sua cavalgada perdeu o ritmo e seus gemidos tomaram conta do quarto. Tentei soltar meus braços para jogá-la ao lado, mas não deu tempo. Meu pau explodiu dentro daquela bucetinha, o prazer foi imenso, eu tinha me segurado tanto, que quando a porra feio, ela veio rasgando. Manu abriu os olhos assustada, ela percebeu que eu tinha gozado, meu pau deveria estar pulsando muito, além dos meus gemidos descontrolados. Fechou os olhos novamente e continuou cavalgando, até seu orgasmo acabar, ao mesmo tempo que o meu.

Manu se endireitou, mas continuou sentada em mim. Meu pau já estava totalmente mole e exausto. Ela olhou bem no fundo dos meus olhos e sorriu.

– Você quer me deixar excitado de novo? – eu falei brincando, seu sorriso era lindo e encantador.

– Olha, até queria, mas acho melhor você ir embora antes que meus pais cheguem. Ainda temos que nos limpar.

Manu saiu de cima de mim, meu pau caiu desfalecido, para o lado. Muita porra escorreu para fora da buceta de Manu, por sorte, boa parte caiu em mim e não na cama. Um resto escorreu lentamente pela coxa de Manu. Nos limpamos e eu fui embora rápido. Comecei a acreditar que Manu não tinha gostado, ela praticamente me jogou pra fora de sua casa, quase nem trocamos uma palavra sequer direito.

Fui até a casa da minha família, tomei banho, me vesti, bem lentamente. Tinha sido um sexo maravilhoso, mas a ideia de Manu não ter gostado estava me incomodando. Depois de uns 20 minutos que eu saí do quarto, o restante da família chegou da praia.

– Aonde você foi que sumiu da praia? – minha prima perguntou.

– Comer cú de curioso – eu falei na maior infantilidade possível, não tinha pensando em desculpa nenhuma.

Nossos outros primos riram, alguns tios também. Minha mãe me repreendeu.

– Este cú deveria estar azedo – minha prima respondeu brava.

Bom, eu deveria estar feliz e não daquele jeito, mas eu era assim na época. À noite, como de costume, fomos até a casa de Paulo. Chegamos lá e fomos beber, Manu chegou um pouco depois, não me cumprimentou direito e eu tive certeza que ela tinha odiado nossa transa. A noite foi passando, estávamos sentados em cadeiras de plástico em uma rodinha, bebendo cerveja e jogando conversa fora.

– Gente, o que vocês acham de Beto que fugiu da praia e voltou para casa com um chupão no pescoço? – meu primo mais velho, que estava ao meu lado, berrou para todos ali.

Meu primeiro instinto foi passar a mão no pescoço e olhar para ver se não era sujeira. Eu não tinha visto marca nenhuma ali antes. Minha prima se aproximou e olhou de perto meu pescoço e começou a rir.

– Quem foi a sortuda que se esbarrou com meu priminho caçula? – ela falou rindo, eu odiava quando me colocavam nesse patamar de “caçula indefeso”.

– Ou azarada…– o primo mais velho falou, eu tive que concordar com ele – talvez ele tenha ido para um cabaré.

Eu estava sentindo meu rosto quente, vergonha e irritação explodindo dentro de mim. A rodinha inteira começou a fazer brincadeiras, olhei para Manu e ela estava com os seus olhos azuis arregalados e o rosto totalmente vermelho, era a única, além de mim, que estava em silêncio. Para minha alegria, não durou muito e outro assunto qualquer tomou conta da rodinha. Comecei a beber um pouco mais e fui ficando tonto. Até que resolvi fazer uma caipirinha.

Naquela noite estávamos na garagem da casa de Paulo, não no salão de festas. Entrei na sua casa e fui até a cozinha. Sem ligar as luzes, apenas com a claridade vinda de fora pela janela grande que ficava em cima da pia, comecei a preparar os limões.

– Que vergonha a gente passou né – uma voz falou atrás de mim. Era Manu.

– Nem me fale – eu falei, tentando demonstrar que estava chateado com ela.

Ela se aproximou de mim, eu estava de costas para ela, na pia, fazendo a caipirinha. Suas mãos passaram pelo meu peito e barriga, Manu me abraçou e delicadamente beijou meu pescoço. Minha pele toda se arrepiou.

– Achei que você não tinha gostado de hoje – eu confessei.

