Jornada de um Casal ao Liberal - Capítulo 14 - "Depois da Tempestade vem..." - Parte 8

Um conto erótico de Mark
Categoria: Heterossexual
Contém 6028 palavras
Data: 06/07/2022 16:51:25

[...]

A semana presencial chegou e Nanda viajou para São Paulo novamente. Como na primeira vez, me ligava durante o dia, antes de começar suas atividades na faculdade e depois que terminavam. Assim foi de segunda a quinta-feira. Na sexta, no meio da tarde, ela me ligou com um pedido inusitado:

- Oi, meu Morrrrr lindo! - Nanda me disse rindo, parecendo até meio alterada.

- Nanda!? Você andou bebendo? - Perguntei.

- Só dois chopinhos. Tudo bem com você e as meninas?

- Tudo tranquilo por aqui. E com você?

- Estou ótima! - Encarando-me pelo celular, após uma desajeitada piscadinha, disse: - Mor, eu tô mesmo liberada para fazer uma brincadeira por aqui?

- Que história é essa, Nanda!? - Me alterei, incomodado: - Explica isso direito.

- Nossa! Calma. Credo… - Se surpreendeu: - Deixa pra lá, vai!

- Não enrola, Nanda!

Depois de um tempinho, ela falou:

- É o seguinte: eu estava passeando no shopping hoje durante o dia com um casal de colegas de curso e topamos com um professor da faculdade. Ele nem é meu professor, mas eu sei que dá aula lá porque a gente já havia trombado nos corredores e ele me cumprimentou mais de uma vez. Daí aqui, papo vai, papo vem, ele notou minha tornozeleira mesmo eu estando de calça e, numa hora em que meus colegas estavam numa loja, perguntou na lata se eu era liberada.

“Professor!? Sei…”, pensei comigo já imaginando que fosse uma desculpa para sair com o Edinho. Não que ela precisasse de uma, pois ela estava em São Paulo e eu em nossa casa, há quase duzentos quilômetros de distância. Bastaria ela me dar um “perdido” qualquer e eu dificilmente descobriria:

- Acho que tá na hora de você rever o uso dessa tornozeleira longe de mim. Foi assim que aquela história do Marcos começou…

- Eu gosto de usá-la! É uma joia e acho bonita e não vejo mal algum. - Rebateu e continuou: - Então, é… Na hora, eu fiquei meio sem jeito, mas acabei respondendo que sim, só que não naquela noite porque estava longe de você. Ele praticamente não ouviu a última parte e me convidou para jantar depois das avaliações de hoje, até talvez esticar pela noite paulistana.

- E você respondeu o quê?

- Neguei, claro. Só que aí ele me convidou para conhecer a Inner. - Deu um sorrisinho sapeca: - E faz tempo que você promete me trazer e não cumpre. Eu sou curiosa, Mor!

- Então, Nanda, mas nem a gente não foi ainda porque eu queria passar um final de semana inteiro aí na capital com você. Só não tivemos a oportunidade. - Justifiquei e, claramente chateado, resmunguei na sequência: - Agora você acha justo estrear justamente com outro?

- Ah, Mor! Eu já tô aqui e como surgiu a oportunidade, pensei que não teria problema. Aliás, o convite dele foi apenas para eu acompanhá-lo, sem terceiras intenções.

- Claro! Ele quer ir com você num clube de swing sem terceiras intenções… - Ironizei.

- Para, né!? - Retrucou: - Uai! E eu não sou liberada? Não somos um casal liberal? Se rolasse algo, como eu estou te avisando e pedindo sua permissão, teria algum problema?

Ela literalmente jogou nossas regras na minha cara. Já não era mais um pedido, mas uma comunicação de que ela estava fazendo tudo conforme nosso combinado. Ainda assim, pelo momento que passávamos, não conseguia achar correto seu procedimento. Não sei se o que eu sentia era insegurança com a prática em si ou simples medo de que aquela história toda fosse apenas uma nova mentira:

- Decida então, Nanda! Já que está seguindo nossas regras, tome sua decisão. Agora, que essa história de professor está muito esquisita... - Falei, sem responder suas perguntas.

Ouvi nessa hora alguém conversar com ela, mas não consegui entender a conversa. Logo depois ela voltou:

- Tá tudo bem então, Mor. Deixa pra lá. - Ela me falou e voltei a ouvir ela falando com alguém: - Ele não quer e é um direito dele.

- Poxa. Você não é liberada, Fernanda!? - Agora ouvi um homem falando: - É um direito seu também!

- Ele é meu marido e são nossas regras. Se ele não está de acordo, eu não vou! - Ela insistiu.

- Nanda! Nandaaaa… - Falei, tentando chamar sua atenção, mas nada.

Desliguei a chamada e iniciei uma chamada de vídeo para ela que me atendeu na sequência, estranhamente constrangida por estar sendo filmada:

- Oi, Mor. A ligação caiu? - Ela me perguntou.

Ela parecia mais corada que o normal, certamente efeito dos chopes ou da surpresa no contato por vídeo. Perguntei:

- O tal professor está aí, não está, Nanda?

- Tá aqui do meu lado. - Respondeu agora ruborizada: - Por que?

- Por que você não me contou que ele estava aí desde o começo?

- Mor, eu só não queria…

- Quero falar com ele. - A interrompi.

- Pra que isso, Mor!?

- Só vou te falar uma coisa: a gente quase se separou porque você me omitiu aquela história no rodeio. Parece que você não aprende…

- Mor, desculpa. Não foi por mal…

- Passa o celular para ele! - Conclui, já bravo: - Se eu não conhecê-lo, a resposta é não! Se eu conhecê-lo e me simpatizar, quem sabe não posso mudar de ideia.

Vi que ela olhou para o lado como que cobrando uma posição dele. Então, ela passou o celular e um senhor na altura de seus cinquenta e tantos anos assumiu seu lugar no vídeo:

- Boa tarde, amigo. Rubens falando aqui. - Disse com uma voz grave de locutor de rádio, algo que eu não tinha.

