Para o alivio de vocês, agora a historia triste já passou, só vai ficando melhor!
E então houve uma época em 2013 que a eu entrei em um período ou uma fase “sabática” digamos assim, de março até exatamente agosto, minha vida entrou em um loop infinito de rotinas.
Eu continuava contando os minutos para ir dormir e esquecer o mundo e tudo que me assombrava todos os dias, isso durou bastante, mas depois de um tempo, parou de doer, parei de ficar pensando, sofrendo por antecipação e ocupei o vazio que ficou depois que ferida criou casca para focar na construção da Fernanda.
E não, não era ruim, bem pelo contrário, nesse período eu moldei minha personalidade feminina, e sem piadas, eu fazia uma consulta com psicóloga pelo menos duas vezes por semana.
Sim, era com a Patrícia, que ficava me ouvindo até eu ter câimbra na língua, esqueceram que a ele era psicóloga, ela cursava um pós na área inclusive, eu fui meio que o projeto dela.
Dediquei meu tempo quando não estava fazendo nada com as garotas para estudar, eu queria provar para mim mesma e também para meu pai que eu iria terminar o direito e iria passar na prova da OAB, mesmo que para ele eu tivesse morrido, porque pareceu isso que eu tinha ficado nas ferragens do carro naquele acidente.
A Patricia me apresentou alguns amigos dela e havia uma senhora com sotaque inglês ou sei lá de onde, esquisito o sotaque e ela também, parecia o clouseau do filme pantera cor de rosa quando ela falava, (estou exagerando tá, mas era parecido sim), que me ofereceu aulas de etiqueta e a Pati encorajou, aquela mulher era pra lá de estranha ela parecia sentir prazer em fazer aquilo.
Tenho certeza que ela se deleitava quando eu reclamava de dor ao ficar na ponta dos pés ou ficar ereta como uma estaca, acho que ela pudesse me batia com aquela coisa, acho que era uma régua, que ela usava para mostrar onde devia corrigir a postura.
Mas aprendi coisas bem interessantes com ela, como me portar como uma mulher, sabem essas coisas comuns do dia a dia que ninguém liga, maioria faz sem se dar conta, como quando estiver com um homem esperar por ele abrir a porta, “ficar ali paradinha”, quando for descer ou subir em algo, um carro, uma escada, estender a mão procurando por apoio masculino.
Manter as pernas juntas, fechadas, (é difícil viu, as crossdresser que estão lendo vão concordar comigo, tu fecha quando vê elas estão lá abertas de novo), segurar a saia ou vestido ao sentar e levantar, como sentar, como levantar, caminhar, (que foi a única coisa que consegui um elogio dela).
Aquela delicadeza ao pegar um talher ou copo, como disse frescuras, mas quando você vive 18 anos fazendo o oposto disso é difícil esquecer tudo que viveu e aprender a fazer.
Nas palavras da madame frufru, (esse não era o nome dela, e não fui eu que coloquei esse apelido, foi a Patrícia), nas palavras dela;
-ser mulher vai muito mais além que ter curvas e usar uma roupa apertada é uma mudança que vem de dentro, pense como uma mulher!
Bom ela estava certa sobre isso, você precisa se sentir uma mulher, agir e se portar como tal!
Meu aniversário passou batido também, claro que as garotas e até o Igor foram lá em casa, a verdade é que nunca gostei de comemorar meu aniversário, isso começou depois que perdi minha mãe e irmãos.
No dia 28 de julho um domingo, era noite, umas 20:00 horas, (no dia seguinte 29 acabavam as férias de inverno), tinha terminado de comer um sanduíche e subi para meu quarto eu estava me preparando para o dia seguinte, juntando material, arrumando a roupa que iria usar, achei uma saia longa de couro que era da minha mãe e fui experimentar para ver como iria ficar em mim.
Tirei a roupa e fiquei só de calcinha e sutiã e me virei para pegar a saia que estava em cima da cama ao me virar de volta, dei aquela pausa para admirar aquela mulher que me olhava de volta.
