Acordei ainda no escuro, antes de qualquer despertador ter a chance de tocar. A primeira coisa que registrei não foi a luz, mas a sensação: uma boca quente, úmida e especialista trabalhando no meu pau. Fui voltando à consciência devagar, aproveitando aquele momento suspenso onde a realidade ainda não bateu. Senti um corpo magro pressionado contra meu lado, um braço fino jogado sobre meu peito. Kelly. Ela estava agarrada a mim até dormindo, mas a boca dela estava muito bem acordada.
"Mmmm... isso é bom, hein," murmurei, a voz rouca de sono.
A sucção parou de repente.
"Bom? Não 'o melhor'?"
"Você é sempre a melhor. O que muda é o sentimento no meio."
Ela passou a língua na cabeça do meu pau, possessiva. "Esse pau aqui é meu agora, Júlio. Não quero você dando ele pra mais ninguém."
"E essa boca é minha, princesa. Não quero ela chupando mais ninguém."
"Não vou. Nunca mais. Juro," ela disse, e por um segundo, naquela escuridão, soou quase como um voto de casamento. "Você vai gozar?"
"Só mais um pouco, e eu paro."
Ela apertou meu eixo com força, travando o movimento. "Não. Você tem que parar agora."
O prazer virou irritação instantânea. Inclinei-me e tirei a mão dela do meu pau.
"Você não decide mais isso. Lembra? Você foi quem decidiu que boquete não era sexo. Quem abriu essa porta foi você."
"Eu já pedi desculpa," a voz da Vanessa veio da escuridão atrás de mim, chorosa.
"Cinco boquetes que eu sei, Vanessa. Cinco. Três homens diferentes. Tomás, Geraldo, Arnaldo. Quer que eu arrume mais duas mulheres pra me chupar pra empatar a conta? Talvez as esposas deles. A Michele ia adorar saber onde a boca do marido andou."
"Não, amor. Não quero ninguém te chupando nunca mais além de mim."
"Eu paguei pela Kelly, e vou usar a boca talentosa dela até estar completamente satisfeito. Entendeu?"
"Não! Eu não vou deixar. Isso não é justo!"
"Justo? Você andava fazendo isso pelas minhas costas há semanas. No churrasco, na nossa garagem, enquanto eu servia picanha pros amigos. Isso não é justo. Que tal isso? Vou descobrir quantas pessoas sabem que você anda chupando outros homens, e pra cada pessoa eu ganho mais um boquete. Não parece justo?"
"Eu não quero brigar. Se você me ama, você para. Eu não aguento ver isso. Por que você tem que me humilhar?"
"Humilhar você? Ninguém precisa saber o que está acontecendo aqui dentro esse fim de semana. Ninguém vai olhar pra você e rir pelas costas porque sabem que eu te traí. Você não tem que encarar isso, mas eu tenho. Porra, Vanessa! Alguns desses caras trabalham comigo. Como eu deveria agir normalmente com eles, sabendo que eles sabem que eu não fui bom o suficiente? Que você me traiu."
"Não, amor. Não é assim. Eles sabem que eu não te trairia, não importa o quanto tentassem. E eles tentaram."
"Estamos de volta a acreditar que boquetes não são traição? Que não são sexo?"
Ela ficou quieta. O silêncio pesou no quarto.
"Vai dormir, Vanessa. Só me deixa em paz e vai dormir."
Rolei e virei as costas para ela, puxando Kelly para os meus braços e segurando o corpo macio e frágil dela contra o meu. Encaixei a mão no peito pequeno dela. Ouvi minha esposa chorando baixinho antes de cochilar de novo, mas não tive muita simpatia. Ela ainda não tinha entendido. Não tinha ideia de como tinha dinamitado nossa vida.
***
Acordei de novo com o quarto claro, luz entrando pelas frestas. Eu estava de conchinha com minha putinha particular, minha ereção matinal pressionada contra a bundinha dela.
Senti meu braço sendo puxado. Olhei por cima do ombro. Vanessa estava puxando meu braço, olhos inchados.
"Me abraça, Júlio. Abraça sua esposa, por favor. Estou com medo."
Soltei meu aperto na nossa hóspede e me virei para Vanessa. Ela rolou de lado, e eu me aninhei atrás dela, o gesto automático de anos. Passei o braço em volta da cintura dela e ela se agarrou a ele como se fosse uma boia.