– Que bobinho, Beto… – Manu falou calma.

Eu me virei para ficarmos de frente, eu ia falar mais alguma coisa, mas Manu me puxou e me beijou. E que beijo.

– Melhor eu voltar lá para fora antes que o pessoal comece a desconfiar – ela falou.

– Tá bom – respondi.

– Beto, amanhã de manhã você vai na farmácia comprar uma pílula do dia seguinte para mim e leva lá em casa, bem cedinho. Se quiser, pode passar a manhã comigo, meus pais vão ficar a manhã inteira fora – Manu deu uma piscadinha para mim foi em direção da porta.

– Gostei da ideia – eu respondi, bem animado.

– Só para garantir – Manu falou fazendo uma pausa – isso é um convite para a gente transar – Manu falou e sorriu – não esquece da camisinha dessa vez.

– Pode deixar.

– DAS camisinhAS – Manu corrigiu dando ênfase no plural e saiu pela porta.

Quando me virei novamente para a pia, meu coração quase saiu pela boca. Tinha uma cabeça na janela olhando para dentro da cozinha. Por conta da claridade de fora, não conseguia ver muito bem, mas deu para identificar que era meu primo mais velho, aquele que ficava pegando no meu pé o tempo todo. Escutei um “eu não acredito” bem abafado pela janela fechada e ele saiu. Sai correndo da cozinha morrendo de medo que ele fosse contar para as outras pessoas. Mas ele já estava sentado, conversando como se nada tivesse acontecido.

– Cadê a caipirinha? – ele perguntou quando me viu.

– Quase pronta, já volto – falei aliviado.

No outro dia eu acordei cedo. Uma parte da minha família ia bem cedo para a praia, entre as 7~8 horas da manhã, esperei eles saírem, tomei banho, me arrumei da melhor forma possível. Dei uma aparada nos pelos da púbis, dei uma ajeitada na barba, peguei meu melhor perfume e tudo mais. Com o carro dos meus pais fui até uma farmácia, não queria caminhar e ter o risco de suar. Comprei a pílula, recebi um sermão da farmacêutica, comprei modestamente 6 unidades de camisinha e sai cantando pneu para a casa de Manu.

Ela abriu a porta para mim, estava linda, vestia um vestido branco comprido, mas que parecia ser bem fresco. Seu cabelo loiro estava escovado e levemente úmido, tinha tomado banho também. Entrei na casa, a porta fechou e nos beijamos ali mesmo. Ela estava cheirosa como sempre, puxei as alças finas do seu vestido, beijei seu ombro lindo, sentindo pele macia, lisinha e cheirosa. Manu me puxou e fomos até o sofá da sala.

Nossa primeira transa foi ali mesmo, mas foi mais romântica, cheia de beijos e carinhos. Não usamos camisinha nesta manhã, além de Manu estar tomando anti, ela iria ingerir a pílula logo depois que eu fosse embora. Eu fui por cima, Manu chegou ao orgasmo enquanto eu a comia e beijava ao mesmo tempo, parei o beijo e concentrei na penetração até eu gozar. Quando acabei, Manu ficou passando a mão no meu rosto, carinhosamente.

– Promete que não vai se apaixonar? – ela perguntou olhando nos meus olhos.

– Tarde demais – eu respondi e Manu sorriu.

– Eu to falando sério, Beto.

– Então eu prometo – falei da boca pra fora, eu já estava apaixonado.

Sai de cima dela e fomos nos limpar e depois voltamos para o sofá. Ficamos em silêncio por um tempo, depois começamos a conversar. Os pais de Manu tinham comprado aquela casa, ela explicou que eles tiravam férias na metade de dezembro e pretendiam passar o natal e réveillon ali, todos os anos a partir de agora. Era uma ótima notícia, eu iria ver ela mais vezes. Infelizmente ela morava em Curitiba e eu em uma cidadezinha no sul do Rio Grande do Sul, nós dois estávamos cursando faculdade. Não tocamos no assunto namoro, mas se ela falasse qualquer coisa eu iria dizer “eu quero, quero muito”.

Transamos mais um vez naquela manhã, dessa vez foi um pouco menos romântica e mais safada. Manu ficou de quatro, nesse momento eu tive certeza que estava apaixonado. Que bunda magnífica, a visão da sua bucetinha era linda demais. Eu a comi e gozei antes, aquela posição mexia com meu psicológico. Depois fiz um oral até Manu chegar ao orgasmo, o que não demorou muito. Segundo ela, eu a chupava com vontade.

