Alessandra: Mais uma vítima dos Brothers.

Da série Inocência
Um conto erótico de Alessandra
Categoria: Heterossexual
Contém 2769 palavras
Data: 12/12/2025 19:11:23
Última revisão: 12/12/2025 19:29:38

Pois é meu nome é Alessandra, sou morena, de olhos castanhos escuros um pouco puxadinhos, os cabelos em cachos grandes e chamativos, a pele morena, bronzeada, mas com facilidade para se bronzear, meu sangue cigano, me garante isso, sempre fui uma dos populares na escola, sempre chamei atenção, sempre amei tudo isso, mas… Uma hora a festa acaba as luzes se apagam e vocẽ descobre que não têm mais idade.

Meus pais realmente estavam se matando para me pagar a faculdade de direito, então eu me esforçava, me esforçava muito, ao ponto da minha mãe ficar preocupada que eu pudesse acabar me deixando ficar só nos estudos e ficar doente ou coisa assim, eu tentei manter esse ritmo pelo máximo que pude, mas aí, no terceiro semestre aconteceu.

Carinha novo, na seleção de turmas, ele era lindo, um moreno alto e bonito, com um corpo atlético, ele é do tipo que te deixa despida com os olhares e deixa claro, o que está fazendo, do tipo que fala com você, como se você fosse uma princesa, mesmo quando você acabou de dar um corte, também educado e gentil, ele fazia questão de ser educado com todo mundo e o primeiro a mandar algum sem noção calar a boca.

Principalmente quando o sem noção em questão estava desrespeitando alguma garota, ou algum professor, aos poucos eu percebi que eu estava caindo na dele e ele também pela forma como me olhava, a forma como fazia eu me sentir especial quando me olhava, ou quando a gente conversava e ele tinha algum super elogio para falar.

Foi assim que quando eu vi, já estava apaixonada pelo Fábio…

Fábio gostava de se gabar de tocar guitarra, fazia kung fu, demonstrava ciúmes, mas nunca exagerado e isso foi conquistando seu espaço até em casa, meus pais começaram a gostar do carinha educado e legal que eu arrumei na faculdade, tudo estava literalmente bem quando eu estava com ele.

Uma vez estávamos em casa, veja vocês, foi uma das maiores loucuras que fizemos, eu estava terminando de fazer um trabalho da faculdade, com ele, meu pai trabalhando, minha mãe na casa da minha tia, nem um deles tinha problema em me deixar sozinha com meu amigo de faculdade, tipo, eu já tinha 21 anos ele 23 então a gente é adulto e sabe o que faz…

Sem dúvida isso é verdade, mas quando começou Rock and Roll All Night…

Sei lá foi como apertar um botão de liga, ou melhor, um botão de On Fire, porque nós dois nos olhamos e eu desci do sofá engatinhando na direção dele e ele fez o mesmo na minha, nos agarramos no meio e foi um beijo explosivo, rolando no chão, era como se nosso beijo e nossas carícias estivessem no rítimo da música, intenso, forte, louco, sem freio.

Minha legging bermudinha foi arrancada com calcinha e tudo, em seguida minha camiseta e sutiã, ao mesmo tempo que eu jogava a camiseta dele longe, literalmente o mais longe que pude, ele voltava a me beijar com intensidade logo já mordia meu queixo, depois meus seios me arrancando gemidos.

Eu me viro sobre ele dando risada, beijando me contorcendo sobre o corpo dele, sorrio aliso o peito dele, coloco a mão para trás e ajeito na entrada da minha intimidade, já toda molhada, sento com força com vontade, começo a rebolar, olhando os olhos dele, ele me segura pela cintura, pelos quadris, subindo suas mãos pelos meus seios, eu sorrio, ele sorri de volta.

Nossos olhos brilham um para o outro, eu acelero e ele também se move às vezes de baixo para cima, eu começo a me mover mais rápido, mais firme, com vontade, até que tudo explode e eu deito em cima dele, respirando fundo, toda manhosa e molinha, sorrindo e brincando com a ponta do meu dedo no peito dele, enquanto uma mão aperta e alisa minha bunda e a outra mantém minhas costas.

Nesse clima gostoso de carícias, sustentando meu peso sobre o dele até eu cochilar e depois ainda me acordou gentilmente, para tomar banho e deitar na cama, quando acordei ele estava do meu lado fazendo parte do trabalho e do meu lado um suco de liquidificador…

A gente era um casal perfeito, a gente foi um casal DEZ, tirando o esforço, Fábio sempre foi meio burrinho, então eu ajudava ele e ele me ajudava, cuidava de mim até, eu estava real feliz, real mesmo, mas, os amigos dele, estragaram tudo, literalmente TUDO, os amigos dele, me mostraram que homens, não são tão diferentes de meninos, só muda a idade.