"Eu te amo, amor. Você fez o seu melhor para destruir nossa vida, mas eu ainda te amo," sussurrei, beijando o ombro dela.
"Só este fim de semana, e acabou, certo?" ela sussurrou de volta.
"Espero que sim."
"O que isso significa?" ela perguntou, tensa.
"Quando você entender o problema, o que você fez, qual o impacto, por que é tão terrível, então acabou. Estou torcendo para que seja antes do fim de semana acabar."
"Eu entendo. Eu te machuquei, e sinto muito mesmo."
"Xiuuu. Você não entende. Ainda não. Volta a dormir, e conversamos sobre isso mais tarde, ok?"
Ela assentiu e agarrou meu braço ainda mais forte.
Fechei os olhos. Depois de um tempo senti um corpo pressionar contra minhas costas, e um bracinho magro me envolveu. Era bom estar pressionado entre os dois corpos delas. Relaxei, pensando no que ia fazer para o *brunch*. Ovos mexidos, bacon, talvez panquecas. Comida de conforto pra uma situação desconfortável.
***
Acordei sozinho, com alguém sacudindo meu pé. Abri os olhos e me sentei, vendo minha esposa nua e Kelly só de calcinha branca ao pé da cama. Vanessa parecia chateada, Kelly parecia pronta pra briga.
"O que está acontecendo?" perguntei, sentando e esfregando o rosto.
Kelly fuzilou minha esposa com o olhar. "Ela diz que você não quer mais boquetes. Que você quer que eu vá embora. Ela tentou me dar quinhentos reais e quer chamar um Uber. É verdade? Por que você não me disse você mesmo?"
"Porque ela está mentindo, Anjo," expliquei, a voz ainda grossa de sono. "Nós dois sabemos que ela anda mentindo ultimamente, mas não leve a mal. Ela se sente ameaçada. Ela entende agora que boquetes são traição, mas ainda não aceita o que isso significa pro nosso casamento."
"Júlio!" Vanessa retrucou. "Como você pode dizer isso? Me chamar de mentirosa?"
Eu ri, sem humor. "Você mentiu. Simples assim."
"Nunca menti para você. Ela precisa ir embora, só isso."
"Não. Ela precisa me chupar agora. Tenho um belo caso de pau matinal que precisa de cuidados."
Kelly sorriu com desdém e tirou a calcinha, jogando-a longe. "Não vou usar a calcinha de bunda gorda de uma vadia traidora mentirosa." Ela pulou na cama, puxando minhas cobertas, e mergulhou no meu pau como se estivesse com sede.
Vanessa deu a volta na cama e sentou ao meu lado, tentando ignorar a cena, mas sem conseguir desviar o olhar. "Não podemos parar? Eu entendo agora. Eu entendo."
"Não, você não entende. E mentir também não está ajudando."
"Deixa eu te chupar. Não ela."
"Você poderia ter me chupado ontem à noite, mas decidiu fazer exigências e me deixar na mão. Não vou deixar isso acontecer de novo. Além disso, quando foi a última vez que você me acordou com um boquete ou me chupou tão ansiosamente quanto essa doce garota?"
"Não diga isso! Você sabe que eu sempre amei te chupar. Porra, sou a única esposa que você conhece que dá ao marido tantos boquetes quanto você ganha."
"Quando? Quando foi a última vez? Não estou negando que o que tínhamos era maravilhoso, mas de alguma forma você mudou, e deu pra todo mundo menos pra mim. Quando foi a última vez que você iniciou, me chupou assim," acenei para minha Rainha do Boquete Matinal, "e me fez gozar?"
"Três semanas atrás. Você mesmo disse."
"Não, essa foi a última vez que você me fez gozar. Eu iniciei. Quando, amor?"
Ela balançou a cabeça. "Não sei."
"Quase seis semanas agora. Quando você chupou o Tomás pela primeira vez?"
Ela hesitou. O silêncio pesou mais que o gemido da Kelly.
"Cinco semanas atrás," ela disse baixinho.
"Cinco semanas atrás? Onde? Quando?"
Ela baixou a cabeça. "No nosso churrasco."
"Jesus, Vanessa! Na nossa casa? Com todo mundo aqui? Você é uma puta do caralho! Como você pôde?"
"Eu estava bêbada. Ele me seguiu até a garagem e tirou o pau duro pra fora, me implorando. Não parecia grande coisa. Alguns minutos, e eu seria o primeiro boquete dele. Soa tão estúpido agora. Desculpa."