Às 11:30 o celular de Manu despertou e ela se desesperou, era pra eu ir embora que os pais dela poderiam chegar a qualquer momento. Deixei o carro dos meus pais na casa e fui para praia.

– Olha o sumido ali – minha prima falou quando me viu.

– Aonde você estava? – minha mãe perguntou preocupada.

– Deveria estar aproveitando a manhã com a vizinha – meu primo mais velho falou.

– Que vizinha? – minha mãe perguntou, dessa vez assustada.

– Esquece tia, Carlos está com ciúmes do Beto, ele queria pegar a vizinha mas teu filho foi mais rápido – minha prima falou.

– Você ficou a manhã inteira beijando a vizinha? – minha mãe perguntou incrédula para mim.

– Deixa de ser ingênua, tia – minha prima falou e meus tios riram.

Eu não sabia se minha mãe tinha conhecimento se eu era virgem ou não. Mas aquilo tudo foi constrangedor demais. Minha mãe estava chocada, não sei por qual motivo especificamente, mas ela me dava cada olhada como se fosse tirar meu coro. Pedimos umas porções de comida para “almoçar”, como sempre. Durante a tarde Manu e sua família chegaram na praia, armaram uma tenda e sentaram em baixo dela. Era Manu, seus pais, um irmão mais novo e seus avós paternos. Quando Manu me viu, ela sorriu e acenou.

– É essa aí? – minha mãe perguntou curiosa, não parecia estar brava.

– Aham – minha prima respondeu.

– Tá brincando? – meu pai falou alto e assustado.

– Não, tio, é essa aí que o Beto está pegando.

– Meu Deus, achei que você fosse viado – meu pai falou olhando para mim.

A família inteira riu, menos eu que fiz um “não” com a cabeça. Que vergonha. A tarde foi passando, meu pai estava orgulhoso, minha mãe assustada, meu primo mal humorado e o resto da família se divertindo com a situação. Eu não queria ficar mais ali, e para minha alegria, Manu se levantou, olhou para mim e fez um sinal com a cabeça para irmos até a água. Ficamos conversando na água por um bom tempo, olhava para a praia e via vários olhares cravados na gente, vindo da minha família. Conheci o irmãozinho dela, bem querido.

Manu me contou que ela iria passar 2 dias fora, eles iriam visitar uns parentes em Itapema, mas iria voltar para passar o ano novo ali, na praia. Minha família também passava a virada na praia. Falei para eles arrumarem lugar perto da gente na Virada, minha família era grande, mas bem receptiva, provavelmente iriam se enturmar fácil.

– Você não acha arriscado a gente se aproximar desse jeito? – Manu perguntou.

– Não acho – eu menti.

Era arriscado sim, eu estava apaixonado por ela. Mas foda-se, queria aproveitar cada momento. Ela aceitou. Ficamos 2 dias sem nos vermos. O assunto principal da minha família nesses dias foram eu e Manu. Até que dia 31 de dezembro chegou. Eu estava na varanda da casa quando vi o carro da família de Manu entrar pelo portão do condomínio. Ela me viu e sorriu. Já tinha gente soltando fogos de artifícios, a cada 5 minutos. O clima da Virada já estava pronto.

Jantamos às 20:30, e um pouco mais tarde fomos para a praia. Chegamos lá e ficamos bebendo espumantes e cerveja. Quando a família de Manu chegou, eu os avistei e abanei para Manu, que os fez largar as coisas perto da gente. Fingimos que não nos conhecíamos, até que minha prima me deu um cutucão, “tenha alguma atitude” ela disse. Fui até Manu e ficamos conversando. Quando me dei conta, minha mãe já estava conversando com a mãe de Manu. Eu levei um susto, Manu levou um susto. Mas ocorreu tudo bem. Eram 23:30, os fogos já estavam bem consistentes.

– Beto, vamos sair daqui? – Manu perguntou para mim, dava para ver que estava alcoolizada.

– Oi? Vamos aonde? – eu perguntei sem entender, também estava alcoolizado.

– Quero uma virada de ano especial – ela falou e dessa vez eu entendi.