Cleber e Renato, duplinha do cão… Cleber um homem forte, bem forte, ele dizia praticar jujutsu, os três praticavam artes marciais, o Renato Capoeira, Cleber, era um homem de estatura mediana para alto, cabelos negros em cachos olhos intensos castanhos e aquele tipo de cara que têm orgulho de ser homem.

Ele não perdia uma chance de comentar sobre o próprio corpo, os músculos e etc, ou exibi los além de sempre lembrar o Fábio toda vez, que o Fábio, não era exatamente páreo para ele, “Quer tomar mais soco como da outra vez.”, esse tipo de babaquice masculina que realmente cansa, mas reparei que o Cleber se exibia para mim.

Fazia questão de se espreguiçar, ou algo assim quando eu olhava, exibindo seus músculos, seu peitoral, como se aquilo fosse ser suficiente para eu me jogar aos seus pés com as pernas abertas…

Renato entretanto, era um outro tipo de predador, loiro, de olhos verdes, malhado como seus amigos, praticante de capoeira como eu já falei, Renato falava pouco, observava muito e você sempre consegue pegar ele sorrindo quando você se distrai, sabe aquele momento que você se distraiu e a saia deu uma levantadinha, ou seu namorado falou uma safadeza que te pegou de surpresa e você ficou vermelha, ou seu namorado passou a mão de leve e você deu um tapa nele…

Pois é em todos esses momentos, se você olhar em volta, verá que Renato viu e sorriu, é como se nada de intimidade pudesse passar diante de seus olhos, eu me sentia observada, constantemente observada diante dele, meu comportamento e postura tinham que ser perfeitos, minhas roupas tinham que ser perfeitas, uma vez, ouvi ele dizendo, de xereta, porque estava beijando o Fábio…

“Eu olho mesmo velho, eu acho que mulher que não se dá o respeito têm que ficar constrangida com a gente olhando mesmo, que é para aprender a se vestir e se comportar direito e não que nem vagabunda.”...

Devo dizer que aquilo me queimou por dentro, o ódio que eu senti foi alto como um incêndio, a partir dali os portões do inferno estavam abertos… Usava roupas curtas porque sim, porque não é ele quem manda, olhava feio para seus sorrisinhos descarados, deixando claro que ele não é bem vindo nesses momentos.

Nosso ódio mútuo aumentava exponencialmente, a troca de farpas, era constante e sem piedade, até Fábio às vezes me pedia para maneirar e aí eu segurava um pouco a minha língua, mas às vezes não conseguia, a própria voz do Renato começou a me dar raiva…

Até hoje ainda penso que a forma como tudo aconteceu foi premeditada… Sei lá…

Eu e Fábio vínhamos brigando já tinha um tempo, ele tinha pego uma mania de sair andando e me deixar falando sozinha quando ficava bravo comigo, eu não sei porquê, mas via influência do Renato nessa porra que ele começou a fazer do nada, tentei conversar com ele, disse que uma hora ele não ia me encontrar mais quando voltasse, ele riu de nervoso, me pediu desculpas, disse que ia tentar não fazer isso.

Mas ele fez e eu já estava ficando puta com isso…

Foi em uma festa, estávamos todos, os amigos dele, as minhas amigas, que já não aguentavam mais eu correr atrás dele, quando ele saia andando bravo, se achando o dono do mundo. Renato fez uma piada machista eu não gostei e respondi, Cleber e Renato ficaram incomodados, ouve uma pequena troca de farpas, aí fui falar com o Fábio.

Claro que acabamos brigando por causa dos amigos babacas dele, ele saiu andando, eu falei para ele, “Se fizer isso dessa vez eu não vou!”, não sabia que isso ia ser o fim do nosso relacionamento, ele se foi e eu não sabia mais o que fazer… Esse foi meu erro, querer ser teimosa, achar que iria dar uma lição no meu namorado.

Naquela noite eu exagerei muito na bebida, eu estava de vestidinho justo, dancei com as minhas amigas, mas na hora de ir embora eu estava quase caindo, “Relaxa gente, eu consigo chegar em casa, não têm porquê essa preocupação toda.”, foi o Cleber quem interveio, “Você não pode ir nesse estado Alessandra.”, eu olhei para ele, “Eu estou bem.”, foi o Renato que me pegou pelo braço para irmos, “Tah nada, vamos te levar.”...

