Bondage

Um conto erótico de tymetop
Categoria: Sadomasoquismo
Contém 2275 palavras
Data: 05/10/2013 01:13:13

Tenho 27 anos e tive a primeira experiência de bondage. Antes deste sábado de manhã, o que sabia sobre SM era apenas o que havia aprendido em um par de peças de teatro e filmes nada específicos.

Me envolvi com a meditação Indiana e o tantra, e estou a quase dez anos treinando técnicas de respiração e massagem para a chegada do multiorgasmo através da amorosidade e aceitação do corpo. Aprendi no tantra sobre relacionamentos e toda sorte de pontes que nos conectam uns com os outros neste mundo dos sentidos.

Foi respirando e recebendo massagens que notei todas estas estruturas emocionais entranhadas e emaranhadas dentro de mim, e me impedindo diretamente de sentir prazer na forma mais pura e ao longo dos anos no tantra me tornei massoterapeuta e terapeuta corporal.

Sempre imaginei o sadomasoquismo, os power games, e outras formas de restrição física consensual para alcançar o prazer, como acessórios da mente para paranaferlizar o prazer, posso dizer agora que este conceito mudou dentro de mim.

Conheci o homem que me prendeu na cama, mudou o meu conceito sobre Bondage, num grupo de tantra.

Conversamos muito e nestas conversas o assunto Bondage surgiu, e eu pensava: taí algo que não tentei. Sempre com o conceito fixo de que a sensibilidade corporal estava ligada a liberdade máxima do coração e a um ambiente de amorosidade e aceitação total. Porém eu estava errada, as questões emocionais mais básicas podem ser suprimidas ou até eliminadas por um simples jogo de poder, ou um par de faixas de cetim.

Ao longo das semanas que nos encontramos, fomos criando uma dinâmica muito gostosa e `brincando` pela internet, ele me `avisou` que eu não escaparia e no próximo encontro ele certamente me amarraria, perspectiva esta que eu aguardava muito ansiosamente.

Uma sexta feira chegou e combinamos de dormir na minha casa, transamos antes de dormir e adormecemos vestindo somente a parte de cima das roupas dele, uma pólo azul para ele, uma t-shirt branca pra mim, sem partes de baixo. Acordei com ele de pau duro contra o meu bumbum, como sempre, afinal, manhãs são iguais para todos os homens do mundo. Como isso para mim significa algo totalmente corriqueiro, ainda vestindo a t-shirt branca e sem parte de baixo, sai do quarto para alimentar minha cachorrinha, desci alegremente, estava muito sol, um tempo perfeito.

Voltei para cama, para encontrá-lo da mesma forma, entrei embaixo do edredon e ele me puxou contra si, forte, me dando as`boas vindas` matinais, de todos os homens do mundo. Rebolei contra o seu pau, achando uma delícia a ideia de transar de novo com ele, sempre acho uma delícia quando ele escorrega para dentro de mim, de um jeito só dele, em câmera lenta.

Ele não respondeu as investidas, ao contrário, levantou e saiu da cama, indo até a sua mochila, e pegando uma venda de pelúcia vermelha e preta que eu já tinha visto na casa dele, em uma das nossas brincadeiras. Ele colocou em mim, e foi a última vez que o vi, para somente revê-lo em algo como uma hora e meia ou mais.

Ele é alto, bem brasileiro, de pele morena clara, o corpo perfeito, nenhuma tatuagem, mãos fortes e pau grande. Cabelo orgulhosamente enrolado num castanho escuro quase preto, iguais aos olhos, brilhantes e escuros. Ele tem o sorriso lindo e uma boca carnudinha e que dificilmente fala uma palavra. Se move como um gato, no quarto, na cozinha e no volante. Se veste bem, num estilo garoto clássico, camisa ou pólo e calça jeans skinny. É extremamente organizado, espartano como costumo chamá-lo.

Eu sou um tanto oposta, sou artista desde criança, me visto com cores e estampas, tenho cinco tatuagens, sou marcada pela efemeridade da vida, uma louca do `carpe dien`. Tenho cabelos, também orgulhosamente, enrolados loiros com fundo castanho claro, tenho mãos e pés bem desenhados, cujas unhas pinto hora de branquinho, hora de preto. Sou alta e tenho o corpo curvilíneo. Me considero uma mulher bonita, com um sorriso grande e boca cheinha que raramente consegue ficar fechada.

Voltando ao momento que fui privada de enxergar o que iria acontecer comigo, ele gentil e silenciosamente, com um sorriso no rosto, colocou em mim a venda vermelha e preta, prendendo sem apertar o acessório no meu rosto. Eu sorri de antecipação e ao mesmo tempo senti medo e solidão no escuro. Ouvi enquanto ele mexia dentro da mochila, buscando algum outro item, que fui descobrindo aos poucos.

