A BUCETA CALMANTE DE LÍVIA

Um conto erótico de Rico Belmontã
Categoria: Heterossexual
Contém 1171 palavras
Data: 02/12/2025 06:58:56

Lívia descobriu a anomalia aos vinte e um anos, durante um exame ginecológico de rotina. A médica, uma mulher de meia-idade e olhar clínico, fez uma pausa longa demais, retirando a espécula após realizar os procedimento do Papanicolau (esfregaço cervicovaginal).

— Você tem uma concentração altíssima de feromônios oxitocina-dependentes na secreção vaginal e nas glândulas de Bartholin — disse ela, quase sussurrando. — Nunca vi nada assim. Quando você atinge o orgasmo, seu corpo libera uma nuvem volátil de metil-heptenona modificada, um composto com cheiro de maçã verde que age diretamente no receptor olfatório OR7D4 e, de lá, no núcleo accumbens e na amígdala. Em resumo: o cheiro do seu gozo é um anestésico natural, um hipnótico perfeito. Quem inala cai em sono delta profundo em menos de quarenta segundos.

A princípio Lívia achou que fosse brincadeira. Só acreditou de verdade na noite em que seu namorado da época, Gabriel, um estudante de física teórica que não dormia há quatro dias por causa de uma prova, implorou para vê-la se masturbar. “Quero te ver gozar, amor, só isso, pra relaxar um pouco”, disse ele, exausto, os olhos vermelhos.

Ela aceitou. Sentou-se na beirada da cama, arreganhou as pernas sem pudor, a calcinha de algodão branca já manchada de muco no meio. Gabriel ficou de joelhos no chão, rosto a poucos centímetros da sua buceta depilada, cheirando-a como um cachorro faminto.

Lívia começou devagar: dois dedos deslizando pelos lábios inchados, espalhando o mel que já escorria pela vulva ensopada. A buceta dela estava quente, latejando, o clitóris duro como um seixo. Ela esfregava o grelo em círculos rápidos, gemendo baixo, os quadris rebolando sozinhos. Enfiou o dedo do meio até o fundo, depois dois, depois três, fodendo a própria xoxota com violência, o barulho visguento ecoando no quarto. “Tá vendo como eu arrombo a minha buceta, Gabi? Olha como ela engole meus dedinhos, olha como ela tá molhada pra cacete, tô com um tesão do caralho…”

Gabriel respirava fundo, o nariz quase encostando no grelo intumescido. Quando o orgasmo chegou, Lívia gritou, as coxas tremendo, a buceta se contraindo em espasmos violentos, jatos de squirt batendo no rosto dele, ele lambendo o que podia alcançar com a língua. Naquele exato segundo o cheiro explodiu — doce, animalesco, inebriante, maçã verde. Quarenta e dois segundos depois, Gabriel desabou no tapete, dormindo tão profundamente que nem o barulho da própria cabeça batendo no chão o acordou. Ela ficou ali, ofegante, olhando para o namorado apagado, a cara lambuzada com o muco vaginal, e compreendeu: sua buceta era uma arma de paz em massa.

O namoro acabou ali. Gabriel nunca mais conseguiu ficar acordado quando ela gozava perto dele. Lívia, porém, não se entristeceu. Entendeu que carregava um dom raro, talvez uma mutação evolutiva — uma mulher cujo prazer servia à espécie, acalmando os machos agitados demais para dormir. Epicuro diria que o prazer é o bem supremo; Schopenhauer diria que o desejo é sofrimento. Ela era a síntese viva: o desejo satisfez-se nela e, ao se satisfazer, extinguiu o sofrimento alheio.

Os clientes começaram a chegar.

Primeiro foi Victor, um banqueiro. Ele pagou cinquenta mil reais por uma sessão de duas horas. No apartamento de cobertura dele, Lívia deitou-se nua na cama, abriu as pernas em V e disse:

— Pode chupar minha buceta até eu gozar na sua cara, mas hoje você não goza. Seu pau fica dentro da cueca hoje.