Meus ombros pareciam menores, meu quadris mais arredondados e definidos, daquele ângulo eu podia ver as formas da minha bunda e coxas, meu rosto agora tinham traços faciais delicados, agora eu tinha seios de um tamanho razoável, B até um pouco maiores quase um C, definidos e com um equilíbrio tentador, nem muito grandes a ponto desafiar a gravidade nem muito pequenos a ponto de passar despercebidos, (uauuu até eu gostei dessa parte).
Nos últimos dias eu sempre via uma nova mulher me olhar de volta quando me olhava no espelho!
Vesti aquela saia com receio que ela ficasse estranha em mim, como algumas roupas que eu tinha experimentado meses atrás, mas desta vez ela se encaixou em minha cintura e mostrou as curvas do meu quadril e revelava o desenho das minhas coxas ao caminhar, ela ficava bem abaixo do joelho, lá na canela e tinha uma fenda comportada que mostrava a perna direita até um pouquinho acima do joelho.
Já tinha o que usar no primeiro dia de aula!
Quem perguntou pelo meu pai, nada, nenhum contato, todo mês ele transferia dinheiro para minha conta, as contas da casas estavam no débito automático, continuavam sendo pagas, universidade, a fatura do cartão o adicional, que eu procurava usar só para coisas da universidade, também eram pagas.
Ele falava frequentemente com minha tia, mas não perguntava nada sobre mim, ela me falava das novidades e coisas pertinentes, mas nem sinal de fumaça, parecia que eu tinha morrido.
No dia seguinte, fui usando a saia com uma das botas over, uma meia preta grossa, uma blusa um echarpe e um casaco por cima, look digno de inverno, que aquele ano estava pra lá de frio, aqueles dias fazia um frio seco sempre perto de zero grau, mesmo com dias com sol forte era frio o tempo todo.
Chamei a atenção pela minha “elegância” ,(até parece), recebi muitos elogios e ganhei até algumas cantadas de alguns “héteros”, nos dias seguintes o clima deu uma mudada e já não fez tão frio o que cortou meu barato de explorar os looks mais estilosos.
Mas sabem aquelas coisas cósmicas que ninguém explica, no dia primeiro 1º de agosto, (lembram no ano anterior, que eu perdi o ônibus e acabei me cruzando com o Rodrigo), neste ano, tudo começou normalmente, me vesti, seguindo a modinha que circulava pelos grupinhos de garotas da universidade.
Tinha me presenteado uma calça legging, daquelas com a cintura alta, um tecido elástico, que imitava o couro preta com zíper, uma bota de salto cano alto daquelas normais, uma blusa básica e uma jaqueta de couro, caprichei na maquiagem, mas sem exageros, ajeitei meu cabelo, desci, tomei meu café, entrei no carro e parti para universidade e eis que…
Quem eu vejo na parada de ônibus?
Sim, o Rodrigo!
Coincidência, claro com certeza, mas vamos ser realistas, que puta coincidência ser no mesmo dia um ano depois!
Tirei o pé do acelerador e comecei a pensar, paro e ofereço carona?
Lembram como eu atormentava o Fernando, agora era ele que às vezes surgia em meus pensamentos fazendo o papel de advogado do diabo.
-claro, para e oferece carona, esfrega na cara dele o que ele perdeu!
-olha o mulherão que você se transformou
-tu acha que ele não vai ficar se corroendo por dentro
-trata ele bem, atiça ele, da corda e se ele der em cima de você
-lembra ele, “só amigos”
Quando a voz na minha cabeça se calou, eu já estava parada no ponto de ônibus, abri o vidro do carona;
Eu - Rodrigo!
chamei ele que olhou para mim meio incrédulo e ficou parado…
Eu -Rodrigo, vem ou não vem, não vou ficar esperando!
Então ele meio sem jeito, veio na direção do carro e de forma tímida, (aquilo era novidade, o Rodrigo tímido), sentou, fechou a porta;
Rodrigo -oi
Eu -oi, tudo bem contigo?
