Minha tia morava em um apartamento nesses prédios pequenos de 4 andares, antigo, em frente da praça central da cidade, quando ela desceu e saiu pela porta e me viu, ficou parada me olhando sendo iluminada pelo sol que passa entre os prédios e criar um feixe de luz, eu não a vi, estava entretida com o celular.
Quando vi, ela estava parada na minha frente me olhando, ela tinha uma expressão confusa no rosto, um misto de espanto com curiosidade que intercalava com um ar curioso meio irritado, (eu disse expressão confusa).
Eu -oi tia, bom dia!
Tia -Bom dia Fer!
Ela me abraçou, isso era comum em nossas saudações, mas foi um abraço lento, diferente, quando ela me soltou colocou as mãos em meu rosto, segurando com uma mão de cada lado e olhou nos meus olhos;
-então, vai me contar o que está acontecendo com você?
Enquanto ela falava isso ela tirou uma das mãos do meu rosto e colocou em minha cintura;
-não adianta negar!
-está na cara que tem algo diferente em você!
E tirou a outra mão e colocou do outro lado da minha cintura, ela ficou me olhando, esperando uma resposta minha, foram longos 10 segundos, que pareceram 10 dias, ficamos ali nós duas, eu parada com as minhas mãos ainda nos ombros da minha tia e ela com as mãos em minha cintura, quem pensava, devia imaginar que se tratava de um casal, então eu quebrei o silêncio;
-eu não sei por onde começo!
Tia -pode começar me explicando porque você está com o rosto de uma adolescente e até parece que está criando cintura?
Depois disso desandei chorar, diferente do que fiz com a Natália, agora minhas emoções estavam à flor da pele e eu desabei, comecei a chorar de soluçar, entramos no carro para sair da vista das pessoas que começavam a circular pela rua e a cena começou a chamar a atenção.
Então ali no carro mesmo, tivemos a longa conversa que eu contei tudo, desde de o início para ela, claro que omiti alguns detalhes, mantive o nome do Rodrigo em anonimato, pensei que tinha mantido pelo menos, mas para minha surpresa, depois que contei tudo;
-e é isso tia!
E um silêncio mortal tomou conta novamente, podia ouvir o som das respiração dela, que ficou me olhando por nem sei quanto tempo;
Tia -quer dizer que agora eu tenho uma sobrinha então!
E começou a rir!
Tia -vem cá, me dá outro abraço, porque não me contou isso antes, no início!
Tia -sabe que sempre gostei mais da ideia de sobrinhas!
Tia -ai credo, bate na boca!
Tia -mas é que filho eu já tenho, sempre quis uma filha, então adorava ter sobrinhas, quando elas se foram eu senti muito..
Tia -ai meu Deus, manda eu calar a boca, não sei o que estou falando!
E voltou a me abraçar, ai foi aquela coisa, teve choro, eu comecei a chorar de novo, nem sei porque, de feliz, de triste pela minha mãe e irmãos, por ela, ela chorou tanto que borrou toda maquiagem dela.
Subimos no apartamento dela, para ela retocar a maquiagem e tentou me dar dicas e caiu da cadeira, eu já tinha dominado muita coisa sobre o assunto, imagina, transformar um rosto masculino em feminino só usando maquiagem é um curso intensivo.
Desse ponto em diante a coisa só foi ladeira abaixo, no bom sentido, porque ficamos uns 40 minutos retocando a maquiagem e depois ela queria ver, falei para ela que não, que não tinha nada comigo, que ficava com vergonha, que ficava sem jeito, todas as desculpas possíveis e imagináveis.
Ela levantou da cadeira e abriu as portas do closet dela, só você entrar e pegar o que quer, tenho certeza que meus sapatos vão servir em você, pelo que disse tem o mesmo número da sua mãe.
Não preciso nem falar que isso é o sonho de muita crossdresser por aí, naquela altura acho que eu nem podia ser mais chamada de crossdresser, algumas levam anos para encarar uma transição outras nem tentam, eu tinha ido de 0 a 100 em 4 meses e agora tinha contado para minha tia e estava a dois passos de me mostrar para ela.
Também não preciso explicar que daquele dia em diante ganhei outra amiga que era minha tia, me acolheu como uma filha e passou a me tratar como uma garota imediatamente, nunca poderia imaginar que minha tia iria me aceitar assim tão fácil, ela sempre foi mais “porra loca como dizia minha mãe”, mas nunca pensei que iria encarar um sobrinho trans assim tão de boa.
Respirei fundo e perguntei;
-quer me ver usando o que, uma saia, um vestido?
Tia -o que você quiser!
Então mandei ela ir para a sala, entrei no closet, e minha tia gostava de andar na moda e de se vestir de forma mais ousada digamos assim, saias, calças e vestido de couro, curtos, com brilho, justos, longos, estampas, peguei uma saia, claro que eu não iria me vestir como uma piriguete logo assim de cara para minha tia, mesmo que ela fosse uma! kkkkk
Peguei uma saia jeans, nem curta nem longa, um scarpin preto, eu já estava de calcinha por baixo, mas sem sutiã e também não iria pegar da minha tia até porque ela tinha peito grande, não era enormes, mas eram grandes, então peguei uma baby look branca com a marca da loja da dela, acho que era uniforme, (acho que ela não usou porque era pequeno para ela e os peitos iriam ficar parecendo aquelas garotas do Hooters), então peguei porque foi a única que ficou bem em mim.