Victor obedeceu. Ajoelhou-se, abriu os lábios da buceta dela com os polegares, expôs o clitóris vermelho e brilhante. Lambeu devagar, da vulva até o grelo, depois sugou-o com força, como quem bebe água depois de dias no deserto. Enfiou três dedos de uma vez, curvando-os para cima, fazendo um carinho selvagem no ponto G com violência calculada. A buceta de Lívia fazia barulhos obscenos — ploc ploc ploc — enquanto ele socava os dedos até o punho quase desaparecer. Ela rebolava, esfregando a xoxota melada na cara dele, os grandes lábios inchados roçando o nariz, o clitóris latejando na boca.

— Me fode com a língua, seu puto — gemeu ela, já quase lá. — Me faz gozar pra você dormir o sono dos justos.

Quando veio o orgasmo, foi brutal: ela esguichou em jatos longos e fartos, encharcando o pijama caro dele. O cheiro se espalhou como um gás mostarda da paz. Victor caiu de costas, os olhos revirando, o corpo pesado como chumbo. Dormiu doze horas seguidas — seu recorde pessoal.

Depois veio o senador Otávio, sessenta e dois anos, insônia política. No apartamento funcional de Brasília, ele queria algo diferente: deitou Lívia de bruços, empinou aquela bunda durinha e começou a lamber o cu dela antes mesmo da buceta. A língua entrando e saindo do reto, abrindo caminho, depois descendo pelo períneo para chupar os grandes lábios, um de cada vez. Enfiou quatro dedos na xota dela, esticando o canal vaginal até o limite, o polegar pressionando o clitóris por fora. Ela gritava rebolando, mordendo o travesseiro:

— Arregaça a minha buceta, senador! Me usa como sonífero, caralho!

Gozo violento, perfume letal. O senador desmaiou com a cara enfiada no meio da bunda dela, roncando como um motor velho.

Teve também o casal de empresários de São Paulo — sim, casal. A esposa, uma mulher gélida de quarenta e oito anos, queria ver o marido dormir de verdade pela primeira vez em anos. Pagaram o dobro. Lívia sentou-se nua na cara do marido enquanto a mulher assistia, impassível, segurando um copo de uísque. Ele lambia a xana da garota com desespero, a barba por fazer arranhando a virilha dela. Ela cavalgava o nariz dele, esfregando o clitóris na língua, enfiando dois dedos no próprio cu. Quando gozou, esguichou na língua do homem. O cheiro o derrubou em vinte e oito segundos — novo recorde. A esposa apenas assentiu, satisfeita, e fez o Pix.

Entre um cliente e outro, Lívia lia. Nietzsche: “É preciso ainda ter caos dentro de si para poder dar à luz uma estrela dançante.” Ela sorria. O caos era o desejo insone do mundo; a estrela dançante era o sono que ela oferecia. O orgasmo feminino, pensava ela, sempre foi o grande tabu porque é o único prazer que não precisa do outro para existir — e, paradoxalmente, o único que pode salvar o outro.

Às vezes, sozinha no apartamento, ela se masturbava só para sentir o poder. Deitava-se de pernas abertas diante do espelho com um vibrador grosso socado na buceta, outro menor dentro do cu, e gozava olhando para si mesma, vendo o próprio rosto contorcido de prazer, sentindo o cheiro subir e envolvê-la — mas nunca a derrubava. Ela era imune ao próprio veneno. Como uma abelha que não morre com o próprio ferrão.

E assim seguia a vida de Lívia: filósofa da carne, sacerdotisa do sono, prostituta sagrada de uma era ansiosa. Em cada orgasmo, um homem rico caía em paz profunda; depois de cada Pix, ela comprava mais livros de filosofia, mais tempo, mais mimos, mais liberdade.

Porque, no fim, o prazer não é posse — é dissolução.

E ela era a maior dissolução que o dinheiro podia comprar.

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