Rodrigo - tudo sim e com você
Eu -sim, tudo ótimo
Eu -que novidade é essa?
Rodrigo -qual?
Eu -você na parada de ônibus?
Rodrigo -é pensando bem nem tudo tão bem assim, meu carro de pane não ligou hoje nem as portas abriu
Rodrigo -e não tinha ninguém casa para me levar ou eu pegar o carro
Eu - tadinho!
falei fazendo vozinha e carinha de triste, provocando ele é claro
Rodrigo -Você está diferente?
Eu -eu, serio?
Eu -você acha?
rindo e olhando para ele
Rodrigo -serio Fernanda, vocês está diferente, eu quase não te reconheci quando parou o carro
Eu -claro que estou diferente eu me olho no espelho todos os dias
Rodrigo -não é só isso, garota, você está diferente, não é só a aparência
Rodrigo -tu nunca iria falar assim comigo antes
Eu -assim como?
Rodrigo -com esse sarcasmo
Rodrigo -língua solta, sem freio na lingua
Rodrigo -não sei explicar, você está diferente
Eu -é posso ter mudado por dentro também
Eu -talvez não seja mais a mesma pessoa
Eu -as pessoas mudam com o tempo, se transformam
falei isso olhando para ele, que me media dos pés a cabeça
Eu -mas para melhor ou para pior? o que acha?
Ele fez aquela expressão tipo, ela viu que estou olhando ou ela esta me testando, não sei descrever, ele franziu a testa e apertou os olhos e deu uma pausa antes de falar;
Rodrigo -claro que é para melhor, eu acho
Eu -tu só esta querendo me agradar é isso
Rodrigo -não Fernanda, só estou sendo sincero, só isso
Eu -que bom que agora você é sincero!
Eu -é outra novidade em você!
E ele se calou, falou uma ou duas palavras no resto do trajeto, só voltou a falar quando foi descer do carro já na universidade, fiz questão de deixar ele na frente do prédio da engenharia;
Rodrigo -obrigado pela carona!
quando foi se virar, virou a cabeça de volta para mim, já descendo do carro
Rodrigo -é sério, você está diferente, é outra pessoa, você se tornou uma mulher linda e atraente, de parar o trânsito, foi bom te ver.
Eu -humm é bom ouvir isso assim de manhã, faz bem para o ego, mostra que fiz tudo certinho
Eu -e ainda mais vindo de um amigo!
Ele ficou me olhando, me despedi dele e fui para o meu prédio, não vi mais ele naquele dia, quando encontrei a Natália, contei para ela enquanto a gente tomava um café e ela me chamou de cruel e vingativa, que não queria ficar de mal comigo.
Eu -eu vingativa e cruel?
Natalia -sim, tu não sabe?
Natalia -ah eu não te contei
Eu - não o que?
Natalia -deu barraco lá no Rodrigo, a garota que ele estava saindo está grávida
Eu -serio?
Eu -é bem feito pra ele,
Eu -viu, eu não fico grávida, risco zero!
Natalia -para boba!
Natalia -é serio, deu maior barraco, eles brigaram porque o Rodrigo acha que não é dele a criança, aí a garota contou para os pais que foram lá resolver a treta.
Natália -o resto tu imagina
Eu -mas porque ele acha que não é dele
Natalia -é fofoca, mas dizem que ela estava saindo com outro cara quando não estava mais ficando com o Rodrigo, ai depois que eles voltaram, ela voltou a ficar com o outro cara
Natalia -e o motivo do Rodrigo falar que não é dele porque de alguma forma ficou sabendo que ela andava no motel com o cara ou pegou eles saindo do motel, como disse é fofoca
Eu -que confusão
Eu -mas é bem feito mesmo, não tenho pena
Natalia -ai ele anda por aí agora parece um cachorro que caiu do caminhão da mudança
Natalia -o pai dele cortou a grana
Natalia -que ele vai ter que aprender a ter responsabilidade e vai ter que trabalhar
Natalia -Ele contou para o Igor, que o pai dele, cortou geral, grana, regalias, até a criança nascer, se for dele vai ter que trabalhar e se virar, ser homem.