Me maquiei e quando sai, brinquei;
-Estou pronta para a entrevista de emprego!
Minha tia ficou impressionada;
Tia -nossa Ferrrrrr
Tia -você já sabe andar de salto!
Tia -Não fazia ideia que já estava assim tão avançada nessa coisa de transição
Tia -achei que podia estar começando!
Tia -vem aqui, caminha pra mim ver!
Tia -mas você está fantástica!
Tia -a vaga é sua!
Enquanto eu me vestia ela tinha preparado um chimarrão, conversamos mais um pouco e decidimos voltar ao nosso programa, minha tia até insistiu para que eu fosse como estava vestida, mas eu achei melhor não, afinal podíamos encontrar outros familiares lá era melhor parecer doente ou estranho naquele momento do que ter que dar uma explicação longa, complexa e demorada.
Na curta viagem até o cemitério em Vila Maria, minha tia me encheu de mais perguntas, sobre tudo, principalmente sobre os hormônios, foram muitas, muitas perguntas mesmo e inevitavelmente chegou no sexo, claro que tentei ser discreta, mas respondi o que ela queria saber.
Lá no cemitério, mas uma crise de choro e quando vi estávamos as duas chorando uma agarrada na outra!
Na volta, acabei passando o dia com a minha tia em Marau, foi divertido, foi como voltar a ter mãe, ela me fez vestir a mesma roupa de novo a saia, o sapato e a baby look, me levou na loja, me deu alguns presentes e disse que iria me dar um presente, mas só iria me falar o que era quando chegasse a hora certa e fez todo um mistério e fez eu prometer que iria aceitar mesmo sem saber o que era.
E aí o assunto chegou no seu ponto mais delicado, meu pai!
Ela se prontificou a estar junto comigo, disse que não iria contar nada a ele porque isso é algo que eu deveria contar, mas que se eu quisesse ela estaria do meu lado segurando minha mão e não importava o que acontecesse eu podia contar com ela para o que desse e viesse.
Voltei para casa cheia de sacolas, da loja, do closet dela, me deu o scarpin que segundo ela tinha ficado o máximo em mim, e uma sandália que parecia um sapato com salto enorme, que eu tinha achado linda e sexy, mas o melhor de tudo, alguém para chamar de mãe, mesmo que fosse apenas uma forma carinhosa significava muito para mim.
Ter alguém para correr e abraçar em momentos ruins é algo que não tem preço, mas não só ter alguém, tem pessoas que você sabe que é diferente ganhar um abraço um carinho no rosto uma palavra de conforto, bom era isso que significava para mim a minha tia saber da Fernanda e aceita-la de forma incondicional.
Depois daquele dia minha tia também passou a frequentar mais vezes a minha casa, principalmente à tardinha, ela fechava a loja e pegava a estrada para Passo Fundo e por insistência dela passamos a sair e frequentar locais públicos, Fernanda passou a ter uma vida social movimentada e até badalada.
E acabou acontecendo que um dia ela me disse,
-chame o Rodrigo para ir junto também, já que a Natália vai ir com o namorado dela!
Não preciso nem explicar né!
Nossa primeira vez todos juntos, minha tia, Natalia, Igor, e “meu namorado e eu”, foi tudo que podia ser, de esquisito, constrangedor e divertido, antes de ir claro que coloquei todos a par que ela sabia e sabia até de alguns detalhes sórdidos.
No começo foi estranho mas a medida que a noite corria, tudo seguiu como deveria, era quarta feira dia 14, no dia seguinte era o feriado de 15 de novembro, bebemos um pouco além da conta e a minha tia ficou dormindo em minha casa e claro que o Rodrigo também ficou comigo e aquela noite fizemos sexo com ar de proibido.
Minha tia foi dormir no quarto de hóspedes, que ficava no fim do corredor depois do quarto do meu pai e eu costumava ser barulhenta segundo o Rodrigo, quando transava, quando acomodei minha tia e fui para o quarto o Rodrigo já estava só de cuecas na cama, eu estava usando um vestido preto plissado de alcinhas e a sandália que minha tia tinha me dado, tirei e fiquei só com elas de calcinha e sutiã, fazendo um cara de safada;
Eu -pissss silencio porque a minha tia está no quarto ao lado!
Fiz uns movimentos imitando uma dancinha sensual, deslizando as mãos pelo meu corpo, tentando sensualizar, provocando, ele pulou em mim como um lobo, demos um longo beijo com ele percorrendo meu corpo com as mãos, eu adorava isso, adorava sentir meu corpo sendo tocado ainda mais agora que eu estava sensível como nunca estive em minha vida toda.