Eles me levaram para casa do Cleber, entramos, eu estava arrependida, chorando por causa do Fábio, “Relaxa, Alessandra amanhã a gente fala com ele e tudo vai ficar bem.”, eu sorri e fiz que sim com a cabeça, eu realmente não queria que tudo terminasse assim, eu só queria que ele soubesse que não quero mais que faça isso.

“Mas poxa, você não pode ficar se impondo desse jeito né?”, foi o Renato quem falou, “Tipo, o Fábio é homem, se ele já falou não é não, se ele vai embora você vai com ele...”, eu baixo a cabeça sem jeito, eu estou bêbada e arrependida, eu olho em volta, a casa bem arrumadinha, mas só estamos nós.

“Têm um café?”, pergunto… “Acho que depois de um café eu vou melhorar.”, falo isso mas falho de leve, minhas pernas falham, é quando o Fábio me segura firme, ele olha para mim, para meus olhos, “Se acalma você está nervosa…”, ele me beija… Eu tento lutar, apoio minha mão no peito dele, mas logo desisto, meu corpo todo está fervilhando com o beijo surpresa.

Eu me solto do beijo, dou um passo para trás, confusa, olhando para ele, quando o Renato me puxa e me beija também, eu tento afastar ele também, por um tempo, mas também acabo relaxando, as mãos do Cleber já estão no meu corpo, eu sinto minha cabeça girando, quando sou passada de um para o outro me beijando, nem sei quando minha saia ficou na minha cintura.

Quatro mãos me explorando por todos os lados, beijos e mais beijos, eu já começo a corresponder depois de um tempo, suspirando, gemendo baixinho, arrepiada, tremendo de leve, é quando Cleber me levanta no colo com facilidade, eu estremeço, dou um gritinho de surpresa.

Renato continua explorando minha nuca e minhas costas por trás, ele rasga minha calcinha e Cleber me invade, eu dou um grito e abraço ele com mais força, toda força dos meus braços, mas logo Renato também entra por trás, eu mordo o Cleber com força, os dois usam meu peso para me foder com bastante força, me arrancando gritos, até gozar dentro de mim e eu desmaio, bêbada, cansada, tudo junto.

Acordei um pouco na madrugada, ouvindo conversas na sala, me aproximo devagar ainda sonolenta com dor de cabeça, “Você é louco de ter feito isso com ela…”, dizia o Cleber, “Mano vagabunda a gente trata assim, ela falhou no teste, o Fábio sabe disso, relaxa.”... “Justo, ela não precisava ter dado para a gente também.”, eu fico atordoada com isso, isso foi um TESTE do Fábio, para saber se eu trairia ele.

Volto para o quarto e finjo que estou dormindo até a casa estar silenciosa, saio e já é de dia, caminho para fora chorando limpando as lágrimas com as costas da mão, vejo uma jovem adolescente bem novinha loirinha com olhos cor-de-mel caminhando na guia da calçada, se equilibrando, um pé na frente do outro sorrindo, brincando sozinha, carregando sacola de padaria.

“Por favor para que lado fica o ponto de ônibus para o centro.”, ela toma um susto da um pulinho, quase cai no chão, eu seguro ela de leve, “Calma menina.”, sorrio ela sorri de volta toda vermelha, “Desculpa distraída, que tonta né?”, “Não é tonta, você só estava distraída.”, “Sim é que é meio estereótipo de loira burra ficar caindo de graça.”, ela da risada, eu até penso em falar algo sobre ela não falar assim de si mesma, mas ela aponta.

“Olha por ali à direita e na segunda esquina já é o ponto, vai direto para o centro.”, “Ok, muito obrigada, mas tenta pensar um pouco melhor de si mesma.”, ela riu sem jeito de novo. “Você é namorada do Cleber.” eu sorrio olhando para ela, olho para a casa que acabei de sair, “Não sou não.”, limpo as lágrimas dos olhos que voltam a rolar, ela me olha séria, “Qual é seu nome?”, “Catarina, sou irmã do Renato.”, eu sorrio.

“Me faz uma promessa então?”, ela olha desconfiada, mas faz que sim com cabeça animada. “Me promete que nunca vai falar para eles que você me viu. Nem para o Renato, nem para o Cleber, nem para o Fábio.”, ela fica pensativa, como se pesasse as consequências, “Por favor Catarina, faz isso por mim.”, ela olha de volta e faz que sim animada, me dando o dedinho mindinho, eu dou risada, ela mal parece uma adolescente nas atitudes, não uma adolescente de hoje em dia ao menos.