"Faz sentido. Você não precisava mais de mim. Agora, eu não preciso de você. Então me deixe aproveitar isso."
"Se você não parar com isso agora mesmo, vou sair e encontrar alguém que queira meus boquetes," ela disparou com raiva.
"Não deixe a porta bater em você na saída. Kelly é mais barata, e enquanto ela estiver na folha de pagamento, sei que ela é minha e só minha. Nós dois sabíamos que você não se importava com nosso casamento no momento em que deixou o Tomás enfiar o pau na sua boca."
"Claro que me importo com nosso casamento! Você é o pai da nossa bebê!"
"É o que você vive dizendo. Vou acreditar quando vir o teste de DNA. Você já provou que é tanto uma traidora quanto uma mentirosa, como posso acreditar em você?"
Vanessa se virou e gritou com a Kelly. "Você poderia parar de chupar ele enquanto estamos tendo uma discussão de família, sua vadia imunda!"
"De jeito nenhum. Ele disse que eu podia. Enquanto ele estiver distraído, ele não vai gozar. Posso fazer isso por horas. Vocês dois que se divirtam." Ela riu e me engoliu de novo, garganta profunda, sem hesitar.
"Faz ela parar, Júlio. Só por agora. Por favor? Enquanto conversamos."
"Eu disse que conversaríamos hoje à tarde. Me deixe terminar isso em paz, e podemos discutir as coisas durante o *brunch*, ok?"
Ela levantou com raiva, batendo o pé. "Quando você se tornou tão escroto?"
"Quando descobri que tinha uma vadia traidora e mentirosa como esposa. Não lembra, querida?"
Ela saiu do quarto batendo a porta.
Kelly riu e começou a se contorcer na cama, girando o corpo até ficar montada na minha cabeça, posição 69 perfeita, enquanto me chupava. "É seu, amante. Comprado e pago. Tudo limpinho. Ninguém esteve aí por alguns dias. Oral é 'não-sexo', lembra?"
Provavelmente era errado, mas foi minha esposa quem insistiu nessa tese absurda de que sexo oral não era traição, e tive que admitir, Kelly tinha a bucetinha mais linda que eu já tinha visto.
Comecei a brincar com ela, abrindo os lábios, dedilhando a entrada. Ela cheirava bem, limpa e doce. Movi minha cabeça pra frente e a provei. Eu não tinha provado ninguém além da minha esposa por pelo menos seis anos. Depois de alguns minutos eu a estava comendo como se minha vida dependesse disso.
Eu estava chegando lá, e senti um orgulho perverso. Ela gemia baixinho, se contorcendo. Chupei o clitóris dela, e ela tremeu, gemendo em volta do meu pau.
Senti ela parar de se mover lá embaixo. "Deus, amante, estou quase lá," ela sussurrou, a voz abafada pelo meu pau.
Envolvi meus braços em volta da bunda magra dela e a puxei com força contra minha boca, usando a língua sem dó. Ela estava fazendo os barulhinhos mais sexys, pressionando contra meu rosto. Ela guinchou, as pernas ficando tensas, e gozou na minha língua.
Aliviei, lambendo-a suavemente, até ela parar de tremer.
Ela girou em cima de mim, os seios macios pressionando contra meu peito. Ela trouxe os lábios aos meus e me beijou. Beijou de verdade, pela primeira vez, a língua procurando a minha. Deixei minhas mãos acariciarem o corpo dela enquanto nos curtíamos.
Ela finalmente se afastou, com um último beijo suave. "Porra, Júlio! Isso foi tão bom. Você não precisava fazer isso, sabe."
"Eu queria."
"Desde quando?" ela provocou, beijando meu pescoço.
"Cerca de trinta segundos depois que você entrou na minha casa. Você não é uma puta. Por que está fazendo isso?"
Ela parou de me beijar. "Eu sou. Vendo meu corpo. Desculpa, mas é a verdade." Ela soou triste por um segundo. Então se animou e me beijou nos lábios. "A boa notícia é, vendi pra você. Quer me foder? Ela nunca vai descobrir, sabe. Serei boazinha. Meus boquetes são melhores, mas sei que você vai gostar, e ainda sou bem apertadinha." Ela sorriu e me beijou de novo. "Nem vou te obrigar a usar camisinha. Sou limpa, e sei que você também é. Adoraria sentir você gozar dentro de mim."