- Rubens, o local em que vocês estão é discreto para conversarmos?

- Sim. Pode ficar tranquilo.

- Você acompanhou toda a conversa que acabei de ter com minha esposa?

- Praticamente toda.

- Então, que história é essa?

- História alguma, amigo! Eu só a convidei para jantar após as atividades de hoje na faculdade e depois perguntei se ela não queria me acompanhar numa esticada até o Inner Club.

- Só pela companhia, a passeio?

Vi quando ele perguntou para Nanda meu nome e voltou a encarar o celular:

- Mark, naturalmente se houver um clima entre eu e Fernanda, gostaria de aproveitar muito mais que um simples passeio com ela, afinal ela me disse ser liberada. - Ele encarava o celular sem constrangimento: - Mas só e somente se ela também quiser.

- Pelo menos, você é honesto. Serei contigo também: não te conheço e acho muito difícil liberá-la para você sem eu estar presente. Longe de mim, fico impossibilitado de protegê-la…

- Eu entendo! - Falou olhando para mim, depois para ela e novamente voltou a me encarar: - Mas e se eu te enviar cópia de algum documento, endereço, qualificação completa e te mantivermos sempre ciente de todos os nossos passos aqui?

- A parte dos documentos, eu entendi e acho legal, mas o fato de me manterem ciente não garante a segurança dela.

- Porra, cara! Manteríamos você atualizado de tudo pelo WhatsApp. Poderíamos até fazer chamadas de vídeo de onde estivéssemos, menos, de dentro do Inner porque costuma ter vigilância e a gente seria convidado a sair…

Pensei por um momento, analisando o semblante daquele homem e ele até parecia ser uma boa pessoa. Aliás, como um homem mais maduro, algo que ela ainda não havia experimentado, talvez até tivesse alguma coisa a ensinar para minha digníssima. Continuei:

- Rubens, foi um prazer te conhecer. Será que pode passar o aparelho para a Nanda novamente? Eu gostaria de falar com ela agora. - Falei.

Nanda pegou o aparelho, desligou o viva-voz e o encostou no ouvido:

- Oi, Mor.

- É sério isso!? Tá mesmo a fim?

- Tô curiosa pra caramba! Eu queria muito que fosse com você, mas como você não está aqui e eu sim, é uma chance de conhecer um local bacana pra gente ir outro dia, né?

- Ele não quer só passear com você…

- Talvez... Ele é legal, divertido e bem charmoso… Um coroão bem enxuto mesmo. Acho que até daria um esquema. - Disfarçou a conversa, mas deixando transparecer estar bastante excitada: - Mas só vou continuar se estiver tudo bem para você…

- A decisão é sua! Como você me jogou na cara agora há pouco, você está cumprindo todas as nossas regras. Então… Seja adulta e decida por si própria! - Apesar de chateado ainda a adverti: - Só se cuida: você tem filhas…

- E marido? - Ela completou.

- Nem parece… - Deixei escapar.

- Então, eu posso? - Ela insistiu sem conseguir disfarçar a alegria.

- Decida! Depois a gente conversa. - Falei e a adverti novamente: - Toma cuidado com bebida. Não beba do copo dele e não aceite que ele te compre. Você já teve experiência…

- Obrigada, obrigada, obrigada, Mor! - Me interrompeu: - Eu te amo muito.

- Tá.

- A gente vai se falando. Beijo.

Desligamos.

Sou sincero em falar que, apesar dela ser liberada, não gostei da atitude dela. Achei uma falta de consideração comigo, conosco! Nossa “reconciliação” era recente e eu agora já estava em dúvida se havia sido a melhor decisão. Ela já agia como se nada tivesse acontecido! Eu não voltaria atrás na minha palavra em tê-la liberado, mas esperava que ela tivesse um pouco mais de consideração.

Nesse momento o interfone de minha casa tocou e vi no celular que já eram quase cinco horas da tarde. Era meus pais que vieram perguntar se poderiam levar as meninas para pernoitar na chácara, pois duas vacas minhas haviam dado cria e eu havia prometido dá-las para elas. Claro que elas quiseram ir e foram fazer suas bagagens rapidinho, saindo com eles na sequência. Ainda chateado com minha conversa com a Nanda, fui me sentar em frente à televisão, tentando buscar alento em algum uma realidade alheia aos nossos problemas.

[...]

Em São Paulo, assim que desligamos a chamada de vídeo, me sentei na mesa com Rubens e a Sabrina, minha colega de curso e namorada dele. Eles me olhavam. Sabrina, ainda moçoila no alto de seus vinte e poucos anos, sorria feito boba com a brincadeira que eu acabara de fazer com meu marido. Ela era bem bonitinha, apesar de ser uma ruivinha claramente artificial com pouco mais de um metro e meio, tinha um corpinho de ninfeta de dar inveja a muita adolescente. Ela ainda tentava se acostumar às ideias da vida liberal que Rubens havia lhe apresentado e não acreditava que existiam casais que viviam tanta liberdade assim. Aliás, pela conversa que tive com o Mark, acho que ela ficou com mais dúvida ainda. Rubens, entretanto, com a experiência de vida que só o tempo pode ensinar, foi direto:

- Liga pra ele, Fernanda. Ele ficou bastante chateado com sua pegadinha.

- Eu tive a mesma impressão, Rubens. Tô achando que exagerei…

- Mas vocês não são liberais? Você não é liberada pra sair com outros caras? - Sabrina perguntou, querendo entender porque meu marido não teria gostado.

- Sim, eu sou! - Respondi, agora preocupada com o Mark: - Mas nós tivemos um problema há algum tempo, um carinha com que fiquei no passado e ele acabou descobrindo justamente por ele muito tempo depois, e quase nos separamos. Voltamos há pouco mais de um mês. Acho que talvez ele ainda não confie em mim como antes…

- Porra, Fernanda! E você conta isso só agora? Liga pra ele já! - Rubens praticamente se alterou: - Cê traiu o cara e ainda faz uma brincadeira dessas!? Cê é louca, meu!