Enfim, o mundo dá voltas e agora era a vez do Rodrigo, na sexta feira dei carona para ele de novo, passei ele estava lá na parada de ônibus, mas ele se comportou, nenhuma contada ou piada, só me elogiou que eu estava muito bonita como sempre.
Na semana seguinte ele voltou a ir de carro, mas agora quando passava por mim no campus ele me cumprimentava, até voltei a vê-lo passando em frente a minha casa levando a cachorra para passear, tudo voltou a sua rotina, mas eu confesso que queria que ele tivesse tentado alguma coisa, uma parte minha sentia saudade da pegada dele.
Sabem como é ninguém é de ferro e a carne é fraca!
Eu estava na seca a meses, só brincando com vibrador, não seria má ideia alimentar uma amizade colorida, amigos com benefícios e depois é como disse, risco zero de ficar grávida, hahahaha
Quem sabe ele estivesse mesmo mudando, sabem como é “a dor ensina a gemer!!
Mas voltando a rotina, dia 30 de agosto eu estava indo para a casa da Patricia, ela estava dando um jantar, nem lembro alusivo a que.
E eu estava toda produzida para noite, vestido preto tomara que caia, (sim agora eu usava vestidos tomara que caia), justo, curto, com fivelas prateadas, meias calça cor de pele, grossa era frio, um sapato scapin também preto, salto alto fino, bem alto, com um casaco cinza longo, mais longo que o vestido.
Era por volta das 20:30, eu já estava atrasada, e no caminho eu fui parada em uma blitz, era a primeira vez desde que eu tinha carteira que eu era parada em uma blitz, aqui em Passo Fundo o pessoal fazia, faz ainda uma operação chamada balada segura.
Quando vi, estava indo em direção a blitz, eu torcendo ‘deixa eu passar, deixa eu passar’ e o agente fez sinal para eu encostar, eu pensei, pronto agora lascou, peguei os documentos do carro, estavam no meu nome, peguei minha CNH e minha RG e lá vamos nós.
O agente quando me viu já veio todo aceso, mas o brilho no rosto dele sumiu quando dei os documentos para ele,(sabem aqueles memes, quem é o cara da foto, teu irmão?), ele olhou, olhou, aí chamou um policial militar, veio colocou a lanterna na minha cara, olhou os documentos, me olhou de novo;
Policial -a senhora pode descer do veículo por favor
Eu -sim senhor
Policial -temos uma divergência no seu documento
Ele me fez mais algumas perguntas, expliquei a situação, ele até foi discreto, manteve a linha, me tratou com educação foi respeitoso o tempo todo, me chamou de senhora ou senhorita e sempre que falou o nome, tentou ser discreto, (eu tive muita sorte, por ter pego um policial mais preparado, naquela época não haviam protocolos claros para situações como essa),
Já o agente de trânsito ficou de canto fazendo fofoca com os colegas, apontando, rindo, o policial pediu se eu tinha algum documento com uma foto atualizada e eu só tinha a carteira de estudante, dei para ele.
Achei que iria acabar presa, ou ter que ir à delegacia, já estava pensando em ligar para minha tia e pedir socorro.
Depois de um tempo ele voltou!
Policial - aqui, tudo certo, mas eu recomendo que agora quando for solicitar a CNH definitiva atualize essa foto, isso já evita situações como essa.
Policial -tem alguns colegas que não estão preparados para situações assim e pode acabar em constrangimento.
Policial -a senhorita está liberada!
Eu -obrigado policial!
Eu - mas o senhor falou em solicitar a CNH definitiva?
Ele era muito querido, já estava se afastando, voltou na janela do carro, eu já tinha entrado de volta e estava colocando o cinto.
Policial -sim, sua CNH é provisória e está vencida, me empreste ela de novo!
dei para ele a carteira de novo
Policial -aqui, sua CNH venceu dia 20 de agosto, a senhora tem até o dia 20 do mês que vem para andar e deve solicitar a definitiva antes que termine esse prazo.