Me despiu a t-shirt dele que eu vestia, calmamente.

Primeiro a mão esquerda, ele veio por cima de mim, ainda em silencio, tocando no meu corpo com o costumeiro e delicioso toque lento e sutil, segurou a minha mão esquerda contra a grade vermelha que compõe a cabeceira da minha cama e numa série de movimentos, prendeu meu pulso. Soltou meu braço e senti que a sobra de fita era grande o suficiente para relaxar o braço na cama, e pequena o suficiente para que eu não conseguisse tocar meu nariz. Aí foi a vez da mão direita, com beijos e alguns suspiros, toque sutil e o peso do corpo dele em cima de mim, dois ou três movimentos depois, eu estava com os dois braços presos, abertos, com a mesma folga dos dois lados, o suficiente para relaxar, não o suficiente para tocar meu rosto.

Eu respirava profundo e sutilmente, para não entrar em pânico, por que queria sentir somente prazer em tudo aquilo, foi mais pra frente na experiência que entendi que o medo é parte, e deve ser abraçado como o prazer. Eu sei que ele sorria o tempo todo, sentia o sorriso, a satisfação dele. Ele deve ter falado uma coisa ou duas irrelevantes para o meu estado de medo, vertigem, submissão e prazer ainda por começar. Ele foi até a mochila dele novamente, e o simples ato de abandonar a cama era bem angustiante para mim. Voltou, segurando e beijando e tocando minha perna esquerda, esticou, segurando o meu calcanhar de forma diagonal, na direção do canto da cama, e colocou uma espécie de caneleira em mim, decifrei o acessório pois ouvi o som do velcro se abrindo para esta manobra. Me beijou, me deixando relaxada e com cada vez menos pensamentos dentro de mim, e em seguida ouvi o som do velcro novamente, e ele tocou minha perna direita, que estava dobrada, com o pé firmemente pousado no colchão. Sentou no meio das minhas pernas, e passou uma parte deste aparato que só vi depois, na minha coxa, segurando firmemente enquanto prendia com a mesma caneleira usada na outra perna, a coxa e a canela, me deixando com esta perna dobrada, e o pé exatamente como estava, pisando nos lençóis. Ato contínuo, saiu da cama e saiu do quarto. Eu fiquei ondulando na cama, sentindo os limites do bondage real que experimentava. Claro que um milhão de coisas cruzaram minha mente, coisas ruins, mas não foquei em nada ruim, pensei na diversão da coisa, foi algo como: agora vc já está aí, sem roupa, amarrada, completamente presente na situação.

Respirei muito, caminho já velho e conhecido do prazer. O meu estado de espiríto era ótimo, pensei algumas besteiras, mas num panorama geral, estava relaxada… Até onde imaginava, claro.

O som da porta se abrindo foi ao mesmo tempo um alívio e uma tortura: e agora?!

Ele subiu na cama, vi de cantinho, pela folga da venda, que ele estava sem camisa, e sorrindo. Apesar da venda estar folgada o suficiente para eu olhar, me entreguei na experiência, e esta foi a única espiada que dei, o resto do tempo permaneci obedientemente de olhos fechados.

Ele não parecia ele, aquele que conhecia, com movimentos contidos e calmos, tinha algo na forma corporal dele que havia mudado sutilmente e notei esta alteração graças a minha experiência com terapia corporal, pois era algo muito sútil mesmo. Ele entrou no quarto e para confirmar a minha, até então teoria, de que não se tratava do homem tímido que conhecia, ele disse brincando, num tom de voz solto e completamente relaxado: ah, vc esta exatamente onde te deixei!

E riu…

Veio por cima de mim, me tocando devagar e beijando minha pele, até chegar pertinho da minha boca, parando o corpo todo em cima de mim e disse: Ok, vamos fazer isso direito, se eu fizer algo que passe dos limites, ou que vc se sinta desconfortável, você vai usar uma palavra secreta, não é `para`, ou `não`, se você quiser que eu pare, vc vai dizer: vermelho, entendeu?

Eu fiz que sim com a cabeça, estava completamente excitada, com os lábios entreabertos, inteiramente envolvida com aquele diálogo tão sensual quanto estranho pra mim. Ele continuou: Qual a palavra que você vai usar se quiser que eu pare? Respondi: vermelho. Ele me beijou um beijo profundo e delicioso.