- Quem disse que eu o trai? - Perguntei: - Aliás, isso não importa. Eu já ia ligar para contar da brincadeira.

- Não sei se você o traiu ou não, mas você disse que ficou com um cara e já saquei que escondeu dele. Não se cutuca alguém, principalmente se for o teu parceiro, quando ainda tem uma ferida aberta. - Ele insistiu.

Nem respondi e já peguei meu telefone para fazer uma chamada de vídeo para o Mark. O Rubens nem precisaria insistir para eu ligar, já era essa a minha intenção mesmo. Eu só me toquei da extensão do estrago que a brincadeira tinha causado quando vi sua cara abatida no celular ao me atender:

- Oi, Nanda. O que foi agora?

- Mor, por que você está com essa carinha?

- Nada! Só uma dor de cabeça.

- Eu te conheço, Mark. Você ficou chateado comigo, não foi?

Ao invés de me responder, ele ficou me olhando em silêncio no telefone. Nem consigo imaginar o que poderia estar pensando, mas por sua cara, era alguma coisa muito séria. Fiquei com medo que minha brincadeira tivesse servido de estopim e ele pudesse estar cogitando novamente uma separação:

- Nanda, eu vou desligar. Não estou a fim de conversar agora. Vai aproveitar tua noitada. - Me falou.

- Não. Mor, espera! Foi só uma brincadeira. Eu não vou em lugar nenhum sem você…

- Brincadeira!? - Agora ele me encarou bravo através do aparelho.

- É... O Rubens realmente é professor na faculdade em que estou fazendo um curso, mas ele é namorado da Sabrina, uma colega do meu curso que descobriu que sou liberal pela minha tornozeleira. - Falei e mostrei os dois sentados lado a lado numa mesa atrás de mim que acenaram para ele: - Desculpa, Mor. Eu não queria te chatear. Era só pra ser uma brincadeirinha, mas tô vendo que exagerei, não foi?

- Brincadeira de merda, hein, Nanda! A gente quase se separou e você me apronta uma dessas? Não teve graça alguma!... - Falou alterado do outro lado da chamada.

- Mor, calma. Desculpa!

De repente a chamada foi encerrada e eu não sabia se havia caído ou se ele havia desligado. Uma coisa, entretanto, tinha ficado bastante clara: ele tinha ficado mais chateado do que eu imaginava. Olhei para o casal de amigos na mesa e eles me encaravam apreensivos:

- Liga outra vez, Nanda. - Sabrina falou, recebendo um balançar positivo de cabeça do Rubens.

Tentei fazer uma nova chamada de vídeo, mas ele não me atendeu. Tentei mais algumas vezes e nada. Eu já estava ficando nervosa com a mais nova cagada que eu havia feito, mas Rubens, ao me ver já preocupada, decidiu tomar a frente:

- Calma, Fernanda. Deixa eu ligar para ele.

Vi quando ele fez uma ligação e Mark o atendeu na primeira tentativa. Rubens então colocou no viva-voz e falou:

- Mark, é o Rubens. Por favor, não desliga, cara! Deixa eu me desculpar com você. A intenção da tua esposa era só fazer uma brincadeira para depois te convidar para vir pra cá para aproveitarmos os quatro. Ela só não tinha nos avisado que vocês ainda estão num período meio delicado, senão eu nem tinha topado o trote. Agora que ela falou, meio por cima, que vocês tiveram um desentendimento, eu entendi na hora que a brincadeira pegou mal.

- Rubens, eu não te conheço e sinceramente começamos muito mal mesmo, mas fica tranquilo: você não me deve explicação alguma! - Mark tentava se conter, mas pelo tom de sua voz, era nítida sua raiva: - Ela é que deveria ter pensado um pouco mais antes de aprontar mais essa!

- Por favor, cara… Ela já entendeu a merda que fez. Tá quase chorando aqui! Conversa com ela. Foi só uma brincadeira boba feita numa hora errada, não foi por maldade. - Rubens insistiu.

Antes que eu pudesse responder, Nanda entrou na conversa:

- Mor!? - Falei e, como ele não respondia, insisti: - Mor?

- O que foi, Nanda?

- Desculpa, juro que não queria te magoar. É claro que eu não ia sair sem você. Pensei que a gente já estivesse de boa para brincar um com o outro. Só isso!

- Nanda, para! Não tenta justificar para não piorar o que já não está bom.

- Poxa, Mor… Me desculpa, vai!? Vem pra cá ficar comigo. Hoje, vem hoje! Ainda é cedo e o tempo está limpo. Dá pra você chegar aqui tranquilamente antes de eu sair da faculdade. É só deixar as meninas nos seus pais…

- Elas já foram, Nanda. - Acabou me interrompendo: - As bezerrinhas nasceram e meu pai veio buscá-las.

- Ótimo! Então, vem pra cá. - Insisti, esperançosa: - O convite para irmos na Inner até é verdadeira…

- Ah, é!? - Ele respondeu, ironizando.

- Não! Não nesse sentido. Não eu e ele. - Tentei me justificar: - Mas a gente e eles. Só pra gente conhecer e curtir a balada. Vem pra cááááá!

- Não tô a fim de pegar quase quatro horas de rodovia, Nanda. Vai ficar para a próxima…

Por mais que eu estivesse errada, e errei feio mesmo por não ter avaliado que ele pudesse estar ainda fragilizado, alguma coisa não estava certa. Normalmente, ele me xingaria, mas perdoaria e ainda me daria uma gostosa surra na cama, mas hoje ele estava arredio, doído e eu não entendia o porquê:

- Mor, o que tá acontecendo? Não pode ser só a brincadeira que eu fiz! Tudo bem que ela foi sem graça, besta mesmo, idiota, mas ela não te deixaria tão pra baixo assim.

- Deixa pra lá, Nanda.