De fininho, saímos da praia e fomos correndo para o condomínio. Passamos pela casa da minha tia e fomos até a casa de Manu. Entramos correndo até o quarto dela. Tirando a roupa já, nos beijamos um pouco e depois tiramos mais uma peça de roupa. Era 23:50.

– Estamos sem camisinha – eu falei. Tinha deixado nas minhas coisas que ficaram em casa, não tinha o porque eu levar para a praia.

Manu não falou nada, continuou me beijando e tirando a roupa. Deitei na cama, pelado, e Manu sentou em mim, demorou um pouco até conseguir penetrar tudo, ela estava molhadinha, mas não muito, não teve preliminares e estávamos ofegantes de ter corrido. Manu olhou no relógio, eram 23:55. Começou a me beijar e cavalgar bem lentamente. Estava gostoso demais, senti sua bucetinha ficando cada vez mais molhada e gostosa. 23:57 quando Manu olhou de novo no relógio, ela sorriu e começou a aumentar a velocidade.

Os fogos estavam estourando, cada vez em um intervalo de tempo menor. Senti os dedos dos meus pés se contorcendo de prazer. 23:59, Manu jogou o celular na cama, apoiou as duas mãos nos meus peitos e cavalgou em mim com muita vontade. Eu delirei de prazer. Os fogos estavam estourando de pouco em pouco, dava para escutar algumas vozes dos vizinhos gritando algo sobre taças de espumante. Manu estava com os olhos fixados nos meus, gemia com o prazer e mordia seus próprios lábios. Ela estava linda, seus fios de cabelos loiros caiam na frente de seu rosto. Perdeu o ritmo, espremeu os olhos e gemeu gostoso. Logo na sequência a bateria de fogos começou junto com os berros das pessoas comemorando o ano novo. Espumantes estouraram e as pessoas vibraram. Manu não prestou atenção nisso, saiu rapidamente de cima de mim e ficou de quatro.

– Vem, rápido – Manu falou.

Levantei veloz, me ajeitei e a penetrei. Agarrei sua bunda com força e a comi. Foram poucas estocadas e eu já estava gozando, ali dentro mesmo. Que tesão imenso que eu estava sentindo. Apertei forte sua bunda, Manu olhou para trás, sorriu e empinou um pouco mais. Senti minhas pernas tremerem e os fogos estourando. Quando meu orgasmo acabou, larguei sua bunda, Manu saiu da posição e ferozmente me puxou para cama. Deitamos e nos beijamos.

– Feliz ano novo, Beto – ela falou sorrindo.

– Feliz ano novo, Manu – eu respondi sorrindo.

– Espero que esse ano seja tão gostoso quanto esse sexo foi – Manu falou calma e alegre.

– Amém. Nunca comecei um ano tão bem.

Manu sorriu e nos beijamos mais um pouco. Resolvemos tomar um banho, juntos. Até começamos uma segunda transa, mas estávamos com pressa e desistimos. Nos vestimos e voltamos apressados para a praia. Caminho inteiro fomos de mãos dadas. Demos bastante risada quando Manu comentou que até o momento, não tínhamos utilizado uma camisinha sequer. Depois que as risadas cessaram, Manu falou que amava transar sem camisinha, mas tinha medo de engravidar e queria que a gente usasse. Concordei com ela.

Para nossa surpresa, quando chegamos na praia, nossas famílias estavam conversando e interagindo. Todos notaram nossa falta, mas ninguém comentou nada quando nos viu. Aconteceu que nossas famílias acabaram virando amigas e começaram a frequentar a casa uma da outra.

Passamos mais uma semana em Floripa. Eu e Manu nos víamos sempre que podíamos, éramos os mais novos da turma, acabamos virando os “mascotes”. Infelizmente essa semana passou voando e tive que voltar para minha cidade. Usamos as 6 camisinhas que eu tinha comprado e tive que ir à farmácia comprar mais. Trocamos os números de celular. Manu iria ficar mais alguns dias, depois voltaria para Curitiba. Janeiro passou devagar, trocamos algumas mensagens, mas era caro mandar SMS para outro estado.

Fevereiro veio e para minha surpresa, uma oportunidade de ouro. Alguns conhecidos meus iriam para Curitiba passar o carnaval, que aconteceria no meio do mês. Sei lá o que tinha em Curitiba para fazer, mas não fiz questão de me informar. Corri falar com Manu.