Eu gostava quando o Rodrigo ia me conduzindo, pegava e me posicionava como ele queria, era o momento que eu me sentia mais passiva possível, e foi exatamente o que ele fez aquela noite, me posicionou de quatro em cima da cama e sem aviso senti sua língua em rabo, claro que eu gemi e gemi alto que eu mesma tive que colocar a mão na boca.
-seu filho da putaaaa
-fazerrrr isso logo hojeeeee
E ele sabia como usar aquilo contra mim, ele passava a língua em volta, no períneo, aquela divisão entre o anus e o escroto, e as vezes ficava tentando enfiar ela em mim, dificilmente eu não gozava com ele fazendo isso, (eu era e sou muito sensível, isso foi um ponto positivo em toda minha vida como mulher, mas é outra história, para outro dia), não foi diferente, tive que enfiar a cabeça nos travesseiros para abafar meus gemidos.
E enquanto eu estava lá me contorcendo com ele enfiou o pau inteiro em mim, me arrancando um grito que saiu abafado seguido por mais gemidos, era um misto de dor, de prazer, aquela sensação da penetração, do seu corpo se expandindo para acolher um corpo estranho e aquela sensação de preenchimento, tudo isso ocorre em uma fração de segundos e é o que faz tudo valer a pena e o motivo de quem experimenta essa droga chamada "pau", querer mais, eu escancarei minha bunda e joguei o corpo em direção dele, fazendo entrar mais fundo, pressionando nossos corpos um contra o outro, eu gostava daquilo, gosto até hoje!
Foi o sinal para ele começar a foder meu cuzinho sem dó nem piedade eu sentia cada movimento do pau dele dentro de mim, quase saindo, ficando só a cabeça e entrando de novo, as vezes ele mantinha um segundo ou mais só a ponta dentro de mim esperando que eu contraísse meu rabo para ele sentir a pressão e então penetrava tudo novamente, minha pele se arrepiava mas aquele dia estava demais, sentia até meu mamilos se arrepiando e ficando pontudos, não demorou muito eu perdi o controle das minhas pernas e cai para frente tento meu espasmos involuntários enquanto gozava de novo.
Vou tentar descrever para você como é isso, por algum motivo sórdido do universo eu aprendi as posições ou me posicionar, literalmente empinar a bunda, que facilitava a minha próstata ser atingida, quando fazia sexo, no começo eu sentia aquela dorzinha, que não é dor, tipo vontade de fazer xixi e depois ia sumindo e cada vez que pau entrava e saia de mim passava por ali eu sentia uma coisa gostosa, prazerosa que ia me atiçando, me deixando louca, fazia gemer, pedir mais e chegava um momento que era como uma bola de fogo no meu rabo, dentro de mim e tomava conta de mim como uma onda e ficava tão fortes que eu explodia, eu sentia espasmos dentro de mim como se tentasse cortar o xixi, eu chegava a soluçar e as vezes esses espasmos se espalhavam pelo meu corpo todo, as vezes eu virara os olhos mesmo e tudo ficava borrado e havia algumas vezes que se não saia de dentro de mim o pau e continuasse a me foder eu tinha outro em sequencia, sim, orgasmos múltiplos.
Rodrigo me virou de barriga para cima, pegou minhas pernas e colocou para cima e me fez ficar segurando elas e novamente penetrou todo o seu pau em mim, quando entrou bateu certinho no lugar, aquela posição era perfeita.
Então já viu, foi difícil manter o silêncio, ele me fodia forte e sem parar, ficou ali por um bom tempo, não sei dizer quando, mas houve um momento que senti o pau dele crescer dentro de mim e já conhecia isso e sentir aquilo era como prever que ele ia gozar, isso me excitava e então eu também sentia prazer e inevitavelmente eu gozava também.
Quando eu gozava meu cuzinho se contraia de forma descontrolada e isso era uma festa para o pau do Rodrigo, sentia a porra dele ir fundo dentro de mim, sentia cada jato!
Naquela noite, não teve segundo tempo, pegamos no sono!
Acordei, devia ser por volta das 9 horas da manhã, o cheiro de café entrava por baixo da porta e invadia o quarto, então levantei e deixei o Rodrigo dormindo e fui tomar meu banho, e tive uma surpresa que era esperada na verdade.
Ao passar o sabonete senti um pequeno caroço no meu peito direito, isso indicava que a metamorfose estava avançando, meu corpo estava entrando em outro estágio da transição e em breve os traços masculinos em mim iriam sumir.
Como sempre, fiz uma nota no diário e também guardei para mim, nunca fui de sair contando, gostava de manter tudo que acontecia com meu corpo em segredo, mesmo que depois acabasse contando, mas não sei explicar isso coisas minhas.
Desci tomar café com a minha tia, conversamos sobre a noite anterior, eu com medo que ela tivesse ouvido meu gritos, mas pelo jeito não ouviu, me perguntou se o Rodrigo tinha sido o primeiro, eu não tinha contado isso para ela, bom nem tinha falado do Rodrigo, falei que havia alguém mas não citei nomes fiquei surpresa quando ela falou dele, ela me disse;
-Sempre achei o Rodrigo muito colado em você, para cima e para baixo
-A última vez que vi vocês dois, achei ele muito meloso
-e pelo que me contou ali já tinha iniciado a história da Fernanda
-então com você se descobrindo dessa forma, dei um chute e acertei.