- Não deixo, não! Tá acontecendo alguma coisa e eu quero saber o que é! Espera aí, um pouco. - Pedi licença para meus amigos, peguei o celular e desliguei o viva-voz: - O que tá acontecendo? Fala pra mim!

- Não é nada! Eu só não vou pegar rodovia agora. Já bebi umas cervejas e isso nunca dá certo.

- Nada o caramba! Eu te conheço… - Ainda insisti: - Você me pediu honestidade e está certíssimo em fazer isso, mas eu também quero que você seja honesto comigo. Eu fiz alguma coisa que te desagradou, fora essa brincadeira, é claro?

- Não. Fora essa merda, não fez nada. Nanda, a gente conversa depois. - Falou aparentemente com a voz embargada.

- Você está chorando!? Mark, o que está acontecendo? Fala comigo ou eu largo tudo e vou embora pra casa agora.

- Fica tranquila. Acho que só estou meio emotivo pela cerveja…

- Você, emotivo!? Qual é, Mark! Vou fazer uma chamada de vídeo. Me atende ou eu vou embora. - Falei e desliguei na sequência a ligação no celular do Rubens.

- O que foi, Nanda? - Ele me perguntou aflito ao lhe devolver o aparelho.

- Não sei, mas está acontecendo alguma coisa com o meu marido e ele não quer me contar. - Respondi.

Peguei o meu celular na sequência e iniciei uma chamada de vídeo para ele. Mark me atendeu e seu semblante estava horrível. Meu trote foi ruim, mas tive certeza na hora que alguma outra coisa estava sobrecarregando ele:

- Mark, fala comigo! - Fui autoritária como poucas vezes em nosso relacionamento: - Pode começar.

- Está tudo bem, Nanda.

- Não está! Estou vendo na sua cara. - Realmente ele estava com um olhar triste, distante: - Se arrependeu de ter reatado?

- Não, Nanda.

- A Denise está grávida?

- De onde você tirou isso, criatura!? - Me perguntou com os olhos arregalados e, apesar de tudo, começou a rir: - Caramba! É cada ideia…

Fiquei feliz por tê-lo animado um pouco, mas ainda não estava satisfeita:

- Você não vai me contar, né? Tudo bem! Estou voltando pra casa.

- Nanda, para! Está tudo bem.

- Não. Não está. Estou vendo na tua cara. Como você quer me cobrar honestidade e não é honesto comigo?

- Para! Para… É só bobeira minha e já passou. Acho que foi alguma insegurança besta, sei lá... - Me falou, agora com um sorriso no rosto: - Faça tuas atividades aí e amanhã a gente conversa com calma aqui em casa.

- Mor?

- Fica tranquila. Eu te prometo.

Acabei aceitando sua promessa, meio que a contragosto, e nos despedimos. Voltei para a mesa em que Sabrina e Rubens me aguardavam, curiosos;

- Se ele ainda está machucado, qualquer brincadeira mal entendida acaba sendo motivo pra briga, Fernanda. - Falou Rubens.

- Você não o conhece ainda, Rubens. O Mark é duro como uma rocha. Já estávamos bem em casa. Parecia que estávamos em uma lua de mel. Alguma coisa aconteceu e eu ainda não sei o que é, mas vou descobrir. - E completei, tentando agora tranquilizar a mim mesma: - Mas, dessa vez, eu sei que não fiz nada! Fora essa brincadeira idiota, eu não fiz nada.

[...]

“Mas que filha da puta!”, pensei comigo. Por que fazer uma brincadeira idiota dessas comigo? Ainda mais agora. Filhadaputagem sem tamanho! Pensei até em ir para São Paulo, tentar dar um flagra nela, mas isso seria muito difícil, porque eu pouco conhecia a cidade. Eu me perderia fácil dela ou nem a encontraria. Fiquei matutando os fatos e uma coisa não fechava: se ela estava me traindo, por que me convidar para ir até seu encontro?

Contra todas as probabilidades, decidi ir até São Paulo. Tentaria dar um flagra ou já resolveria de vez tal situação. Quando me arrumava para sair, ouvi uma notificação em meu celular. Era da Nanda:

Ela - “Estou indo para o hotel e daqui a pouco vou para a faculdade. Desculpa de novo não ter sabido te entender. Eu te amo!”

Alguma coisa não batia, mas eu não conseguia me posicionar direito naquele tabuleiro. Bem que meu professor de psicologia jurídica dizia que não conseguimos raciocinar direito estando dentro do problema. Infelizmente, eu não teria como me afastar para enxergar melhor.

Tomei um banho rápido, me vesti e saí para São Paulo. Não acreditava no flagra, mas torcia pela chance de consegui-lo. Em aproximadamente três horas cheguei na capital e meia hora depois, estacionava numa vaga de sua faculdade. Fui até a portaria e observei que havia um rígido sistema se segurança biométrico para registrar entrada e saída de alunos. Me identifiquei na portaria como marido de uma das alunas e eles confirmaram, autorizando minha entrada com um crachá eletrônico. Depois de me informar sobre a sala em que o curso é ministrado, fui rápido pelos corredores. Lá chegando, a sala vazia e com as luzes apagadas, embora houvesse indícios de aula recente. Me informei com um faxineiro e ele me informou que somente tiveram uma avaliação no início daquela noite, mas já haviam ido embora. Ela não havia me falado nada sobre isso e a pulga atrás de minha orelha começou a pular. Eu já estava saindo, certo de ir até o hotel dela e confrontá-la, caso a encontrasse, quando vejo uma aluna entrar na sala para buscar alguma coisa:

- Moça! Oi. Tudo bem? - Falei.

- Tudo.

- Acho que estou meio perdido. Combinei de encontrar uma amiga aqui, mas acho que me confundi. Hoje vocês não teriam aula?

- Mudança de cronograma de última hora. Estamos tendo uma palestra no auditório central.

- Ah… Muito difícil de chegar lá?

- Que nada! Estou indo pra lá. Vem comigo.