Ele foi pra lá de querido, me explicou que eu tinha que voltar no CFC que tinha feito e solicitar lá, quando saí dali já era passada das 21:30, liguei para a Patrícia e expliquei e fui para a casa dela, ela apenas riu da situação e disse que estavam me esperando.
O jantar era com alguns amigos dela de SP e do Rio, pessoas cultas, me senti uma analfabeta aquele dia, mas me saí bem, principalmente no quesito etiqueta, hahaha
Recebi algumas propostas, algumas interessantes, algumas perturbadoras, outras indecentes, teve uma tentadora, descobri que garotas como eu costumam ser cobiçadas por certos grupos de pessoas, (assunto longo, historia longa, para outra oportunidade).
Mas podem ir tirando o cavalinho da chuva, não, eu não aceitei nenhuma, nem tive nenhuma experiência pervertida com nenhum dos proponentes! 🙂
Bebemos, comemos, conversamos, rimos, mesmo depois que todos se foram, ficamos a Patrícia e eu conversando, ela me dando conselhos e ouvindo minhas reclamações, medos, mas foi só naquele momento que ela falou sobre minha aparência;
Patricia -Fernanda, parabéns, você está deslumbrante!
Eu -para Pati..
Patricia -sério, você mereceu cada minuto que gastei com você!
Patricia -mas é sério, merece os parabéns, você se tornou uma mulher, hoje observei você a noite toda, se saiu bem, estou orgulhosa de você.
Bom verdade seja dita, ela foi minha musa e me ajudou muito, por muito tempo, me espelhei nela em muitas coisas, muitos ideais, exemplos, mas vamos continuar a história se não isso aqui vai virar um livro.
Na semana seguinte, assim que sai da universidade, almocei pelo centro com a Natália, ela foi cuidar da coisas e eu fui até o CFC, ó atendimento lá era em um balcão na recepção, ainda é até hoje, com umas cadeiras de espera, chegou a minha vez eu toda no salto.
Deixa eu me descrever, usando a minha combinação preferida, jeans, justinho com a cintura mais alta, adoro ver ele desenhar as curvas do corpo, um sapato scarpin do tipo meia pata, salto alto fino como sempre, uma blusinha básica fina, (o clima já tinha cara de primavera durante o dia a noite ficava mais frio), uma jaquetinha de couro que eu adorava, as vezes tirava e segurava no braço, às vezes vestia.
Cabelo, pra lá de grande, comprido mesmo, quando estava caminhando deixava solto, mas quando ia falar com alguém principalmente mexer com papeis eu prendia dele.
Quando chegou a minha vez, eu peguei minha carteira, (sim, mulher tem carteira, que carrega dentro da bolsa), e soltei minha bolsa no balcão com a jaqueta por cima, tive que me curvar um pouco sobre o balcão para me apoiar no braços para ler e assinar o pedido.
Mas antes, foi aquela confusão, por causa da minha aparência, nome, documentos, fotos, provado que eu era eu, quando eu assinava ouvi uma voz familiar.
Era Pedro, chegando com algum aluno, alegre como sempre, falando com todo mundo, uma voz forte, marcante, chegou deu bom dia pessoal, acabou o café como pode isso, vamos achar a fulana para ela fazer mais café, ele tinha uma energia que passava para as pessoas.
Eu fiquei ali imóvel não me mexi, fiz que lia o documento!
Claro que eu queria que ele me visse, claro que eu sabia que ele curtia garotas trans, mas eu só travei, uma parte queria que ele me visse e viesse falar comigo outra queria que ele não me notasse.
A voz ficou distante e a atendente me falou;
-pode passar para tirar a foto nova e coletar as digitais
Entrei, fiz a foto, quando saí ele já não estava mais;
-tudo pronto, agora só esperar em alguns dias, as vezes não dá nem 15 dias já está aqui a nova carteira, só vir retirar, pode dar ligada antes para saber se já chegou.