Minha tia tomou o café e logo partiu para Marau para a casa dela, eu subi e passei o resto da manhã e uma parte da tarde com o Rodrigo na cama.
Depois do feriado a vida voltou aquela rotina, afinal eu era uma estudante universitária e não pretendia me desviar disso, não importava se estivesse usando cueca ou calcinha e sutiã!
A rotina seria normal se não fosse o meu corpo se preparando para dar os primeiros sinais visíveis da transformação, junto o caroço do peito direito, logo apareceu no esquerdo também, que rapidamente aumentam de tamanho e ficaram sensíveis.
Roupas justas ou toques mais pesados, como quando eu abraçava alguém me causavam desconforto e às vezes dor, nessa época eu passei a evitar contato físico com o Rodrigo.
O que veio a calhar porque eu tinha muitas provas e trabalhos e ele bem mais que eu, então as vezes a gente até passava a noite junto, mas eu sempre procurava fazer sexo com ele usando alguma lingerie que cobrisse os peitos.
Minhas aréola começou a aumentar de tamanho e escurecer, uns 15 dias depois, no começo de dezembro era um sábado, dia 2, dia quente, passava dos 30 graus, (aqui no sul 30 graus é quente sim), eu estava na cozinha usando uma bermuda jeans com uma camiseta, eu tinha pedalado pela manhã com o Rodrigo e passamos em uma feira para comprar salada e legumes, minha tia iria vir cozinhar.
Quando minha tia chegou eu estava na pia, buzinou quando parou o carro na rampa da garagem e eu abri portão e voltei a lavar a salada na pia, quando ela entrou, antes mesmo de soltar as sacolas que trazia exclamou;
-nossa Fer!
-vem ca deixa eu ver!
Mas do que ela estava falando?
Me virei para ela e fui em sua direção, ela me pegou pelos ombros e me virava para lá e para cá em quando demonstra a sua admiração, já falei antes, mas não custa repetir, quando você se assiste por trás dos seus olhos não nota mudanças sutis e até aquelas que se destacam.
Nos últimos dias as aréolas do meus peitos, tinha crescido em diâmetro significativamente, escureceu a tonalidade da pele, inchou e um mamilo começou a se formar, por baixo da pele o caroço virou um disco e começou a crescer, todo crescimento era acompanhado de uma sensibilidade que frequentemente causava dor quando eu tocava ou mesmo por baixo das roupas, em outras palavras, seios como de uma adolescente, (menina moça, mas no comecinho) começavam a despontar, mas não era só isso.
Minhas massa muscular tinha diminuído visivelmente, ganhando uma proporção feminina o quadril começava a se expandir, meu corpo estava se remodelando e começava a realçar a curva da cintura, um quadril começava a se formar e minha bumda ganhava cada vez mais uma forma arredondada, as pernas também estavam lentamente ganhando uma camada de gordura sob a pele e começavam a ganhar formas delicadas e femininas.
E minha tia tinha notado isso ao me olhar quando entrou pela porta da cozinha, ela notou as pontinhas do meu mamilos, mesmo que sutis por baixo da camiseta, a empolgação dela era contagiante.
Enquanto ela preparava o almoço, Rodrigo, Natalia e Igor chegaram, aqueles finais de semana eram muito legais, era como ter uma família completa novamente, mesmo meu pai não estando presente, nós sempre nos falávamos por telefone ou por mensagem, claro que eu evitava fotos que pudessem ser muito reveladoras.
Naquele mesmo dia, mas tarde enquanto estávamos sentadas nos fundos, não tínhamos piscina, mas tínhamos uma piscina daquelas de montar e encher, nós montamos ela e ficamos enchendo enquanto tomávamos cerveja.
Ficamos só nós três, minha tia, Natália e eu, Rodrigo e Igor foram jogar futebol com o time da universidade, ou algo assim, eu nunca fui fã de futebol, mesmo antes de tudo isso, bom até hoje é assim sou colorada apenas para preencher o campo no perfil e assistia com meu pai porque ele gosta muito.
Minha tia foi no carro e pegou um biquíni, segundo ela sempre tinha um no porta malas, o ano todo, nunca sabia quando iria achar uma piscina, (como disse, minha tia tinha fama de ser porra loca), ela colocou o biquíni e não sei da onde tirou um bronzeador, ficou lá pegando sol, ela tinha um corpo pra lá de lindo, minha altura, pernas longas e definidas, coxas bem desenhadas, uma cintura bem desenhada e peitos lindos.
A Natália se empolgou e foi em casa buscar um biquíni também, saiu correndo, ela morava a poucas quadras, não demorou a voltar!
Não, eu não fui correndo colocar um também, sempre tive semancol, continuei na sombra, com minha bermuda jeans e a camiseta, mas confesso que minha vontade era sim, pegar um biquíni e tentar pegar uma corzinha.