Seguimos lado a lado pelos corredores até chegarmos a um grande auditório. Agradeci e me sentei mais na parte de trás, enquanto os alunos se amontoavam nas primeiras fileiras. Depois de um tempo, vi a Nanda sentada na segunda fileira da direita, três ou quatro à minha frente. Para quem poderia ter um amante, ela usava uma roupa bastante discreta, praticamente sem maquiagem e usando os óculos que ela tanto odeia. Pouco depois de minha chegada, um sinal tocou e uma pausa para o café foi anunciada. Quase todos alunos saíram por uma porta lateral, ficando apenas ela que anotava alguma coisa e mais duas meninas.

Numa outra porta lateral, vi a presença nefasta de Edson entrar. Ele não se fez de rogado e chegou nela sem olhar para os lados. A beijou no rosto e se sentou ao lado dela, falando alguma coisa, que ela ouvia atentamente, mas no final negou. Vi que ele insistiu um pouco mais ainda, mas ela falava alguma coisa como que tentando explicar algo. Por fim, ele pareceu convencido e lhe deu um beijo no rosto, saindo pela mesma porque por onde entrou. Pouco depois um sinal tocou e os alunos foram voltando para seus lugares. Estava perdido em meus pensamentos, tentando entender tudo, quando ouço:

- Psiu! Ô rapaz, senta aqui na frente com todo mundo. - Me chamou o palestrante.

Naturalmente todos os alunos começaram a rir com o vacilão e se voltaram para trás para ver quem seria o desgarrado da matilha. Nanda igualmente se voltou, sorrindo, e ficou branca ao me ver, arregalando os olhos. Pouco depois, abriu um imenso sorriso e, saindo de sua cadeira, veio me beijar. Começou uma pequena algazarra entre os alunos, contornada por um homem, provavelmente professor ou organizador do curso. Ainda assim consegui ouvir:

- Aí, hein, mineirinha! De boba você não tem nada. - Alguém gritou da multidão.

- Meu marido. Dá licença! Ele veio lá de Minas para me ver. - Respondeu enquanto me puxava para os bancos da frente.

Me sentou ao seu lado e se agarrou em mim. Os olhos dela brilhavam de felicidade e eu ficava cada vez mais confuso. A palestra continuou e agora ela deu um jeito de deitar em meu ombro:

- Tô tão feliz! - Me disse, baixinho.

Um bom tempo depois, fizeram uma nova pausa para um café e ela perguntou se eu queria um. Aceitei, porque em Minas seria uma desfeita recusar, e saímos pela porta lateral até uma máquina automática no corredor:

- Café de Robocop? - Perguntei.

- Esse ainda é gostosinho, mas nem pensa em comprar aquele pão de queijo de pacotinho. Horrível demais da conta! - Me respondeu: - Parece isopor.

- Até que é gostosinho mesmo. - Falei após provar o café.

- Nem acredito que você está aqui. Adorei a surpresa! - E já mudando de assunto: - Mas você ainda está estranho e eu quero saber o que está acontecendo.

- Você não tem nada para me contar? - Perguntei a encarando.

- Você viu o Edinho, não é? - Ela me perguntou, abaixando seu olhar.

- Se tem alguma coisa para falar, a hora é essa. - Insisti.

- Não teve nada demais. Ele só me convidou para jantar e eu recusei. Daí ele disse que não aceitaria um “não” como resposta e voltaria depois da aula para me dar uma carona e me levar para jantar. Eu acabei não dizendo sim nem não, porque estava ocupada e ele saiu. Juro que foi só isso.

Nesse momento estávamos conversando lado a lado, olhando a paisagem urbana por uma janela, quando dois braços envolvem sua cintura por trás e alguém encosta a cabeça na dela pelo lado oposto ao meu. Ela só arregalou os olhos e lhe deu uma cotovelada na barriga, surpreendendo-o e fazendo com que ele a largasse:

- Caralho, Nan-Má, que é is… - Ele nem terminou a frase quando me viu ao lado dela: - É… Ahamm! Bom, desculpa. A gente se fala outra hora.

Eu só olhei para ela e me voltei para a janela, tremendo de raiva:

- Por favor, eu não fiz nada… - Disse e colocou a mão em meu ombro: - Você viu! Eu não fiz nada. Juro que não estou mentindo para você. Acredita em mim, Mor!

O sinal soou novamente e os alunos começaram a se movimentar em direção ao auditório. Logo, o corredor começou a ficar vazio. Ela segurou em minha mão e me convidou:

- Vem. Vamos entrar.

- Pode ir, Nanda. Vou tomar mais um café e respirar um pouco…

- Mark…

- Pode ir! Eu não vou embora. Acho que a gente realmente precisa conversar. Daqui a pouco eu entro. - Vendo sua indecisão, insisti: - Vai!

Ela foi em direção à porta, ainda me olhando e deu uma trombada de leve no batente, fazendo um barulhão e me dando um sorriso embaraçado:

- Isso não é porteira, não, mineira! - Ouvi alguém gritar lá de dentro e ela depois didaticamente o mandando a merda, seguido de risadas e aplausos dos demais.

Comprei mesmo um café e fiquei bebericando ali enquanto tentava decidir o que fazer. O pior é que nada me ocorria. Fui interpelado por um bedel do porquê de eu estar fora da sala e sorri com a situação. Depois de explicado que eu era um visitante e de mostrar meu crachá, ele seguiu seu caminho. Voltei para a sala, pela mesma porta por onde entrei originariamente e me sentei outra vez nas fileiras de trás, acompanhado de meu cafezinho. Ela olhava insistentemente para a porta lateral, aparentemente ansiosa por meu retorno e começou a roer a unha, algo que eu abominava. Vi quando pegou seu celular e começou a digitar alguma coisa. Logo, eu recebi uma mensagem:

Ela - “Mor, onde você está?”