Eu -obrigada!
Enquanto procurava se ele não está do lado de fora ainda, eu iria provocar um esbarrão nele ou sei lá, estava decidida, para ver a reação dele ao me ver, se iria me reconhecer, aquele homem tinha a chave de mim ou sei lá o que, que mexia comigo, mexia com a quimida do meu corpo do meu cérebro, perturbava a força, (gosto sim de star wars e de star trek também, peguei isso da Pati, problema?), bom foi ele que acordou a Fernanda e deu inicio a isso tudo.
Naquele dia eu cheguei em casa e não parava de pensar nele, fui fazer algumas tarefas, limpar, arrumar, roupa para lavar, o tempo todo pensando nele, a lembrança de como tudo começou, meu corpo agora diferente e remodelado, modificado pelos hormônios, podia demonstrar visivelmente como aquilo mexia comigo, meus seios ficavam com os mamilos duros, a pele se arrepiava, não só neles, meus braços, minhas pernas, eu praticamente não tinha mais ereções, eram raras, (isso era uma característica minha, biológica, física, chame como quiser, talvez existam outras como eu), mas meu “clitoris” vamos ser delicadas, começava a babar, molhava a calcinha.
Meu coração acelerava, me vi no reflexo do vidro da secadora, eu estava ruborizada, com aquele vermelhidão pelo rosto, pela gola da camiseta podia ver meu decote do mesmo jeito, meu cuzinho piscava desesperadamente como se pedisse para ser preenchido.
Eu voltei da lavanderia para a cozinha, tomei o copo de água a mais gelada que achei, sentia a roupa em minha pele, parecia grudar eu suava, subi as escadas até meu quarto, eu estava usando o meu uniforme de dona de casa, uma camiseta e uma bermuda jeans daquelas curtinhas e de chinela.
tirei a camiseta que saiu difícil como se estivesse colada em minha pele, fiquei só de sutiã, tirei a bermuda, senti ela deslizar assim que se soltou das minhas coxas e da bunda, quando ela caiu no chão, minhas mãos já estava tocando a mim mesma, revivendo aquela primeira fantasia.
Só que agora eu tinhas as curvas e seios como no vídeo, eu apertava meus peitos por cima do tecido do sutiã enquanto a outra mão acariciava minha virilha seguindo o contorno da calcinha, coloquei a mão dentro dela, parecia que eu tinha uma vagina, escorrendo de excitação, já se podia notar o líquido passando para fora pelo tecido da calcinha.
Abri a gaveta do meu criado mudo e peguei o meu vibrador, lambuzei ele com o fluido pré-ejaculatório que saia de mim, passei minha mão e lambuzei meu dedos e preparei me rabinho que a dias não era incomodado.
Minha excitação era tanta que o toque dos meus dedos causavam ondas de excitação e prazer.
Em pé mesmo, com a mão esquerda apoiada na janela, eu arredei a calcinha para o lado, empinei a bunda o máximo que podia e com a mão direita e fui deslizando meu brinquedo para dentro de mim.
Eu virava os olhos para cima, me mordia os lábios, não precisei nem ligar o vibrador, foram poucos movimentos eu senti aquela onda que começava na minha virilha passava pela minha bunda e subia pela espinha acima e atingia cada fio de cabelo do meu corpo, mordi meu braço que quase cortou, quando a intensidade diminui eu dei um suspiro misturado com gemido como aquele de pessoas que estão sem respirar e me joguei na cama.
A muito, muito tempo eu não sentia aquilo, me sentia viva, ouvia meu coração bater, eu respirava fundo tentando voltar para o mundo, meus seios ficaram rígidos a pela se contraia em volta do mamilo, meu corpo tinha novas sensações agora, aquilo lembrava porque a Fernanda surgiu, reviveu dentro de mim todas aquelas sensações de quanto eu experimentei as roupas femininas, mas agora era diferente, eu não precisava me imaginar sendo uma mulher, eu era uma, e me fez pensar;
- o que esse homem tem que me deixa assim?
Continua....
