EU ODEIO MEU CHEFE - CAPITULO 2

Um conto erótico de Alex Lima Silva
Categoria: Gay
Contém 817 palavras
Data: 12/12/2025 18:04:39
Assuntos: Gay

Acordei no dia seguinte antes mesmo do sol decidir aparecer. Nem sei se dormi direito. A ansiedade estava ali, deitada do meu lado, tão inquieta quanto eu. Fiquei encarando o teto, que já estava ganhando umas manchas suspeitas que eu fingia não ver, quando meu celular vibrou.

Olhei o número.

Desconhecido.

Meu coração deu um pulo tão grande que eu quase fui junto.

Atendi com a voz engasgada, tentando parecer profissional, mas soando mais como alguém que acabou de acordar de um pesadelo.

“Alô… aqui é o Akio.”

“Bom dia, Akio. Aqui é da empresa. Estamos ligando para informar que você foi selecionado para a vaga de Assistente Pessoal. Apresente-se amanhã às oito.”

Eu congelei.

Literalmente travei.

Minha mente fez um barulho parecido com “O QUÊÊÊÊÊ?!?!?!”

“C-Como é? Eu… eu passei?”

“Sim.”

“Na vaga mesmo?”

“Sim, Akio.”

“O senhor tem certeza? Não é trote?”

“Não, Akio…”

“Amanhã, às oito. Certo! Estarei lá!!! Obrigado, obrigado, obrigadaaaaaa—”

A ligação caiu antes que eu terminasse meu agradecimento desesperado.

E aí eu explodi.

Eu gritei.

Eu pulei.

Eu dancei uma coisa que nem sei se era dança ou um ataque nervoso.

E, no meio da minha celebração caótica, meu pé enroscou no fio do ventilador.

Eu só tive tempo de pensar “não…” antes de ouvir CRASH.

O ventilador caiu, girou três vezes no ar como um Beyblade do inferno, bateu na parede e desmontou no chão.

Fiquei parado olhando a cena.

Meu primeiro pensamento foi: “Eu precisava MESMO disso?”

O segundo foi: “Pelo menos eu consegui o emprego antes de perder o ventilador.”

O terceiro foi: “Quem liga se eu to suado? AGORA EU TENHO UM EMPREGO.”

Eu ri sozinho, igual um maluco.

E talvez eu estivesse mesmo um pouco maluco — mas feliz.

---

Ainda animado, decidi ir a um bazar do bairro, porque minhas roupas de entrevista tinham sido escolhidas com fé, não com qualidade. E agora que eu ia trabalhar como assistente pessoal de um chefe importante, eu precisava parecer menos… largado.

Entrei no bazar e o cheirinho de roupa guardada me deu um golpe nostálgico, mas tudo ali era baratinho e, sinceramente, bonitinho.

Experimentei camisa atrás de camisa, escolhendo as que me deixavam com cara de profissional e não de sobrevivente da guerra urbana.

No final, saí com:

3 camisas sociais (uma delas levemente larga, mas nada que não desse charme)

2 calças que quase me convenceram de que eu tinha vida organizada

1 mochila nova (a minha antiga já era praticamente um fóssil têxtil)

1 sapato social que eu tinha certeza que ia destruir meu pé, mas a beleza exigia sacrifícios

Passei tudo no cartão.

E, claro:

PARCELEI EM QUINZE VEZES.

Quando a moça da loja perguntou:

“Crédito ou débito?”

Eu respondi sem hesitar:

“Crédito… e no máximo de parcelas que o sistema permitir, por favor.”

Se existe luxo maior do que fingir poder pagar algo, eu desconheço.

---

Saí do bazar me sentindo bonito.

Novo.

Preparado para a vida adulta — ou pelo menos para imitar alguém que sabe o que está fazendo.

Passei pela praça da esquina, onde algumas pessoas caminhavam e outras simplesmente existiam. Foi quando um cara sentado num banco, bonitão de barba rala e sorriso fácil, me lançou:

“Ô, príncipe… deixa eu te pagar um sorvete ali?”

Eu ri, corri os olhos pra ele e respondi:

“Se eu aceitar, você paga as minhas parcelas também?”

Ele gargalhou alto.

“Se for pra te ver de novo, pago até juros.”

Ok, admito que eu corei.

Mas continuei andando, meio sem saber como lidar com alguém sendo simpático comigo.

Foi aí que, distraído, rindo ainda da cara dele… eu bati diretamente na traseira de um carro de luxo parado.

Eu literalmente rebati no carro.

A mochila caiu.

Eu quase caí junto.

Antes que eu pudesse respirar, a porta se abriu.

E saiu um homem.

Não um homem qualquer.

Um homão.

Alto, elegante, belíssimo — do tipo que sai de comercial de perfume — e com o olhar mais afiado que navalha.

Ele me analisou de cima a baixo com o tipo de desprezo profissional de quem já nasceu julgando.

“Tem olhos, garoto? Ou pretende destruir mais alguma coisa hoje?”

Eu engoli seco.

“D-Desculpa, moço. Juro que foi sem querer, eu tava—”

“Distraído. Isso eu percebi.”

A voz dele era grave.

Fria.

Imponente.

Eu só conseguia olhar para o chão como um filhote envergonhado.

“Não aconteceu nada no carro. Só… presta mais atenção.” Ele disse, irritado, mas controlado.

“Sim… sim, claro, desculpa de novo!”, respondi, quase tropeçando enquanto recolhia minha mochila.

Saí dali tão rápido que quase voei.

Meu rosto ardia.

E minha mente repetia:

Lindo, grosso e dono de carro caro. Claramente dores de cabeça futuras.

Cheguei em casa exausto, ainda com o coração acelerado pelo encontro inesperado, e joguei as roupas novas sobre a cama.

Amanhã eu começaria um novo capítulo.

E, se Deus quisesse, bem longe daquele homem que parecia uma mistura de sonho e pesadelo de luxo.

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