Eu - “Tomando meu café! Até que não é ruim mesmo…”

Estranhamente, ela continuou digitando e pelo tempo que levou, a mensagem era grande. Só que dessa vez nada chegou no meu aparelho. Eu olhava em sua direção, mas sou sincero em dizer que não via mais minha esposa. Eu estava perdido em pensamentos e só me dei conta dela quando ela já estava se sentando do meu lado com semblante preocupado, segurando minha mão. Nessa hora eu a encarei e acabei deixando escapar todo o meu desespero:

- Você tá me traindo, Nanda?

[...]

Alguma coisa acontecia com o Mark, mas eu não sabia o quê. Minha brincadeira fora idiota, mas ele tiraria de letra. A gente sempre brincava um com o outro. Era um jeito nosso tirar sarro um do outro e depois nos pegarmos gostoso para cobrar uma “justa indenização” pela trolagem. Eu não entendia, mas eu iria cobrar alguma explicação dele. Honestidade tem que ser para os dois lados: quer de mim, quero dele também!

Já no hotel, tomei um bom banho e coloquei uma lingerie bonita, mas normalzinha, nada de renda ou cores vibrantes. Queria conforto para um novo dia de atividades acadêmicas e, sem o Mark, não teria nenhuma atividade depois da faculdade que justificasse um capricho maior. Jeans, uma blusinha e uma sandália de meio salto se somaram. Uma leve maquiagem, um batom discreto e um penteado normal. Pronto! Lá vou eu para a faculdade.

Em virtude da presença de um grande empresário na faculdade, que seria uma ótima oportunidade para todos aprendermos com um profissional da área, alteraram o cronograma e substituíram as avaliações por um trabalho. Fomos então todos para o auditório aprender na prática o que era administrar uma empresa. Robert Rodolfo Rios era seu nome, CEO de uma empresa da área de eletrônica. Fomos apresentados a ele que, humildemente, veio cumprimentar um por um dos alunos:

- É um prazer, senhor Robert. - Falei.

Naturalmente me destaquei no meio de todos, porque meu “R” caipira cantou alto no “prazer” e no “senhor”. Todos riram e eu fiquei vermelha:

- Linda entonação, minha querida. - Ele me falou, tentando contornar minha vermelhidão: - Piracicabana ou mineira mesmo.

- Mineira do interior. - Meu “R” soou bonito no “interior”.

- Não se envergonhe. É um lindo sotaque. - E ainda me cantou: - Lindo como a dona.

Fiquei roxa e me sentei assim que ele foi para o próximo aluno. Sabrina ria de se acabar de meu constrangimento. Terminada essa fase de apresentações e cumprimentos, ele partiu objetivamente para a palestra, falando um pouco de sua vida, formação e experiência. Ele realmente parecia saber do que falava, pois tinha uma grande facilidade em traduzir os termos técnicos para ações e as ações para palavras que me encantou. “Taí um tiozinho que eu pegaria.”, pensei para mim mesma enquanto observava aquele maduro senhor entre seus cinquenta e poucos, talvez sessenta anos, mas muito bem conservado. Tive a impressão dele me olhar uma ou duas vezes de uma forma mais intensa, mas talvez fosse só impressão, afinal a sala estava cheia e eu poderia não ser o alvo. Quem sabe…

Pouco depois, soou o primeiro sinal de intervalo e todos saíram para um café. Eu, boa aluna e não uma aluna boa, terminava de fazer alguns apontamentos em meu bloco de notas quando fui surpreendida por um beijo quase na boca do Edinho:

- Oi, Nan-Má. É hoje? - Me perguntou.

- Hoje, o quê, Edinho? - Perguntei de volta.

- Que você vai me dar o prazer de sua companhia num jantar.

- Eu já te expliquei que não dá! - Falei negando enfaticamente com a cabeça: - Sou casada, estou muito bem com meu marido e não quero que ninguém venha a pensar mal, ou pior, fazer fofoca para ele.

- Caramba, Nan-Má. É só um jantar. Você não come?

- Claro que como.

- Então… Janta comigo. Seremos apenas dois amigos aproveitando uma boa comida e lembrando bons momentos.

- Não somos amigos, Edinho. Fomos quase namorados.

- Uai! Então… Amigos com bônus. - Disse e sorriu, maliciosamente.

- Ainda assim…

- Vamos fazer assim: você pensa, no final das aulas eu volto e você me responde.

Dito isso, se levantou me dando outro beijo na bochecha e saiu. Continuei na minha e logo o sinal soou e meus colegas voltaram para o auditório. A apresentação reiniciou e logo Robert chama nossa atenção:

- Psiu! Ô rapaz, senta aqui na frente com todo mundo.

Todos começaram a rir e eu já pensei no Fabinho que, ou devia estar bêbado, ou fumando um baseado no fundo da sala. Quando olhei para trás e vi o Mark me olhando todo sério, gelei, já pensando: “Será que ele viu alguma coisa?”. Tentei disfarçar e fui lépida, faceira e sorridente ao seu encontro, beijando-o com vontade. Claro que a sala vibrou e alguém falou alguma coisa para mim que eu não entendi, mas voltei vitoriosa e feliz com meu marido nos braços, dizendo:

- Meu marido. Dá licença! Ele veio lá de Minas para me ver.

Eu estava radiante. Aliás, mesmo que ele tivesse visto alguma coisa, eu não fiz nada de errado. O Edinho que veio me convidar e ainda assim eu recusei. Me portei muito bem e ele teria que compreender. Ele se sentou ao meu lado e eu me agarrei nele, praticamente esqueci da palestra. Robert discorria alguma coisa sobre a importância do Marketing para a sobrevivência e crescimento saudável de uma empresa, mas eu já não ouvia direito. Eu estava tão feliz do meu marido ter vindo de longe para ficar comigo, que ele já nem importava mais.