– Estou indo para Curitiba dia 12 – mandei mensagem.

– No carnaval? Está querendo aprontar? – ela respondeu.

– Só se você quiser aprontar junto.

– Eu quero – Manu demorou para responder.

Fui para Curitiba e reencontrei Manu. Eu aluguei um quarto de hotel, passávamos o dia inteiro na folia, e quando o dia amanhecia, íamos para o meu quarto do hotel “aprontar”. Ela era demais. Repetimos isso na sexta, sábado, domingo e segunda. Na terça ficamos mais tranquilos e conversamos muito. Tentei tocar no assunto de relacionamento à distância, mas Manu se esquivava. Achei estranho, mas não pressionei muito. Muito provavelmente ela não queria. Na quarta-feira de cinzas voltei para minha cidade, Manu me deu uma correntinha dela como lembrança.

O ano passou e conversamos muito pouco. A única certeza que eu tinha era que Manu iria para Florianópolis com a família, em dezembro. Dito e feito. Esperei muito por isso, mas finalmente estava voltando para Florianópolis. Eu estava um pouco nervoso, tinha emagrecido e tentei ficar agradável visualmente, queria agradar Manu. Cheguei na casa da minha tia, corri descarregar o carro. Meus primos estavam jogando futebol no campinho de areia e fui lá visitar eles, torcendo para entrar Manu pelo caminho.

Eu a encontrei, ela e o namorado.

Meu mundo virou de cabeça para baixo. Eles estavam assistindo a partida de futebol de mãos dadas, Manu me viu, e eu tive certeza que ela viu minha cara de assustado, ou sei lá o que. Sua expressão entristeceu. O povo que estava jogando bola me viu e me chamou para jogar junto, mas eu não estava afim. Apenas cumprimentei todos superficialmente e fui embora, voltei para casa. Eu não sabia o que pensar, o que tinha acontecido.

– Não fica assim primo, essas coisas acontecem – meu primo mais velho tentou me consolar, quando voltou para casa depois da partida.

Eu até ia falar alguma coisa, mas estava desanimado. Meus primos me convenceram de ir para casa do Paulo de noite, para beber e afogar as mágoas. Eles me prometeram que não iriam convidar Manu e o namorado, então aceitei. Cheguei lá e bebi bastante. Uma hora depois Manu e o namorado chegaram, ninguém precisava de convite para ir na casa do Paulo, era só ir que teria gente bebendo por lá. Bom, deixei a tristeza de lado, cumprimentei Manu, o cheiro do seu perfume mexeu comigo, mas fingi que não. Cumprimentei o namorado dela.

– Prazer, Pedro – ele falou, parecia simpático.

– Prazer, Beto – eu falei tentando parecer simpático.

Seus olhos se enfureceram e foi a última coisa que eu vi antes de ver que eu estava no chão. Ele me empurrou e eu caí. Meus primos e amigos da turma pularam em cima dele e eles iriam bater em Pedro. Os gritos das meninas pedindo para parar ecoaram pelo salão de festa de Paulo. Eu me recuperei rápido e antes que Pedro levasse o primeiro soco eu gritei para parar e segurei o braço do meu primo. Não me importava com Pedro, na verdade, queria que ele fosse se fuder, mas Manu estava tentando proteger o namorado e pulou na frente, tinha grandes chances de ela levar um soco.

Manu tremia de nervosa e mandou Pedro embora do local, pediu desculpas e foi embora junto. No outro dia, eu não vi Manu na praia. Mas fui encontrar ela na praça do condomínio, sentada em um banco, sozinha.

– Podemos conversar? – ela perguntou quando me viu?

– Melhor não.

– Por favor.

– Se teu namorado ver a gente conversando, ele vai querer brigar – eu falei.

– Ele saiu com meu irmão. Por favor, senta aqui e vamos conversar – Manu falou suplicando.

Aceitei.

– Eu falei para você não se apaixonar – disse Manu.

– Falar é fácil…

Resumindo, Pedro e Manu eram amigos de muito tempo, namoraram na juventude e foi Pedro quem tirou a virgindade de Manu. Por um certo tempo Pedro foi babaca com ela e eles terminaram. Em 2009, pouco antes de Manu vir para Florianópolis, eles começaram a reatar o namoro, só que o babaca do Pedro iria passar 3 meses no exterior e quando voltasse, seria carnaval e ele queria estar solteiro nessa época toda. Então eles decidiram aproveitar essa fase solteiros e depois reatar o relacionamento.

