Já quero começar meu texto avisando que ficou longo porque o site não permite pequenas notas, digamos assim.
O bloqueio criativo tem me afetado de forma mais profunda do que eu gostaria de admitir, não como um vazio absoluto, mas como um ruído constante que interfere em tudo o que tento escrever. É uma sensação persistente de estagnação, de falta de fôlego, como se a escrita tivesse deixado de ser impulso e atravessamento para se tornar um esforço mecânico, repetitivo, pesado. As ideias até surgem, mas chegam cansadas, parecidas demais com outras que já explorei, e isso gera um desgaste silencioso, porque escrever, para mim, sempre foi também descoberta, risco e deslocamento.
Tenho me percebido preso aos mesmos caminhos narrativos, às mesmas obsessões, aos mesmos pontos de tensão que já explorei inúmeras vezes. Às vezes mudo o cenário, o nome dos personagens, a superfície da história, mas no fundo reconheço a engrenagem se repetindo. Escrever as mesmas coisas de novo e de novo e de novo acaba drenando o entusiasmo, e a página, que antes chamava, agora parece resistir. Não é falta de vontade, é excesso de repetição.
Nesse meio-tempo, acumulei sete, talvez oito rascunhos mal escritos. Textos que nasceram sem estrutura firme, sem acabamento, alguns quase esboços, outros tentativas que perderam força no meio do caminho. Eles estão ali, pedindo atenção, pedindo edição, pedindo cortes, ajustes e coragem. E, ainda assim, decidi que eles vão sair em breve, com ou sem a qualidade que eu normalmente gosto de ter ao compartilhar meus textos. Esperar o momento ideal, a versão perfeita, tem se mostrado uma armadilha confortável para permanecer parado, e eu não quero mais ficar preso a isso.
Enquanto trabalho na edição desses rascunhos e, consequentemente, na publicação deles, percebo o quanto escrever sozinho, fechado apenas nas minhas próprias referências, tem contribuído para esse bloqueio. Por isso, sinto a necessidade real de pedir ajuda. Não como quem terceiriza a criação, mas como quem entende que a escrita também pode ser provocada de fora para dentro. Sugestões, pedidos, temas, ideias, recortes, provocações — tudo isso funciona como faísca quando o motor interno está falhando.
Se eu recebesse essas sugestões com ou sem solicitações específicas, talvez meu bloqueio criativo diminuísse. A simples ideia de recebê-las já reorganiza algo em mim. Saber que um leitor pode contribuir ativamente com aquilo que ele próprio gostaria de ler transforma a escrita em troca, em construção conjunta, em resposta. Essa possibilidade de diálogo, mesmo antes de acontecer, já aponta um caminho diferente daquele em que venho girando sozinho.
No presente momento, o bloqueio se intensifica justamente por essa sensação de estar rodando em círculos. Falta surpresa, falta deslocamento, falta ser provocado de um jeito diferente. Talvez o problema não seja a ausência de ideias, mas a ausência de estímulos que me obriguem a sair do território confortável, mesmo quando esse conforto já não satisfaz.
Por isso, deixo aqui um convite mais amplo e honesto: sintam-se livres para sugerir não apenas temas, mas também fantasias, cenários, desejos, dinâmicas, situações específicas ou ideias mais diretas, se isso fizer sentido para vocês. Existe espaço para que o leitor participe, provoque e influencie, ajudando a moldar aquilo que ele mesmo tem vontade de ler. Às vezes, uma fantasia compartilhada ou um pedido inesperado é exatamente o empurrão que falta para romper a repetição e abrir um novo caminho narrativo.
Se quiserem escrever, pedir, provocar ou sugerir algo, meu e-mail está aberto:
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E para quem quiser acompanhar mais de perto, trocar ideias ou ficar por dentro do que está sendo publicado, deixo também o convite para os outros espaços:
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Toda mensagem conta. Toda provocação pode virar matéria-prima. E, muitas vezes, é exatamente esse contato direto que transforma bloqueio em escrita novamente.