Fui para casa, como eu já imaginava, mensagens duras do Fábio chegaram no meu Whatsapp, ele me chamou de vagabunda, disse que não esperava e etc, eu só deixei lá, o que vou fazer, ele já sabe o que pensar de mim, os amigos dele venceram.. O pior é… Eu não deveria ter ficado para trás, eu não deveria ter bebido, eu não deveria ter ido para casa com eles.

Mais de uma década depois, eu reencontrei o Fábio, colegas de trabalho, conseguimos sentar e conversar, ele estava tão quebrado… Foi quando ele me contou a trágica história da Catarina, eu percebi que poderia ter sido eu, fiquei bastante chateada e bastante puta com eles, todos eles, mas fiquei com pena do Fábio.

A verdade é que eu gostava dele, eu ainda gostava dele, a gente tinha um lance real, algo que eu nunca esqueci, eu fui enganada, usada, abusada, pelos outros dois no meu momento de maior vulnerabilidade, Fábio foi só o idiota que achava que os amigos dele, estavam acima de pagar pelos próprios erros…

Com o tempo confiança foi reconstruída, o amor renasceu como se nunca tivesse acabado, tivesse ficado só dormente, afastado, uma lembrança dolorosa, nos casamos e hoje temos nosso lindo menino e uma linda menina.

Fábio ainda é amigo do Renato e do Cleber, o que eles fizeram com aquela menina, sempre vai assombrar eles e essa é a sua punição, quanto aos nosso filhos, eles não têm culpa dos pais que têm, Fábio e eu vivemos bem, mas de vez em quando eu pego ele olhando nossos filhos, com certeza imaginando o que ele faria, se fosse pai de um dos Brothers ou de uma de suas namoradas…

Isso vai assombrar ele pelo resto da vida… Eu vou estar lá dando apoio, mas eu sei que ele merece, ele merece tudo isso, Renato o irmão dela, merece ficar olhando pela janela esperando a irmã que nunca virá como eu já vi mais de uma vez e Cleber…

Ele teve tudo, mas acho que de todos, ele é o que menos se arrepende, ele se arrepende pelo resultado, mas seu fantasma é pelos amigos e não por ele mesmo, casado e feliz, acho que se essa menina estiver nos vendo, ela está realmente decepcionada com o seu príncipe.

======== ……FIM…… ========

Pois é… Fim… De verdade, nunca mais quero escrever sobre esses caras, eles são maus, eles são ruins, eles são os piores, mas eles são tão comuns, tão… Existem aos milhares, esse é o problema, todo bar, todo time de futebol, toda sala de aula, você conhece um dos brothers.

E eles vão existir enquanto nossa sociedade não mudar, enquanto eu ver pais comemorando a masculinidade do filho de 5 anos, olhando de baixo da saia das meninas, ou tentando meter a mão nos seios da madrinha, aos risos dos homens adultos.

Vão continuar existindo enquanto homens acharem que seus filhos de dez anos ter acesso a pornografia é coisa de homem, mas as meninas, devem se preservar, ser encarceradas, sem chance de defesa, porque as pessoas criam meninos para serem lobos e as meninas para serem ovelhas.

É isso… Um pequenino desabafo.

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Foto de perfil de GizGizContos: 49Seguidores: 226Seguindo: 38Mensagem Eu sou uma escritora, não escrevo profissionalmente ainda, mas me vejo como uma, já fui incentivada a publicar, mas ainda não escrevi nada que eu ache que mereça isso.

Comentários

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Agora só 4° que vem, quando teremos o Pov da Catarina sobre seguir a vida e ... A Morte da Catarina já anunciada, que é o nome do próximo conto.

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Pelo jeito vai ser bem pesado

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Não posso dar spoiler. Mas é o espelho do ultimo do Cleber o conto que fechaas consequências por que aí só vai faltar o epílogo.

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Essa morte é figurativa. É a morte do ego. A cat não pode morrer. Não seja cruel... Rsrs

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Eu gosto quando o conto é bom e aí da aborda uma tema relevante.

Tal como na série do Turin vc aborda a questão do machismo e suas consequências.

Parabéns

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Muito muito, esse conto quis mostrar um pouco mais quem são os Brothers, porque a Catarina é uma das vítimas e nunca tínhamos vistos ou imaginado o que o Fábio faria se traído agora sabemos.

Cleber é o namorado traído que joga tudo no ventilador.

Renato é o namorado traído que bate na menina.

Fábio é o namorado traído que humilha a garota pelo whatsapp e termina tudo.

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Esse conto se passa 6 anos antes do episódio 1 e termina alguns anos dentro do tempo do epílogo.

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