Quando Manu foi para Florianópolis, ela sabia que Pedro estava se divertindo nos Estados Unidos. Manu estava afim de ficar com alguém, talvez transar, mas ela não esperava se apegar como se apegou a mim.

– Sei que está doendo, eu também me apaixonei por você e esta conversa está muito dolorida – Manu falou com a voz trêmula, parecia que iria chorar.

– Estava apaixonada por mim? – minha voz também saiu trêmula.

– Sim…

– E por que eu devo acreditar em você? – perguntei desconfiado. Manu suspirou antes de responder.

– Quando Pedro voltou da viagem, ele queria reatar o namoro antes do carnaval, disse que estava com saudades e não aguentava mais esperar. Eu ia aceitar, mas aí você me mandou a mensagem dizendo que ia para Curitiba e eu resolvi aproveitar a última vez com você. Beto, eu juro pra você que se eu não tivesse uma história longa com Pedro, eu e você teríamos tentando alguma coisa, nem que fosse a distância.

Eu estava sem palavras, queria beijá-la. Uma lágrima escorreu do olho de Manu, os meus estavam começando a lacrimejar. Levantei e fui embora. Fiquei mal e chorei como um menino. Durante a noite, recebi uma mensagem.

“Beto, eu deixei aquela corrente contigo para que você se lembrasse de mim como eu vou me lembrar de você, com muito carinho. Você é especial e vou te guardar no meu coração. Espero que um dia possa me perdoar. Beijos e se cuida”.

Chorei mais ainda quando li. Mas resolvi escrever uma resposta.

“Manu, você é uma mulher espetacular e Pedro é um cara sortudo em ter você. Eu vou sim guardar sua corrente comigo e me lembrarei de você com muito amor. Não aceite menos do que você merece. Beijos e se cuida”.

Passei essas férias praticamente no quarto, ia alguns dias para a praia e aproveitei alguns momentos. Mas eu estava meio destruído. Manu e Pedro começaram a frequentar a casa de Paulo depois que Pedro prometeu que iria se comprar e pediu desculpas. Eu evitava ir lá, mas quando ia, dava para ver o ódio que Pedro me olhava. Minhas primas, conversando com Manu, descobriram mais algumas coisas.

Resumindo novamente, Pedro sabia que Manu tinha ficado com alguém na praia enquanto ele estava fora, mas não se importou muito por que foi escolha dele ficar solteiro nessa fase. Depois descobriu que Manu não quis voltar com ele logo que voltou dos EUA, pois esse cara da praia iria visitá-la no carnaval. Aí ele já ficou bravo e cheio de ciúmes. Logo na sequência dessas crises de ciúmes, o irmãozinho de Manu acabou falando sobre o sumiço de Manu durante a virada do ano. Diz que foi uma briga bem feia, Pedro fez Manu contar tudo o que aconteceu (ela ainda assim, escondeu bastante coisas, segundo minhas primas). E foi assim que eu virei o vilão da história deles.

Eu já tinha decidido que não iria passar o réveillon novamente naquela praia, não com Manu e Pedro por perto. Comprei passagens de volta para minha cidade. No dia 28 de dezembro de 2010, foi a última vez que fui até a casa de Paulo para beber. Infelizmente Pedro estava lá, mas não me importei, eu estava me despedindo dos meus amigos e ignorei ele a noite toda. Era nítido o ódio que Pedro tinha por mim e nítido o pesar que Manu me olhava.

Durante essa mesma noite, Manu passou por mim quando foi pegar uma bebida, disse bem baixinho “desculpa mesmo, de coração, mas se for te ajudar, às vezes eu ainda sonho com aquela nossa virada de ano”. Discretamente eu sorri e disse “sim, ajuda sim”. Ela sorriu, pegou a bebida e foi embora.

Bebemos bastante, a noite estava acabando e comecei a me despedir das pessoas. Eu passei direto por Pedro, o ignorando e dei um abraço em Manu e falei algumas coisas para ela. Ele ficou bravo e isso me animou. Eu estava quase saindo de perto de Manu quando Pedro resolveu mexer comigo.