Em algum momento entramos no assunto de contar para meu pai e os planos, eram contar para ele sobre a Fernanda na próxima visita dele, a última vez que falei com ele tinha confirmado que viria passar o Natal eo ano novo em casa, nas palavras da minha tia;
-temos que contar logo para ele!
-Porque senão nem vai precisar contar, ele vai entrar pela porta e dar de cara com uma garota!
A semana seguinte passou que nem vi, tudo foi naquela rotina de sempre e era as últimas provas do semestre, no dia 17, uma segunda, eu tinha acabado de sair de uma dessas provas quando vi meu telefone tocando, era meu pai;
Eu -oi pai
Pai -oi Fernando, tudo bem?
Eu -sim, tudo sim
Eu -e você pai?
Pai -tudo bem comigo também, está na aula, pode falar agora?
Eu - acabei de sair de uma prova agora
Pai -que bom!
Eu -tudo certo para o natal?
Pai -por isso que liguei, vou precisar viajar, vou ter que ir para fora, o banco abriu agências no exterior, só volto para o Brasil em fevereiro.
Bom, ele deu mil desculpas, justificativas, mas o fato que ele amava aquele trabalho e como ele mesmo disse, sabia que eu iria me sair bem, “sim, ele nem imaginava o quanto eu iria me sair bem”.
Mas os últimos 15 dias do ano de 2012, ainda reservava mais surpresas, na sexta feira o dia 22, seria meu último dia de aula, enquanto eu caminhava pela rua principal do campus em um horário que geralmente estaria na aula, mas como o professor dispensou todos e desejou boas férias, vi o Rodrigo conversando com a ex dele, (de certa forma eu sempre soube que isso iria acontecer, eu nunca seria ou nunca teria o mesmo que ela tinha para oferecer para ele), era uma conversa muito próxima, jurei que eles estavam de mãos dadas, mas como estava longe e também não quis me fazer ver, aquilo já foi o suficiente para me deixar triste, então ela ficou na ponta dos pés e o beijou.
Tinha notado que estavam muito próximos, para uma simples conversa e ela estava literalmente pendurada nele, então eu não fui precipitada não, naquele mesmo eu mandei uma mensagem para ele;
Fernanda: não precisa nem vir aqui em casa hoje!
Fernanda: eu te vi com ela!
Fernanda: Nossa amizade continua a mesma se você quiser
Fernanda: mas é e será só isso amizade!
Claro que teve discussão, ele me ligou, tentou negar, insistindo que não era nada disso, que eu tinha visto errado, que ela tinha beijado ele sim mas que ela não tinha retribuído, mas no fim, algumas coisas precisam acontecer!
Minha tia, Natalia, Patricia, até o Igor me deram apoio, mas o que tinha tudo para ser um natal e final de ano péssimo, sem pai, sem o Rodrigo que sim, era mais que meu comedor, era alguém que esteve sempre presente quase que todos os dias, era meu namorado, mas na verdade foi fantástico, o primeiro de muitos outros que passei como Fernanda.
Comemorei o natal com minha Tia, a Patrícia, (que também era sozinha, sua família era de outra cidade), a Natália e o Igor e o meu primo também veio de Vacaria, na minha casa, fiquei morrendo de medo que ele fosse me rejeitar, mas…
Ele chegou no dia 24 pela manhã, devia ser por volta de umas 10:00 horas da manhã, foi direto a minha casa, estávamos minha tia e eu arrumando comida, se preparando, bom todo mundo sabe como é essa época, minha tia já tinha preparado ele sobre que lhe aguardava.
Assim que ele tocou o interfone, abri a porta, recebemos ele nos duas juntas, eu estava usando a mesma bermuda jeans do outro dia e uma baby look, amarela, nada muito espalhafatoso mas, claramente eu não era mais o primo Fernando que ele lembrava, claramente meu corpo estava feminizado não só pelas roupas ou pelo cabelo que agora crescia mais rápido e já chegava ao ombro o suficiente para cobrir as orelhas.
Meus braços agora mais finos e com uma aparência mais longa, minhas pernas expostas pelas bermuda jeans curta, agora tinham um ar delicado por causa da pele recém depilada e aquela textura sedosa que minha pele vinha adquirindo e também ganhavam formas mais femininas dia após dia, minhas unhas feitas, das mãos, longas e dos pés cobertas por um esmalte vermelho escuro, anéis e pulseiras e um par de brincos de argola que apareciam dentre os cabelos pendurados em minhas orelhas.
Até sem maquiagem com as sobrancelhas feitas, mesmo que sutilmente ajudava a destacar meus olhos claros, meu rosto ganhou traços femininos o suficiente para causar espanto em alguém que não me via a certo tempo.
Tia -oi Fabiano!
Fabiano -oi mãe!