Algum tempo depois, soou outro sinal para um intervalo e o convidei para tomar um café. Eu precisava e acho que ele também gostaria. Fomos e nos servimos numa máquina automática que, apesar de não estar aos pés de nosso coador “pé-de-meia”, também não fazia feio. Ali, em frente para uma janela que dava uma visão privilegiada para a noite paulistana, ele me perguntou objetivamente se eu não tinha nada para lhe contar. Eu entendi na hora que ele tinha visto toda a cena do Edinho para cima de mim e me abri com ele, contando do convite para jantar que eu havia recusado, mas que ele insistia em que eu aceitasse.

Como sempre, me ouviu pacientemente e pareceu ter se convencido com minha explicação, até que o Edinho tentou me abraçar por trás, me obrigando a lhe golpear a costela com raiva. Naquele momento, temi que o Mark o arrebentasse, mas ele se controlou exemplarmente. O Edinho nem teve tempo de reclamar comigo, pois, ao ver o Mark o encarando, saiu de mansinho. Expliquei o óbvio para ele: eu não tinha feito nada! Aparentemente ele entendeu, mas vi um ódio represado nele que não via há tempos.

O sinal soou novamente e ele me fez entrar, dizendo que viria depois, mas não veio. Eu olhava para a porta, na esperança de que ele entrasse, mas nada. O tempo passou e temi que ele tivesse ido embora. Peguei meu celular e teclei:

Eu - “Mor, onde você está?”

Já estava agoniada, mas me acalmei quando recebi sua resposta:

Ele - “Tomando meu café! Até que não é ruim mesmo…”

Decidi que já era hora de mandar aquela amizade com o Edinho para o inferno. Se ele ainda tinha alguma esperança, deveria perdê-la de vez, porque eu não queria correr nenhum risco de perder meu marido. Com meu celular em mãos, digitei meu testamento:

Eu - “Edinho, você está louco!? Quem te deu o direito de me encoxar daquela forma no corredor? E do lado do meu marido! Qual é sua intenção? Está querendo acabar com meu casamento.”

Eu - “Quero deixar uma coisa bem clara para você. SUMA DA MINHA VIDA! Estou casada, feliz e não tenho intenção alguma de magoar meu marido. ME ESQUEÇA DE VEZ!!!”

Ele visualizou a mensagem, mas não respondeu nada no momento. Melhor assim, ou aquilo iria viria uma verdadeira “DR” e eu não tinha nenhuma relação que valesse a pena discutir com ele. Eu continuava preocupada com o Mark, ele não entrava na sala. Daí me ocorreu que ele havia entrado pela porta de trás e ao me virar o vi lá, sentado sozinho, triste, cabisbaixo, olhando na minha direção, mas sem expressão alguma.

Juntei minhas coisas como consegui, jogando tudo na minha bolsa e fui em sua direção. Ele estava apático, não me viu levantar, me aproximar, nada. Só deu conta de que eu estava do seu lado, quando eu me sentei e segurei sua mão. Eu o encarava e não sabia o que falar, mas quando ele me perguntou se eu o estava traindo, eu soube que precisava fazer alguma coisa. Só não sabia o quê.

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Foto de perfil de Mark da NandaMark da NandaContos: 192Seguidores: 531Seguindo: 20Mensagem Apenas alguém fascinado pela arte literária e apaixonado pela vida, suas possibilidades e surpresas. Liberal ou não, seja bem vindo. Comentários? Tragam! Mas o respeito deverá pautar sempre a conduta de todos, leitores, autores, comentaristas e visitantes. Forte abraço.

Comentários

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...🤔...rs para viver com à Nanda, o sujeito não pode ser cardíaco kkkkkkkk, puta que pariu véi...rs...de tédio o Mark não morre ...kkkkkkk

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Rachei o bico Negão23. Me dobrei de tanto rir. No fundo, você resumiu numa frase uma grande verdade. Se o Mark for cardíaco tá FU! Hahaha Essa Nanda é mesmo uma das melhores personagens que surgiram este ano por aqui. E temos uma seleção delas!

Amanda, Renata, Nanda, Sheila, Andréa, Bia, Maria Madalena, Miúcha, Silvana, Jen, Helena, Lívia, Fátima, Guilhermina, como não ficar maluco com elas? Hahaha

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Mark esse seu estilo de narrar, intercalando entre o seu pensamento e o da Nanda, ficou muito legal. Vcs são corajosos em se exporem em um site onde o anomimato protege a fúria e a valentia de pessoas que, presencialmente, não

teriam coragem para dizer 1/10 do que se aventuram a dizer aqui. Gosto de tomar cuidado com as palavras ditas aos autores, pois os contos que comento, 99% são de autores que gosto de ler. Portanto, procuro incentivar o autor a continuar escrevendo, principalmente porquê alguns gostam e buscam incentivo justamente nos comentários dos leitores. Mas esse cuidado, no caso dos teus contos, é redobrado, pois os personagens estão sujeitos diretamente aos reflexos desses comentários e respondem ao vivo. Sou cauteloso, mas acho muito legal. Parabéns mais uma vez.

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Puxa wstou ansioso para ver a continuidade do relsto e saber o wue aconteceu depois. Inclusive quem é que está postando essa ontriga.

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Correto, amigo!

Por isso, o perdão foi fácil nessa oportunidade.

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A Nanda gosta de viver perigosamente. Ainda bem q o Mark já é careca kkkk

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Tenho três mulheres em casa, amigo.

Preciso falar mais alguma coisa!?

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Bom dia meus queridos, este casamento de vcs e uma caixa de ovos,cada narrativa um desse ovos se quebra ,e Mark está a ponto de explodir,confesso que até sinto pena do Mark , Nanda vc fez uma pegadinha de mal gosto,era para ser mais sensível naquela ligação não se brinca assim,e agora como vai ser.as provas,as fotos espero tudo seja resolvido,vou conversar com meu analista ou eu para de ler suas histórias ou vou alagar o rio de janeiro com minhas lágrimas,bjs queridos

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Se for pra acreditar que tudo que aconteceu nesse relacionamento é real e se nós não soubéssemos que o casamento ainda está de pé (não sei se firme e forte) diria que o Mark insiste em dar murro em ponta de faca pra manter esse casamento.