– Amor, aonde tem uma farmácia aqui perto para eu ir comprar camisinhas? – Pedro perguntou alto para Manu para todos ouvirem.

– Só descer a rua, na quadra de baixo tem uma farmácia 24 horas – eu falei olhando para Pedro, depois olhei para Manu – você está usando camisinha agora?

O rosto de Manu avermelhou-se e Pedro se enfureceu e saltou da cadeira, mas antes que ele pudesse vir para cima um amigo nosso já estava segurando ele. Olhei para Manu e gesticulei com a boca “desculpa”. Ela fez um não com a cabeça e depois deixou escapar o sorriso discreto. Fui embora e não a vi mais.

Eu não sabia naquele momento, mas foi a última vez que passei as férias naquela praia de Florianópolis. Minha tia vendeu a casa no meio de ano, por problemas financeiros. Ainda me dói saber que minhas últimas férias lá foram daquele jeito.

O bom de se contar uma história que aconteceu a bastante tempo, é quase sempre ter um desfecho concluído. Manu e Pedro namoraram por 2 ou 3 anos, mas Pedro era bábaca demais, demorou um pouco para Manu perceber, mas quando percebeu, eles romperam. Voltamos a conversar, dessa vez pelas redes sociais.

“Beto, eu queria te convidar para minha formatura. Finalmente me tornarei uma dentista e queria muito que você participasse desse momento comigo. Sei que nosso último encontro não saiu como esperado, mas prometo que dessa vez vai ser diferente. Não me entenda mal, mas dessa vez não é um convite para transar (deu uma risada), quem sabe podemos recomeçar uma amizade de alguma maneira”.

Era tudo o que eu queria, até meses atrás. Infelizmente a vida é feita de escolhas, Manu escolheu o caminho mais fácil lá em 2010, dessa vez era minha vez de fazer uma escolha, e eu também escolhi o mais fácil. Eu estava iniciando o namoro com uma mulher fantástica e decidi ir fundo ali.

Neguei o convite, expliquei a situação e mandei uma foto da correntinha que ela tinha me dado como recordação, dizendo “prometo que nunca te esquecerei”. Manu só me respondeu 1 semana depois, mandou uma foto segurando minha palheta do violão que eu tinha perdido lá em Florianópolis em 2010, dizendo “Já que você não me deu nada, eu tive que roubar. Se um dia vier para Curitiba, não deixe de me avisar. Nunca lhe disse isso, mas obrigado pelo melhor fim de ano que tive. Beijos e se cuida”.

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Comentários

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Que história em?

Que pena k não deu certo, pois foi intenso, muitas vezes fazemos escolhas erradas, não percebemos k nossa felicidade está ao nosso lado.

Mas enfim é isso ficou a recordação e a luta continua .

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Joe meu bom, que delícia de conto. Realmente, inspirador, nos remeteu a um tempo maravilhoso de nossas vidas, a juventude. Nota Mil. Bem escrito e bem contado. Passo a passo, momento a momento. Todas as estrelas

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Esse foi aqueles contos que eu amei escrever. Nossa, cada memória revivida que fui a loucura aqui.

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Sensacional!

Lembrou um pouco do tempo em que eu e minha agora esposa vivemos em Floripa.

Gostamos tanto que viemos em definitivo.

Parabéns novamente! Escreves muito bem!

👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻

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Muito obrigado! Florianópolis é um lugar muito especial, não atoa, é chamado de Ilha da Magia. Sempre que dá eu vou para lá. Pelo menos 1 vez ao ano.

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Que conto lindo!!! É exatamente o tipo de texto que amo escrever. Dá uma lida nos meus textos, e você vai ver que temos até estilo parecido. Coincidência também de termos tido histórias no litoral de Santa Catarina. Adorei!!

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Muito obrigado, vou ler sim, ainda mais que adoro esse estilo mas não encontro muito por aqui. Foi um dos motivos que me iniciaram na escrita.

Litoral de Santa Catarina é um lugar mágico, sempre que vou pra lá tenho algo para contar.

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Cara a melhor, e digo com toda a propriedade de quem lê muitos contos aqui no site. Este é o melhor conto que eu já li aqui.

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Cara, muito obrigado mesmo. Fico feliz com isso, me dediquei bastante nesse aqui

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Mano, continue com seus contos, são os melhores do site

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Valeu mano. Vou continuar sim. Dei uma pausa mas já estou voltando.

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