Deixa eu falar sobre o Fabiano, ele era 8 anos mais velho que eu, minha tia teve ele bem jovem, no seu primeiro casamento, assim como eu, fez direito mas depois ingressou na polícia civil e tinha planos de ir para federal, desde jovem sempre gostou de ser o fortão da turma, tive pouco contato com ele mas todas as lembranças sempre envolve ele batendo ou perseguindo alguém, as vezes eu! kkkk
Ele não tinha mudado, agora adulto, mantinha aquele físico forte, era alto, tinha por volta de 184, parecia um armário o braço dele devia ser mais grosso que minha perna.
Minha tia abraçou ele, vi que ela falou baixinho algo para ele, devia ser algo advertindo alguma reação negativa dele, ele sempre do tipo machão, aquele tipo que pega no pé, faz piada, bullying, sabem como é.
Ele se afastou da minha tia e veio na minha direção, serio;
Fabiano -olha, “priminha”, realmente estou surpreso!
Eu fiquei lá olhando para ele, não sabia o que falar e o que fazer, dura como uma estátua!
Fabiano -eu estava esperando ver o Fernando vestido de mulher
Fabiano -mas acho que perdi essa parte!
Fabiano -não vou perdoar você por isso,
Quando pensei em abrir a boca para perguntar!
Fabiano -me privou de poder ficar pegando no teu pé!
E abriu um sorriso de orelha a orelha!
Fabiano -vem cá, me dá um abraço e deixa ver se você é cheirosa!
Aquilo me surpreendeu e eu fui com certo receio de abraçar ele!
Fabiano -vem, não vou te morder!
E me abraçou firme, forte, me ergueu para cima!
Fabiano -tu sempre foi fracote, agora faz sentido
Fabaiano -agora está levinha, levinha, rindo, assim que bom
Fabiano -cheirosa, hummm
Pensei eu ele fosse me jogar para cima como um brinquedo, quando me soltou no chão, ainda me abraçando falou em meu ouvido;
Fabiano -eu mudei, pensou que eu ia ficar de mal contigo por causa disso, nunca esquece sou teu primo, somos sangue um do outro!
E para não perder a chance!
Fabiano -agora podemos brincar de médico e paciente! "falou baixinho meu ouvido"
E me soltou do abraço rindo, quebrado o gelo do medo que eu tinha de ser rejeitada por ele, finalmente eu abri a boca;
Eu -tiaaaa o Fabiano quer brincar de médico e paciente!
Tia -credo Fabiano, ela é tua prima, para com essas bobagens!
Fabiano -ahh mãe vai dizer que nunca brincou de médico e paciente com um primo?
Tia -olha guri, tu tá grande mas eu ainda posso contigo, te pego de chinela!
E esse foi o clima daquele natal, a Natália foi a tarde para ajudar, parecia que íamos receber um monte de gente, para quem perguntou dos meus avós, estava a caminho do rio para embarcar em um navio no Píer Mauá eles tinham planos de ficar no navio até a virada do ano, então não foi naquela vez que eles se deparam com a Fernanda no lugar do Fernando.
E como nem tudo gira em Torno da Fernanda, a estrela da noite foi a Patrícia, ela chegou por volta das 19 horas, estávamos sentados na sala, a casa toda iluminada, com luzes de natal, janelas abertas, música alta, já estávamos minha tia, Fabiano, Natália, Igor, que me surpreendeu e levou a irmã mais nova junto, ela já me conhecia, mas como Fernando, mas reagiu bem e logo passou a me chamar de Nanda.
Fiquei sabendo que ele e o Rodrigo estavam de mal, por minha causa, ele honrou quando me disse que eu era a irmã dele, parece que foi tirar satisfação com ele, aí fiquei sabendo que era mais complexo do que eu tinha imaginado, ele inclusive tinha anunciado o reato do namoro com a garota e que já vinham se vendo alguns dias, enfim, nas noites que ele não estava aqui estava com ela, oque quer dizer muitas noites…
Voltando a Patrícia, quando ela entrou pela porta da frente o Fabiano ficou mudo, ele dominava a conversa, contando histórias da polícia e das suas peripécias de adolescente, o Igor dava trela, aí já viu…
Ele estava sentado em uma daquelas baquetas, acho que é nome, (pra mim se não é cadeira é banqueta, hahaha), na frente do bar que ficava no canto da sala, quando ela entrou com aquele jeito cheguei dela;
-oi pessoallllll!
-mamãe noel chegouuuuu!
O Fabiano engasgou, travou literalmente, Patrícia como já contei, era alta mais alta que eu, uns 178 ou 179, não tenho certeza, corpo desenhado a lápis, medidas muito perto da perfeição, cintura de dar inveja, um quadril largo, uma bunda chamativa, pernas perfeitas torneadas, longas, seios grandes, um D ou E, bonitos, bem definidos, ela tinha uma pele clara poucas vezes vi ela bronzeada, ai imaginem tudo isso dentro de um vestido vermelho colado no corpo, (vermelho natalino, com franjinhas natalinas), com direito a touca de papai Noel, com uma maquiagem marcante, realçando o contorno dos olhos, carregada na sombra, na maçã do rosto, um batom vermelho gritante, em cima de um salto alto, pra lá de alto, sabem aqueles sapatos que o pé fica quase dobrado., preto com um verniz que fazia brilhar.