Começou a explorar meu corpo lentamente, me beijando, e tocando devagar meus seios, minha barriga, a lateral do meu corpo que ondulava e tremia a cada aproximacao das mãos dele. Cheirou e beijou minhas pernas, pés, e parou o rosto em cima da minha buceta, e tentou brincar com algo que imaginava ser um pequeno bullet, mas ainda não estava relaxada o suficiente e disse que estava machucando, ele parou na hora e começou a me beijar, meu corpo tremia e ondulava, como se houvesse música no quarto, me chupou com uma perfeição de artista, iniciando devagar, sentindo cada movimento do meu quadril, ele sempre segura meu quadril com uma das mãos, imagino que deva ser algo como um medidor, para sentir melhor o que estou fazendo e sentindo por dentro. Ficamos envolvidos nisso por muito tempo, senti que ia gozar, e gozei, molhando seu rosto, sua boca, a cama toda, sentia meu bumbum molhado e as costas tb.

Relaxei e ele veio me beijar, com o gosto do meu orgasmo na boca, levei um bronquinha. Ele perguntou porque eu tinha gozado sem pedir sua autorização, sem lhe avisar. Não soube responder, e em mais de um momento, imersa nesta experiência, me vi completamente sem repertório, não fui uma boa `bottom`, não lutei contra, não neguei nada, não disse `não ` ou `para`, a verdade é que estava gostando tanto de tudo aquilo, que estava na verdade querendo dizer: ah, obrigada, sempre que quiser pode me prender na cama!

Ficamos beijando e eu sentia o pau dele em mim, pertinho, quase escorregando para dentro, esta brincadeira durou mais um tempo, de olhos vendados tudo parece demorar mais e isso é incrível para o prazer chegar. Foi ficando perigosamente delicioso, o corpo dele em cima do meu, o movimento, fiquei com medo dele escorregar irresponsavelmente para dentro de mim, e pedi pela camisinha, na hora pensei: bem, se ele não quiser colocar, não existem muitas opções para mim…

Óbvio que sabia que ele colocaria, e é aqui que, para mim, morou toda a graça e elegância da dança que é o bondage erótico, o Top na verdade obedece o tempo todo o Botton, tudo é verdadeiramente uma dança, na qual o poder, não é exatamente um poder, e sim uma moldura para o prazer, no caso da dança a beleza, do outro.

Ele disse que não ia colocar a camisinha ainda, e segurou minha coxa que estava dobrada, me deixando meio de lado, com o bumbum de lado. Disse: conta até dez pra mim… eu disse: um. Ele me deu um tapa, com a mão bem aberta, senti minha pele queimar e um tesão incontrolável subiu pelo meu corpo. Dois. Outro tapa, no mesmo lugar, uma delícia, eu respirava tentando sentir todas as nuances de prazer e dor que estavam em mim naquele momento, não conseguia, era mais do que eu conseguia lidar, e possuo extenso treinamento para aguentar o prazer. Pensava, como algo tão simples pode me… Ele falou: Se você não contar vou parar. Eu: três. Quatro, cinco, seis… e para ser bem sincera, não lembro se obedeci até o dez, lembro de sentir algo perto de outro orgasmo, daqueles que não chegam do sexo, daqueles que chegam do corpo, e eu gemia alto agora, tomada por tudo aquilo. Ele tirou a venda do meu rosto, estava sorrindo muito e me olhando, pegou uma camisinha e eu pedi para que ele ficasse com o pau pertinho da minha boca, para eu poder chupá-lo um pouco, com dificuldade, por que não podia me mover muito, chupei ele, ele estava perfeito, duro, empurrando o pau na minha boca, lambi o pau dele com vontade, sempre tenho muito tesão em chupá-lo, mas desta vez foi mais gostoso, não podendo me mexer, ele controlando o movimento. Foi se movimentando e abrindo a camisinha, satisfeito, olhando pra mim. Colocou a camisinha e deitou por cima de mim, segurando minha coxa amarrada. Como ele sempre faz, curtiu cada milímetro da entrada em mim, gemendo baixinho e me olhando as vezes, nos beijamos e ele foi escorregando cada vez mais. Quando chegou no fim, os nossos corpos ondulavam juntos. Normalmente, a dinâmica dos nossos encontros dificilmente e forte ou rápida, é pontuada por alguns toques de violência passional. Desta vez não, ele rapidamente mudou de jeito após a entrada em câmera lenta, começou a me penetrar forte e rápido, me deixando molhada em segundos. Ele apertava a mão que segurava minha coxa, e eu fiquei completamente envolvida por tudo aquilo, até gozar de novo, desta vez forte e certeiro. Ele foi me desamarrando, enquanto me comia, até que fiquei livre e ele deitou em cima de mim ofegante. Não lembro que em que momento perguntei se tinha ficado bonita amarrada, ele respondeu que sim, muito linda.

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