"Agora, tudo que quero é te abraçar, linda. Pode ser?"
Ela sorriu, um sorriso genuíno pela primeira vez. "Acho que gostaria disso."
Então fiz isso. Segurei-a, deitada em cima de mim, e beijei o topo da cabeça dela. Depois de alguns minutos ela sussurrou. "Devíamos parar."
"Por quê?"
"Você não devia se apegar a mim. Vou embora logo, e você nunca mais vai me ver."
"E se eu quiser te ver de novo?" perguntei.
"Não. Não vou acabar com seu casamento. Vocês dois se amam. Não sei por que, mas é óbvio. Vocês vão superar isso. Não me faça ser a causa, por favor?"
"Mais uns minutos, então."
Ela assentiu. "Seria bom."
Talvez cinco minutos depois, ela se levantou. O sorriso profissional estava de volta, e aquilo partiu meu coração um pouco. "Certo, garanhão. Vou chupar seu cérebro pelo pau."
Eu ri, agarrando-a e dando um abraço nela. "Não, você vai tomar um banho luxuoso, enquanto eu começo o café da manhã. Vai ter muito tempo pra chupar depois."
"Promete?"
"Juro de dedinho. Vai se limpar, você cheira a gozo."
Ela riu. "Maldição da profissão. Não esquece do bacon."
Deixei ela, vesti um short e fui procurar minha esposa. Encontrei-a na cozinha no telefone. Ela me viu, virou de costas e encerrou a chamada rápido demais.
"Quem era?"
"Ninguém," ela disse.
Arranquei o telefone dela e verifiquei o registro. "Sua irmã. A Alice. Ela já não causou problemas suficientes?"
"O quê? Você vai culpar trazer uma puta pra casa nela?"
Disquei o número, e Alice atendeu no primeiro toque. "Ela ainda está aí?" ela perguntou, a voz venenosa.
"Bom dia, Alice. Põe o Davi na linha."
Ela desligou na minha cara.
Entreguei o telefone para Vanessa. "Se eu não falar com o Davi em 5 minutos, estou te expulsando de casa, e acabou."
Ela pareceu chocada. "O quê?"
"Você me ouviu. Davi no telefone em 5 minutos."
"Não posso obrigar ele a fazer isso," ela argumentou.
"Sua irmã pode. Não estou brincando. Ela envenenou você. Você continua voltando pra mais, como um cachorro comendo o próprio vômito. Juro, Vanessa, se eu não estiver falando com ele em 5, sua bunda está fora daqui, começo o processo de divórcio na segunda, e vou voltar pra cima daquelas escadas e foder a Kelly em cada buraco. Provavelmente a semana toda. Sua escolha."
Ela pegou o telefone de mim com raiva e correu do cômodo.
Comecei a colocar as comidas na mesa e liguei a máquina de waffle. Vanessa voltou cerca de um minuto depois. "Ele não está lá."
"Menos de quatro minutos."
"ELE NÃO ESTÁ LÁ! NÃO POSSO FAZER NADA SOBRE ISSO!" ela gritou comigo.
Passei por ela sem dizer nada e subi as escadas. Abri a porta do banheiro e vi Kelly na banheira. "Desculpa, Anjo. Mudança de planos. Preciso de você agora."
Ela levantou, água escorrendo do corpo. "Qualquer coisa."
Peguei a mão dela e a levei de volta para o quarto. Empurrei-a na cama de quatro. Baixei meu short e me posicionei atrás dela, esfregando meu pau pra cima e pra baixo na fenda molhada dela.
"Por favor, Júlio. Me fode," ela implorou.
Eu ainda estava com raiva, mas ela não merecia aquilo. Entrei nela suavemente, e ouvi ela gemer. Deus, ela era apertada. Levei meu tempo, trabalhando meu caminho pra dentro dela devagar. Ela estava empurrando de volta contra mim, e me inclinei sobre ela, alcançando e esfregando o clitóris dela.
Ela estava arfando, e senti ela apertar, gozando pra mim. Comecei a fodê-la com mais força, e ela gemia alto, me encorajando. Era ótimo, mas não era o que eu queria. Não era *quem* eu queria.
Ouvi um suspiro, e olhei para a porta. Vanessa estava parada lá, telefone na mão, nos encarando, a cara de horror impagável.
Sorri, e martelei a Kelly com força, fazendo-a gritar. "Deus, sim! Me fode!"