Essa era a visão do Fabiano, ele ficou mudo, cuidando cada passo que ela dava em direção aos sofás, para cumprimentar a Natalia o Igor e a irmã dele, conforme ela caminhava o perfume dele, que era outra coisa divina, não faço ideia que perfume era mas era aquele que agrada todo mundo e fica em sua memória, toda vez que sente lembra da pessoa que estava usando.
Quando ela cumprimentou;
Patricia -oi, acho que não nos conhecemos,... ainda!
Fabiano -oi, não, prazer Fabiano!
Patricia -prazer Patricia, Paty para os conhecidos!
Não deu nem 5 minutos, o Fabiano pendurado em mim perguntando quem era aquela morena fodástica que tinha chegado e o susto que tomou quando falei que a Pati era uma garota como eu;
Eu -sim ela é linda e solteira
Fabiano -fechou então!
Eu -mas tu se garante tanto assim?
Fabiano -sim garota, ou vai dizer que agora que mudou o cardápio não ficou afim de tirar uma casquinha também!
"falava isso se esfregando em mim e não era de se jogar fora não! hahaha"
Eu - oohhh tia, o Fabiano quer comer
Fabiano -para guria, que ele vai acreditar, depois fica me alugando
Depois de parar de rir, tanto eu quanto ele...
Fabiano -mas sério, será que rola, o que tu acha?
Ele estava parado atrás da ilha na cozinha em um ponto que se via a sala, exatamente onde a Patrícia estava em pé com um copo na mão conversando com a Natália e ele falava olhando para ela, eu dei uma espiada quando ele perguntou se rolava algo e ela estava cuidando ele.
Eu -olha, claro que rola sim!
Eu -rolou uma química entre vocês, deu pra sentir daqui
Fabiano -hummm, então hoje tem!
Eu -mas tem uma coisa!
Fabiano -não preciso que fale com ela, eu mesmo falo c/..
Eu -deixa de ser metido, tem algo a mais que precisa saber
Ela ficou sério e me olhou nos olhos!
Eu -ela é uma trans, assim como eu!
Ele ficou olhando pra mim, olhou para ela, voltou a olhar para mim, repetiu esse movimento mais umas 3 vezes, ficou cômico contando assim, mas assim que ele fez.
Fabiano -tu está me dizendo, que aquele avião parado ali na tua sala
Fabiano -usando aquele vestido que parece que foi costurado naquele corpão
Fabiano -não é uma mulher?
Eu -ai, Fabiano, não seja assim…
"Quando fui continuar com a reprimenda ele me cortou!"
Eu -se aquela deusa ali não é mulher, então ela é o homem da minha vida!
Me pegou de deu uns apertões meio que um abraço, me deu uns beijos pelo pescoço, sabem o que acontece quando me beijam o pescoço, eu me arrepiei toda
Fabiano -humm se arrepia com beijo no pescoço é…
Fabiano -priminha priminha, tu vai ter a tua chance não se preocupa
E saiu com uma garrafa na mão, cantarolando a música que tocava, "coletânea da minha tia", tocava uma antiga, um pagode, mal acostumado acho que é o nome da musica, me arrumei dos amassados que o Fabiano tinha deixado em mim e fui para sala também.
Ahh, eu estava comportada, usando um vestido curto, plissado, soltinho com alcinhas, coloquei um sutiã nada de adesivos, (seu eu colocasse morria quando fosse tirar, por causa da dor), o sutiã simples só para dar volume mesmo, uma sandália de salto, uma maquiagem, batom e lá estava a Fernanda versão comportada.
A noite foi, fantástica, a muitos anos eu não passava um natal assim, com aquele clima de família, já era tarde, por volta das 2 horas da manhã quando a Natália e o Igor com a irmã foram embora, a minha tia, tomou além da conta e foi para o quarto de hospedes, eu já tinha colocado o Fabiano no quarto dos fundos, eu subi e ficou ele e a Patricia sentados na sala, continuavam bebendo, mas estavam um sentado do lado do outro, com ela quase que sentando no colo dele.
-Pombinhos estou indo, fechem a casa e desliguem tudo quando saírem!
Só me olharam com aquele olhar, sabe aquele olhar, estamos só esperando todo mundo sair para se atracar….
Eu fechei meu quarto, liguei o ar, era uma noite quente, estava exausta, e dormi cerca de uns 30 minutos e acordei com a batida da porta que saia da garagem para o pátio do fundos, deviam ser eles indo para o quarto, eu estava com sede, peguei uma água no frigobar onde eu guardava meus hormônios, (sim era uma geladeira porque não iria guardar outras coisas), e me joguei na cama de novo, e aí sabem como é o sono se foi.
Fiquei uns 30 minutos virando para lá, para cá, e nada de dormir, e comecei a ouvir um gemido, baixinho que foi ficando alto, houve um momento que pensei que alguém estava morrendo.
E ai o sono voltou e apaguei, acabei perdendo o final da saga, acordei já eram quase 10 horas, a casa já estava aberta, quando sai do quarto ouvi o rádio da cozinha ligado, cheiro de café, minha tia já estava de pé, juntando e limpando a louça, a mesa já estava posta para o café da manhã.