Até o momento que a não passava de uma brincadeira de mal gosto há ida dela na casa de swing com um total desconhecido eu já pensei que ela não aprendeu nada com o que aconteceu no passado (todos sabemos do que estou falando) e quando o Mark aceitou isso eu pensei em duas coisas ( ou ele também não aprendeu nada ou ele não se importa mais porque o amor dele por ela acabou e ele cansou de lutar, eu fico com a segunda opção)

Eu não acredito que a Nanda tenha traído o Mark porque se ela fez isso e ele está com ela até hoje eu não sei que adjetivo colocar aqui sem ser mal educado.

E por fim é engraçado a imaturidade da Nanda de sempre achar que nunca faz nada de errado.

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Continuo achando que a insegurança e o jeito controlador do Mark potencializa todo e qualquer deslize qua a Nanda possa ter tido.

Com um pouco mais de compreensão e jogo de cintura, mais da metade de tido esse caos teria sido evitado.

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O amadurecimento é assim!

Depois que se aprende, a vida passa a fluir melhor

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Mark e Nanda, como sempre estou chegando depois que o baile já está no meio, mas eu gostei muito dessa parte de transição, bem realista, apesar dessa brincadeira sem-noção da Nanda e fora de hora, pois não percebeu que as coisas ainda poderiam estar sensíveis com o Mark, mas tudo se encaixa dentro de uma previsibilidade crível. Parabéns, a história avança muito bem, os altos e baixos da relação vão se tornando o elemento de manutenção da tensão constante dentro da trama, e a "vida liberal" como um coadjuvante que está sempre presente no roteiro mas só aparece em cena para atrapalhar, se é que me entendem. Desde o surgimento do Marcos, o Juiz, que a vida liberal vem sendo o fator de desestruturação da relação, não estavam sabendo lidar com isso, e claro, sendo uma narrativa do passado, mostra como em alguns casos, para alguns casais, as tempestades são muito mais frequentes do que os dias se mar calmo, vela enfunada pelo vento, e sol brilhando. Tem casais que a trajetória pelo mundo liberal realmente coloca muita tempero forte demais na parceria. Mas é cada um com sua história. Isso que é bom. Parabéns Mark, muito boa mais uma parte. Com as estrelas mais do que merecidas. .

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insegurança com falta de confiança é a receita pro fracasso. pior que geralmente andam de mãos dadas. Ansioso para os próximos capitulo

ótimo conto 3 estrelas e pouco.

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Caracas Mark por favor nos presenteie com muito mais muito mais sobre vcs cada hora uma coisa nova. A insegurança do Mark é foda eu já passei por isso pois minha esposa teve uma aventura a dois anos atrás traiu minha confiança e até hoje é difícil não pensar ou achar que tem algo.

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Só quem passou por uma situação dessas entende o que estou escrevendo.

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O bom humor, as brincadeiras e tiradas de efeito sempre foram uma constante entre Nanda e Mark, não vejo a brincadeira com o professor como fora de propósito, ou, como alguns comentaram, "sem noção". Nanda acredita na volta da normalidade na relação, não teria cabimento ela reprimir seu lado brincalhão que tantos momentos bons trouxe ao casal. O problema não foi a brincadeira, que, em estado normal de temperatura e pressão, Mark levaria na esportiva, "descontando na cama" quando ela voltasse, mas a insegurança gerada pelos problemas recentes e alimentados por terceiros. (Não resisto, vou entrar na bolsa de apostas: eu acho que foi o desembargador!!). Parabéns pela história, tenho me divertindo.

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q suspense foda Mark e drama então nem se fala, e o engraçado e q esse novo capitulo da sua historia ta me lembrando o conto do lael "Chantagem para tentarem me tornar um cuckold",pegou inspiração nele? kkkkkkkkkkkkk

obs.: pra quem leu a 2º temporada desse conto do lael vai se ligar no q eu to falando

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Pior é que não li a segunda temporada. Nem a comprei ainda. Ando meio sem tempo. Até para responder os comentários, está difícil.

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O que é pior: uma desconfiança ainda não comprovada ou o estupro da sua companheira? Por mais que a primeira lhe faça sair de casa, nada supera a segunda. Tudo que eles vierem a passar no futuro jamais superará aquela situação.

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No capítulo do estupro, ELA foi a vítima principal da história e não seria justo eu a abandonar num momento em que ela precisava de apoio.

Neste, a vítima da mentira fui eu, cometida por ela pela omissão na história do rodeio. Foi a típica traição ocorrida entre um casal. Por isso, EU saí de casa.

As crises são igualmente fortes e se diferem apenas em quem foi mais atingido.

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Sempre sensacional. Mas confesso que esse capítulo da tempestade em si, tenho achado um pouco angustiante pela incerteza das coisas que acontecem. Quando achamos que o casal irá ter um pouco de paz, do nada vem uma tempestade como fala o título. Entendo a dor do Mark, depois de ter a confiança quebrada as vezes leva tempo pra reconstruir, entretanto, não julgo o "doce de espécie" que é a Nanda, afinal, nem sempre adivinhamos quando alguém se aproxima da gente com segundas intenções.

Mas como diria um colega aqui da casa, esse Edinho merece um pouco de feijão de ferro quente.

Obs: doce de espécie é um doce muito gostoso, que leva rapadura, pimenta, erva-doce e outros ingredientes menores.

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Valeu, amigo

O que aconteceu? Cê anda sumido...

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Foto de perfil de joão_88

O tempo anda um pouco corrido ultimamente, mas sempre que posso passo pra ler e faço um comentário rápido. Infelizmente aconteceu, minha mãe adoeceu e ficamos com medo de ser câncer. Felizmente não foi confirmado apesar de ainda ser um pouco grave, mas graças a Deus tudo está sendo resolvido e dando certo. Porém, fiquei muito apreensivo e sem cabeça pra nada. Mas depois desse medo inicial estou voltando aos poucos a minha rotina.

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