Agarrei o cabelo dela, puxando a cabeça pra trás, e a fodi firmemente, até gozar dentro dela com um gemido gutural.
Ouvi um soluço, e vi Vanessa correr, chorando.
Kelly virou e olhou pra mim. "Você me usou."
"Desculpa. Eu estava com raiva. Não devia ter feito isso."
Ela assentiu, prática. "Tudo bem. Eu disse que faria qualquer coisa. Mas acho que você acabou de piorar as coisas."
Assenti. "Acho que você tem razão."
Ela saiu da cama e voltou pro banheiro. "Acho que vou terminar meu banho agora."
Me limpei, me vesti e fui procurar minha esposa. Ela estava sentada no sofá, chorando. Peguei o telefone da mão dela. "Você falou com o Davi?"
Ela balançou a cabeça.
Entreguei o telefone a ela. "Ligue pra sua irmã de novo. Diga a ela que ela tem uma última chance. Se eu não falar com o Davi nos próximos minutos, cansei de vocês duas."
Ela me olhou, olhos arregalados. "Você não está falando sério."
"Estou. Ligue pra ela."
Ela discou o número, e a ouvi falando baixo. Um minuto depois ela me passou o telefone.
"Alô?"
"Davi?"
"É."
"Júlio aqui."
"Eu sei. Que diabos está acontecendo?"
"Preciso saber de uma coisa. Você sabe que a Vanessa tem chupado outros homens?"
Ele ficou quieto. "Não acho que isso seja da sua conta."
"É sim. É meu casamento. Você sabe?"
"Eu... ouvi rumores."
"De quem?"
"Não sei."
"Da Alice?"
"Não."
"Você já recebeu um boquete da minha esposa?"
"Deus, não!"
"A Alice já te traiu?"
"O quê?"
"Você me ouviu. Sua esposa te traiu?"
"Claro que não!"
"Então por que ela está encorajando minha esposa a me trair?"
"Não sei do que você está falando."
"Põe a Alice no telefone."
"Ela não está aqui."
"Põe ela mesmo assim."
Ele ficou quieto. "Ela não está aqui."
"Diga a ela isto. Ela nunca mais deve falar com minha esposa. Se eu descobrir que ela falou, conto tudo pra você. Incluindo o fato de que ela tem dito pra Vanessa que boquetes não são traição."
"Ela não é assim."
"Ela é. Põe ela."
"Ela não está aqui!"
"Ótimo. Passo aí daqui a pouco. Acho que você precisa saber algumas coisas."
"Não. Por favor."
"Diga pra Alice o que eu disse. Tchau, Davi."
Desliguei o telefone e vi Vanessa me observando, assustada.
"Você não pode fazer isso."
"Posso, e vou. A menos que você me prometa, agora mesmo, que nunca mais vai falar com ela."
"Ela é minha irmã!"
"Ela é veneno. Me prometa."
"Não posso."
"Ótimo." Levantei e fui em direção à porta.
"Espera! Por favor!"
Parei na porta.
"Eu faço. Eu prometo."
"Boa menina." Voltei e a abracei. "Eu te amo. Não quero te perder. Mas vou se tiver que fazer isso."
Ela se agarrou a mim. "Eu sei. Sinto muito."
Kelly entrou na sala, vestida. "Acho que vou indo agora."
Vanessa pulou. "Não! Por favor, fica."
Kelly balançou a cabeça. "Não posso. Só estou piorando as coisas."
"Por favor. Precisamos de você."
Kelly olhou pra mim. "Você precisa de mim?"
Assenti. "Nós dois precisamos."
Ela suspirou. "Tudo bem. Mais um pouco."
Vanessa a abraçou. "Obrigada."
Tivemos um *brunch* agradável, e as garotas estavam se dando melhor. Fiquei surpreso quando Vanessa pediu pra Kelly ajudá-la com algo depois que comemos.
Relaxei na sala de TV, assistindo um pouco de futebol, enquanto as garotas estavam fazendo sei lá o quê.
Cerca de uma hora depois, ambas saíram, sorrindo. Vanessa estava usando uma roupa nova, e Kelly tinha se trocado também.
"Vamos sair um pouco," Vanessa disse.
"Onde?"
"Shopping. Coisa de menina."
Eu ri. "Divirtam-se."
Vanessa veio e me deu um beijo. "Vamos sim. Te amo."