Eu- bom dia!
Tia -bom dia Fer, dormiu bem?
Eu -sim tia, apaguei!
Tia -ainda bem que dormiu, eu acordei com aquela gritaria
Eu comecei a rir!
Tia -sim porque aquilo não era gemido, parecia que estavam torturando
Tia -acho que alguém se deu bem ontem! hahahaha
Ficamos ali, conversando, tomando chimarrão, então ouvimos o som da porta dos fundos, que dava acesso às escadas para o quarto, aquele lugar que eu estava não dava para ver do lado de fora e minha tia não quis ir espiar.
Então entrou pela porta a Patrícia, de pés descalços, com o sapato na mão, cabelo todo bagunçado, claro que ela nem expressou constrangimento.
Patricia - bom dia, gente!
Tia -bom dia, que bom que está viva!
A Patrícia começou a rir e eu também, como não rir!
Patricia - sinal que estava bom né Nanda!
Eu -eu também pensei que tinha alguém morrendo Pati!
Patricia -sério que foi tão alto assim!
Ficamos praticamente o que restava da manhã conversando coisas aleatórias e tomando chimarrão, antes do meio dia a Patrícia foi embora para sua casa e por volta das 13:30 o Fabiano deu sinal de vida;
Eu - eu já ia lá ver se tu estava respirando, quem sabe os gemidos e gritos eram teus!
E tudo que se seguiu no final daquele dia e na semana seguinte até o final de ano, foi mais do mesmo, Fabiano foi embora no final do dia 25 mesmo, segundo ele tinha plantão no dia seguinte, minha tia também se foi, e voltei a ter minhas noites solitárias como no início de tudo, conversando pela internet, com meu pai, minha tia, Natália ou a Paty ela sempre estava online, acho que tinha um chip de celular embaixo da pele, ou algum desconhecido pelo skype, eles adoravam me ver usando lingeries, salto alto, ou alguma roupa provocante e ver o avanço dos hormônios.
Agora de férias da universidade, os dias eram às vezes longos às vezes corrido, mas eu sempre tinha companhia da Natalia, da Patrícia, da minha Tia, meu primo agora as vezes me mandava alguma coisa pelo whatsapp, (geralmente bobagens, mas às vezes mandava um oi), e outra coisa que merece ser registrada é que nesses dias eu aposentei as roupas do Fernando de vez, claro que tentava seguir o exemplo da Patrícia, me encaixar, nada de querer chamar a atenção a menos que a ocasião pedisse.
O Rodrigo literalmente desapareceu, não vi mais ele nem passar em frente a minha casa como fazia antes com a cachorra, não vi mais ele passar de carro pelos trajetos que fazia, esta foi a minha primeira lição como Fernanda, não adianta lacração ideológica e frases prontas a vida real é a vida real ele é uma madrasta cruel e sem piedade, algumas coisas são daquele jeito e pronto, não adianta querer enfiar goela abaixo nas pessoas, elas podem até te tolerar mas...
Eu podia me sentir uma mulher, modificar cada milímetro do meu corpo para me parecer uma, ser a mais bela e desejada, mas nunca seria uma mulher.
E não seria isso que iria me fazer desistir, aquilo tinha se tornado parte de mim Fernanda era quem eu era agora!
Veio o final de ano, passei junto com a minha tia e o Fabiano de novo, só que foi na casa dela em Marau, e claro que haviam outros convidados, do círculo de amigos dela e alguns familiares, primos dela, tios e outros parentes.
Claro que alguns me receberam bem, me trataram bem, outros com sorrisos amarelos, falando pelos cantos, caras feias, mas, como minha tia disse, ninguém é dinheiro para todo mundo gostar.
Mas lá estava eu Fernanda, usando um vestido longo branco, com uma lingerie vermelha por baixo, “cuidei para o vestido ter forro tá, não dava para ver nada e era só a calcinha do tipo mais safada possível fio dental e de renda o vestido tinha um bojo, pequeno, mas tinha suficiente para dar a ilusão de peitinhos como dizia minha tia, inclusive foi presente dela o vestido, da loja”.
Como disse, lá estava eu usando vestido branco, longo, com uma bela sandália com um salto agulha, branca, com a unhas dos pés e das mãos vermelhas, da cor da calcinha, meus cabelos já permitiam arrumar de uma forma pra lá de feminina, fui com minha tia me maquiar e arrumar o cabelo no salão, (foi minha primeira vez), saí de lá com luzes, e como não tinha parceiro para aquela noite, entrei o ano com o plug enfiado no rabo, as vezes o fio da calcinha passava por baixo do anel da extremidade do plug, brindando com quem viesse em minha direção oferecendo o brinde e as felicitações de ano novo.
Abraçando quem me abraçava, dando beijos no rosto de quem me dava, tirando uma casquinha quando era algum homem gato, sentindo as mãos deles me apertando através do vestido, digamos que entrei o ano de 2013 me sentindo a mais bela e desejada das mulheres.
Continua…
