Esse é meu primeiro conto, espero que gostem... esse conto terá apenas dois capítulos.
Sem delongas, eu sempre soube que a Carla tinha bom gosto. Não para roupas, claro, a coitada se veste como uma freira, mas para homem. O Pedro... ah, o Pedro. Ele é a minha perdição de domingo.Aquele sol de rachar, o cheiro de carne na brasa, e ele ali, sem camisa, virando a picanha. O suor escorrendo pelo peito dele, molhando os cachos escuros que grudavam na testa. Ele tem um corpo de pedreiro, sabe? Não é aqueles magricelos de academia. É duro, é grosso, é para pegar e apertar. É o tipo de homem que te quebra na cama e pede desculpa depois.Eu estava sentada na espreguiçadeira, fingindo ler uma revista de fofoca, mas meus olhos eram ímãs para a bunda dele. Redonda, firme, marcada pela bermuda jeans gasta. Cada vez que ele se abaixava para pegar a cerveja no isopor, eu sentia um calor subir pela minha virilha. Que audácia a minha, uma mulher de cinquenta e poucos anos, casada, pensando essas safadezas com o genro. Mas o que eu podia fazer? O corpo dele gritava.A Carla, minha filha, estava na piscina, rindo com as primas. Ela é bonita, mas é ingênua. Não sabe o que tem. Ela olha para o Pedro como se ele fosse só o marido dela, o pai dos netos. Eu olho para ele e vejo o animal que ele é. O macho. O que eu faria com ele, a Carla nem sonha.Ele veio até mim, sorrindo, com a garrafa de cerveja na mão. "Quer uma, sogrinha?"A voz dele é rouca, grave. Aquele "sogrinha" me desarma. Eu sorri, um sorriso que eu sabia que era mais do que maternal. "Aceito, meu querido. Mas me serve aqui, estou com preguiça de levantar."Ele se inclinou, e o cheiro dele — suor, fumaça, e um perfume amadeirado — me invadiu. Eu vi a linha escura de pelos que descia do umbigo e sumia dentro da bermuda. Meu Deus. Eu queria enfiar a mão ali e puxar. Queria sentir o volume dele roçando na minha perna.Ele me entregou a garrafa, e nossos dedos se tocaram. Foi um toque rápido, mas elétrico. Eu senti o calo na ponta do dedo dele, de quem trabalha, de quem pega no pesado. E ele me olhou. Não foi um olhar de genro para sogra. Foi um olhar de homem. Um olhar que sabia."A senhora está muito bonita hoje, Dona Lúcia," ele disse, a voz um pouco mais baixa.Eu senti meu rosto esquentar. "Obrigada, Pedro. Você também está... bem à vontade."Ele riu, um riso gostoso, e passou a mão na nuca. "O calor está de matar. Se eu pudesse, tirava até a bermuda."Eu quase engasguei com a cerveja. Meu coração batia tão forte que parecia que ia sair pela boca. Eu o encarei, sem piscar. "E por que não tira? A piscina está vazia, meu bem. Ninguém vai ver."Ele parou de rir. O sorriso sumiu, e ele me olhou de novo, daquele jeito. Aquele olhar de quem está pensando a mesma coisa que você, mas não pode dizer. Ele lambeu os lábios secos."Acho melhor não, sogrinha. A Carla pode não gostar.""A Carla está ocupada," eu murmurei, e inclinei a cabeça, olhando para a piscina. "E mesmo que não estivesse... ela não manda em você."Ele ficou parado ali, a respiração pesada. Eu podia sentir a tensão no ar, mais forte que o cheiro da fumaça. Ele era meu, naquele momento. Meu genro, meu pecado."Eu vou lá virar a linguiça," ele disse, e se afastou, mas não sem antes me dar mais uma olhada, demorada, que prometia tudo o que eu queria.Eu bebi a cerveja de um gole, sentindo o líquido gelado descer e o fogo subir. A linguiça, Pedro? A linguiça é o caralho. Eu sei o que você queria virar. E eu estou aqui, esperando. A sogra mais puta que você já viu. E a Carla que me perdoe, mas o que é bom a gente não divide. Principalmente quando o bom é o genro da gente.Eu fechei a revista e sorri para o sol. O domingo mal tinha começado. O que a noite me reservava, só o Pedro e eu saberíamos. E que se foda a Carla.