Kelly me deu um beijo na bochecha. "Se comporta."
Observei elas saindo, imaginando o que estavam aprontando. Elas ficaram fora por várias horas. Assisti aos jogos, trabalhei um pouco no meu *laptop* e relaxei.
Quando voltaram, ambas carregavam muitas sacolas. Estavam rindo e dando risadinhas.
"Se divertiram?"
"Demais," Vanessa disse.
Kelly assentiu. "Foi legal."
Elas levaram as sacolas pra cima, e ouvi elas conversando e rindo por um longo tempo. Eventualmente Vanessa desceu, usando um vestido novo. "O que você acha?"
"Deslumbrante. Como sempre."
Ela sorriu. "Kelly escolheu."
"Boa escolha."
Ela sentou ao meu lado. "Vamos sair hoje à noite. Nós três."
"Onde?"
"Jantar. Dançar. Diversão."
"Não sei."
"Por favor? Por mim?"
Suspirei. "Tudo bem."
Ela me beijou. "Obrigada."
Kelly desceu um pouco depois, usando um vestido novo também. Ela estava incrível.
"Uau. Você está ótima."
Ela corou. "Obrigada. Vanessa escolheu."
Fomos a um lugar italiano bacana, e tivemos um jantar maravilhoso. As garotas estavam se dando super bem, e eu estava me divertindo. Depois do jantar fomos pra uma balada, e dançamos. Dancei com as duas, e elas dançaram juntas um pouco.
Foi divertido, e fiquei feliz por termos ido.
Quando chegamos em casa, Vanessa levou Kelly pra cima, e eu relaxei na sala de TV. Cerca de uma hora depois, Vanessa desceu. "Kelly está dormindo. Ela teve um dia longo."
Assenti.
Vanessa sentou ao meu lado. "Faz amor comigo, Júlio? Por favor?"
Peguei a mão dela e a levei para o nosso quarto.
Fizemos amor devagar, com ternura. Foi maravilhoso.
Depois, ela me abraçou. "Te amo tanto."
"Também te amo."
Ela me beijou. "Obrigada por me perdoar."
"Eu te disse. Te perdoei quase imediatamente."
"Eu sei. Mas obrigada por me dar a chance de consertar as coisas."
"Você sempre teve essa chance."
Ela assentiu. "Eu sei. Vou fazer você ter orgulho de mim de novo."
"Você nunca deixou de ser meu orgulho."
Ela sorriu. "Você é o melhor marido do mundo."
Eu a beijei. "E você é a melhor esposa."
Adormecemos nos braços um do outro.
***
Na manhã seguinte acordei com um boquete maravilhoso. Vanessa estava me chupando ansiosamente, como se quisesse apagar a memória de qualquer outra boca.
Gemi. "Deus, isso é bom."
Ela riu contra minha pele. "Disse que ia compensar."
Ela me chupou até eu gozar, engolindo cada gota.
Então ela subiu e me beijou. "Bom dia."
"Bom dia."
Ela sorriu. "Kelly está fazendo o café da manhã."
Eu ri. "Isso está virando um hábito."
Ela assentiu. "Um bom hábito."
Levantamos e descemos para o café. Kelly tinha feito um banquete.
"Isso parece ótimo," eu disse.
Ela sorriu. "Obrigada."
Comemos e conversamos. Depois do café, Vanessa me chamou de lado. "Kelly vai ficar mais uma semana."
Assenti. "Bom."
Ela sorriu. "Achei que você gostaria disso."
Eu a beijei. "Gosto."
A semana passou rápido. Kelly ficou, e ajudou Vanessa de maneiras que eu não entendia completamente. Nossa vida amorosa estava incrível. Vanessa estava me chupando várias vezes ao dia, e estávamos fazendo amor constantemente. Kelly estava lá, mas não participava sexualmente. Ela era parte da nossa família, uma espécie de terapeuta acidental.
No final da semana, Kelly nos disse que tinha que ir.
Imploramos para que ficasse, mas ela disse que não podia. Demos dinheiro a ela, e nosso contato. Ela prometeu manter contato.
Ela partiu, e ficamos tristes.
Mas nosso casamento estava mais forte do que nunca.
Vanessa nunca mais traiu. E eu nunca mais traí também.
Vivemos felizes para sempre. Ou, pelo menos, vivemos com a certeza de que agora, finalmente, falávamos a mesma língua.
***
Continua…